AssPreviSite
Funcef
vai anunciar déficit de R$ 8,8 bi
A Funcef, fundo de pensão
dos empregados da Caixa Econômica Federal, deverá anunciar
em abril um déficit de R$ 8,8 bilhões em seu balanço
de 2015, segundo estimativa antecipada ao Valor pelo presidente da instituição,
Carlos Alberto Caser.
Com mais esse resultado
negativo, o déficit acumulado pela Funcef chega a R$ 13,2 bilhões,
resultado sobretudo da queda dos preços de ações,
de uma perda bilionária em um investimento na Sete Brasil e da política
de reajustes de benefícios desde 2006 que deu um ganho real de 28%
no principal plano do fundo.
Agora, a conta desses desequilíbrios
começará a ser paga, meio a meio, pela Caixa e pelos associados
do plano de previdência - funcionários da ativa, aposentados
e pensionistas -, com um aumento de 2,78% nas contribuições
sobre o salário.
Essa contribuição
adicional, que deve ser cobrada nos próximos 17 anos, cobre apenas
uma parte do desequilíbrio que havia até 2014. A contribuição
adicional deve produzir um reforço de R$ 2 bilhões nas reservas
da Funcef. Uma parte do déficit não será coberta de
imediato com o pressuposto de que parte do mau desempenho de 2014 pode
se reverter quando a economia entrar em trajetória de recuperação.
O equacionamento do saldo
negativo adicional de 2015, que será apurado no balanço que
ainda está sendo finalizado nas próximas semanas, deverá
ser discutido neste ano com o órgão regulador do setor -
a Previc. Salvo surpresas, é bastante provável que, em 2017,
a Caixa e os associados sejam chamados a aumentar as contribuições.
Caser afirma que o fato
de a Funcef estar com um déficit estimado de R$ 13,2 bilhões
não significa que não haja dinheiro para cumprir os compromissos
com os aposentados e pensionistas. "O participante continuará a
receber seus benefícios", disse.
O que há é
um desequilíbrio entre os compromissos futuros do plano de previdência,
incluindo quem ainda não se aposentou, e os investimentos e contribuições
hoje disponíveis para cumpri-los.
O presidente da Funcef diz
que o desequilíbrio foi causado sobretudo pelo mau desempenho do
mercado de ações nos últimos anos. Desde 2008, quando
a quebra do banco Lehman Brothers marcou o início da crise financeira
mundial, a Bovespa registra uma queda acumulada de 32,1%. No mesmo período,
os compromissos atuariais dos planos da Funcef cresceram 154,9%.
Em 2015, por exemplo, a
meta atuarial da Funcef foi de 17,5%, o que equivale à inflação
de 11,28% medida pelo INPC mais juros reais de 5,7% ao ano. Já a
carteira de renda variável da Funcef, que em dezembro de 2014 equivalia
a 28% do total de R$ 54 bilhões em investimentos, teve recuo de
15% no ano de 2015.
Um ativo, em particular,
vem pesando no aumento do déficit da Funcef - um investimento feito
na Vale na privatização da companhia, em 1997. Em 2011, esse
investimento chegou ao valor mais alto, em R$ 9,066 bilhões. Em
2014, ele já valia R$ 5,610 bilhões e, em 2015, havia encolhido
para R$ 4,495 bilhões.
O déficit de 2015
foi fortemente influenciado pelo investimento na Sete Brasil, uma empresa
criada para fornecer sondas para a Petrobras que atravessa dificuldades.
A Funcef provisionou em 2015 100% desse investimento no balanço,
numa baixa de R$ 1,7 bilhão.
Caser reconhece que, visto
de hoje, esse foi um mau negócio, mas pondera que na época
do investimento ele era um projeto sólido que se frustrou pela combinação
de recessão profunda, escândalo da Lava-Jato e queda das cotações
do petróleo. Tanto que, afirma, investidores privados entraram no
negócio, como o BTG Pactual, o Bradesco e o Santander.
Mas a má performance
recente dos investimentos explica apenas parte dos desequilíbrios.
Antes de 2008, a Funcef teve seguidos superávits graças à
forte valorização das ações, puxadas pelo superciclo
das commodities.
O investimento na Vale,
por exemplo, que foi de R$ 251 milhões em 1997, havia saltado para
R$ 761 milhões em 2002 e para espetaculares R$ 9,066 bilhões
no pico, em 2011.
Em vez de formar uma reserva
de 25% dos investimentos nesses tempos de bonança, justamente para
atravessar tempos mais difíceis, a Funcef optou por reajustar benefícios
aos associados. Também os indexou à inflação,
extinguindo a prática de atrelar aos reajustes concedidos para os
funcionários da Caixa.
O rearranjo foi feito numa
fórmula que transformou o plano do sistema de benefício definido
para o de contribuição variável. O que era, em tese,
para dar sustentabilidade ao plano, na prática, gerou menos previsibilidade
para as contribuições de associados e da patrocinadora.
Na época da bonança,
os ganhos foram distribuídos apenas para os associados da Funcef,
e nada para a Caixa. Agora, no momento de dificuldade, a Caixa foi chamada
a pagar metade da conta. Funcionários e aposentados da Caixa estão
fazendo protestos contra o aumento de contribuições.
Caser reconhece que, se
não fosse pelos reajustes, hoje o déficit da Funcef seria
mínimo. Mas ele pondera que, nos anos 1990, as aposentadorias e
pensões foram achatadas e que era necessário recompô-las.
De 1997 a 2002 a perda real dos benefícios foi de 76,6%, afirma
Caser. Hoje, o benefício médio no principal plano da Funcef
é de R$ 5.810 para aposentados e de R$ 2.708 para os pensionistas.
(Alex Ribeiro - Valor Online)
Funcef:
As opções do plano de benefícios
A decisão pela aposentadoria
traz alguns questionamentos que exigem muita reflexão. No aspecto
financeiro é preciso analisar as finanças, fazer um balanço
do planejamento e a depender do caso recompor as prioridades.
Neste sentido o regulamento
do plano de benefícios é uma referência importante
para esclarecer dúvidas e auxiliar no planejamento da aposentadoria.
O chamado contrato previdenciário traz os direitos e deveres dos
participantes e também da Patrocinadora. Ainda que apresentem uma
linguagem mais técnica, sempre é válido recorrer ao
regulamento e sanar aquela dúvida que parecia difícil de
responder.
No regulamento do Novo Plano
e REB, por exemplo, a regra diz que é possível receber, em
parcela única, até 10% do saldo de conta total, sendo o restante
transformado em renda vitalícia. No caso do Novo Plano, é
o Benefício Único Antecipado (BUA) e no REB, a Renda Antecipada.
Os regulamentos desses planos também preveem resgatar o saldo total
de conta (Resgate), vide as condições estabelecidas no regulamento
de cada plano.
No contrato previdenciário
do REG/Replan Saldado existe a opção do Fundo de Acumulação
de Benefício, que acumula os valores que lhe seriam pagos a partir
do momento que foi adquirido o direito ao benefício pleno, mas não
foi solicitada a aposentadoria. Aqueles que já saldaram e atingiram
a idade de 53 anos para homens e 48 para mulheres podem receber o benefício.
Caso optem por permanecer na ativa, o benefício não solicitado
será direcionado para esse fundo, corrigido pelo INPC/IBGE. Quando
decidirem se aposentar o valor acumulado do FAB será convertido
em renda e somado ao benefício saldado.
Entretanto todas as opções
devem ser avaliadas com cautela. No caso do BUA ou resgate é importante
lembrar que há incidência do imposto de renda sobre o montante
recebido e a redução correspondente no valor do benefício
mensal. A determinação por continuar na ativa também
deve ser refletida.
Onde encontro os regulamentos?
É possível consultar os regulamentos no site da Fundação
(www.fincef.com.br) no menu Plano e Serviços.
Série de matérias
– Continue acompanhando a série de matérias ‘Vou me aposentar!
E agora?’, que será publicada no site e no Facebook até o
encerramento das inscrições do PAA. As matérias tem
o objetivo de discutir temas que envolvem a decisão de se aposentar.
(Funcef/AssPreviSite)
Forluz:
Pesquisa do Portal é sucesso
A Forluz criou uma pesquisa
para saber as impressões dos participantes sobre o novo Portal da
Fundação. Desde 15 de fevereiro, quando a pesquisa começou
a ser divulgada, até a data de fechamento da pesquisa, em 7 de março,
315 pessoas responderam ao questionário.
A sondagem servirá
como parâmetro para alterações e adaptações
no portal. Dentre os itens perguntados estão a facilidade de uso
do site, velocidade de navegação, capacidade de adaptação
a diferentes dispositivos, layout, dentre outras.
O item mais bem avaliado
foi a possibilidade de adaptação do site a diferentes dispositivos,
que obteve quase 90% de aprovação. Além disso, as
métricas geradas pelo Google Analytics também demonstram
números positivos. A área mais acessada do site em fevereiro
foi a seção do participante, no item simulação
de empréstimos, seguido de rentabilidade do Plano B.
Segundo Cristiano Freitas,
gerente de T.I da Forluz, as respostas positivas dão a indicação
de que o Portal está atendendo as demandas e ao perfil dos participantes.
(Forluz//AssPreviSite)
Capef:
Valores máximos de EAP para o BD são ampliados
Com o objetivo de atender
a demandas dos Participantes, o Conselho Deliberativo da Capef aprovou
uma elevação nos valores máximos de concessão
de Empréstimo a Participantes (EAP) do Plano BD. Referida mudança
passa a vigorar a partir do dia 9 de março de 2016. Cumpre destacar
que o limite vigente de oito salários/benefícios permanece
inalterado.
Confira a tabela com os
novos valores, de acordo com as faixas etárias através do
link
http://www.capef.com.br/site/noticiainterna.aspx?id=27135
Com relação
ao Plano CV I, informamos que não foi possível a elevação
dos valores máximos de concessão de EAP, pois o volume de
recursos do plano ainda não comporta a atualização
dos valores. (Capef/AssPreviSite)
Fundos de pensão:
Participações, investimentos
e desempenho em empresas
www.portoseguro.com.br/investimentos
Fundos:
Usiminas pode ter aporte de pelo menos R$ 1 bi
Os sócios da Usiminas
vão se reunir na sexta-feira, em reunião do conselho de administração
da empresa, para discutir um aporte de, no mínimo, R$ 1 bilhão
na companhia, apurou o 'Estado'. Sem caixa para tocar suas operações,
a japonesa Nippon Steel, que faz parte do bloco de controle da companhia,
estaria disposta a desembolsar até R$ 1 bilhão sozinha, caso
os outros sócios não queiram fazer a capitalização,
segundo uma fonte familiarizada com o negócio.
Para dar fôlego à
siderúrgica mineira, o grupo ítalo-argentino Temium, subsidiária
da Techint, que também faz parte do bloco de controle, é
a favor da utilização de parte do caixa da Mineração
Usiminas (Musa) e da operação de "stand still" (congelamento
de dívidas) para renegociar alongamento com os bancos. O Estado
apurou que a Musa poderá repassar cerca de R$ 500 milhões
para o caixa da siderúrgica, que corre riscos de entrar em recuperação
judicial.
Os dois sócios do
bloco de controle, que se desentendem desde setembro de 2014, estão
cientes da atual situação financeira do grupo e buscam saídas
para salvar a companhia.
Entre os maiores credores
estão os bancos JBIC (Japan Bank for International Cooperation),
BNDES, Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil. Os bancos condicionam
o alongamento das dívidas a um aporte dos acionistas. Entre 2016
e 2017, os débitos a serem pagos somam quase R$ 4 bilhões.
Só neste mês, vencem cerca de R$ 500 milhões.
Em nota, a Temium informou
que "as melhores alternativas de curto prazo para aliviar o endividamento
da companhia e proteger todos os acionistas e bancos nacionais são
a utilização imediata do recurso disponível na Mineração
Usiminas". Além disso, o grupo é a favor de uma negociação
para prolongar os vencimentos de curto prazo da Usiminas e de "um aporte
limitado de capital, a fim de evitar diluições desnecessárias."
A companhia informou que
mantém diálogo constante com os outros acionistas para chegar
a uma solução. "Tais premissas confirmam o compromisso da
Temium com o futuro da Usiminas", afirma a nota. O grupo, que está
fora da gestão da siderúrgica por causa das desavenças
com a Nippon, reiterou que é a favor de buscar uma solução
estratégica de longo prazo a Usiminas, a fim de garantir a sobrevivência
da empresa.
Balanço frágil.
Em 2015, a siderúrgica mineira encerrou com receita de R$ 10,2 bilhões,
queda de 13,25% sobre 2014. No período, o prejuízo líquido
ficou em R$ 3,6 bilhões e a dívida acumulada líquida
somou R$ 7,9 bilhões.
A empresa colocou ativos
à venda. O Credit Suisse tem o mandato para a venda da Usiminas
Mecânica, de bens de capital. Procurada, a Usiminas não retornou
o pedido de entrevista. A Nippon não comentou.
• Obrigações
R$ 7,9 bi
era o endividamento total
da siderúrgica mineira no fim de 2015; a dívida de curto
prazo da companhia soma cerca de R$ 4 bilhões, com vencimentos em
2016 e 2017 (Mônica Scaramuzzo - O Estado de S.Paulo)
Fundos:
Acionistas perto de acordo na Usiminas
A proposta de capitalização
da Usiminas, já encampada pelo grupo Nippon Steel, acionista da
siderúrgica mineira desde meados dos anos 50, e pela sócia
ítalo-argentina Ternium/Techint, caminha para um desfecho que poderá
resultar em injeção de dinheiro novo no caixa da empresa
mineira até julho. Os executivos da Nippon redobraram esforços
na última semana para negociar um aumento de capital de até
R$ 1 bilhão, cifra que o conglomerado japonês deixou claro
estar disposto a investir - se necessário, só do seu bolso
- na Usiminas, para afastar a necessidade de um pedido de recuperação
judicial a partir do mês que vem. O assunto será discutido
sexta-feira em reunião extraordinária do Conselho de Administração
da companhia.
A Ternium aceita capitalizar
a empresa como parte de uma conjunto de iniciativas de curto prazo para
aliviar o endividamento da companhia. Em nota enviada ontem ao Estado de
Minas, a acionista confirmou que concorda com a operação,
mas não menciona valores, observando, no entanto, tratar-se de "um
aporte limitado de capital, a fim de evitar diluições desnecessárias".
Fonte próxima a Nippon
Steel confirmou ontem ao EM que a empresa está disposta a aportar
até R$ 1 bilhão na siderúrgica mineira. "Estamos fazendo
todos os esforços para que a Ternium nos acompanhe no aumento de
capital, sem que isso signifique mudança no acordo de acionistas,
vigente até 2031", informou o grupo japonês. O consenso sobre
um plano de recuperação da siderúrgica vem esbarrando
no conflito de posições entre os acionistas que se arrasta
há cerca de dois anos.
Proposição
feita pela diretoria da Usiminas avalia em R$ 4 bilhões as medidas
para reerguer a siderúrgica. Fonte ligada à empresa ouvida
pelo EM afirmou que o aumento de capital proposto pela Nippon implica aporte
equivalente a 20% do capital, respeitando-se as regras da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) para que qualquer acionista detentor
de papéis preferenciais (PN) ou ordinários (ON) exerça
seus direitos na operação.
Ainda segundo a fonte, uma
vez acertado o aumento de capital, o dinheiro poderia ingressar no caixa
da empresa em cerca de 90 dias. A Usiminas terá, então, condições
de negociar a liberação de parcela entre R$ 600 milhões
e R$ 700 milhões do caixa da Mineração Usiminas, empresa
na qual tem como sócio a japonesa Sumitomo Corporation. Assim, o
reforço financeiro seria suficiente para a siderúrgica atravessar
os próximos dois anos. Ainda por meio da nota encaminhada ao EM,
a Ternium diz acreditar que as melhores alternativas de curto prazo são
a utilização imediata do recurso disponível na Mineração
Usiminas, uma negociação para prolongar os vencimentos de
curto prazo, além do aporte limitado de capital. "Tais premissas
confirmam o compromisso da Ternium com o futuro da Usiminas", diz a nota.
A operação
de capitalização permite ainda o refinanciamento da dívida
da Usiminas, de quase R$ 8 bilhões. Em rodada de conversas com os
principais bancos credores, a diretoria da siderúrgica teria obtido
o compromisso de que eles dariam tempo à empresa, sem forçar
uma situação de falência, mediante a capitalização
pelos sócios. Há débitos de curto prazo no valor de
R$ 1,920 bilhão, com vencimento em dezembro. Os principais credores
são Itaú, Santander, Bradesco, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) e o banco japonês de fomento JBIC (Japan
Bank for International Cooperation). (Marta Vieira - Estado
de Minas)
Fundos:
Sócios divergem sobre R$ 1 bi para Usiminas
Os acionistas da siderúrgica
mineira Usiminas, que enfrenta uma grave crise de solvência financeira,
discutem uma solução que prevê a injeção
de R$ 1 bilhão no caixa da empresa, uma das maiores fabricantes
de aço do país. O montante é cálculo apresentado
pela diretoria-executiva.
Mas a proposta tem visões
diferentes dos dois maiores sócios da empresa. Segundo informação
obtida pelo Valor, a Nippon Steel & Sumitomo defende um aumento de
capital dos acionistas da empresa no valor total do que necessita a siderúrgica
no curto prazo para sobreviver. Com a crise da economia do país,
da baixa demanda por aço local e o excesso de oferta global, sua
geração de caixa não deve ser muito diferente de 2015
- R$ 300 milhões.
Já o grupo ítalo-argentino
Ternium - Techint prefere um caminho alternativo, que mistura aumento de
capital - algo na faixa de R$ 500 milhões - com utilização
de caixa da mineradora Musa, empresa controlada da Usiminas, com valor
da mesma ordem, acompanhada de suspensão do pagamento de parte da
dívida da empresa durante seis meses.
Banco do Brasil, Itaú
e Bradesco mais JBIC e BNDES exigem aporte de capital de acionistas para
rolarem a dívida
A Usiminas tem dívidas
vencendo neste ano de R$ 1,9 bilhão. Ao todo, desde janeiro até
fim de 2018 são R$ 6 bilhões. Apenas neste mês, os
vencimentos eram de cerca de R$ 350 milhões e o caixa disponível
não passava de R$ 400 milhões, segundo fonte.
O grupo japonês, conforme
uma fonte, está disposto a subscrever o valor total da capitalização,
caso aprovada no conselho e se os demais acionistas não a acompanharem
na subscrição. A emissão de novas ações
deverá ser de papéis ordinários, que hoje representa
metade do capital da empresa, com diluição menor de acionistas
minoritários.
A reunião do colegiado
da empresa está marcada para a tarde do próximo dia 11, em
São Paulo. Pela manhã, o tema será discutido em reunião
prévia dos representantes de Nippon Steel e Ternium, que têm
direitos de veto, mais a Previdência Usiminas, também do bloco
de controle.
A proposta alternativa de
capitalização da Usiminas foi levada aos seus acionistas
no fim de semana, apurou o Valor. Seus termos vão ser negociados
até antes da reunião de sexta-feira. A proposta com aumento
de capital em torno da metade do que propõe o grupo japonês
também tem o argumento de minimizar a diluição dos
acionistas minoritários.
A utilização
do caixa do braço de mineração Musa, produtora de
minério de ferro na qual a Usiminas tem 70% do capital em associação
com a Sumitomo Corporation (30%), no entanto, depende de negociações
com a sócia. A avaliação é que pode durar um
longo tempo - tempo que a Usiminas não tem para esperar.
A mineradora tem R$ 1,3
bilhão que não foi aplicado devido à suspensão
de novos projetos de expansão (crise do setor de minério
de ferro no mundo). Segundo informação, a diretoria da Usiminas
já encaminhou pedido à Musa para liberar um montante, do
qual teria direito a R$ 500 milhões.
A terceira saída,
suspensão de pagamentos da dívida, enfrenta resistência
da diretoria-executiva e da Nippon. Alegam que vai destruir a credibilidade
da siderúrgica com seus credores e clientes.
Procurada, a Ternium informou
que está discutindo com os acionistas da Usiminas formas de injeção
de capital e alternativas que sejam uma solução para a crise
de curto prazo da empresa.
Conforme disseram fontes
ao Valor, a avaliação é que a situação
da Usiminas é de "caráter emergencial". A empresa tem alta
concentração de pagamentos de dívidas neste mês
e dispõe de pouco caixa. A Nippon Steel reforçou que a situação
da siderúrgica é de "caráter emergencial" e que requer
uma solução rápida, correndo risco de ficar insolvente
se nada for aprovado, podendo ter de recorrer a recuperação
judicial ou ser alvo de falência.
Os principais credores são
Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, JBIC (banco japonês)
e o BNDES. As instituições, que foram visitadas desde janeiro,
pedem contrapartida dos acionistas para rolarem a dívida da siderúrgica.
Chegaram a exigir aporte de capital em torno de R$ 4 bilhões
As negociações
com os bancos, em curso, preveem postergação dos pagamentos
do principal da dívida para 2019/2020 em diante, uma vez que a retração
da economia e a recuperação da demanda de aço não
tem perspectiva de reversão antes de 2018.
Na reunião do colegiado
na sexta-feira, os conselheiros deverão ser lembrados do seu "dever
fiduciário", que é o de zelar pelos interesses da companhia.
O conselho da Usiminas é formado por três membros do grupo
japonês, três da Ternium-Techint, dois minoritários,
um da Previdência Usiminas e um dos empregados.
Nippon Steel e Ternium-Terchint,
que firmaram um acordo de acionistas no início de 2012 que vigora
até 2031, se desentenderam há dois anos sobre a gestão
da empresa. A disputa, com afastamento de executivos ligados à ítalo-argentina
em setembro de 2014, foi parar na Justiça. Se conseguirem consenso
para uma solução de curto prazo, que mantenha a sobrevivência
da Usiminas, o passo seguinte será negociar o divórcio societário.
Não conseguem mais conviver na gestão da empresa.
No ano passado, a Usiminas
teve prejuízo de R$ 3,7 bilhões, com resultado operacional
(Ebitda) negativo no terceiro e no quarto trimestres. Hoje, tem cerca de
17 mil empregados diretos, operando apenas uma das usinas de aço
- Ipatinga (MG) e negócios de distribuição e bens
de capita. No fim de janeiro, desativou a produção na unidade
de Cubatão (SP). Manteve apenas a laminação de chapas
(com placas de aço de terceiros). Cortou 1,8 mil pessoas.
Desde maio, tomou medidas
mais drásticas devido à crise do setor de aço: paralisou
altos-fornos em Cubatão e Ipatinga. Quatro meses depois, fechou
uma das duas linhas de chapas grossas. (Ivo Ribeiro - Valor Online)
Órgãos,
Associações e Entidades do Segmento
SHIS QI 17 Conj. 02 Casa
03 – Lago Sul – Brasília/DF
CEP: 71.645-020 - Tel.
(61) 3322-0410
Encontros
Regionais Abrapp: Datas e cidades
A
série de Encontros Regionais figura com justificado destaque na
programação de eventos desenhada pela Abrapp a cada novo
ano e agora foram anunciadas as datas e as cidades em que irá acontecer
em 2016
A
programação começará em São Paulo (14/4),
seguindo-se Belo Horizonte (19/4), Rio de Janeiro (27/4), Brasília
(3/5), Curitiba (6/5) e Natal (8/6)
Eventos
sempre aguardados com muita expectativa, na medida em que deles as associadas
participam todos os anos de uma forma cada vez mais próxima e ativa,
os Encontros Regionais são uma oportunidade para expor e explicar
as questões que figuram com destaque na agenda atual. Oferecem também
a possibilidade de uma ampla prestação de contas e de se
construir o futuro de maneira compartilhada.
Como
quase sempre acontece, toda a série de Encontros Regionais constitui
uma oportunidade e tanto para ouvir de maneira muito próxima as
entidades, algo cada vez mais fundamental, na medida até que os
desafios crescem e a agenda de temas de nosso sistema torna-se mais complexa.
(Abrapp/AssPreviSite)
Leitura e cultura
da previdência
Livro:
Questões Jurídicas Contemporâneas
na
Previdência Complementar Fechada - Coletânea de Artigos
Autores:
Comissão Técnica Nacional de Assuntos Jurídicos da
Abrapp
Resumo
do Livro:
"O
CEJUPREV lança a presente obra, de autoria da Comissão Técnica
Nacional de Assuntos Jurídicos da Abrapp, que em seus 9 artigos,
propõe refletir acerca de temas atuais e instigantes, tais como,
a evolução do sistema por meio do seu marco regulatório,
inscrição automática, cobrança de PIS e COFINS
sobre os ingressos financeiros registrados pelas EFPC, conceito de empreendimento
imobiliário à luz dos normativos de investimentos, alinhamento
entre o risco atuarial e jurídico para realização
de provisões contingenciais, função da consultoria
jurídica nos processos decisórios sobre investimentos, papel
dos conselheiros - notadamente os membros suplentes - nas EFPC e a regulação
como instrumento do fomento da previdência complementar fechada.
Sem a pretensão de esgotar matéria tão extensa e complexa,
convidamos o(a) leitor(a) a apreciar este livro, esperando que este estudo
possa representar uma efetiva contribuição ao Poder Judiciário
e dos profissionais do sistema para a reflexão e o saudável
debate que os temas sugerem."
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Livro:
Reflexões sobre a Lei Complementar 109
Um
Enfoque para a Previdência Complementar Fechada
Autores:
Comissão Técnica Regional Centro-Norte de Assuntos Jurídicos
da Abrapp - Coordenador: Luiz Fernando Brum dos Santos
Resumo
do Livro:
“Inegavelmente,
a Lei Complementar nº 109 constitui-se num dos mais relevantes marcos
legais para o regime de previdência complementar, tendo propiciado
vários avanços, notadamente, para o segmento fechado. Assim,
prestes a completar quinze anos de vigência e após a regulamentação
dos seus principais pontos, o aprofundamento da análise daquele
diploma legal e a reflexão sobre os seus efeitos, com enfoque na
previdência complementar fechada, fazem-se oportunos. Com esse propósito,
a Comissão Técnica Regional Centro-Norte de Assuntos Jurídicos
da Abrapp, integrada por advogados com destacada atuação
nesse segmento que convivem, cotidianamente, com os inúmeros questionamentos
apresentados acerca da exata aplicação da referida norma,
vários deles judicializados, aceitou o desafio de produzir uma obra
técnica. A competência dos autores, a quem agradeço
pela dedicação ao projeto, resultou num trabalho de qualidade
que, certamente, não só enriquecerá os conhecimentos
dos leitores, mas poderá contribuir também, diante das propostas
de aprimoramentos apresentadas, para a evolução da previdência
complementar fechada no país.”
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Livro:
Fundos de Pensão - A Opção da Nova Previdência
Autor:
José Francisco de Souza
Resumo
do Livro:
“Há
uma quase unanimidade sobre os grandes desafios nascidos dos novos cenários
e paradigmas nas modernas estruturas sociais, em especial na Previdência
e Assistência Social, agravados pelo avanço científico-tecnológico
e consequentes incrementos nos perfis de longevidade humana. Acresce ainda
a intensa automação dos meios de produção,
instabilidade nas relações capital-trabalho e na demanda
por mão de obra, além da enorme carência de poupança
interna para investimentos de longo prazo. Para enfrentar e contornar essas
questões, dirimir e equacionar nossas grandes falhas e inconsistências,
Fundos de Pensão - A Opção da Nova Previdência
propõe um novo modelo de Seguridade Social a partir dos planos fechados
de previdência, geridos pelas Entidades Fechadas de Previdência
Privada (EFPP) - um dos mais importantes geradores de poupança interna
e de postos de trabalho, com excelentes condições para incrementar
os ganhos de produtividade e financiar o desenvolvimento autossustentável.
Os objetos da proposta buscam aprimorar e estender os benefícios
desses planos a todos os assalariados (privados e públicos), sendo
a opção mais qualificada para equacionar as questões
de nossas políticas públicas e viabilizar o novo modelo,
liberando o Estado para melhor atender às suas relevantes obrigações
institucionais de assegurar rendas sociais dignas e razoáveis a
todos os cidadãos carentes excluídos/afastados do mercado
laboral. As inovações socioeconômicas sugeridas, se
planejadas e executadas com seriedade e eficácia trarão,
ao longo do tempo, excelente padrão de prosperidade e bem-estar
a todos os cidadãos e ao país.”
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Defesa
das reformas
A
dificuldade de tirar do papel reformas estruturais para reequilibrar as
contas públicas impede a recuperação da economia brasileira,
avaliaram os economistas das duas principais instituições
financeiras privadas do Brasil. O economista-chefe do ITAÚ UNIBANCO,
Ilan Goldfajn, e o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco,
Octavio de Barros, apontaram que mudanças na Previdência Social
e a imposição de um teto para o crescimento das despesas
do governo são medidas essenciais para que o Brasil saia do atoleiro.
Para
Barros, mudanças ousadas precisam ser feitas no regime previdenciário.
Separar a previdência rural da urbana e tratá-la como uma
política assistencial é uma alternativa. "O país deve
ir além das políticas sociais. Os gastos precisam ser escrutinados
para serem mais eficientes", afirmou, durante o 10º Congresso de Meios
Eletrônicos de Pagamento organizado pela Associação
Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços
(Abecs). Nas contas de Barros, o deficit da Previdência chegará
a R$ 145,2 bilhões em 2017 e a R$ 155,1 bilhões em 2018.
O
economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, assinalou que "o Brasil
vai depender do que a gente quiser e fizer em termos de reformas e ajustes".
Para ele, o tempo que o país levará para recuperar o grau
de investimento concedido pelas agências de classificação
de risco dependerá da aprovação de mudanças
na economia. "Precisamos de coesão política para isso. Os
países que perderam a nota de crédito levaram em média
sete anos para voltar a ter grau de investimentos. O pior caso é
da Indonésia, precisou de 14 anos para se recuperar; o melhor é
o da Coreia do Sul, que voltou em dois. No Brasil isso dependerá
das reformas", disse.
O
repórter viajou a convite da Abecs. (ANTONIO TEMÓTEO
- Correio Braziliense)
Previdência
superavitária não precisa de idade mínima
A
Previdência Social brasileira não precisa de reforma nem de
idade mínima. É um sistema superavitário, com plenas
condições de garantir a seguridade social para dezenas de
milhões de cidadãos brasileiros.
Vamos
contestar duas grandes mentiras propagadas por quem defende reformar a
previdência e reduzir direitos dos trabalhadores: o déficit
previdenciário e a necessidade de se estabelecer idade mínima
para aposentadoria.
Seguridade
social é superavitária – Ao contrário do que afirmam
os defensores da reforma, a seguridade social brasileira é superavitária.
Em 2014, sobraram mais de R$ 30 milhões, conforme demonstram os
dados do Orçamento da União.
A
seguridade social é o sistema público de proteção
aos cidadãos brasileiros. É composta pelos benefícios
do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e de assistência
social, programas de transferência de renda como Bolsa Família,
seguro desemprego e serviços públicos de saúde – o
SUS, em parte custeado pela União. Estes serviços consumiram
R$ 632 bilhões do orçamento público federal em 2014.
Os
impostos vinculados à seguridade social são as contribuições
do trabalhador sobre os seus salários, do empregador sobre a folha
de pagamento ou sobre o faturamento, além dos outros tributos recolhidos
das empresas para financiá-la: Cofins, PIS/PASEP e a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A soma destes tributos foi
de R$ 665 bilhões em 2014.
Portanto,
a seguridade social é superavitária. Não há
necessidade de reformar a Previdência.
Idade
mínima é desnecessária – A segunda grande falácia
de quem defende a reforma da previdência é a dita necessidade
de exigir idade mínima para aposentadoria.
Segundo
dados do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, em
outubro de 2015 apenas 29,5% dos beneficiários estavam aposentados
por tempo de contribuição. Outros 53% haviam se aposentado
por idade (65 anos para o homem e 60 para a mulher) e 17,5%, por invalidez.
Na
prática, já existe idade mínima para a maioria que
se aposenta por idade por não terem completado o tempo integral
de contribuição, depois de permanecer boa parte da vida laboral
sem registro em carteira, fazendo bico, trabalhando por conta própria
na economia informal ou desempregado.
Dentre
os 29,5% que completam o tempo de contribuição exigido, a
idade de aposentadoria cresce espontaneamente. Desde a criação
do fator previdenciário em 1998, a idade média de aposentadoria
deste grupo aumentou. Entre as mulheres, passou de 50,2 anos em 1999 para
52 em 2012. Entre os homens, de 52,4 para 55 anos no mesmo período.
Não
faz sentido estabelecer idade mínima, se esta vem aumentando gradativamente
ao longo dos anos, inclusive por indução do fator previdenciário.
Fórmula
85/95 deve retardar aposentadoria – A Fórmula 85/95, criada em 2015,
deve retardar ainda mais as aposentadorias. Muitos segurados completarão
seu tempo de contribuição, mas aguardarão até
atingir a soma 85 ou 95, conforme se trate de mulher ou de homem, para
fugir da incidência do fato previdenciário e melhorar seu
benefício.
Com
base nestes fatores, defendemos que a reforma necessária e urgente
é melhorar a assistência à saúde e garantir
benefícios previdenciários mais dignos para milhões
de trabalhadores brasileiros. (Boletim - Anapar)
Anfip
debate Previdência em comissão do Senado
A
ANFIP participou nesta terça-feira (8) de mais uma reunião
na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, presidida
pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a fim de debater a reativação
da Frente Parlamentar e de Entidades em Defesa da Previdência Social
Pública. O relançamento da frente será em 27 de abril,
no auditório Petrônio Portela, do Senado, e as entidades definiram
detalhes hoje. Pela Associação, participaram os vice-presidentes
Floriano Martins de Sá Neto (Política de Classe) e Carlos
Alberto de Souza (Planejamento e Controle Orçamentário).
O
relançamento da frente foi uma sugestão da ANFIP, acatada
em reunião na CDH no dia 29 de fevereiro (lembre aqui). A intenção
é reunir senadores, deputados, representações dos
servidores públicos e dos trabalhadores em geral, entidades representativas
da sociedade organizada e centrais sindicais para discutir a fundo a Previdência
Social, especialmente neste momento em que o governo fala em uma desnecessária
reforma.
A
ANFIP vem defendendo enfaticamente que não há necessidade
de reforma nos moldes propostos pelo governo, já que o sistema de
Seguridade Social, que inclui Previdência, saúde e assistência
social, tem saldo positivo anualmente. O vice-presidente de Política
de Classe da Entidade pontuou ainda que renúncias fiscais bancadas
com o dinheiro da Seguridade Social chegam a R$ 70 bilhões na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016.
A
reunião na CDH contou também com representantes da OAB-DF,
da Cobap (confederação dos aposentados) e do Ibprev (Instituto
Brasiliense de Direito Previdenciário). As entidades preparam amplo
material informativo para combater a falácia do deficit da Previdência
e para promover um debate profundo sobre o fortalecimento do orçamento
da Seguridade Social. (Anfip)
INSS:
Perícia em até 15 dias
INSS
pode ser obrigado a fazer perícia médica em até 15
dias
O
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderá ser obrigado a
fazer perícias médicas no prazo de até 15 dias, a
partir da data do agendamento. A medida foi determinada em pedido liminar
na ação civil pública que o Ministério Público
Federal (MPF) no Rio de Janeiro moveu na Justiça Federal do Estado
contra o INSS no fim do ano passado, em razão da greve dos peritos.
As informações são da Agência Brasil.
A
subprocuradora da República, Darcy Vitobello, coordenadora do Grupo
de Trabalho Previdência e Assistência Social da Procuradoria
Federal dos Direitos do Cidadão, explicou que a greve só
agravou um problema de falta de peritos e “filas de espera enormes” que
chegam a 180 dias em alguns lugares do país.
Segundo
Vitobello, o Ministério Público está trabalhando com
várias hipóteses alternativas. Uma delas é que as
licenças para períodos curtos sejam dadas com base na licença
do médico assistente. “Afastamento de até 15 dias é
de responsabilidade da empresa, um dia a mais o trabalhador já tem
que fazer perícia. Isso não faz sentido, já que todo
mundo passa por médico assistente, do SUS ou particular”, explicou.
Para
a subprocuradora, duas questões precisam ser definidas: se pode
haver dispensa de perícia em alguns casos e, no caso de haver perícia,
se ela pode ser feita por outro médico que não o perito.
A
prorrogação automática do benefício, caso o
segurado não consiga fazer a perícia no prazo, também
é uma alternativa para Vitobello. Ela conta sobre um projeto-piloto
feito pelo INSS em Aracajú, onde a prorrogação da
perícia é feita com base no atestado do médico do
segurado. Para ela, entretanto, o trabalho do perito é indispensável,
pois ele pode verificar diferenças entre doença e incapacidade,
por exemplo. “O cidadão tende a achar que doença é
incapacidade. Mas se a pessoa tem um problema na coluna e atua em um setor
intelectual, às vezes não precisa deixar de trabalhar, diferente
de determinadas atividades, como motorista de ônibus, por exemplo”,
disse.
A
Defensoria Pública da União (DPU) também trabalha
por alternativas à perícia e para melhorar o atendimento
do INSS à população. Em ação na Justiça,
a DPU no Distrito Federal pediu que a concessão do benefício
em todo o país fosse feita com base em atestado médico, caso
a perícia não fosse feita em até 45 dias. Mas o juiz
federal no DF, entendendo que a ação do MPF no Rio de Janeiro
é mais ampla (obrigando a perícia em 15 dias), remeteu a
ação da DPU para lá.
Segundo
o defensor público federal, Eduardo Queiroz, desde 2013, o regime
de concessão automático e provisório de auxílio-doença
funciona no Rio Grande do Sul, em ação conquistada pela DPU.
“Na época, foi constatado problemas locais tendo em vista deficiências
da gerência. E se estabeleceu um serviço de concessão
administrativa que pode ser replicado pelo resto do país, em qualquer
lugar que se verifique essa deficiência, seja por motivos circunstanciais,
como foi a greve, ou não”, explicou.
O
INSS padronizou, então, o documento médico a ser apresentado
pelo segurado, para que não houvessem fraudes. Queiroz diz, entretanto,
que é preciso resguardar a boa-fé do cidadão e a lei
que trata do exercício da medicina, que diz que o médico
é um profissional habilitado para emitir certificados nesse sentido.
“A burocracia não pode vir à frente da prestação
constitucional. Somos feitos de refém, seja da luta salarial ou
da deficiência administrativa. A população não
pode ficar no meio disso”, argumentou o defensor.
Valorização
da carreira
A
subprocuradora Darcy Vitobello ressalta a importância do trabalho
do perito. “Queremos valorizar a carreira, que o perito faça a parte
que indispensável que ele faça, porque vai fazer melhor,
do que ficara assoberbado. Está todo mundo convencido que a saída
não é só fazer concurso e nomear mais peritos, a carreira
não é atrativa. Têm lugares sem peritos interessados,
por exemplo, ou, quando vão para lá, depois pedem exoneração”,
disse.
Greve
A
greve dos peritos do INSS começou em 4 de setembro e foi encerrada
parcialmente em 25 de janeiro, quando foi mantido o estado de greve, com
atendimento apenas àqueles que ainda não haviam se submetido
à perícia médica inicial. No dia 17 de fevereiro,
o movimento grevista se encerrou com o compromisso dos médicos em
fazer um esforço para, em seis meses, dar conta da demanda de atendimentos
reprimida.
O
INSS estimou que, com a paralização, mais de 1,3 milhão
de perícias deixaram de ser feitas PrevTotal)
MPTS:
Programa Mulher Trabalhadora
O
ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social) lança
na próxima sexta-feira (11) o Programa Mulher Trabalhadora. No evento
será apresentado um estudo, em parceria com o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), sobre o diagnóstico da mulher trabalhadora
brasileira.
Também
na sexta-feira, serão assinados dois termos de compromisso. A Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Empresa de Tecnologia
e Informações da Previdência Social (Dataprev) irão
formalizar a adesão ao Programa Pró Equidade de Gênero
e Raça do governo federal.
Serviço:
Lançamento
do programa Mulher Trabalhadora
Data:
11 de março (sexta-feira)
Horário:
9h
Local:
Auditório do Ministério do Trabalho e Previdência Social
(Esplanada dos Ministérios, Bloco F, térreo)
(AsCom-MTPS)
Simpósio:
Direito Previdenciário
O
XXIV Simpósio Brasileiro de Direito Previdenciário vai acontecer
nos dias 28 e 29 de abril, em Canela (RS), numa realização
do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário .
Inscrições
em www.ibdp.org.br . A Abrapp é apoiadora. (Diário
dos Fundos de Pensão)
Congresso
Aneprem em novembro
Profissionalismo
e Ética na Gestão dos RPPS será o tema do Congresso.
A
diretoria da Associação Nacional das Entidades de Previdência
de Estados e Municípios (Aneprem) esteve reunida em São Paulo,
no dia 19 de fevereiro, para discutir a preparação do 16º
Congresso da entidade, que acontecerá em Vitória (ES), entre
os dias 7 e 9 de novembro. Segundo o presidente da entidade, Herickson
Rangel, o tema do evento será “Profissionalismo e Ética na
Gestão dos RPPS”.
A
reunião ocorreu nas dependências da SPPrev e, de acordo com
Rangel, contou com a participação de cerca de 50 pessoas
incluindo diretores da entidade, dirigentes do sistema e patrocinadores.
Segundo ele, são esperadas cerca de 800 participantes para o evento
da entidade. Entre os patrocinadores já confirmados estão
o Banco do Brasil, Caixa, Riviera Investimentos, Foco DTVM, Privatiza e
ETA – Escritório Técnico de Assessoria Atuarial. Agência
Investidor Online)
Mercado e Economia
Nacional
Obtenha mais informações
pelo e-mail assprevisite2@terra.com.br
Cai
MP de juros sobre o capital
O
Senado impôs uma derrota ao governo, ao deixar de votar a Medida
Provisória 694, que trata de aumento de impostos incidentes em juros
sobre capital próprio de empresas. A MP perdeu a validade justamente
ontem. A medida era um dos pilares do ajuste fiscal e, ao caducar, causará
um prejuízo de R$ 3 bilhões ao governo na arrecadação
de tributos, segundo o relator da matéria, senador Romero Jucá
( PMDB- RR).
Em
uma queda de braço com o presidente da Câmara, deputado Eduardo
Cunha ( PMDB- RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB- AL),
disse que não seria lida nem votada a MP 694, porque a Casa não
pode sempre apreciar as MPs "em cima do laço", no último
dia de vigência. Renan afirmou que, como a matéria foi editada
em 2015, a presidente Dilma Rousseff poderá editar uma nova MP sobre
o tema. A MP 694 foi editada em 2015. (O Globo)
Turbulência
no dia a dia
Nada
mais natural, num momento de grave crise política e econômica,
que os debates girem em torno sobretudo de demandas urgentes e temas de
grande impacto, como a gestão do Orçamento e a política
monetária do país.
Tais
discussões, contudo, não abrangem todas as agruras que afligem
os agentes econômicos. Abaixo da superfície, acumulam-se problemas
no dia a dia das empresas, enquanto a agenda em favor da produtividade
parece ter submergido em meio à turbulência.
O
último esforço concentrado nessa direção remonta
ao início do primeiro mandato de Lula (PT), quando alguns avanços
pontuais se revelaram importantes para o crescimento que se seguiu.
A
criação do crédito consignado, por exemplo, propiciou
a redução dos juros e a expansão do volume de financiamento,
com impacto positivo no segmento de bens duráveis, como eletrodomésticos.
Outra
melhoria relevante deu-se na legislação de alienação
fiduciária, que suscitou maior segurança aos mercados e alavancou
os empréstimos para carros e imóveis.
De
lá para cá, entretanto, pouco se avançou. Houve, em
muitos casos, grande retrocesso. A partir de 2008, em particular, o governo
petista trilhou rumo mais intervencionista, com mudanças frequentes
de regras, redução de transparência e deterioração
na regulação em setores estratégicos, como energia
e infraestrutura.
Testemunho
da degradação é a piora persistente da posição
do país nas listas internacionais de competitividade. Segundo relatório
do Banco Mundial, o Brasil ocupa a 116ª posição em termos
de qualidade do ambiente de negócios.
Itens
cruciais para o bom funcionamento da economia ainda carecem de atenção.
Continua a ser difícil e custoso, por exemplo, enfrentar o problema
insolvência de empresas, que, no Brasil, toma em média quatro
anos –o dobro ou mais que o observado na maior parte dos países
desenvolvidos.
Pior
ainda, a recuperação de valores de empresas insolventes é
uma fração da obtida nos melhores casos, pois no Brasil não
se conseguem preservar adequadamente os ativos durante os procedimentos.
Isso
para nada dizer do cada vez mais impenetrável emaranhado regulatório,
que onera as empresas.
O
desenvolvimento é processo de longo prazo, ancorado em permanente
esforço de amadurecimento institucional. Verdade que essa disposição
edificadora não guarda regras fixas; depende da tradição
social e cultural de cada país.
O
esforço, contudo, precisa ser incessante, sob pena de decaimento,
como se vê hoje. É o trabalho do detalhe –no mais das vezes
ele não rende manchetes, mas é essencial para restaurar a
disposição ao investimento. (Folha de S.Paulo)
Fitch
vê desdobramentos 'bastante decepcionantes'
Os
desdobramentos na economia, na política e nas contas fiscais brasileiras
em 2016 têm sido decepcionantes até agora, afirmou ontem a
diretora para a América Latina da Fitch Ratings, Shelly Shetty,
que prevê mais um ano desafiador para o País.
Na
avaliação da nota soberana do Brasil em 2016, Shelly disse
que os três principais fatores que a agência de classificação
de risco vai levar em conta são o desempenho da economia, o cenário
político e a trajetória das contas fiscais. "Os desdobramentos
até agora não são nada positivos, são bastante
decepcionantes", afirmou Shelly em evento sobre o Brasil, organizado pela
Fitch em Nova York.
A
diretora ressaltou que na segunda-feira a agência rebaixou a previsão
de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016 para 3,5%. A
recuperação esperada em 2017 será mais lenta e gradual
do que o previsto, disse ela. A inflação deve cair, mas também
em ritmo mais lento do que o esperado.
Dívida
bruta No lado fiscal, a recessão mais forte que a prevista, aliada
aos altos juros básicos da economia, sinaliza que a dívida
bruta do País deve piorar em ritmo mais acelerado que o esperado
em dezembro, afirmou Shelly. Naquele mês a Fitch projetava dívida
equivalente a 75% do PIB este ano.
No
lado político, o cenário está ainda mais embaralhado.
"O
novo estágio da Lava Jato contribuiu para aumentar a incerteza no
País", disse a diretor da Fitch. Nesse cenário é difícil
esperar o avanço de qualquer reforma estrutural, disse ela.
"Para
fazer o PIB crescer de novo, é preciso estabilização
da situação política", afirmou Shelly ao ser questionada
por analistas sobre a piora da dívida do Brasil. "As distorções
domésticas têm sido altas." Shelly ressaltou que a situação
atual do Brasil não poderia ser mais diferente do que aquela vista
em 2008, quando a Fitch atribuiu o grau de investimento ao Brasil. Naquela
época o PIB crescia de forma vigorosa, havia superávit primário
e o governo conseguia agir de forma rápida e apropriada a desafios
de política econômica e choques externos. (Jornal do Commercio)
País
pode ter onda de rebaixamentos em 2016
As
empresas brasileiras passam por uma "tempestade perfeita" e uma onda de
novos rebaixamentos de ratings corporativos pode ocorrer ainda em 2016,
disse o diretor da Fitch Ratings, Mauro Storino,em evento realizado ontem
em Nova York.
Das
empresas brasileiras avaliadas pela Fitch, 53% têm perspectiva negativa,
ou seja, o rating tem mais chances de ser rebaixado do que mantido ou elevado.
Storino conta que, em 2014, para cada empresa com nota elevada, houve 2,8
rebaixamentos. Essa proporção subiu para 44 em 2015. Para
2016, a expectativa da Fitch é que chegue em dez vezes.
Storino
traçou um cenário pessimista para as companhias brasileiras
durante o evento, ao destacar que as companhias devem ter bastante dificuldade
para conseguir emitir bônus no exterior e até mesmo captar
no mercado doméstico. A solução seria recorrer aos
bancos para pedir empréstimos, mas as instituições
financeiras estão retraídas por causa da recessão
no Brasil e o temor de alta da inadimplência.
"Os
ratings das empresas brasileiras vão continuar refletindo baixos
volumes de vendas e vão seguir tendo impacto dos baixos preços
das commodities", disse o analista da Fitch. As empresas brasileiras terão
a estrutura de custos pressionadas pela inflação alta e os
juros elevados vão pressionar os fluxos de caixa.
Nesse
cenário, cresce a preocupação com a liquidez das companhias,
segundo Storino. "Não vemos as companhias sendo capazes de acessar
o mercado externo", afirmou. Mesmo no mercado doméstico, ele não
vê apetite neste momento por papéis corporativos de maior
risco.
A
solução para muitas empresas pode ser a venda de ativos,
movimento que vem se intensificando nos últimos meses. Mas até
mesmo para essa opção Storino mostra cautela. "Não
vemos muito espaço para isso", disse ele.
A
economia brasileira e a incerteza política oferecem desafios consideráveis
e, mesmo com as companhias mais baratas para os estrangeiros, por causa
da valorização do dólar, o apetite por aquisições
pode ser limitado. (Altamiro Silva Junior - O Estado de S.Paulo)
IIF
prevê queda de até 4,5% do PIB em 2016
O
Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores
bancos e instituições financeiras do mundo, voltou a piorar
as previsões para a recessão brasileira e agora espera contração
de 4% a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do País este ano.
Em
relatório divulgado em fevereiro, o IIF previa que a queda do PIB
brasileiro este ano poderia chegar até a 4%, mas o economista da
instituição para a América Latina, Ramón Aracena,
acaba de visitar o Brasil e não ficou muito animado com o quadro
que encontrou no País. Por isso, o economista, que fica baseado
em Washington, agora vê chances de um aprofundamento maior da recessão
deste ano, com a retração do PIB superando os 4%.
Com
isso, o período 2015/2016 pode marcar o pior desempenho do PIB desde
a depressão dos anos 30. "A incerteza é a única certeza
no Brasil", afirmou Aracena comentando sua visita ao País em relatório
divulgado ontem. Na passagem pelo País, o economista notou a escalada
da crise política e econômica, com as investigações
da operação Lava Jato ganhando ainda mais força e
a trajetória das contas fiscais em contínua demonstração
de fraqueza.
"A
crise política está aprofundando a recessão na medida
em que a confiança dos agentes entra em colapso", afirma o IIF.
Aracena destaca que o PIB de 2016 vai "carregar" parte importante da recessão
do ano passado, quando a economia encolheu 3,8%, além de refletir
a paralisia política do Brasil e a falta de sinais de que a atividade
econômica pode ter atingido o fundo do poço.
Protestos
O IIF avalia que os acontecimentos da semana passada, que culminaram com
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo levado a depor pela
Polícia Federal, podem fazer com que o impeachment de Dilma Rousseff
ocorra mais rápido.
Um
fator considerado decisivo neste momento são os protestos contra
o governo marcado para várias cidades brasileiras no próximo
dia 13.
Se
a participação popular surpreender nas manifestações,
Aracena avalia que pode haver pressão adicional para o Congresso,
e deputados e senadores que apoiam Dilma podem mudar de lado, aumentando
as chances de um processo de impeachment mais rápido. No momento,
o cenário de curto prazo no Brasil permanece imprevisível,
com Dilma podendo cair por um impeachment, por cassação da
chapa que a elegeu em 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral ou mesmo podendo
sobreviver no Planalto até 2018. Este último caso, porém,
"parece cada vez mais improvável", afirma Aracena. (Jornal do Commercio)
Governo
apressa ações para retomada do PIB
Objetivo
é mostrar que não há paralisia diante da crise política.
Para equipe econômica, é preciso ' normalizar crédito'
Em
um esforço para tentar descolar a agenda econômica das turbulências
políticas, o governo começou a semana com medidas de estímulo
ao crédito para infraestrutura e habitação. Segundo
integrantes da equipe econômica, elas já estavam no horizonte,
mas foram aceleradas para deixar claro que não haverá uma
paralisia nos esforços para recuperar o Produto Interno Bruto (
PIB), que recuou 3,8% em 2015. As novas ações fazem parte
de uma estratégia para normalizar a oferta de crédito no
país, depois da forte queda no ano passado. Segundo dados do Banco
Central ( BC), a retração nos financiamentos chegou a 13%
em termos reais.
-
Depois de um ano de queda, é preciso normalizar a oferta de crédito
- afirmou um interlocutor da área econômica.
Porém,
essa fonte ressaltou que nada disso representa a volta da política
do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, quando a economia foi
estimulada com subsídios aos bancos públicos e desonerações.
As medidas anunciadas não geram custos adicionais para o Tesouro
Nacional nem afetam as contas públicas, que devem registrar novo
rombo em 2016.
A
Caixa Econômica Federal, que vai aumentar a oferta de recursos para
financiamento imobiliário, e o BNDES, que vai direcionar mais linhas
de crédito para infraestrutura, estão usando recursos próprios
e não precisarão de ajuda adicional. Essas instituições
tiveram o caixa reforçado, no fim de 2015, pelo pagamento das "pedaladas
fiscais" ( atrasos nos repasses de recursos do Tesouro para bancos públicos
e o FGTS). Ao quitar esses valores, o governo federal injetou R$ 55,6 bilhões
no BNDES, no Banco do Brasil, na Caixa e no Fundo de Garantia.
NO
BB, CAUTELA AO REFORÇAR CRÉDITO
A
área econômica rebate as críticas de parte do mercado,
que acusa o governo de agir na ponta errada, pois está estimulando
o crédito num momento de recessão, em que não há
demanda. Os técnicos afirmam que existe apetite em alguns segmentos
e que essas ações são direcionadas a eles:
-
Existe uma clara indicação de que há demanda por crédito
habitacional, especialmente num momento em que o preço dos imóveis
está baixo. Também há demanda por capital de giro.
Na área de infraestrutura, ainda há pouca demanda, mas isso
é porque o governo ainda não apresentou muitos projetos.
Isso vai mudar. Os bancos estão voltando ao período pré-
crise. E como eles têm mais liquidez agora, devem usála para
cumprir seu papel. Tudo isso sem a ajuda do Tesouro para equalizar juros
- disse um interlocutor da equipe econômica.
O
Banco do Brasil já reforçou a oferta de crédito para
o setor agrícola. Em janeiro, o BB anunciou a liberação
de R$ 10 bilhões para custeio prévio de safra. Isso foi possível
por causa do pagamento das "pedaladas" e também graças a
uma mudança feita pelo Conselho Monetário Nacional ( CMN)
na exigibilidade da poupança rural.
Interlocutores
do BB, contudo, prometem postura cautelosa no reforço ao crédito.
A instituição, que liderou a queda dos juros para consumidores
em 2012, avalia que o cenário atual é totalmente diferente
do de quatro anos atrás, pois está cercado de instabilidade.
Assim, não há grande espaço para estimular o endividamento
de forma generalizada.
Na
avaliação do professor do Ibmec César Frade, mudar
as regras do financiamento habitacional resolve um problema pontual da
construção civil. Ele lembra que, sem crédito, as
famílias não conseguem comprar a casa própria, o preço
dos imóveis cai, as construtoras entram em colapso, e aumenta o
desemprego numa parcela de trabalhadores de renda mais baixa. Se nada fosse
feito, essa espiral recessiva continuaria.
-
A Caixa quer dar uma invertida. Está tentando injetar demanda, mas
será que vai conseguir? - pergunta- se o professor.
Para
o economista- chefe da Canepa Asset, Alexandre Póvoa, a presidente
Dilma deve ter cuidado com a execução da agenda positiva
para que ela não tenha um efeito bumerangue. Segundo Póvoa,
a falta de dinheiro para emprestar não é a questão
central da economia neste momento:
-
O problema da economia não é de oferta de crédito,
mas de confiança. As pessoas físicas e jurídicas não
vão querer se endividar.
PRESSÃO
DO PT POR VELHAS PROPOSTAS
O
aumento das pressões do PT sobre o governo Dilma para a retomada
de velhas propostas para reativar a economia preocupa técnicos da
equipe econômica. Com o acirramento da crise política e a
nova fase da Operação Lava- Jato - que arrastou o expresidente
Luiz Inácio Lula da Silva para o maior escândalo de corrupção
do país -, a expectativa é uma avalanche de pedidos de crédito
subsidiado de bancos públicos, uso das reservas internacionais,
juros mais baixos e medidas de proteção ao emprego. Na equipe
econômica, a preocupação é não perder
a credibilidade e evitar a tímida reação da confiança
de consumidores e empresários. (MARTHA BECK e GABRIELA
VALENTE - O Globo)
Inflação
surpreende ao cair quase pela metade
A
inflação pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade
Interna (IGPDI) avançou menos no último mês, a reboque
dos recuos dos preços no atacado e ao consumidor. A taxa caiu quase
pela metade em relação ao mês anterior, surpreendendo
até os mais otimistas analistas do mercado financeiro. A alta saiu
de 1,53% em janeiro para 0,79% em fevereiro.
A
soja mais barata ajudou a desacelerar os preços no atacado, enquanto
os consumidores pagaram menos por energia elétrica e alguns alimentos,
como tomate, batata e carne moída, informou a Fundação
Getulio Vargas (FGV). O freio pode continuar ao longo do mês de março
e reduzir ainda mais a taxa de inflação em relação
a fevereiro, segundo Salomão Quadros, superintendente adjunto de
Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
"O
IGP ainda tem algum espaço para desaceleração, então
a gente pode esperar para março uma taxa menor do que essa de fevereiro",
afirmou Quadros.
O
economista refere-se a um possível arrefecimento no Índice
de Preços ao Produtor Amplo (IPA), como resultado de uma boa safra
para as commodities agrícolas, como o milho. Passado o período
de turbulências climáticas, os produtos alimentícios
também devem pesar menos no bolso das famílias, ajudando
a conter o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
"A
alta do grupo Alimentação veio menor em fevereiro do que
em janeiro (1,07% em fevereiro ante 2,25% em janeiro), mas ainda está
acima de 1%. Então tem espaço para reduzir também",
disse Quadros.
Em
fevereiro, a queda nos preços do petróleo e da soja ajudou
a reduzir a inflação no atacado.
Já
os preços ao consumidor recuaram devido à redução
na tarifa de energia elétrica, ao fim do choque de oferta das hortaliças
e legumes e aos aumentos menores nos ônibus urbanos e nos gastos
com educação.
IPC-S
A
FGV também anunciou ontem que a iinflação medida pelo
Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou
para 0,68% na primeira leitura de março, após 0,76% no fechamento
de fevereiro. O resultado também ficou menor que a taxa de 1,8%
apurada na primeira medição do mês passado.
As
taxas de três conjuntos de preços avançaram na passagem
do fim de fevereiro para a o começo de março. O grupo Alimentação
mostrou ligeira alta de 1,08%, na comparação com 1,07%, devido
especialmente ao encarecimento das frutas (4,95% para 5,82%).
A
classe de Despesas Diversas também acelerou o ritmo de elevação,
de 1,58% para 1,8% na primeira quadrissemana de março - últimos
30 dias terminados na segunda-feira. A alta, conforme a FGV, reflete o
reajuste nos preços de cigarros recentemente em algumas capitais
do País. Com isso, o item cigarros saiu de uma variação
de 3,28% para 3,73% na primeira medição deste mês.
Já o grupo Comunicação (de 0,83% para 1,01%) avançou
impulsionado pelo encarecimento na tarifa de telefone móvel (1,14%
para 1,81%).
Já
os demais grupos componentes do IPC-S registraram altas menos expressivas
em relação ao fim de fevereiro. O conjunto de preços
de Habitação arrefeceu a 0,19%, após 0,39%, com destaque
para a deflação de 0,23% apurada em condomínio residencial,
ante taxa positiva de 0,35%.
A
taxa do grupo Vestuário ficou praticamente inalterada, ficando perto
da estabilidade, em 0,03% na primeira quadrissemana de março (de
0,04%), com destaque para o comportamento dos preços de calçados
(de 0,49% para 0,06%). Já a variação de Saúde
e Cuidados Pessoais continuou em 0,69%.
Neste
grupo, a FGV ressalta o avanço na taxa de perfume (de 1,09% para
1,37%).
O
grupo Educação, Leitura e Recreação (de 0,44%
para 0,33%), conforme a FGV, refletiu a queda em passagem aérea,
de 4,66%, após aumento de 1,75% no fechamento de fevereiro.
No
caso de Transportes, cuja taxa desacelerou para 0,88% na primeira quadrissemana
de março (ante 1,13%), a FGV ressalta o fim do impacto dos reajustes
nas tarifas de transporte urbano, que subiram em janeiro. O item tarifa
de ônibus urbano arrefeceu para menos da metade da alta de 1,5% vista
no fim do mês passado, atingindo 0,66%. (Jornal do Commercio)
Impacto
da inflação
O
IBGE divulga hoje a taxa de inflação de fevereiro, que deve
ser menor que a de janeiro, mas ainda continuará na casa de 10%
em 12 meses. A grande dificuldade do Banco Central em conter a escalada
dos preços é que o país enfrenta uma inflação
de custos, provocada por aumento de tarifas, impostos e pela alta do dólar.
A indexação continua forte, com negociações
trabalhistas olhando para a inflação passada.
A
indústria de plásticos mostra como esses aumentos de preços
estão tendo impacto direto na economia real. Segundo a Abiplast,
associação que representa o setor, os gastos com energia
elétrica aumentaram 46% em um ano, enquanto as despesas com mão
de obra subiram 15% e os insumos, 12%. Com gastos mais altos e redução
de encomendas, o resultado foi o fechamento de cerca de 30 mil postos de
trabalho no período. A produção ficou 15% menor em
janeiro sobre o mesmo mês de 2015. (Alvaro Gribel - O
Globo)
Economia Global
Indicador
da China derruba bolsas globais
Os
dados mais fracos que o esperado da balança comercial da China em
fevereiro, com forte declínio no ritmo de exportações,
renovaram as preocupações em torno do crescimento da economia
global e reacenderam o sentimento de aversão ao risco.
A
demanda por segurança proporcionou forte impulso ao iene e derrubou
os juros de uma emissão de bônus de 30 anos do Japão
para o nível recorde de -0,99%, uma queda de 4 pontos-base, no fim
da sessão na Ásia. Isso tornou os Treasuries ainda mais atraentes
aos investidores estrangeiros, o que pressionou os "yields" (taxa de retorno).
No fim da tarde em Nova York, a taxa das T-notes de dez anos estava em
1,832%, de 1,902% no fechamento de segunda-feira.
Em
Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,64% e fechou com 16.964,10
pontos, pressionado pelas blue chips Caterpillar (-4,07%), Goldman Sachs
(-2,41%) e ExxonMobil (-2,17%). O Nasdaq Composite registrou uma queda
de 1,26%.
O
S&P 500 recuou 1,12%, para 1.979,26 pontos. O setor de energia liderou
as perdas, com uma queda de 4,08%. O setor de matérias primas recuou
1,96%, e o financeiro caiu 1,66%.
Na
Europa, o índice Stoxx 600 fechou em baixa de 1,01%. O setor de
recursos básico liderou as perdas, com uma queda de 9,30%, enquanto
o setor de petróleo e gás caiu 2,47%. Em Londres, o FTSE
100 recuou 0,92%. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,88%, enquanto em Paris, o
CAC 40 fechou em queda de 0,86%.
O
setor de commodities foi fortemente atingido pelas notícias econômicas
da China, uma vez que o país é grande consumidor matérias
primas (Valor Online)
Mercado Financeiro
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Estrangeiro
dá fôlego à Bovespa
A
recente forte alta da Bovespa teve no apetite dos investidores estrangeiros
um importante impulsionador. Dados divulgados pela bolsa revelam que a
participação dos estrangeiros no pregão neste início
de mês tem sido bastante intensa. O saldo médio diário
das operações com capital externo - a diferença entre
compras e vendas - ficou positivo em R$ 1,2 bilhão nos primeiros
quatro pregões de março. Em fevereiro, por exemplo, esse
saldo médio diário foi de R$ 122 milhões. Em março
de 2015, ficou em R$ 173 milhões.
Apesar
do volume expressivo, o perfil desses recursos externos pode ser especulativo,
ou seja, um dinheiro que ingressa no país para aproveitar oportunidades,
mas logo vai embora. "Os fundamentos econômicos ainda continuam ruins
e não há motivos suficientes para que o capital estrangeiro
possa ser de longo prazo, mas sempre é difícil concluir que
é apenas especulação", diz Christian Laubenheimer,
da Platinum Investimentos, grupo de agentes autônomos.
A
BM&FBovespa divulga dados sobre o volume de recursos estrangeiros com
defasagem de dois dias úteis. Os indicadores de ontem ainda não
são conhecidos, mas, segundo profissionais do mercado, havia sinais
de que os investidores estrangeiros continuavam colocando dinheiro na bolsa.
Na semana passada, o índice Ibovespa acumulou valorização
de 18%.
Em
meio à realização dos lucros acumulados nos últimos
dias, o Ibovespa teve uma leve queda de 0,25% no pregão de ontem,
para 49.121 pontos. A queda poderia ter sido mais intensa se não
houvesse um ingresso constante de recursos, dizem analistas. O giro financeiro
da bolsa de valores ficou em R$ 9,8 bilhões. "A dúvida é
saber se haverá fluxo suficiente para manter esse movimento de alta
por mais tempo", disse Álvaro Bandeira, economista da Modalmais.
O
cenário político continua sendo o foco de atenção
dos mercados financeiros. As manifestações previstas para
o próximo domingo, dia 13, devem manter a tendência de alta
para a bolsa de valores ou reverter a sequência positiva. A avaliação
de profissionais do mercado é que se houver uma participação
relevante de populares, o Congresso pode acelerar as discussões
do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"O
mercado já colocou nos preços a ruptura do governo por meio
da Câmara dos Deputados, mas se a saída da presidente ocorrer
por meio do TSE pode haver um novo ajuste de preços", diz Eduardo
Velho, economista-chefe da INVX Global Partners. O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) deve julgar a impugnação do mandato da presidente Dilma
Rousseff por suposto abuso de poder político e econômico.
Os
papéis com as maiores quedas ontem foram aqueles ligados às
empresas de commodities. Depois que o preço do minério de
ferro atingiu valorização de 46% no mercado chinês,
desde o início do ano, os analistas econômicos começaram
a questionar se essa alta seria sustentável. As ações
ordinárias da CSN caíram 13,6%, Vale PNA teve baixa de 12%
e Vale ON caiu 14,5%, a maior queda do dia.
Na
ponta oposta, as ações que mais subiram foram as do setor
bancário. O investidor tem apostado que uma ruptura do governo pode
acabar por favorecer as empresas estatais. Os papéis do Banco do
Brasil ON tiveram alta de 10,89% e lideraram os ganhos do dia. As ações
da BB Seguridade ON ganharam 5,19%. (Chrystiane Silva - Valor Online)
Cenário
do país: Dólar reage com nova mínima no ano
Os
mercados locais de câmbio e juros mais uma vez destoaram do movimento
no exterior, influenciados por notícias no cenário político
doméstico.
O
avanço das investigações da Operação
Lava-Jato tem intensificado as apostas no impeachment da presidente Dilma
Rousseff e sustentado o rali do real e a queda dos juros futuros de longo
prazo.
Ontem,
o dólar renovou a mínima no ano, encerrando em queda de 1,46%
a R$ 3,7364, menor patamar desde 24 de novembro de 2015, com o real apresentando
a segunda melhor performance, atrás do iene.
As
apostas no impeachment da presidente Dilma têm levado a uma forte
queda das taxas de juros mais longas. Mas alguns analistas já começam
a ver certo exagero nesse movimento.
Ontem,
a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro
de 2021 recuou de 14,89% para 14,64%. "Esse movimento me parece exagerado
demais. Temos ainda muitas incertezas tanto no cenário interno quanto
no externo", diz Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.
Segundo
analistas, esse movimento de queda das taxas de juros longas tem sido liderado
por investidores locais, que têm ajustado suas posições
em função das mudanças no cenário político.
Isso
também se refletiu nos títulos públicos, com aumento
da demanda de tesouraria de bancos locais por Notas do Tesouro Nacional
- série B (NTN-B) com prazos mais longos, cujas taxas recuaram para
abaixo de 7%.
A
aproximação das investigações da Operação
Lava-Jato de pessoas próximas do governo, especialmente após
a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para depor, tem sustentado um rali dos ativos locais, diante
da possibilidade de mudança da política econômica.
A
notícia sobre a condenação de Marcelo Odebrecht a
mais de 19 anos de prisão ontem aumentou as especulações
sobre a possibilidade de o empresário fechar um acordo de delação
premiada e contribuiu para a queda do dólar no mercado local.
O
movimento também foi sustentado pelas atuações do
Banco Central e pela redução das posições compradas
em dólar, tanto de locais quanto de estrangeiros.
A
posição dos investidores estrangeiros comprada na moeda americana,
em contratos futuros de dólar e cupom cambial, recuou para US$ 17,566
bilhões no dia 7 de março, ante US$ 20,642 bilhões
registrado em 29 de fevereiro.
A
manutenção da rolagem dos contratos de swap cambial que estão
vencendo e o anúncio de um leilão de linha de dólar
com compromisso de recompra para hoje ajudaram a trazer um alívio
para os investidores, que estavam receosos sobre a continuidade das intervenções
no mercado de câmbio, depois de a autoridade monetária ter
realizado a rolagem parcial dos contratos de swap no leilão da última
sexta-feira.
Ontem,
o BC renovou todos os 9.600 contratos de swap ofertados no leilão,
que venceriam em abril. A autoridade monetária ainda anunciou que
ofertará hoje US$ 2 bilhões por meio de leilão de
linha de dólar. O BC não fazia uma nova venda de dólares
por meio de leilão de linha desde 22 de dezembro de 2015, quando
ofertou US$ 500 milhões.
Apesar
da queda do dólar, o fluxo cambial mostra saída de recursos
e estava negativo em US$ 6,045 bilhões no ano até 26 de fevereiro.
(José de Castro e Silvia Rosa - Valor Online)