AssPreviSite
Para
ver e ser visto!!! Este informativo é um ótimo
canal
para estar no segmento todos os dias junto a mais de 6.000 leitorres.
Reforma da
Previdência
Eleito estuda plano Arminio-Tafner
para Previdência
Texto prevê instituição
de idade mínima, uma transição mais veloz do que a
sugerida pelo projeto Temer e um regime de capitalização
Em meio às discussões
sobre qual modelo de reforma da Previdência levará adiante
em seu governo, a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) terá
à sua disposição uma proposta mais ampla de mudanças
nas regras de aposentadoria e pensão no Brasil, formulada pelo grupo
coordenado pelos economistas Armínio Fraga, ex-presidente do Banco
Central, e Paulo Tafner, especialista em Previdência.
O texto já foi entregue
ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe no dia seguinte
à eleição de Bolsonaro. O time do presidente eleito
ainda não decidiu se vai apoiar o avanço da reforma ainda
este ano, mas a primeira sinalização de Guedes após
a eleição foi a de que a mudança na Previdência
é a prioridade da agenda econômica do novo governo.
O texto prevê a instituição
de uma idade mínima, uma regra de transição mais veloz
do que a sugerida pelo atual presidente Michel Temer e a instituição
paulatina de um regime de capitalização (pelo qual o trabalhador
contribui para uma conta individual) sem um custo tão expressivo
no momento da transição.
Esses pontos convergem com
o discurso de Guedes, que já vinha defendendo a necessidade não
só de promover mudanças “paramétricas” (isto é,
nas regras de concessão do benefício), mas também
de instituir um regime de capitalização para garantir a sustentabilidade
das contas da Previdência no longo prazo. As discussões avançaram
ao longo dessa semana.
A proposta de Armínio
e Tafner deve proporcionar uma economia de R$ 1,27 trilhão em uma
década, um ganho fiscal superior aos R$ 802,3 bilhões que
seriam poupados com a reforma original de Temer (reduzidos a pouco mais
da metade após o Congresso Nacional pressionar e desidratar o texto).
Em entrevista ao Estadão/Broadcast,
Armínio Fraga diz que já houve conversas com a equipe de
Bolsonaro, mas o ex-presidente do BC no governo FHC prefere não
dar detalhes. “A reforma que o governo Temer apresentou tinha bastante
impacto e depois foi meio aguada”, afirma. Ele diz que tem convicção
de que é preciso uma reforma que gere um ganho maior, de mais ou
menos R$ 120 bilhões por ano, capaz de ter um forte impacto nas
expectativas.
“É um problema sim,
e aprovar o que lá está é bom. Mas não resolve.
Não chega nem perto de resolver”, diz. Se for aprovada proposta
de Temer, seria preciso já no ano que vem fazer mais. “Como chegar
lá é questão tática”, afirma. Segundo ele,
existem várias possibilidades de incrementar a proposta que já
está no Congresso. “Um seria uma coisa mais radical e outra seria
fazer adaptações”, diz.
A ideia geral da proposta
Armínio-Tafner é fixar idades mínimas iniciais (de
53 anos para mulheres e 55 anos para homens, no caso dos trabalhadores
da iniciativa privada), que aumentariam com o passar do tempo até
atingir a idade mínima final de aposentadoria, de 65 anos sem diferenciação
por gênero. A transição proposta pelo grupo seria mais
rápida do que a proposta atual. Há regras específicas
para professores, policiais e servidores públicos.
Os militares, que passaram
ilesos na reforma de Temer, também seriam atingidos pela proposta
de Armínio e Tafner. A ideia é que eles não tenham
de cumprir uma idade mínima de aposentadoria, mas passem a receber
um benefício proporcional ao tempo de serviço. Na prática,
quem migrar para a reserva muito cedo deixará de receber uma parte
do valor que ganha na ativa.
Também fica assegurado
um benefício universal, que será pago a todos os brasileiros
que tiverem 65 anos ou mais, mesmo que nunca tenham contribuído
para o INSS, mas que seria correspondente a 70% do salário mínimo
em 2020. Armínio diz que Tafner foi muito criativo e calculou o
índice Gini da Previdência. Nos cálculos da economista,
o indicador cairia mais de 16% nos anos de 2016 e 2017 caso a proposta
já estivesse em vigor, o que demonstra que as medidas sugeridas
têm potencial de reduzir a desigualdade de renda no País.
“Mas tem um outro lado que
é mais negativo e que é preciso ter em mente, que é
a trajetória de gastos da Previdência e a trajetória
maior das contas públicas, que é totalmente insustentável”,
alerta. Ele diz que vê com apreensão a resistência dos
políticos em aprovar uma reforma. “É uma questão de
liderança. Isso é o papel de um governo eleito debater a
ideia e mostrar com clareza que nós estamos num caminho suicida”,
afirma.
Nova Previdência
A proposta Armínio-Tafner
também prevê a implementação gradual de um regime
de capitalização, que prevê a contribuição
para contas individuais, apenas para trabalhadores nascidos a partir de
2014 (que ingressarão no mercado de trabalho a partir de 2030).
Ao contrário do modelo do Chile, que adotou a capitalização
em substituição a um regime solidário como existe
no Brasil (pelo qual as contribuições dos trabalhadores bancam
os benefícios dos aposentados), a ideia dos economistas é
que os dois sistemas convivam ao mesmo tempo.
Na prática, a lógica
da capitalização se aplicará apenas para trabalhadores
que contribuírem para a Previdência sobre valores maiores,
próximos ao teto do INSS. Com isso e com o gradualismo da mudança,
o governo evitará uma perda expressiva de receitas que existiria
caso o Brasil adotasse um sistema de capitalização puro como
fez o Chile. Nos cálculos do grupo, o governo deixaria de arrecadar
apenas R$ 9 bilhões na primeira década do sistema, a partir
de 2030, dinheiro que migraria para as contas individuais.
A proposta Armínio-Tafner
foi construída ao longo de meses por um grupo formado também
pelos economistas Leonardo Rolim, Marcelo Pessoa, Miguel Foguel, Pedro
Nery, Sergio Guimarães e Rogério Nagamini. (diana
Tomazelli e Adriana Fernandes - Agência Estado)
Abrapp:
Pesquisa Salarial 2019
Confira prazo de inscrição
e cronograma
Acessível a todas
as associadas da Abrapp, o prazo de inscrição para a Pesquisa
Salarial das Entidades Fechadas de Previdência Complementar 2019
termina no próximo dia 9 de novembro. É importante lembrar
que o único requisito para o acesso aos resultados da pesquisa é
justamente a participação e o envio dos dados sobre remuneração
dos profissionais da entidade, não havendo qualquer restrição
quanto ao número de colaboradores – associadas com até 5
colaboradores podem participar – e nem forma de contratação
– se funcionário próprio ou cedido.
A pesquisa é uma
fonte de dados de remuneração exclusiva sobre o setor de
previdência fechada. Sob coordenação do Comitê
de Recursos Humanos da Abrapp, o trabalho é desenvolvido pela consultoria
global Korn Ferry. As informações divulgadas trazem um descritivo
sumário das atividades dos cargos; e os resultados, em bases mensais
e medidas estatísticas, das seguintes linhas de remuneração:
salário básico (nominal), adicionais recebidos mensalmente,
incentivos de curto prazo (bônus, PR) e pacote de benefícios
quantificado.
São fornecidos resultados
individuais comparativos da entidade com o setor em geral, com segmentos
específicos, de acordo com a política de remuneração
de cada entidade. A pesquisa apresenta ainda diversos comparativos, tais
como, salário base médio por nível hierárquico
e porte da entidade, análise do mix de remuneração,
estrutura salarial formal, sistema de avaliação de cargos,
critérios de reajustes, entre outros. A Pesquisa traçará
ainda, um panorama acerca da remuneração dos Conselhos.
Cronograma - O 1º passo
para participar da pesquisa é a adesão, que deve ser enviada
por email, acompanhada de termo de adesão, organograma, listas de
cargos e descrições sumárias de cargos (caso tenha).
O 2º passo é a coleta de dados que a entidade deverá
enviar através de uma planilha excel, que será enviada pela
Korn Ferry, assim que confirmada a participação.
A coleta de dados vai até
antes do início do 3º passo, quando serão realizados
workshops que nesta edição serão realizados em formato
online entre os meses de janeiro a março para orientar os participantes
sobre a metodologia, preenchimento e uso da pesquisa (clique aqui para
mais informações). O 4º passo ocorre no momento da tabulação
dos resultados, em março e abril, a consultoria solicitará
às entidades que escolham até 4 mercados. A seleção
pode ter como critério regional, patrimônio, número
de participantes, entre outros.
A entrega dos resultados
em formato digital configura o 5º passo, que será realizada
na 14ª edição do Encontro Nacional dos Profissionais
de Recursos Humanos, em junho de 2019. Para esta edição,
as entidades participantes também poderão contar com um gerenciamento
de painéis mais flexível, permitindo uma análise ampla,
de acordo com os objetivos de cada entidade. O 6º e último
passo é a capacitação dos representantes do RH, com
o objetivo de alinhar conceitos para a melhor utilização
da pesquisa e fornecer apoio na definição dos mercados selecionados.
Importância - Ter
um referencial de remuneração e políticas de cargos
e salários é necessidade básica de qualquer organização.
Em universo tão único e heterogêneo, como o do mercado
de previdência complementar fechado, é essencial a obtenção
de dados do próprio setor, pois as informações de
outros segmentos são de difícil comparabilidade. A profissionalização
do sistema é uma realidade e, nesse sentido é cada vez mais
importante que a Política de Remuneração esteja alinhada
e seja suporte a este processo.
Para mais informações
utilize o link
http://sistemas.abrapp.org.br/apoio/pesquisa2019/default.htm
(Acontece-31.10)
Previ:
Entidade ouve participantes
Fundação realiza
levantamento para medir a satisfação e avaliar a percepção
de imagem junto aos associados.
A Previ, por meio do Ibope,
irá contatar associados durante o mês de novembro para coletar
dados quanto à satisfação e à opinião
sobre a Previ. As entrevistas serão realizadas por telefone com
participantes de todo o País.
O convite para participação
será feito pelo Ibope e os entrevistadores não estão
autorizados a solicitar nenhum tipo de dado pessoal ou senhas. A identidade
dos entrevistados não será revelada nos resultados do levantamento.
Se você receber o
contato do instituto, participe da pesquisa. Sua participação
é importante para que a Previ siga aprimorando seus produtos e serviços
(Previ/AssPreviSite)
Funcef:
Conheça o e-OUV da Fundaçlão
Em vídeo, Lore Ribeiro
convida o participante a conhecer o sistema
A Ouvidora da FUNCEF, Lore
Manica Ribeiro, convida, no vídeo abaixo, para conhecer o e-OUV,
sistema utilizado pela Fundação para receber as demandas
recursais dos participantes. “A Ouvidoria quer contar com a sua participação,
suas contribuições no dia a dia. A plataforma é amigável
e permite que você trabalhe de modo lúdico. A gente dá
transparência e segurança ao que vocês desejam fazer”,
diz Lore Ribeiro.
Assista ao vídeo
atvaés do
https://youtu.be/YqrAaavhV-U
(Funcef/AssPreviSite)
Fundação
Elos: Palestra de educação financeira familiar na Eletrosul
Com o tema ‘Como falar sobre
dinheiro com as crianças’
Colaboradores da Eletrosul
participaram no dia 30 de outubro de uma palestra de educação
financeira e previdenciária promovida pela ELOS no auditório
da Sede, em Florianópolis/SC. O evento que reuniu 65 participantes
teve como tema “Como falar sobre dinheiro com as crianças” e contou
com apresentações do Profº. Francisco Baima e do terapeuta
financeiro Gilmar Muller.
O professor Baima, que leciona
na UDESC, faz parte do projeto ESAG Kids e é vice-presidente da
Associação dos Aposentados e Pensionistas da Eletrosul (AAPE),
foi o primeiro a conversar com os participantes. Ele trouxe importantes
exemplos sobre o desenvolvimento infantil e o quanto é importante
que as crianças aprendam desde cedo noções de educação
financeira.
Além de mostrar situações
do cotidiano onde os pequenos devem ser inseridos, como as compras no supermercado,
o profº. Baima também apresentou ressaltou o consumo consciente.
Gilmar Muller, que é
educador e terapeuta financeiro, além de membro da Associação
Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), começou sua fala
reforçando o que o professor Baima disse no começo do evento
– para ensinar as crianças, é fundamental que primeiro os
pais aprendam sobre educação financeira.
Muller trouxe dados interessantes
sobre as consequências da falta de conhecimento sobre finanças,
como por exemplo: a metade das pessoas que se aposentam precisam de ajuda
financeira da família para conseguir se sustentar. O educador apresentou
um modelo de diagnóstico financeiro para a família e mostrou
os diversos tipos mesada e seus objetivos na educação financeira
das crianças.
Durante a sua palestra,
ele também aplicou um teste sobre o perfil financeiro dos participantes
e destacou que as crianças, assim como os adultos, precisam ter
objetivos e sonhos que impulsionem o hábito de poupar.
Todos que participarem da
palestra ganharam um livro da coleção Dinheiro sem Segredo,
da editora DSOP, e um brinde infantil do programa de educação
financeira e previdenciária da ELOS - A Escolha Certa. (Fundação
Elos/AssPreviSite)
Fusan
conquista prêmio de qualidade ambiental
A Fusan foi contemplada
com o Prêmio Selo de Qualidade do Fornecedor da Prestação
de Serviços de Saneamento Ambiental. A divulgação
ocorreu na última quinta, 25 de outubro, pelo Comitê Nacional
da Qualidade da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
e Ambiental – ABES. A entidade receberá o prêmio em evento
nos dias 26 a 28 de novembro, no Rio de Janeiro.
Desde 2017 a Fusan vem implantando
diversas ações, sempre em busca de aprimorar os fundamentos
da excelência da gestão. Há dois anos a entidade passou
a adotar a metodologia do MEG - Modelo de Excelência da Gestão.
Esta metodologia é reconhecida internacionalmente como padrão
de referência e aprendizado e para a entidade assegura ainda mais
a qualidade dos serviços prestados. “O prêmio nos nos mostra
que estamos no caminho certo, porém, é preciso que a busca
por melhorias para o setor e para a família Sanepariana seja contínua”,
diz Cláudia Trindade, Diretora Presidente da Fusan. (Acontece-01.11)
ASCPrev:
Programa A Escolha Certa apresenta novo site
A comissão do programa
A Escolha Certa se reuniu no dia 23 de outubro (terça-feira) para
a apresentação do novo site. O grupo ainda planejou as próximas
ações do programa e realizou a aprovação dos
materiais para as próximas campanhas.
Outro ponto de pauta debatido
foi o status da pesquisa de educação financeira e previdenciária.
A Comissão A Escolha
Certa é formada por profissionais das Entidades que integram a ASCPrev
e se reúnem frequentemente para discutir as próximas ações
do programa de educação financeira e previdenciária,
como produção de conteúdo em texto, imagem e vídeo,
concursos culturais, palestras e eventos. (ASCPrev/AssPreviSite)
Funcionalismo
pode pagar 22% de alíquota previdenciária com nova reforma
Texto estudado por equipe
de Bolsonaro prevê alta de contribuição básica
e criação de alíquota suplementar
O funcionalismo público
federal não ficou de fora da Reforma da Previdência proposta
pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga junto com o economista
Paulo Tafner e estudada pela equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro
(PSL). Pelo projeto, a contribuição previdenciária
dos servidores poderá chegar a 22%. Atualmente, a alíquota
aplicada sobre os salários das categorias é de 11%. Se o
texto passar no Congresso, provocará efeito-cascata nos estados
e municípios.A proposta diz que a alíquota previdenciária
básica dos servidores poderá aumentar se houver necessidade
"para a garantia do equilíbrio atuarial". Além disso, autoriza
a criação de uma suplementar. Isso desde que a taxa extraordinária
somada à básica (de 11%) não ultrapasse 22% sobre
a totalidade dos vencimentos dos funcionários ativos, aposentados
e pensionistas.Advogado do Instituto de Estudos Previdenciários
(Ieprev), Luiz Felipe Veríssimo apontou esse como um dos itens mais
importantes. "Hoje em dia, essa alíquota é fixa, de no mínimo
11%, conforme praticado aos servidores federais, sendo que aos inativos
e pensionistas o desconto incide apenas sobre os valores que suprem o teto
do Regime Geral de Previdência, no valor de R$ 5.645,80".
Tafner disse que a cobrança
de contribuição suplementar deve ser cogitada para garantir
pagamentos dos benefícios previdenciários. Questionado pela
Coluna se não seria "onerar" demais o funcionalismo, ele respondeu:
"Do contrário, vai onerar demais a sociedade. Nos casos em que há
déficit, é compartilhar o custo do sistema entre o servidor
e a sociedade. É como no fundo de pensão, quando desequilibra
cria-se uma suplementar".O economista acrescentou que a proposta prevê
também a redução de alíquota de contribuição
básica. Segundo Tafner, isso seria possível em casos de equilíbrio
previdenciário nos municípios, por exemplo. "É um
projeto que visa a dar sustentabilidade (ao sistema de previdência)
não só dos servidores, mas de todos, incluindo Forças
Armadas", ressaltou.Idade mínima para todosA proposta estabelece
65 anos como idade mínima para homens e mulheres se aposentarem.
"Lei complementar fixará regra de transição no espaço
de dez anos. A lei deverá dispor sobre tempo mínimo de contribuição
para a concessão dos benefícios", explicou Veríssimo.O
texto também prevê idade mínima de 55 anos para os
policiais civis e agentes penitenciários hoje, eles precisam de
tempo de contribuição de 30 anos.Categorias prometem reagirO
governo Temer já fez em 2017 a tentativa de elevar a contribuição
previdenciária dos servidores, mas houve reação. Ações
foram propostas no Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Ricardo
Lewandowski vetou os efeitos da medida provisória.Agora, as categorias
também não pretendem dar trégua. "Nós atuamos
com força para barrar a PEC 287/2016, pois trazia imensos prejuízos
para todos os trabalhadores. E o modelo que o governo eleito quer implementar
é ainda pior. Nunca nos furtamos ao diálogo, mas se a opção
for, de novo, encaminhar projeto de maneira unilateral, vamos trabalhar
para impedir a aprovação", declarou o presidente do Fórum
Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei
Marques. (Paloma Savedra - O Dia Online)
SC:
Déficit da Previdência do Estado deve chegar a R$ 1,7 bi neste
ano
O Governo do Estado deve
terminar o ano de 2018 com um déficit de R$ 1,7 bilhão na
Previdência. Segundo Maia Júnior, titular da Secretaria do
Planejamento e Gestão (Seplag), esse valor é crescente e
deverá ultrapassar os R$ 3 bilhões em cinco anos, caso o
projeto de reforma não seja aprovado pela Assembleia Legislativa.
“O atual sistema previdenciário
tem uma situação de déficit. Para este ano, está
previsto um aporte complementar, além da contribuição
do servidor e da contribuição patronal paga pelo Estado”,
diz.
De acordo com ele, o Ceará
tem, atualmente, um passivo com os atuais servidores públicos contratados
e com os aposentados e pensionistas.
“Se o Estado tivesse que
pagar essa dívida hoje, o valor presente seria de R$ 66 bilhões.
Se hoje o Estado tivesse que aposentar todos os funcionários ao
mesmo tempo e quitar essa dívida, ele teria que desembolsar esse
valor”, acrescenta o secretário.
Maia Júnior diz ainda
que, daqui para a frente, com a aprovação do novo sistema,
esse passivo não deverá crescer mais. “Nesse caso, nós
teremos como gerenciar bem o sistema de aposentadoria para não gerar
déficits futuros”.
Equilíbrio
No compasso desse tema,
o titular da Seplag afirma que o equilíbrio das contas da Previdência
estadual só deverá ocorrer apenas em 2080. “A previsão
nossa é que até esse ano nós vamos liquidar esse passivo.
Os R$ 66 bilhões é o valor presente, mas que em valores correntes
é algo em torno de R$ 159 bilhões que eu vou ter que pagar
em termos atuariais. À medida que o Estado vai pagando essas aposentadorias
até 2080 é previsível que não haja mais déficit
motivado pela Previdência”, garante Maia Júnior.
Segundo ele, os ganhos de
produtividade, o crescimento econômico do Ceará e a gestão
dos ativos públicos devem amenizar o déficit.
“Vai ser encaminhado à
Assembleia no fim da próxima semana um projeto para a criação
da gestora de ativos que é uma holding. Ela vai gerenciar os ativos
públicos, que são os ativos imobiliários, mobiliários
e a dívida pública. O gerenciamento da dívida mais
esses ativos terão rendimentos e ajudarão a pagar esse passivo
previdenciário no futuro”, completa.
A reforma deverá
trazer reflexos positivos para o equilíbrio das contas estaduais
em dois ou três anos, caso a matéria seja aprovada ainda neste
ano pela Assembleia Legislativa. Embora as novas regras passem a valer
apenas para os funcionários que ingressarem no serviço público
após a aprovação do projeto, os efeitos serão
quase imediatos por conta da velocidade de reposição dos
servidores que vão se aposentar nos próximos anos.
A reforma também
não prevê alterações na idade para aposentadoria
ou tempo mínimo de contribuição. Também não
atingirá militares e professores. Atualmente, o Estado possui 60
mil servidores ativos, dos quais 12 mil estão em processo de aposentadoria.
(Jornal Floripa)
CE:
Déficit da Previdência do Estado deve chegar a R$ 1,7 bi neste
ano
Por Hugo Renan do Nascimento,
hugo.renan@diariodonordeste.com.br 23:30 / 04 de Novembro de 2018
ATUALIZADO ÀS 23:30
De acordo com o titular
da Seplag, Maia Júnior, valor poderá atingir R$ 3 bilhões
em, no máximo, cinco anos, caso o projeto de reforma não
seja aprovado a tempo pela Assembleia Legislativa do Ceará
O Governo do Estado deve
terminar o ano de 2018 com um déficit de R$ 1,7 bilhão na
Previdência. Segundo Maia Júnior, titular da Secretaria do
Planejamento e Gestão (Seplag), esse valor é crescente e
deverá ultrapassar os R$ 3 bilhões em cinco anos, caso o
projeto de reforma não seja aprovado pela Assembleia Legislativa.
"O atual sistema previdenciário
tem uma situação de déficit. Para este ano, está
previsto um aporte complementar, além da contribuição
do servidor e da contribuição patronal paga pelo Estado",
diz.
De acordo com ele, o Ceará
tem, atualmente, um passivo com os atuais servidores públicos contratados
e com os aposentados e pensionistas.
"Se o Estado tivesse que
pagar essa dívida hoje, o valor presente seria de R$ 66 bilhões.
Se hoje o Estado tivesse que aposentar todos os funcionários ao
mesmo tempo e quitar essa dívida, ele teria que desembolsar esse
valor", acrescenta o secretário.
Maia Júnior diz ainda
que, daqui para a frente, com a aprovação do novo sistema,
esse passivo não deverá crescer mais. "Nesse caso, nós
teremos como gerenciar bem o sistema de aposentadoria para não gerar
déficits futuros".
Equilíbrio
No compasso desse tema,
o titular da Seplag afirma que o equilíbrio das contas da Previdência
estadual só deverá ocorrer apenas em 2080. "A previsão
nossa é que até esse ano nós vamos liquidar esse passivo.
Os R$ 66 bilhões é o valor presente, mas que em valores correntes
é algo em torno de R$ 159 bilhões que eu vou ter que pagar
em termos atuariais. À medida que o Estado vai pagando essas aposentadorias
até 2080 é previsível que não haja mais déficit
motivado pela Previdência", garante Maia Júnior.
Segundo ele, os ganhos de
produtividade, o crescimento econômico do Ceará e a gestão
dos ativos públicos devem amenizar o déficit.
"Vai ser encaminhado à
Assembleia no fim da próxima semana um projeto para a criação
da gestora de ativos que é uma holding. Ela vai gerenciar os ativos
públicos, que são os ativos imobiliários, mobiliários
e a dívida pública. O gerenciamento da dívida mais
esses ativos terão rendimentos e ajudarão a pagar esse passivo
previdenciário no futuro", completa.
A reforma deverá
trazer reflexos positivos para o equilíbrio das contas estaduais
em dois ou três anos, caso a matéria seja aprovada ainda neste
ano pela Assembleia Legislativa. Embora as novas regras passem a valer
apenas para os funcionários que ingressarem no serviço público
após a aprovação do projeto, os efeitos serão
quase imediatos por conta da velocidade de reposição dos
servidores que vão se aposentar nos próximos anos.
A reforma também
não prevê alterações na idade para aposentadoria
ou tempo mínimo de contribuição. Também não
atingirá militares e professores. Atualmente, o Estado possui 60
mil servidores ativos, dos quais 12 mil estão em processo de aposentadoria
(CN Online)
Se
governador deixar débito pode responder à LRF
Segundo especialista em
finanças públicas Raul Velloso, governos estaduais devem
estar negociando exceções com tribunais de contas
Os governadores dos Estados
que não pagarem o 13.º salário até o fim do ano
e não deixarem dinheiro em caixa para o cumprimento do compromisso
poderão ser enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
alerta o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas.
Ele acrescenta, porém, que é possível que os governadores
negociem alguma exceção com os tribunais de contas.
"O último ano de
mandato dos governadores é o de acerto de contas - quando chega
a hora da verdade", diz Velloso. "Os governadores não podem deixar
restos a pagar para o governo seguinte se não tiver dinheiro em
caixa. Eles vão se esforçar e buscar uma forma de tapar o
buraco (para não serem enquadrados pela LRF)."
Segundo ele, Minas Gerais
precisa praticamente de uma "operação milagrosa" para conseguir
pagar o 13.º. O Estado está entre os que mais sofrem com a
crescente folha de pagamentos. No ano passado, a arrecadação
de Minas ficou em R$ 57 bilhões, enquanto a folha somou R$ 49,9
bilhões, o equivalente a 87,5% da receita tributária total.
Velloso destaca que até
o Rio de Janeiro, cuja receita começou a se recuperar neste ano
com o pagamentos de royalties do setor do petróleo, terá
dificuldades para arcar com todos os compromissos até o fim do ano.
Na pesquisa feita pela reportagem,
vários Estados afirmaram que adiantaram o pagamento do 13º
salário ao longo do ano. Goiás, Bahia e Mato Grosso disseram
que estão fazendo os pagamentos no mês do aniversário
ou nas férias do funcionário. Em Goiás, porém,
há uma polêmica. Outros, como Maranhão e Rondônia,
decidiram fazer parte do pagamento no meio do ano e outra em novembro ou
dezembro. Santa Catarina pagou 50% do rendimento em julho e setembro e
a outra metade será paga em dezembro.
Penduricalhos
A economista Ana Carla Abrão
afirma que os Estados não cumprem a LRF se todos os penduricalhos
de benefícios forem contabilizados na folha de pagamento. Segundo
ela, nos últimos anos, alguns governos implementaram uma previdência
complementar e congelaram os salários para evitar que os gastos
continuassem aumentando. "Nos dois casos, as medidas não resolvem
o problema", diz.
No geral, explica a economista,
não houve redução expressiva dos gastos. Além
disso, os cortes foram feitos minando os investimentos e custeio. "Na prática,
o que houve foi deixar o médico sem remédio para os pacientes,
as escolas caindo aos pedaços e a polícia sem combustível
para colocar na viatura. Ninguém reduziu pessoal. Só houve
congelamento de salário."
Por ora, Ana não
vê melhoras nesse cenário. Pelo contrário: a economista
teme o colapso de outros Estados e da máquina pública. "Se
não fizerem cortes na folha de pagamento, o problema não
será resolvido."
Em 2017, os governos até
conseguiram arrecadar mais do que em 2016, mas isso não foi suficiente
para compensar o crescimento dos gastos com pessoal e encargos sociais,
segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). Esses gastos, incluindo a Previdência, foram 5,3% maiores
em 2017 na comparação com 2016, na soma de todos os Estados.
A despesa primária (que não inclui o pagamento de juros da
dívida) avançou 2,9% no período, anulando o aumento
de 1,9% na receita primária total. (Renée Pereira e
Luciana Dyniewicz - Agência Estado)
Fundos:
Acordo entre Embraer e Boeing terá aval de Bolsonaro
Bolsonaro afirmou, em coletiva
de imprensa, que a fusão das duas empresas ‘continua sem problemas’
O presidente eleito Jair
Bolsonaro se comprometeu na última quinta-feira, 1.º, a apoiar
o acordo na área de jatos comerciais entre a norte-americana Boeing
e a brasileira Embraer. Ele afirmou também que seu governo poderá
vender áreas da Petrobrás e buscar parcerias para a empresa
manter o calendário de investimentos.
O acordo entre Boeing e
Embraer foi fechado no início de julho, e o governo do presidente
Michel Temer esperava a definição da eleição
presidencial para aprovar a parceria. “A fusão da Embraer com a
Boeing continua sem problema algum e sim (vou avalizar)”, disse Bolsonaro,
em sua primeira entrevista como presidente eleito. O governo tem uma “golden
share” na Embraer, que lhe dá poderes para aprovar e vetar temas
estratégicos para a empresa.
Após a eleição,
o futuro Ministro da Defesa, general da reserva Augusto Heleno, já
havia afirmado que via com bons olhos o acordo, mas que pretendia conhecer
os termos do contrato que está para ser selado.
Petrobrás. O presidente
eleito afirmou ainda que em seu governo vai buscar parcerias para a Petrobrás
continuar sustentável e capaz de fazer os investimentos necessários.
A estatal virou o centro das atenções na Operação
Lava Jato, que apurou desvios relacionados à administração
da companhia. Neste ano, apesar de ainda exibir um alto endividamento,
a estatal voltou a operar no azul.
“A Petrobrás não
tem mais capacidade de investir, então tem que buscar fazer parcerias
e vender algumas áreas”, disse Bolsonaro. O presidente eleito afirmou
ainda que pretende manter o calendário de leilões de blocos
de petróleo em seu futuro governo, como reivindica o setor.
(Reuters/Agência Estado)
Fundos:
Kassab colocará general na presidência dos Correios
Ministro de Temer diz que
a troca no comando da estatal é para facilitar a transição
ao governo Bolsonaro, e nega visar cargo na próxima gestão
O ministro das Comunicações,
Gilberto Kassab, decidiu trocar o comando dos Correios e colocá-lo
a cargo de um militar. O atual presidente, Carlos Fortner, será
substituído pelo general Juarez Aparecido de Paula Cunha, que já
é presidente do conselho de administração da estatal.
A informação
foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo neste sábado 3 e
confirmada por diversos veículos da imprensa, que relacionaram a
decisão de Kassab a uma tentativa de alinhamento com o presidente
eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Ao jornal Folha de S. Paulo,
o ministro afirmou que fez a troca "para facilitar a transição"
ao próximo governo. "Juarez é um general da área de
ciência e tecnologia que se aposentou, e eu já o tinha convidado
para presidir o conselho dos Correios. Ele conhece o pessoal do Bolsonaro,
e pensei que isso ajudaria na transição", declarou.
Ao jornal O Globo, por outro
lado, ele afirmou não saber se o general Juarez Cunha tem alguma
interlocução com o presidente eleito.
Em entrevista ao portal
G1, por sua vez, Kassab também adotou outro discurso. Ele disse
que a mudança é interna e não tem relação
com o próximo governo, e garantiu que não conversou sobre
a mudança com ninguém da equipe de Bolsonaro, um capitão
da reserva do Exército.
"A mudança não
tem impacto na gestão. E a partir de janeiro o novo governo coloca
quem eles quiserem na presidência [dos Correios]", disse o ministro.
Em mensagem enviada a colegas
dos Correios, o atual presidente da empresa teria avisado que "a transição
já começou". "Haverá mudança do estatuto, simplificando
a estrutura", afirmou Fortner no texto, segundo o Estado de S. Paulo. Ele
justificou que seu sucessor "tem acesso direto à nova cúpula
da presidência" e que "não haverá ingerência
política como hoje".
O diário O Globo
aponta que a decisão de Kassab de colocar um militar no comando
da estatal seria uma aposta do ministro para continuar à frente
da pasta das Comunicações na próxima gestão.
À Folha, contudo, ele negou ter feito a mudança visando um
posto no novo governo.
O partido de Kassab, o PSD,
decidiu adotar neutralidade no segundo turno das eleições
presidenciais, mas houve membros do partido que declararam individualmente
apoio a Bolsonaro. Um deles foi o ex-presidente dos Correios Guilherme
Campos.
Campos deixou o comando
da estatal neste ano para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo
PSD em São Paulo – sem sucesso. Carlos Fortner substituiu o paulista
no posto em maio.
Ao deixar a presidência
dos Correios, apenas seis meses após assumir o cargo, Fortner será
remanejado para uma diretoria da estatal, onde ficará somente até
o fim deste ano. Em 2019 ele deve deixar a empresa, afirma a Folha.
Kassab informou aos jornais
que a decisão foi definida na sexta-feira e que a mudança
oficial deve ocorrer nos próximos dias, "provavelmente na segunda-feira".
Durante a campanha eleitoral,
Bolsonaro declarou que há uma grande possibilidade de os Correios
serem incluídos na lista de estatais a serem privatizadas em seu
governo.
"Os Correios têm grande
chance de entrar, porque o seu fundo de pensão foi simplesmente
implodido pela administração petista. Hoje os Correios têm
muitas reclamações", justificou o ex-militar, em entrevista
à Band uma semana antes do segundo turno. (Deutsche Welle
- Carta Capital)
Fundos:
Joaquim Levy é sondado para BNDES
O ex-ministro da Fazenda
Joaquim Levy foi sondado para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Levy comandou a pasta da
Fazenda no primeiro ano da segunda gestão de Dilma Rousseff, quando
iniciou a redução dos subsídios concedidos nos créditos
do BNDES, inchados por cerca de R$ 500 bilhões de empréstimos
do Tesouro Nacional para financiar, sobretudo, o Programa de Sustentação
dos Investimentos (PSI). Ainda na transição de governo, em
2014, Levy aumentou a TJLP, juros cobrados nos financiamentos do BNDES,
e que estavam bem abaixo da taxa Selic, configurando uma conta de subsídios
pesada.
Em 2015, o BNDES devolveu
R$ 30 bilhões ao Tesouro. Nos anos seguintes, já com Henrique
Meirelles na pasta da Fazenda, a devolução foi acelerada
e crucial para o cumprimento da regra de ouro da política fiscal,
que proíbe que as operações de crédito da União
superem as despesas de capital. O BNDES tem, hoje, uma programação
para a devolução antecipada dos R$ 250 bilhoes que ainda
faltam.
Ao participar na semana
passada de um painel no Conselho das Américas, em Washington, Levy,
que é diretor financeiro do Banco Mundial, falou dos desafios, em
várias frentes, do governo Bolsonaro, tais como reformar a Previdência
Social e privatizar estatais - "de maneira profissional, com melhor marco
legal". Segundo ele, a arquitetura geral é clara, "sabemos o que
se deve fazer" e para isso, é preciso "vontade política e
um pouco de coragem".
Levy salientou, ainda, que
o novo governo está aberto aos investimentos privados, mas esses
devem ser feitos com transparência para evitar os problemas e escândalos
dos últimos anos, quando várias empresas se envolveram em
casos de corrupção. "A economia está fraca porque
não há investimentos", disse.
A expectativa é de
que nesta semana sejam definidos os nomes para vários cargos importantes
para a politica econômica, a começar pelo Banco Central. O
presidente do BC, Ilan Goldfajn, chegou de uma viagem a Israel e decidirá
se permanece no cargo. Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e sócio
da Mauá Capital, foi sondado para a presidência do Banco do
Brasil, mas não incentivou a equipe de Bolsonaro a concretizar um
convite. No Ministério da Fazenda há cargos como o da secretaria
do Tesouro Nacional e da secretaria executiva, onde atualmente estão
Mansueto de Almeida e Ana Paula Vescovi, que podem ser convidados a permanecer.
Até agora o único que foi convidado para ficar foi Waldery
Rodrigues, da equipe de Marcos Mendes, na assessoria especial do ministro.
(Claudia Safatle - Valor)
Seminário
de Investimentos: Olhar de futuro pós-eleição
Mais
uma confirmação de peso no time de palestrantes atrai a atenção
para a realização do 7º Seminário “Desafio da
Gestão dos Investimentos”, programado para os dias 6 e 7 de novembro,
em São Paulo. O diretor editorial da Revista Exame, André
Lahóz, participará do painel “Agenda Brasil: Olhar de Futuro
Pós-Eleição”, que será realizado no segundo
dia do encontro. Formado em economia pela USP, Lahóz tem mestrados
em ciência política pela própria USP e, em História
Econômica, pela London School of Economics, de Londres (Inglaterra).
Além
do economista, o evento reunirá grandes nomes das principais gestoras
de recursos do mercado, dirigentes de entidades e diretores da Previc.
O seminário será uma primeira oportunidade para os dirigentes
e profissionais das associadas da Abrapp discutirem as perspectivas com
a definição da nova configuração do governo
federal. Como exemplo, o Painel 1, do primeiro dia, terá como tema
central “Panorama Econômico Pós-Eleições. O
que esperar?”.
O
seminário conta com patrocínio master da Bradesco Asset Management
e Vanguard; patrocínio plus da Aditus, Binswanger, BNP Paribas,
BNY Mellon, Brasil Capital, Franklin Templeton, Hancock, J. P. Morgan Asset
Management, StepStone, Tag Investimentos, Vinci Partners e Way Investimentos;
e patrocínio basic da Integral Investimentos, Private Equity Bay
e SulAmérica Investimentos; e apoio do Banco Pan.
Para
informações sore a programação completa e inscrições
utilize o link
https://abrapp.us10.list-manage.com/track/click?u=2c4d438dc54fc61729756c664&id=555aff1e3f&e=8295f1b978
(Acontece-01.11)
Hoje:
Palestra "Os desafios do envelhecimento"
Estão abertas as
inscrições para a palestra gratuita online “Os desafios do
envelhecimento”, que será realizada pela psicóloga e palestrante
Márcia Modesto nesta segunda-feira, às 19h, no programa "Bom
de Papo", apresentado pelo presidente da Mercadata Selling Institute, Jorge
Duro. Serão 20 minutos de palestra e 10 minutos de interação
com os internautas. O objetivo é mostrar como se reinventar nesta
etapa da vida, como evitar que a chegada desta fase atrapalhe o seu trabalho,
como abrir a mente e os horizontes para novas empreitadas, como lidar com
a pressão da sociedade que faz os idosos pararem de trabalhar para
se aposentar, e/ou cuidar dos netos, e como lidar com os mais jovens no
mercado de trabalho. Inscrições pelo site www.programabomdepapo.com.br.
(Monitor Mercantil)
CDI
- Centro de Documentação e Informação
Oswaldo
Herbster de Gusmão - Abrapp - Sindapp - UniAbrapp
Livro:
Análise de Riscos
Autor:
Fabiano Guasti Lima
Resumo
do Livro:
“A
grande lição das crises e desastres financeiros ocorridos
nos últimos tempos é de que, certamente, risco existe. E
ele deve ser calculado, mas, principalmente, deve ser administrado. É
nesse sentido que análise de riscos surge para proporcionar ao investidor
um estudo completo e minucioso para detectar os tipos de riscos existentes.
O diferencial deste livro está na abordagem clara e no uso de uma
linguagem bem didática voltada para a mensuração do
risco. Fornece informações atualizadas de como entender e
analisar o Value at Risk de diferentes produtos do mercado. Com aplicações
práticas ao mercado brasileiro, o livro aborda o estabelecimento
de limites de posição em investimentos para análise
dos riscos assumidos e avaliação do retorno ajustado ao risco
para que possa contribuir para a análise de riscos no mercado. Inicialmente,
o texto apresenta a definição de risco, os tipos de riscos
e sua evolução histórica. Faz ainda uma revisão
das crises globais mais recentes e dos desastres financeiros que provocaram
perdas expressivas em bancos e diversas instituições. Depois
de ilustrar essa parte introdutória, a obra passa a abordar os produtos
propriamente ditos, com capítulos específicos sobre a análise
de riscos para renda fixa e variável, em projetos de investimentos,
de crédito, operacional, até culminar com os modelos avançados
de estimação do Value at Risk. Apresenta ao final de cada
capítulo uma série de exercícios com as devidas respostas
para complementar o aprendizado da parte conceitual.”
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp//AssPreviSite)
Livro:
Governança Corporativa e os Fundos de Pensão
Autor:
ABRAPP
Resumo
do Livro: Esta é mais uma produção editorial da Abrapp
para enriquecer a cultura técnica das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar. Trata da Governança, um tema atual no mundo todo,
que diz respeito à gestão interna das fundações
e das empresas nas quais investem os recursos que administram. Este livro
oferece importante contribuição aos integrantes do Sistema,
a empresários e acadêmicos. Os principais aspectos abordados
são: Estrutura de Governança dos Fundos. Como assegurar eficiência,
representatividade, segurança e foco na gestão dos fundos.
As principais características dos fundos, semelhanças e diferenças
com outras organizações empresariais e desafios colocados
para a boa governança. Conflito de interesses. Os principais conflitos
e como mitigá-los. Mecanismos para solução de conflitos,
dentro e fora dos fundos. Divisão de responsabilidades. Papel da
Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal. Como assegurar o máximo
de eficiência dentro da competência de cada órgão,
assegurando também sinergia e co-responsabilidade pelos resultados
da gestão. Transparência e desempenho. Como os participantes
podem acompanhar e avaliar o desempenho do seu fundo. Qual o nível
de informação e prestação de contas que ajuda
a melhorar a relação com o participante e a gestão
do fundo. A relação entre "educação previdenciária"
e governança. Profissionalização, certificação,
eleição, indicação, etc. Como aperfeiçoar
o processo de formação das Diretorias dos fundos. Há
similaridade com a contratação de executivos para as empresas?
Quais os pontos em comum e quais as diferenças? Os fundos de pensão,
no desempenho do seu papel de formadores de poupança, vêm
alterando políticas econômicas, influindo na organização
da sociedade e criando valores para empresas. É neste cenário
que a Comissão Técnica Nacional de Governança - CTNG
vem contribuindo na proposição de estudos, ferramentas e
orientações de gestão. Papel dos fundos no mercado
de capitais. O processo de contratação de terceiros. O investimento
direto em empresas. Como os fundos se relacionam, influenciam e são
influenciados pelos outros agentes. Uma abordagem geral do papel dos fundos
como investidores e as questões de governança envolvidas.
Melhores práticas de governança corporativa e processo de
evolução nos últimos 10 anos. Os conselheiros eleitos
pelos fundos de pensão. Que exército é esse? Quem
são, que papel cumprem? O papel dos fundos como cotistas dos fundos
de private equity. Experiência nacional e internacional. The New
Capitalists - Uma visão geral internacional sobre o papel dos Fundos.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/- AssPreviSite)
Livro:
Governança Corporativa Eficiente
Autor
Yduan de Oliveira May
Editora
Íthala / (41) 3093-5252
Quanto
R$ 44 (184 págs.)
A
obra apresenta propostas de aprimoramento da governança de sociedades
por ações no Brasil, a partir da análise de práticas
internacionais. O histórico legislativo dessas sociedades, os conceitos
de governança corporativa e códigos de outros países
também são delineados. Para profissionais. (Folhapress)
Reforma
da Previdência deve ser primeira missão do governo Bolsonaro
Depois
de idas e vindas, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e sua equipe
parecem adotar uma visão mais realista e pragmática da reforma
da Previdência, decisiva para o sucesso do próximo governo.
Bolsonaro
indicou que pretende aproveitar ao menos partes do projeto do governo Michel
Temer (MDB), cuja medida mais importante é a introdução
de uma idade mínima para o acesso aos benefícios, de 65 anos
para homens e 62 para mulheres. O texto, que tramita na Câmara dos
Deputados, poderia avançar ainda neste ano.
O
presidente eleito desautorizou, assim, a insensatez do futuro chefe da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que havia chamado o texto de “porcaria” —e
até colocado em dúvida a existência do déficit
gigantesco do sistema previdenciário.
Já
o anunciado titular da pasta da Economia, Paulo Guedes, formulou na campanha
planos mais ambiciosos de reforma, que previam um regime de capitalização.
A ideia, pela qual os novos ingressantes contribuiriam para a própria
aposentadoria, foi encarada com ceticismo pelos especialistas, em razão
dos custos envolvidos.
Entretanto
avançaram estudos em torno do tema, incluindo uma nova e radical
proposta formulada pelos economistas Armínio Fraga e Paulo Tafner
e entregue há poucos dias à equipe de Bolsonaro.
Segundo
ela, haveria uma renda básica mínima para idosos, um modelo
de capitalização no futuro e a unificação,
em dez anos, dos regimes dos servidores públicos civis e dos trabalhadores
da iniciativa privada. Em uma década, haveria uma economia estimada
em R$ 1,3 trilhão, quase o triplo da proporcionada pelo projeto
de Temer.
Não
resta dúvida de que os objetivos —incluindo ainda uma revisão
da Previdência militar— são meritórios. Eliminam-se
privilégios do funcionalismo, institui-se a idade mínima
(sem diferenciar homens e mulheres) e atende-se a população
pobre com um benefício que independe de contribuição.
São
muitos, igualmente, os pontos capazes de despertar controvérsia
e resistência política. Haverá oposição
feroz das categorias estatais; não se pode esperar consenso em torno
de uma renda básica inferior ao salário mínimo e da
retirada de regras previdenciárias da Constituição,
também defendida por Fraga e Tafner.
Os
obstáculos a uma reforma essencial precisam ser enfrentados, mas
convém que a estratégia leve em conta a urgência e
a viabilidade de cada passo. Mesmo as dificuldades para fazer avançar
o texto já desidratado da atual gestão estão longe
de ser desprezíveis.
O
novo governo passará por um teste crucial de sua capacidade de articulação,
que afetará de imediato a confiança dos agentes econômicos.
Nesse cenário, alguma reforma é melhor que nenhuma.
(NE10)
Bolsonaro
precisa focar Previdência e não pode errar na economia
Um
dos principais auxiliares de Michel Temer, o ministro Moreira Franco (Minas
e Energia) afirmou que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) tem experiência
parlamentar suficiente para saber como se negocia no Congresso e que seu
problema não será político, mas econômico.
“Ninguém
fica 30 anos na Câmara sem aprender”, disse Moreira em entrevista
à Folha.
Segundo
o ministro, Bolsonaro “não pode errar” na condução
da economia para não viver “os mesmos constrangimentos” de outros
governos.
Como
o sr. avalia a vitória de Jair Bolsonaro? É resultado de
um processo que começou nas manifestações de 2013,
ainda no governo Dilma. Dava para sentir a insatisfação das
pessoas com a situação econômica. A crise fiscal inibiu
a capacidade de investimento do governo, as pessoas perceberam que havia
um descolamento entre promessas e realidade, pararam de confiar no governo
e foram para as ruas. Já naquele momento, começou-se a sentir
a presença de uma coisa militar.
De
um movimento de apoio à ditadura ou a uma figura como Bolsonaro,
que diz que não houve ditadura e já defendeu a tortura?Não
era Bolsonaro ou alguém. Pela primeira vez surgiu uma memória
positiva da experiência militar. Já em 2013, a pauta era muito
mais voltada para questões morais e de valores, como família,
segurança e corrupção, do que alternativas para resolver
a crise econômica. Bolsonaro expressava esse sentimento, porque teve
uma militância na Câmara identificada com uma pauta conservadora
e não se dedicou a alternativas para a crise.
Ele
tem condições para se dedicar à crise? Sim. A principal
é legitimidade. Ele é o presidente eleito por vontade de
uma maioria expressiva. É fundamental na vida política o
respeito às instituições e o presidente da República
é uma instituição.
Apesar
de estar no Congresso há 27 anos, Bolsonaro se vendeu como novo,
que rechaça práticas da política tradicional. O sr.
acha que ele vai conseguir governar sem acordos? Ninguém fica 30
anos na Câmara sem aprender. Ali você tem a possibilidade de
conviver e ver como as coisas se resolvem. Bolsonaro tem experiência
para isso, sabe como funciona a composição de maioria. Sabe
que ao longo dos 30 anos em que ele passou por lá mudou muito —e
mudou para pior— como as maiorias se fazem. Sabe o tamanho da dificuldade
que os governos vêm tendo para compor maioria.
Bolsonaro
vai conseguir governar sem o centrão e o MDB? Ele sabe que precisa
do Parlamento e que o Parlamento é onde você constrói
suas alternativas. Bolsonaro consegue distinguir como se dão e quais
as consequências dos dois tipos de negociação que têm
se verificado no Parlamento: um em que o ganho financeiro era o objetivo
principal, usado no mensalão, e o outro em torno da execução
de políticas publicas. Ele precisa focar o esforço em dois
pilares: o teto de gastos e a reforma da Previdência.
O
ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, disse que quer aprovar
ainda este ano pelo menos parte da reforma da Previdência. Isso é
possível? Se houver vontade política, sim.
Temer
não conseguiu aprovar a proposta. Por que seria diferente agora,
com um governo sem força política e quase no fim? Não
conseguiu porque foi vítima de uma campanha moral brutal contra
ele, que começou na véspera da votação da reforma
[em 17 de maio de 2017, após a aprovação da reforma
da Previdência na comissão especial da Câmara, veio
a público o conteúdo da delação da JBS, que
culminou nas denúncias contra Temer]. Hoje você junta governo
que está saindo com o que está entrando.
Qual
a força do governo Temer para ajudar Bolsonaro a aprovar uma medida
impopular? Um governo, quando começa, começa muito forte.
O governo Temer está disposto a se engajar nesse processo, mas quem
vai conduzir é o governo Bolsonaro. Pode até ser que ele,
neste momento, não se sinta confortável em votar a reforma
da Previdência, mas sinalizar que quer, como está sinalizando,
já é positivo.
Temer
espera algo em troca, como um salvo-conduto caso seja condenado na Lava
Jato? Claro que não. Não tem nada a ver com questão
moral ou jurídica, tem a ver com a questão econômica.
Como
Bolsonaro vai conquistar apoio se dois de seus principais auxiliares, Onyx
Lorenzoni (DEM-RS) e Major Olímpio (PSL-SP), eram críticos
à reforma? Só pessoas insensatas não mudam de opinião
quando percebem que não tem jeito.
O
sr. diz que o governo Bolsonaro só vai dar certo se fizer andar
a agenda econômica. Se não conseguir, sofrerá desgaste
político... Ele não pode errar na economia. Se errar, vai
viver os mesmos constrangimentos que os outros governos viveram.
Acredita
em impeachment? Não. Não faço previsões, trabalho
com fatos.
A
escolha de Sergio Moro para a Justiça pode levar a Lava Jato a um
novo patamar. Isso terá consequências na política?
Ele tem, do ponto de vista pessoal, todas as condições de
ser ministro da Justiça. A experiência dele vai contribuir
para o entendimento de que é preciso respeitar a lei, a começar
pelo presidente da República. Respeitar o que está escrito
[na Constituição] e não o que eu interpreto.
A
indicação não chancela a tese do PT de que Moro perseguia
o ex-presidente Lula e o partido? Não chancela. Não podemos
continuar no “nós contra eles”.
Como
Bolsonaro vai fazer avançar sua agenda de valores, pró-redução
da maioridade penal, pró-porte de armas, entre outras? Se ele der
certo na economia, ficará extremamente mais fácil passar
essas pautas no Congresso. O [Fernando] Collor chegou [à Presidência]
com muita força e fez foi uma coisa que ninguém acreditava
que ele faria, congelar todas as contas.
O
Brasil será um país mais conservador, do ponto de vista moral,
com Bolsonaro? O Brasil sempre foi um país conservador.
“Já
em 2013, a pauta era mais voltada para questões morais e de valores,
como família, segurança e corrupção, do que
alternativas para resolver a crise econômica. Bolsonaro expressava
esse sentimento, com pauta conservadora e não se dedicou a alternativas
para a crise" - Wellington Moreira Franco (PB Online)
Eduardo
Bolsonaro diz "sentir" que não haverá reforma em 2018
O
deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente
eleito Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que “seu sentimento de dentro do Congresso”
é de que não será possível votar a reforma
da Previdência ainda em 2018. “Ano que vem começaríamos
o ano com a reforma”, disse o parlamentar em entrevista ao programa Poder
em Foco, do SBT, exibido na madrugada desta segunda-feira, 5.
Segundo
Eduardo, seria interessante votar uma reforma da Previdência “suave”
em 2018 para “dar um gás” para o próximo governo, mas ele
ponderou que, caso o projeto não passasse, seria um risco para o
presidente eleito. “Se perdêssemos, seria tratado como a primeira
derrota de Jair Bolsonaro, antes de ser empossado.”
O
deputado explicou que uma reforma “suave” seria, por exemplo, mudar as
regras para novos entrantes, sem alterar todas as normas de uma vez só.
Ele disse também que o governo tem de dar o exemplo e apertar o
cinto sobre as despesas. “Por que de agora em diante não acaba com
o auxílio-moradia? De repente, acaba para todo mundo.”
Sobre
a aposentadoria dos militares, ele disse que é uma questão
que será tratada entre os futuros ministros da Economia e da Defesa,
Paulo Guedes e general Augusto Heleno, respectivamente. Mas acrescentou
que situações desiguais exigem soluções desiguais,
defendendo a diferença entre a Previdência militar e a civil.
(Isto É Dinheiro)
Pente-fino
do INSS cancela mais de meio milhão de benefícios
O
processo de revisão dos benefícios de auxílio-doença
e aposentadoria por invalidez do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
já é responsável por uma economia de R$ 13,8 bilhões,
segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). São
recursos que estavam sendo pagos para pessoas que já estavam aptas
para o trabalho, mas continuavam recebendo indevidamente os benefícios
por incapacidade.
Desde
agosto de 2016, cerca de 1,1 milhão de perícias de revisão
foram feitas pelo INSS. Um total de 552 mil benefícios foram cancelados
após a perícia, o equivalente à metade das revisões
realizadas – 77 % foram invalidados após a análise, somando
359.553 benefícios. Já entre as aposentadorias por invalidez
verificadas, 29% foram cessadas após as perícias.
O
ministro Alberto Beltrame, destaca que o objetivo é destinar os
recursos do Fundo da Previdência para quem realmente precisa. “É
importante ressaltar que, a partir do ano que vem, a economia se mantém.
Serão mais R$ 7 bilhões por ano que deixarão de ser
pagos indevidamente às pessoas que estavam no auxílio-doença
e que já tinham recuperado a capacidade de trabalho. Essa medida
é uma grande inovação e um aperfeiçoamento
na governança dos benefícios previdenciários. São
recursos extremamente importantes e viabilizaram a adoção
de novas e melhores políticas sociais pelo governo brasileiro.”
Das
mais de 1,1 milhão perícias realizadas, mais de 900 mil foram
feitas de março a outubro deste ano. A agilidade no pente-fino do
INSS só foi possível porque 96% dos médicos peritos
do órgão aderiram ao Programa de Gestão das Atividades
Médico Periciais, que avalia a produtividade e não o número
de horas trabalhadas.
Segundo
Alberto Beltrame, a expectativa é a de que o processo seja finalizado
até dezembro. “Estamos deixando de legado ao próximo governo
um sistema de benefícios previdenciários limpo de fraudes
e de pagamentos indevidos, com uma economia muito significativa”, garantiu
Beltrame.
Mais
de 110 mil benefícios ainda vão passar por revisão.
Estão participando do processo os beneficiários que há
mais de dois anos não passam por uma perícia médica
e aqueles com menos de 60 anos que recebem a aposentadoria por invalidez.
Os beneficiários que receberem as cartas do INSS têm 5 dias
úteis para agendar a perícia pelo telefone 135
(Agências
Dieese:
Desemprego de setembro em SP fica estável em 17,3%
O
total de desempregados no mês foi estimado em 1,91 milhão
de pessoas, 13 mil a menos que no mês anterior
A
taxa de desemprego total na Região Metropolitana de São Paulo
ficou em 17,3 por cento no mês de setembro, praticamente estável
em relação a agosto, quando foi registrada taxa de 17,4 por
cento. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 31, pela Fundação
Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese).
O
total de desempregados em setembro foi estimado em 1,91 milhão de
pessoas, 13 mil a menos que no mês anterior. O nível de ocupação
não apresentou variação e o contingente de ocupados
foi estimado em 9.132 mil pessoas. A pesquisa apontou queda de 0,1 por
cento na população economicamente ativa, já que 12
mil pessoas deixaram o mercado de trabalho.
O
índice de desemprego aberto, ou seja, pessoas que buscaram trabalho
nos últimos 30 dias e não trabalharam nos últimos
sete dias, variou de 14,6 por cento para 14,4 por cento. A taxa de desemprego
oculto (pessoas que fizeram trabalhos eventuais, não remunerados
em negócios de parentes, tentaram mudar de emprego nos últimos
30 dias ou que não buscaram emprego em 30 dias) variou de 2,8 por
cento para 2,9 por cento.
Por
setores, no mês de setembro, houve elevação de 46 mil
postos de trabalho (alta de 2,8 por cento em relação a agosto)
no comércio e reparação de veículos automotores
e motocicletas. O restante dos setores apresentou queda. Na indústria
de transformação, a redução foi de 36 mil (ou
queda de 2,5 por cento ante agosto); nos serviços a queda foi de
9 mil postos de trabalho (baixa de 0,2 por cento ante agosto) e, na construção,
foram 9 mil postos a menos (baixa de 1,6 por cento ante agosto).
Entre
julho e agosto de 2018, o rendimento médio real dos ocupados aumentou
de 0,8 por cento, chegando a 2.061 reais, e dos assalariados ficou estável
em 2.084 reais. (Agência Brasil/Portal Exame)
Empregos
por lei
Ao
estimular novos postos, governo deve saber que há vagas que se inscrevem
na lógica econômica e há as que só se mantêm
por exigência legal
O
poder público pode perfeitamente estimular a criação
de postos de trabalho, mas cabe notar que nem todas as vagas são
iguais. Há aquelas que se inscrevem na lógica econômica
e contribuem para aumentar a riqueza em circulação. Existem,
contudo, também as que violam a racionalidade do negócio
e só se mantêm por exigência legal.
Estas
últimas até podem beneficiar políticos e, claro, quem
consegue um desses postos, mas nada acrescentam à prosperidade nacional.
Ao contrário, sempre que uma empresa é obrigada a manter
uma vaga que não faz sentido econômico, seus produtos e serviços
ficam mais caros —e é o consumidor quem pagará por isso.
Propostas
que opõem legisladores ávidos por criar empregos a empresas
dispostas a preservar sua viabilidade não raro terminam no Judiciário.
O Supremo Tribunal Federal viu-se recentemente às voltas com um
desses casos.
A
corte teve de decidir se um município pode ou não criar uma
lei exigindo que supermercados contratem empacotadores para ajudar seus
clientes. A maioria dos ministrou concluiu que não.
Só
a União, definiu-se, tem competência para baixar esse tipo
de legislação. Para o Supremo, produzir normas que violem
a lógica econômica é prerrogativa exclusiva de deputados
federais e senadores.
O
mais interessante nesse julgamento foi a singela argumentação
utilizada por Ricardo Lewandowski, que votou com a minoria. Para o ministro,
os empacotadores seriam bem-vindos, entre outras razões, porque
as sacolas plásticas usadas para acondicionar as compras são
difíceis de abrir.
Para
dar concretude a seu raciocínio jurídico, Lewandowski relatou
ter observado uma senhora de idade que não conseguia abrir uma sacola,
criando assim uma fila “de dezenas de metros” atrás de si.
Não
se contesta que a ajuda de um profissional proporcionaria mais conforto
à cliente —talvez bastasse, no exemplo em tela, um pouco mais de
cortesia dos funcionários, até para não conturbar
o funcionamento da loja. Não se pode defender, entretanto, que se
desenhe a regra geral a partir de situações excepcionais.
A
economia de mercado supera a planificada em eficiência justamente
porque deixa os agentes livres para decidir o que é melhor para
si e seus negócios. De modo geral, eles encontram melhores soluções
do que as imaginadas por burocratas incapazes de prever todas as situações
possíveis.
Apesar
das muitas falhas e injustiças, esse sistema gerou mais prosperidade
e fez mais para reduzir a pobreza global do que qualquer outro já
experimentado. (Folhapress)
Empregadores
ainda têm receio de aplicar a reforma trabalhista
Empresas
se interessam por contratação intermitente, mas a evitam
por medo de judicialização
Prestes
a completar um ano, a reforma trabalhista ainda não foi pacificada
nas cortes, e empregadores ainda têm receio de usar seus mecanismos.
A
contratação intermitente é a novidade pela qual as
empresas mais se interessam, mas evitam por medo de suas possíveis
decorrências, segundo advogados especializados.
“Ainda
não dá para saber se um trabalhador chamado por esse regime
terá direito a benefícios como participação
nos lucros e plano de saúde, como os outros”, diz Cibelle Goldfarb,
sócia do BMA.
Há
outras questões ainda não respondidas pela legislação
ou jurisprudência, afirma Luis Antônio Ferraz Mendes, do Pinheiro
Neto.
“Se
uma funcionária intermitente não convocada a trabalhar engravida,
ela terá estabilidade? Eles podem participar das comissões
de trabalhadores?”
A
homologação de acordos pela Justiça do Trabalho também
não está clara, diz Antonio Frugis, do Demarest.
“O
empregador faz um acerto, mas não se sabe ao certo se isso quita
qualquer possibilidade de ação, por novos motivos que venham
a aparecer.” (Maria Cristina Frias - Folhapress)
Por
que Chile virou a referência econômica de Bolsonaro
Conhecido
por ser o país que mais cresceu na América Latina entre 1983
e 2004 e por ser exemplo de economia aberta e liberal, o Chile virou uma
das principais referências econômicas do governo Bolsonaro.
Futuro ministro da Economia, Paulo Guedes é da mesma escola econômica
dos “Chicago boys”, como são chamados os economistas que assessoraram
a transição do governo socialista chileno para o modelo econômico
liberal do ditador Augusto Pinochet.
Agora,
com Jair Bolsonaro eleito presidente, o novo ministro deve implementar
no Brasil, com suas devidas adaptações, algumas das medidas
econômicas já adotadas pelo Chile, como o modelo de abertura
comercial e o sistema de capitalização para a Previdência.
Guedes
é admirador do regime de Previdência chileno e, por diversas
vezes, já mencionou que deseja implementar uma proposta semelhante
para o Brasil. Além disso, já elogiou outras medidas adotadas
no século passado pelo país vizinho, como acordos bilaterais,
Banco Central independente, câmbio flexível e reforma trabalhista.
Em
um artigo de 2008, Guedes faz referências à economia chilena.
Ele analisa o governo de Michelle Bachelet, que presidiu o país
pela primeira vez de 2006 a 2010, e credita o bom desempenho econômico
ao que foi feito pelos “economistas de Chicago, uma das usinas de ideias
das modernas democracias liberais”. E acrescenta “que nem mesmo as sucessivas
vitórias da coalizão dos partidos de esquerda representaram
ameaça ao modelo econômico liberal responsável pelo
formidável desempenho da economia chilena”.
No
mesmo artigo, o futuro ministro da Economia cita as principais ações
idealizadas pelos economistas de Chicago que levaram ao explosivo crescimento
econômico do Chile. Seriam: “A integração competitiva
na ordem econômica globalizada, a austeridade fiscal, o banco central
independente, o câmbio flexível, as reformas da legislação
trabalhista e da previdência e a concentração de gastos
públicos em funções críticas do Estado (segurança,
saúde, educação) e na remoção das desigualdades
sociais (foco na remoção da pobreza e na promoção
da igualdade de oportunidades) criaram uma nova sociedade”.
A
relação de Guedes com o Chile e os “Chicago boys”
Essas
medidas econômicas foram implementadas pelos “Chicago boys”, que
trabalharam no governo Pinochet. Guedes, apesar de não ter feito
parte da equipe que assessorou Pinochet, estudou na mesma escola que eles,
a Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, onde lecionou Milton Friedman,
Nobel de Economia e reconhecido economista liberal, que foi o mentor dos
“Chicago boys” e a inspiração do futuro ministro brasileiro.
“Os
economistas que lideraram as reformas econômicas no governo Pinochet,
muitos deles foram colegas do Paulo Guedes na Universidade de Chicago.
Paulo esteve na Universidade do Chile também naquela época.
Há uma comunhão de visões sobre as políticas
econômicas de cunho liberal”, explica Sandra Rios, senior fellow
do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e
diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento
(Cindes).
Guedes
deu aulas na Universidade do Chile no início da década de
1980, a convite de Jorge Selume, um dos economistas de Chicago que trabalhou
no governo Pinochet. O futuro ministro foi, ainda, colega de classe de
Sebastián Piñera, atual presidente chileno.
O
que pode ser replicado em um governo Bolsonaro
Com
Paulo Guedes tendo essa proximidade com o Chile, é possível
encontrar traços das medidas implantadas no país vizinho
no plano de governo de Bolsonaro e em declarações do próprio
futuro ministro. Foi o economista que coordenou toda a equipe econômica
do então candidato. E agora é ele quem vai chefiar a principal
pasta ministerial do governo.
1)
Abertura comercial
Uma
das ações que podem ser replicadas é a abertura comercial.
No Chile, o processo aconteceu no governo Pinochet, quando a política
econômica foi mudada. O país adotou o câmbio flutuante,
reduziu as tarifas aduaneiras, implantou uma tarifa de importação
uniforme de 6% para todos os produtos e estimulou a entrada de capitais
estrangeiros no país. O resultado foi um crescimento da economia
na ordem de 209% de 1983 a 2004, percentual bem superior ao do alcançado
pelo Brasil (72%), México (65%) e Argentina (40%), por exemplo,
segundo dados do FMI.
O
Brasil, apesar de ter realizado oficialmente a abertura comercial na década
de 1990, é uma das economias mais fechadas do mundo. Guedes já
disse que a prioridade do novo governo será fazer comércio
com todo o mundo e que vai propor a redução de muitas das
alíquotas de importação e das barreiras não-tarifárias.
No
plano de governo, menciona que facilitar o comércio internacional
é “uma das maneiras mais efetivas de se promover crescimento econômico
de longo prazo” e que os países mais abertos “são também
os mais ricos”.
OPINIÃO:
Empresário queria presidente de pulso firme. Parece que conseguiu
– mas não gostou
Para
o embaixador José Alfredo Graça Lima, conselheiro do Cebri
e Coordenador do Núcleo de Comércio Internacional do centro,
o modelo de abertura econômica do Chile pode ser replicado no Brasil.
“O
regime de comércio que o Chile resolver adotar deu um resultado
muito bom para uma economia que não representa um PIB de altas dimensões.
Ao mesmo tempo mostra que uma economia mais dependente de matérias-primas,
especialmente do cobre e de produtos agrícolas, pode perfeitamente
implementar um programa de liberalização(econômica)
e fazer com que a economia cresça com um comércio que é
derivado desses recursos naturais. Como o Brasil é parecido, pelo
menos no sentido que tornou-se uma potência agrícola, o modelo
pode se aplicar”, diz o embaixador Graça.
Ele
esclarece, porém, que o processo deve ser feito paulatinamente.
“É um ideal que pode ser replicado, mas não do dia para noite,
e sim de maneira gradual e segura”.
Isso
devido às diferenças entre o Brasil atual e o Chile das décadas
de 1970 e 1980, explica Sandra. “Uma coisa é tomar o Chile como
uma referência de economia que promoveu um processo de abertura comercial
e se tornou mais internacionalizada e teve um desempenho de crescimento
econômico bastante superior ao Brasil nos últimos anos. Essa
é a visão que orienta as propostas do Paulo Guedes e sua
equipe. Não sei se eles vão seguir exatamente o modelo chileno,
porque o Chile é uma economia menos complexa que a brasileira e
tinha uma indústria bem menos diversificada”, diz a especialista.
De
qualquer forma, Paulo Guedes afirmou que abertura comercial no governo
Bolsonaro será gradual para não prejudicar a indústria
brasileira. “Não vamos fazer uma abertura abrupta para prejudicar
a indústria brasileira, ao contrário, vamos retomar o seu
crescimento com juros baixos, reformas fiscais e desburocratização”,
afirmou em entrevista a jornalistas nesta semana.
2)
Acordos bilaterais
Ainda
na área de abertura comercial, o Chile é um dos países
que mais tem acordos bilaterais de livre comércio, ao contrário
do Brasil. No plano de governo de Bolsonaro, no capítulo “abertura
comercial”, há a menção a “constituição
de novos acordos bilaterais internacionais”.
Entre
os países, devem entrar na lista o próprio Chile e os Estados
Unidos. O Chile será o primeiro país que Bolsonaro visitará
após assumir o cargo de presidente, segundo o futuro ministro chefe
da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
O
presidente americano Donald Trump, inclusive, escreveu uma mensagem em
seu perfil no Twitter parabenizando Bolsonaro pela eleição
e falando sobre os dois países trabalharem juntos no comércio.
“Tive uma conversa muito boa com o novo presidente eleito do Brasil, Jair
Bolsonaro, que ganhou sua eleição com uma margem significativa.
Nós concordamos que o Brasil e os Estados Unidos trabalhão
juntos no comércio, defesa e tudo mais. Ligação excelente,
dei os parabéns”, escreveu Trump na manhã seguinte ao segundo
turno.
3)
Relação com o Mercosul
Um
ponto que é apontado muitas vezes como um entrave a acordos biliterais
é o Mercosul. O Chile decidiu lá trás não entrar
no bloco dos países na América do Sul. Ele é apenas
membro-associado e faz acordos comerciais bilaterais com o bloco.
Ainda
não se sabe se um governo Bolsonaro adotará postura semelhante.
Mas mudanças no bloco, pelo menos no funcionamento, são esperadas,
de acordo com as declarações desta semana de Guedes. O novo
ministro disse que as prioridades do Brasil em relação à
política externa não serão nem o Mercosul nem a Argentina.
“O Mercosul quando foi feito, se transformou em um instrumento ideológico,
em uma prisão cognitiva”, afirmou ao jornal Clarín, da Argentina.
A
futura visita de Bolsonaro ao Chile, inclusive, quebra uma tradição
dos governos petistas de Lula e Dilma de sempre visitar primeiro a Argentina
após a eleição. Até o fechamento desta reportagem,
Lorenzoni confirmou, apenas, que Bolsonaro visitará o Chile, os
Estados Unidos e Israel. Os países do Mercosul ainda não
entraram na agenda.
Sandra
diz que o Mercosul não é impedimento para o Brasil diversificar
suas relações comerciais. “Não acho justa a crítica
que Brasil não negociou acordos bilaterais importantes por causa
do Mercosul. É porque não foi capaz de fazer propostas atraentes
para países relevantes. É claro que precisaria da concordância
com os blocos, mas Paraguai e Uruguai não seriam problema para isso.
A Argentina até poderia, mas agora, com o governo Macri, isso não
deve ser uma amarração”.
O
embaixador Graça acredita que, caso o governo Bolsonaro adote mesmo
uma postura de buscar acordos bilaterais, em especial com os EUA, isso
não deve ser um problema para o bloco. “Paraguai e Uruguai estão
preparados há muito tempo para sair dessa camisa de força,
que é como eu identifico essa obrigação que os membros
do Mercosul impõem, através de um regulamento, de não
poder fazer acordos individuais sem a companhia de todos os demais membros.
Com a Argentina do Macri, há muito mais disposição
para isso (se livrar dessa amarra).”
4)
Capitalização da Previdência
Fora
da política externa, mas ainda dentro de economia, o sistema de
capitalização da Previdência é outro que pode
desembarcar no Brasil. O Chile reformou a sua Previdência no início
da década de 1980 ao adotar o sistema de capitalização,
em que você recolhe a sua aposentadoria para uma conta individual.
Foi o caso mais bem-sucedido de transição de modelo, apesar
de hoje ser comum protestos de trabalhadores que reclamam que o benefício
pago é menor do que o salário mínimo vigente. Uma
proposta de reforma do sistema será encaminhada pelo atual presidente
Sebastián Piñera.
O
Brasil adota um modelo diferente para a Previdência: o de repartição,
onde os trabalhadores da ativa bancam as atuais aposentadorias. Mas, como
o modelo escolhido pelo Brasil vem se mostrando insustentável, o
país deve passar por uma reforma e Paulo Guedes afirmou que vai
propor o sistema de capitalização para as gerações
futuras, inspirado na experiência chilena.
5)
Banco Central independente
Outra
medida adotada pelo Chile foi a adoção de um Banco Central
(BC) formalmente independente, com mandatos fixos para seus diretores,
com o objetivo de evitar ingerência política e dar mais estabilidade
às decisões monetárias. O Chile adotou o modelo antes
do fim do regime militar e ele vem sendo mantido, mesmo em governos alinhados
à esquerda que sucederam Pinochet.
No
Brasil, o BC não é formalmente independente. Há um
acordo informal de o presidente não interferir na política
monetária, o que foi cumprido pelo atual governo de Michel Temer.
Está
no plano de governo de Bolsonaro dar autonomia formal para o Banco Central.
Guedes afirmou que vai mandar um projeto de lei propondo a medida, com
mandatos não coincidentes entre o presidente da República
e o presidente do BC. (Gazeta do Povo)
De
olho no futuro
Decisão
sobre ministérios requer análise profunda
Eleger-se
presidente da República deve trazer um sentimento único para
os poucos que conseguem alcançar essa posição. Porém,
fico imaginando que no exercício do mandato o presidente tem que
usar ao máximo sua capacidade para articular interesses e visões
daqueles que compõem seu ministério e compatibilizá-los
com a construção de seu legado. Lembrando a célebre
carta de Getúlio Vargas, o acerto se dá com a história.
Nessa perspectiva, muita coisa se perde ao longo do tempo e outras passam
a ter real significado.
Neste
momento em que a humanidade se encontra --a Era do Antropoceno--, o cuidado
com as questões ambientais será critério importante
de avaliação sobre o legado dos atuais governantes. Especialmente
porque as ações a serem tomadas nas próximas décadas
são decisivas para mitigar os efeitos mais dramáticos do
aquecimento global, caso queiramos manter o aumento da temperatura de acordo
com o estabelecido no Acordo de Paris, ressaltando-se que parte expressiva
da comunidade científica considera o pactuado internacionalmente
insuficiente para dar conta do problema.
No
entanto, a crise não se restringe à questão climática,
envolvendo outros temas relevantes como a perda da biodiversidade no planeta.
Bem como os desafios da gestão de água doce que, nos últimos
anos, tem imposto grandes dificuldades aos brasileiros com as secas no
Nordeste e, mais recentemente, no Sudeste (São Paulo).
Nos
últimos dias, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) promoveu uma grande conferência sobre os impactos da poluição
do ar na saúde, demonstrando que todos aqueles que vivem em centros
poluídos pagam um preço alto em termos de diminuição
de expectativa de vida.
Até
mesmo doenças como o Alzheimer e a diabetes têm sido atribuídas
à poluição do ar. No Brasil, por exemplo, o Programa
de Controle de Poluição do Ar Por Veículos Automotores
tem sido considerado um dos mais eficazes instrumentos de prevenção
de saúde no mundo.
Definir
o desenho institucional do governo federal para tratar dessas questões
não é tarefa trivial.
É
bom lembrar, inclusive, para espantar viés ideológico, que
as grandes inovações no campo ambiental nos EUA se deram
por iniciativa do ex-presidente republicano Richard Nixon. Em seu mandato
foi aprovado o National Environmental Policy Act (NEPA), que instituiu,
pioneiramente, o "estudo de impacto ambiental" e que veio a se tornar praticamente
universal nos anos seguintes.
Foi
também em seu período a criação da Environmental
Protection Agency (EPA), o equivalente, de certo modo, ao Ibama.
Margaret
Thatcher, por sua vez, uma das grandes referências políticas
do século passado do campo conservador, foi uma das primeiras personalidades
a reconhecer o desafio do aquecimento global, em razão da sua formação
acadêmica. Thatcher era química, e compreender esse fenômeno
exige conhecimentos básicos da ciência.
A
conclusão é que essas questões não podem ser
vistas sob ótica simplista. Exigem compromisso efetivo de todos
com o futuro, deixando de lado visões e interesses específicos,
sem concessão ao calor da campanha eleitoral.
Desse
modo, qualquer decisão a respeito do Meio Ambiente e demais ministérios
requer análise que leve em conta a complexidade das múltiplas
ações requeridas para se atender às demandas da sociedade.
O futuro legado do presidente eleito depende da sua capacidade em decidir
o que é melhor para os brasileiros de hoje e das futuras gerações.
(Fabio Feldmann - Folhapress)
Buraco
no caminho do eleito
O
desajuste das contas públicas é basicamente um problema federal,
embora alguns Estados estejam em situação muito precária
O
maior buraco no caminho do presidente eleito é por enquanto um déficit
de R$ 326 bilhões nas contas do governo central, saldo acumulado
de janeiro a setembro. Esse valor corresponde a 6,40% da produção
brasileira de bens e serviços, isto é, do Produto Interno
Bruto (PIB). Olhar para o mundo rico ajuda a perceber o tamanho do problema.
A Comissão Europeia rejeitou a proposta de orçamento da Itália
para 2019, porque o déficit previsto é igual a 2,40% do PIB.
Poderá haver festa em Brasília quando o balanço da
União chegar a esse ponto. O rombo do governo central corresponde,
proporcionalmente, a 2,67 vezes o previsto no plano italiano. Até
o réveillon a crise das contas públicas poderá piorar
no Brasil. Restam dois meses, até a posse, para o eleito e sua equipe
se prepararem. Até lá, poderão tentar diminuir o desajuste,
com ajuda do governo atual e do Congresso. Uma boa iniciativa seria cuidar
da reforma da Previdência.
O
governo tem procurado conter despesas e a recuperação da
economia, embora lenta, vem proporcionando ganhos de arrecadação.
Mas o rombo das pensões e aposentadorias impede o equilíbrio
financeiro do setor público. Com aperto de gastos e melhora da atividade,
o Tesouro acumulou superávit de R$ 78,82 bilhões de janeiro
a setembro. O déficit de R$ 504 milhões nas operações
do Banco Central (BC) pouco pesou no conjunto. Mas o resultado da Previdência,
um déficit de R$ 154,86 bilhões, mais que anulou todos os
ganhos da gestão financeira. Por isso, o governo central fechou
as contas primárias de nove meses com um saldo vermelho de R$ 76,54
bilhões. Os saldos, calculados pelo critério do BC, correspondem
às necessidades de financiamento.
Com
os saldos positivos dos governos de Estados e municípios e também
das estatais, o setor público fechou o balanço de janeiro
a setembro com um déficit primário, isto é, sem a
conta de juros, de R$ 59,32 bilhões. Somados os R$ 303,34 bilhões
de juros pagos no período, o resultado nominal do setor público
em nove meses foi um buraco de R$ 362,66 bilhões, equivalente a
7,12% do PIB. O déficit do governo central, de R$ 326 bilhões,
compõe quase 90% do saldo negativo do setor público.
O
desajuste das contas públicas é basicamente um problema federal,
embora alguns Estados estejam em situação muito precária.
A situação desses Estados se agravou no período petista,
quando o poder central afrouxou a relação com os governos
estaduais, concedendo-lhes aval do Tesouro para novas dívidas. Os
piores efeitos decorreram da combinação dessa permissividade
com má administração estadual e muita corrupção.
Alguns dos principais envolvidos estão na cadeia cumprindo penas.
Os casos mais notórios têm ocupado muito espaço e muito
tempo nos meios de comunicação.
O
rombo geral do setor público atingiu R$ 488,83 bilhões em
12 meses. Isso corresponde a 7,20% do PIB. O governo central é responsável
por 87% do desastre, com um déficit de R$ 425,32 bilhões,
ou 6,26% do PIB. O novo governo precisará conter severamente o gasto
e, se possível, aumentar a receita sem travar a economia.
O
corte será a tarefa mais importante e dependerá, em boa parte,
da mudança das aposentadorias e pensões. Só assim
será possível equilibrar despesas e receitas da administração
e, em seguida, obter superávit primário para pagar os juros
e controlar a dívida pública. Obter apoio a uma reforma séria
será um dos desafios mais duros, especialmente por causa da resistência
do funcionalismo e de seus porta-vozes.
Enquanto
persiste o déficit primário, juros acumulam-se, débitos
vencidos são renegociados e cresce a dívida bruta em todos
os níveis. Em setembro, a dívida bruta do governo geral chegou
a R$ 5,25 trilhões, ou 77,2% do PIB. Houve redução
de 0,1 ponto porcentual no mês, mas no ano a relação
cresceu 3,7 pontos. Essa proporção seria tolerável
no mundo rico, num país com nota de crédito muito maior que
a do Brasil. No caso brasileiro, é um forte sinal de risco, um obstáculo
à redução de juros e um entrave ao crescimento econômico.
(Agência Estado)
Primeiros
sinais
O
presidente eleito Jair Bolsonaro entra na sua segunda semana pós-segundo
turno ainda comemorando o golaço de Sergio Moro no superministério
da Justiça. Mas tem pela frente a tarefa de desfazer alguns desacertos
no seu programa de governo, principalmente na área econômica.
Ninguém espera que um presidente recém-eleito tenha um projeto
de governo pronto e acabado.
Para
preencher os vazios, com alterações ou contribuições
de parceiros, servem inclusive os dois meses de transição
até a chegada ao Planalto. Ainda mais quando se trata de uma espetacular
virada no quadro político, como a protagonizada por Bolsonaro, que
abriu espaço para novos personagens não só no Planalto,
como nos governos estaduais e no próprio
Congresso.
Mesmo assim, não convém deixar que mensagens transmitidas
ao País nesse período sejam contraditórias, até
porque se o quadro político é novo, o econômico está
aí há um bom tempo à vista de todos, com problemas
mais do que identificados exigindo soluções certeiras.
Pelo
menos duas grandes fontes de discordâncias e/ou indefinições
dentro do time de Bolsonaro chamam a atenção nesse primeiro
momento. A primeira diz respeito ao enxugamento de ministérios,
de 29 para praticamente a metade. Promessa recorrente de vários
outros governantes, a fusão de ministérios, além de
não trazer o corte de gastos imaginado, sempre acaba atropelada
pela necessidade de fazer valer o “presidencialismo de coalização”,
que na prática resulta no tal loteamento de cargos. Porém,
mesmo que Bolsonaro consiga de fato se descolar dessa lógica na
chegada ao Planalto, também impressionam critérios para definir
o perfil de algumas pastas que vão vingar depois do redesenho.
Se
o presidente eleito não for convencido a recuar do recuo, é
possível que seja afastada a hipótese de junção
da Agricultura com o Meio Ambiente – que conseguiu desagradar até
aos ruralistas exportadores, por temor da reação desfavorável
dos compradores de produtos brasileiros a um inevitável relaxamento
na observância das regras ambientais. Menos mal. Mas as distorções
não se esgotam nesse caso: continua em pauta, por exemplo, o fatiamento
da Educação, que deixaria o ensino básico nesse ministério
e levaria o ensino superior para o de Ciência e Tecnologia.
Outro
grande foco de divergências está na reforma da Previdência.
Que Bolsonaro tem intenção de fazer a reforma, parece claro
– e o comportamento dos mercados é prova dessa avaliação.
Também há sinais de que as mudanças caminharão
rumo ao regime de capitalização, em lugar do regime de repartição.
No modelo atual, quem trabalha paga os benefícios de quem está
aposentado, e na capitalização, o próprio trabalhador
contribui para uma conta individual, que vai cobrir a sua aposentadoria.
Uma
das propostas em estudo, com a paternidade de Armínio Fraga e do
especialista do Ipea Paulo Tafner, prevê uma transição
gradual para o sistema de capitalização, que incluiria apenas
quem entrar no mercado de trabalho no prazo de 15 a 20 anos. Os cálculos
são de uma economia de R$ 1,27 trilhão em 10 anos, três
vezes a versão que sobreviveu da reforma de Temer.
Não
há concordância, contudo, entre Guedes e o futuro chefe da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre a forma e o ritmo adequado para tocar
essas mudanças. Encampar pedaços da reforma de Temer agora
e deixar a capitalização para depois ou fazer tudo de uma
vez só. No mesmo terreno, também está em debate a
criação de um imposto para cobrir o rombo do INSS, nas bases
da CPMF, em lugar da parte que as empresas recolhem sobre a folha de pagamento.
Ou seja, trata-se de muita ideia e também de muita dúvida.
A
“estreia” do governo Bolsonaro caracterizou-se ainda por ruídos
em relação a outros temas econômicos, como a desnecessária
declaração de Guedes sobre o uso de reservas internacionais
e a defesa de limites à flutuação do câmbio
pelo próprio Bolsonaro. Como costuma acontecer, esses desencontros
têm sido vistos como falhas de comunicação. Mas não
dá para negar que essa é apenas uma parte do problema. Certamente
profissionais da área ajudariam a unificar o discurso dos integrantes
da equipe, mas antes de mais nada é preciso unificar as orientações
do governo. (Cida Damasco - O Estado de S.Paulo)
Dívida
pública cresceu R$84 bi em setembro
A
dívida liquida do setor publico não-financeiro cresceu R$
84 bilhões em setembro, avançando para R$ 3,543 trilhões,
ante os R$3,459 trilhões de agosto, informou o Banco Central na
segunda-feira 29.0 dado inclui os resultados de União, dos Estados,
dos municípios e das empresas estatais, com exceção
de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil e Caixa. Em relação
ao Produto Interno Bruto, a dívida avançou de 51,2% em agosto
para 52,2% em setembro.
EXPORTAÇÕES
AVANÇAM 19% EM OUTUBRO
As
exportações brasileiras cresceram 19% até a terceira
semana de outubro em comparação com o mesmo período
de 2017, informou o Ministério da Indústria e Comércio
na segunda-feira 29. No mês, o superávit comercial foi de
US$ 4,59 bilhões e, no ano, acumula um total de US$48,9 bilhões.
SETOR
DE SERVIÇOS ESTÁ MAIS CONFIANTE
O
índice de Confiança de Serviços aumentou 0,9 ponto
em outubro para 88,3 pontos, informou a Fundação Getúlio
Vargas na segunda-feira 29. No mês, o Nível de Utilização
da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de Serviços subiu 0,3 ponto
percentual, para 82,2%. Segundo a FGV, o que mais beneficiou o índice
foi a expectativa positiva com a demanda por serviços. (Isto
É Dinheiro)
Bolsonaro:
Equipe quer zerar déficit fiscal em 2019
No
ano que vem está previsto mais um déficit fiscal de aproximadamente
R$ 140 bilhões
A
equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro pretende
mergulhar fundo nos dados e informações da economia, especialmente
as questões fiscais, para montar um plano de zerar o déficit
fiscal já em 2019, disse à agência de notícias
Reuters uma pessoa que acompanha de perto a transição.
O
objetivo da equipe econômica de Bolsonaro é entrar em 2020
com o problema fiscal superado e com a garantia de um superávit
sustentável para os próximos anos.
No
ano que vem está previsto mais um déficit fiscal de aproximadamente
R$ 140 bilhões. Esse será o sexto ano seguido de resultado
fiscal negativo.
A
equipe de transição de Bolsonaro começa a trabalhar
na segunda-feira (5) com os técnicos do atual governo de Michel
Temer.
Até
setembro, o déficit primário acumulado é de R$ 59,3
bilhões, o que abre a possibilidade de o déficit do ano ser
menor que os cerca de R$ 160 bilhões estimados pelo governo.
“A
grande preocupação da equipe de transição é
com equilíbrio fiscal já para 2019” , disse a pessoa ouvida
pela Reuters, que pediu para não ser identificada.
“O
que se busca não é uma solução para dizer que
acabou, e sim que o equilíbrio seja permanente”, adicionou.
Caberá
à equipe de transição buscar os caminhos que poderão
levar ao prometido equilíbrio fiscal no curto prazo.
Um
consenso no grupo de Bolsonaro é a necessidade de corte de despesas
para se buscar o almejado equilíbrio das contas. A redução
no número de ministérios vai nessa direção,
segundo a fonte, embora somente a redução de pastas não
passe nem perto de ser uma solução para o problema fiscal.
O
presidente eleito fala em reduzir para até 17 o total de pastas
em seu governo.
“São
menos gastos, secretários, comissionados e despesas de custeio...o
efeito é muito pequeno, mas ajuda, claro”, disse a fonte.
Especialistas
avaliam que uma reforma da Previdência seria essencial para o equilíbrio
das contas públicas, e Bolsonaro disse em entrevista na quinta-feira
que a reforma será apoiada por sua equipe, com o objetivo de aprovação
ainda no governo Temer. Ele ressaltou, no entanto, que a meta não
seria já chegar a uma reforma ideal, mas “aquela que pode ser aprovada
pela Câmara”.
Outra
alternativa importante para a redução do déficit seria
viabilizar o leilão do excedente da cessão onerosa, que poderia
obter algo perto de R$ 100 bilhões ao governo em troca de contratos
para exploração de petróleo no pré-sal.
A
realização do leilão, no entanto, ainda depende da
aprovação de um projeto de lei pelo Congresso e de um acordo
com a Petrobras. (Reuters/Folhapress)
É
preciso fazer contas
Propostas
atribuídas a Paulo Guedes decerto não foram avaliadas à
luz de seu impacto nas contas públicas
Começaram
a surgir alguns sinais animadores sobre a política econômica
do governo Bolsonaro. As melhores notícias, até agora, vieram
da área de infraestrutura e da disposição de apoiar
alguns bons projetos do governo atual que se encontram no Legislativo,
como a reforma da Previdência, o cadastro positivo de crédito,
a nova lei de falências e alterações nas normas para
a devolução de imóveis comprados na planta.
No
entanto, propostas atribuídas ao futuro ministro da Fazenda certamente
não foram avaliadas à luz de seus impactos sobre as contas
do governo. E, em economia, especialmente em finanças públicas,
não fazer as contas leva a erros de diagnósticos e à
proposição de medidas equivocadas. Vejamos alguns exemplos.
Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF) – O presidente eleito prometeu, e
seu futuro ministro da Fazenda parece ter concordado, isentar de IRPF a
faixa de rendimentos de até R$ 5 mil. Além disso, haveria
uma alíquota única de 20% e acabaria a dedutibilidade de
despesas com saúde e educação. O efeito fiscal combinado
dessas medidas seria uma perda de arrecadação de mais de
R$ 60 bilhões. Detalhe: em 2017, o total arrecadado pelo IRPF sobre
rendimentos do trabalho foi de aproximadamente R$ 120 bilhões. Ou
seja, essas bondades reduziriam a arrecadação desse tributo
a menos da metade do seu valor atual.
Zerar
a contribuição patronal sobre a folha de pagamento – Aqui
há dois problemas: um alocativo, outro de perda de arrecadação.
O primeiro problema é que o financiamento da Previdência Social
é, por definição, um custo do fator trabalho. A remuneração
do trabalhador não é só o que ele recebe como salário
e outros benefícios, mas também a parcela que irá
financiar a sua aposentadoria ou a pensão, para ele ou para seus
dependentes, no caso de invalidez ou morte. Transferir esse ônus
ao capital, por exemplo, reduz artificialmente o custo do fator trabalho
e isso distorce a alocação eficiente de recursos pelas empresas.
Quanto à perda de arrecadação, o valor é monstruoso.
A contribuição patronal de 20% sobre a folha de salários
arrecada cerca de R$ 250 bilhões por ano. Claro que a equipe econômica
de Bolsonaro está pensando num outro tributo para compensar isso.
Tudo indica que seja o imposto sobre movimentação financeira.
Ocorre que tal compensação exigiria uma alíquota da
ordem de 1%, muito alta para um imposto que gera sérias distorções
na economia (como incentivos à verticalização da indústria
e desintermediação financeira) e que se incorpora no custo
de produção e aos preços finais dos bens e serviços,
ou seja, mais um imposto indireto.
O
peso dos juros da dívida pública – Paulo Guedes dá
ênfase à venda de ativos para abater a dívida pública.
No início, falava que poderia obter para esse fim R$ 1 trilhão
com privatizações. Alertado pelas pessoas que fazem conta
sobre o irrealismo desse número e após os vetos de Bolsonaro
à venda das estatais mais valiosas, voltou-se para a polêmica
venda de reservas cambiais. Não tenho nada contra a proposta de
vender ativos para a redução da dívida pública.
O que me incomoda é a motivação. Guedes interpreta
o valor dos juros nominais, como proporção do PIB, como um
dos maiores problemas do desequilíbrio fiscal brasileiro. Esse raciocínio
está errado. O que conta para a dinâmica da dívida
pública são os juros reais, e não os nominais, e,
além disso, há que deduzir o valor do Imposto de Renda, que
retorna para o Tesouro. Por exemplo, em 2017, os juros nominais imputados
à dívida pública foram de R$ 340 bilhões, ou
seja, 5,2% do PIB. Mas, se descontarmos a inflação de 3,8%
(medida pelo deflator do PIB) e o Imposto de Renda sobre os juros, chegamos
a R$ 110 bilhões, ou seja, 1,7% do PIB. Esse é o valor que
afeta a relação dívida/PIB, não os R$ 340 bilhões.
Enfim,
é preciso fazer as contas. (Agência Estado)
Divergências
e recuos marcam a semana de Bolsonaro após vitória
A
primeira semana do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) depois da vitória
nas urnas foi marcada por divergências entre seus principais aliados,
desmentidos e recuos em relação a promessas de campanha.
Além de terminar de definir os ministérios e os integrantes
do governo, Bolsonaro terá como desafios controlar a disputa por
poder entre seus articuladores políticos.
Os
confrontos entre os interlocutores de Bolsonaro tornaram-se públicos
poucas horas depois do anúncio do resultado eleitoral e se repetiram
ao longo da semana. Houve atritos entre Bolsonaro e seu vice, general Hamilton
Mourão (PRTB); entre Mourão e o senador Magno Malta (PR-ES),
cotado para ser ministro do Desenvolvimento Social; entre os futuros ministros
da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e da Economia, Paulo Guedes; e
também entre Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente eleito,
o advogado Gustavo Bebianno e o empresário Paulo Marinho. Tanto
Bebianno quanto Marinho tiveram papel de destaque na campanha.
Bolsonaro
demonstrou publicamente o mal-estar com Mourão depois de o vice
ter relatado que o convite ao juiz Sergio Moro para comandar o Ministério
da Justiça foi feito ainda na campanha eleitoral. Mourão
participaria do encontro com Bolsonaro e Moro para anunciar o juiz no primeiro
escalão do governo, mas ficou de fora depois da declaração.
O presidente eleito foi questionado sobre a informação do
vice e afirmou ter "pouco contato com Mourão". "Estou aprofundando
contato", disse, apesar de ter declarado durante a campanha que os dois
eram amigos.
O
presidente eleito afirmou que o contato com Moro havia sido feito depois
da vitória, mas ao ser confrontado com a versão do vice,
cortou o assunto. "Se foi uma semana antes das eleições,
uns dias antes, não tem nada a ver."
O
desconforto de Bolsonaro com o vice vem desde a campanha, quando o então
candidato enquadrou Mourão para que evitasse a imprensa, depois
de declarações controversas. No domingo da eleição
(28 de outubro), o vice só foi à casa de Bolsonaro no fim
da noite, por volta das 23h, depois que o presidente eleito já tinha
feito seu primeiro pronunciamento
Mourão
comparou o senador Magno Malta a um "elefante na sala" e a um camelo, que
"precisa de um deserto". Malta, porém, já anunciou que deve
ser ministro do futuro governo e retrucou a crítica ao dizer que
"quem fala demais dá bom dia a cavalo". O senador, que não
foi reeleito, tem apoio do pastor Silas Malafaia, com quem Bolsonaro esteve
por pelo menos duas vezes na semana passada.
Ver
matéria completa através do link https://www.valor.com.br/politica/5966979/divergencias-e-recuos-marcam-semana-de-bolsonaro-apos-sua-vitoria
(Cristiane Agostine e Vandson Lima -Valor)
Economia:
Mercado fica otimista, mas carga tributária pode crescer
Especialistas
avaliam propostas de Bolsonaro para a economia e aprovam projeto liberal
Não
faltarão desafios ao próximo governo para colocar a economia
do país no caminho do crescimento, e, segundo especialistas, remédios
amargos – como o aumento de impostos – poderão ser adotados. “Uma
reforma administrativa diminui, mas não é o suficiente para
solucionar a situação (fiscal e da dívida pública)”,
afirma o economista da Federação das Indústrias de
Minas Gerais (Fiemg) Sérgio Guerra. Para ele, o próximo governo
pode discutir o retorno da Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira (CPMF) para atacar a situação
fiscal do país, um dos entraves para a retomada de investimentos
pela iniciativa privada. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) de 2018, o rombo previsto para 2019 é de R$ 139 bilhões,
e o estoque da dívida pública chegou a R$ 3,7 trilhões
em setembro.
O
economista Paulo Guedes, anunciado como ministro da Economia de Jair Bolsonaro,
tem citado a diminuição da folha de pagamento e a aceleração
das privatizações para combater o déficit. Ele já
anunciou que é factível zerar o déficit fiscal do
país em 2019 e alcançar um superávit em 2020. O economista
chegou a falar, durante a campanha, no retorno da CPMF, mas voltou atrás
e não confirma nem que a proposta será estudada.
Professor
e coordenador do curso de economia do Ibmec-BH, Márcio Salvato também
não descarta a possibilidade. “A discussão sobre a CPMF deve
voltar. Retornaria com a eleição de qualquer candidato, porque
desonerar cargos comissionados e fazer as privatizações são
coisas que demoram”, afirma. “Para acertar as contas, tem que diminuir
despesa e aumentar receita. E aumentar é mais fácil. Mas
a carga tributária já é alta, e um novo imposto vai
onerar a produção, elevar prejuízos e pode gerar desemprego”,
acrescenta Guerra.
Confiança
A
leitura do economista da Fiemg é que a política econômica
defendida por Bolsonaro será capaz de manter o aumento da confiança
do setor produtivo, o que também é importante para aquecer
a economia do país. Ele afirma que três pontos do plano de
governo “configuram uma política econômica que já deu
certo no Brasil e envolvem: inflação dentro da meta e Banco
Central independente, controle dos gastos públicos e câmbio
flexível”.
“A
proposta liberalizante do Paulo Guedes está mais alinhada com o
mercado e pode aumentar a confiança dos empresários. Isso
é fundamental para a economia se recuperar”, diz o professor Márcio
Salvato. Já o presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon),
Wellington Leonardo da Silva, não vê, no plano de governo,
um projeto de desenvolvimento. “Não adianta só crescer a
economia, tem que ter um projeto de desenvolvimento para o país.
O plano só traz jargões. Demos uma carta branca para o candidato
eleito”, diz.
Eletrobras
Privatização.
O orçamento de 2019 prevê uma arrecadação de
R$ 12 bilhões com a privatização da Eletrobras. Já
o plano de governo de Bolsonaro cita a defesa da empresa estratégica.
Capitalização
deve ser no longo prazo
O
déficit previdenciário é outro desafio que o governo
de Bolsonaro enfrentará. “Não está clara a proposta
de reforma da Previdência de Bolsonaro. Mas a defendida pelo governo
Temer não é suficiente”, enfatiza o economista da Fiemg Sérgio
Guerra. A previsão é que o rombo da Previdência seja
de R$ 308 bilhões em 2019.
O
futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, deputado federal Onyx Lorenzoni
(DEM-RS), descartou a reforma de Temer. A proposta de governo de Bolsonaro
cita a criação de um plano de capitalização
que substituiria, gradativamente, o sistema de contribuição
atual. A ideia, para o professor do Ibmec-BH Márcio Salvato, “pode
ser uma solução no longo prazo, mas não resolve o
déficit atual e piora o problema porque diminui a receita para pagar
os atuais aposentados”, diz. Bolsonaro propõe a criação
de um fundo para cobrir essa diferença. “De onde virá esse
dinheiro tem que ser estudado”, diz Salvato. “Um projeto de reforma da
Previdência sério tem que passar por uma auditoria”, conclui
o presidente do Conselho Federal de Economia, Wellington Leonardo.
Importação
requer ajustes
O
corte das alíquotas de importação em 50% – para diminuir
preços e aumentar a competitividade – defendido por Paulo Guedes
deve ser acompanhado de outras medidas que reduzam os custos das empresas
brasileiras, segundo a Federação das Indústrias de
Minas Gerais (Fiemg).
“A
ação aumenta a competitividade, mas temos encargos trabalhistas,
ambientais e tributários que as empresas estrangeiras não
têm. Por isso, ações que combatam essas diferenças
têm que ser tomadas junto ou antes do corte”, diz o economista da
Fiemg Sério Guerra.
Diferenças
O
presidente eleito e seu futuro ministro Paulo Guedes já divergiram
em alguns momentos.
Combustível
Paulo
Guedes defende a flutuação do preço dos combustíveis,
como gasolina e diesel, de acordo com o mercado internacional. Já
Bolsonaro incluiu em seu plano de governo medidas de controle para evitar
preços muito altos para os consumidores.
Privatizações
Liberal,
Paulo Guedes é um defensor das privatizações. Em seus
discursos pós-eleições, porém, Bolsonaro tem
adotado um tom mais moderado sobre o tema.
Estado
menor
“Fazer
a simplificação dos tributos, manter a política econômica
dentro de uma base mais liberal, com menor intervenção do
Estado, diminuir o tamanho da máquina estatal, tudo isso ajuda a
criar um ambiente mais fácil para aumentar a confiança do
empresariado e permitir o retorno dos investimentos. Mas são processos
morosos no Congresso Nacional.”
Márcio
Salvato - Coordenador do curso de economia do Ibmec-BH (Ludmila Pizarro
- O Tempo Online)
PIB
pode passar de 3% em 2019 se novo governo fizer reformas
Risco,
na avaliação de especialistas, está na capacidade
de o presidente eleito Jair Bolsonaro obter apoio do Congresso e da sociedade
para aprovar medidas; cenário mais ‘moderado’ prevê que o
crescimento do PIB fique entre 2% e 2,5% no ano que vem
A
economia brasileira tem potencial de crescer mais de 3% no ano que vem
se o novo governo conseguir aprovar as reformas, especialmente a da Previdência,
e acelerar as privatizações, segundo economistas ouvidos
pelo Estado. A dúvida dos especialistas é quanto à
governabilidade do presidente eleito Jair Bolsonaro e sua capacidade de
obter o apoio do Congresso e da sociedade para a aprovação
das reformas.
“O
grande calcanhar de Aquiles do Bolsonaro é a reforma da Previdência.
Se ele conseguir passar uma reforma ampla e continuar as micro reformas
encaminhadas pelo governo Temer, teríamos chance de um crescimento
forte ano que vem, acima de 3%”, afirma o economista-chefe da MB Associados,
Sérgio Vale. Por enquanto, ele trabalha com uma previsão
de crescimento de 2,2%. A projeção incorpora a incerteza
em relação à reforma da Previdência.
Entre
os economistas, o cenário mais provável para 2019, é
de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)entre 2% e 2,5%. Essa projeção
coincide com a mediana do mercado, apontada pelo Boletim Focus, do Banco
Central (BC), que está em 2,49%.
“O
ponto mais sensível do cenário do governo Bolsonaro é
a questão da governabilidade”, alerta Alessandra Ribeiro, sócia
da Tendências Consultoria Integrada. Para a economista, que traça
um cenário moderadamente otimista por causa da situação
ruim das finanças públicas, o mais provável é
um crescimento de 2% do PIB para 2019. Nessa estimativa, ela considera
uma reforma da Previdência que não será nada extraordinária,
nenhum grande pacote de privatizações e concessões
e o câmbio apreciando um pouco e fechando 2019 em R$ 3,65. Isso deve
permitir que o Banco Central mantenha a taxa básica de juros (Selic)
em 6,5% ao ano até o segundo semestre do ano que vem.
Dúvida
Na
opinião do ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman, há espaço
para crescer rapidamente, se o governo conseguir desatar o nó das
contas públicas, encaminhar uma boa reforma da Previdência
e reduzir a dívida pública. “Se conseguisse fazer isso, a
economia poderia crescer de 3% a 3,5% em 2109. Mas não acho que
isso vá acontecer.”
O
economista não considera que o País cresça 3,5% porque
acredita que dificilmente as reformas serão encaminhadas. Na sua
opinião, em algum momento o novo presidente vai perceber que será
politicamente custosa qualquer agenda que ele queira passar no Congresso.
Além
disso, Schwartsman não aposta num cenário agressivo de privatizações,
até porque as joias da coroa – Caixa, Banco do Brasil, Petrobrás
e Eletrobrás – foram excluídas do pacote. Diante disso, o
cenário mais provável para o PIB de 2019, na projeção
do economista, varia entre 2% e 2,5%. O crescimento será um pouco
mais forte do que o deste ano por causa da fase de “lua de mel” que marca
geralmente o início de governos e do avanço do consumo, puxado
pelo juro baixo.
Carlos
Kawall, economista-chefe do Banco Safra, projeta crescimento de 3% do PIB
para 2019, mas admite que será difícil crescer tanto por
causa da lenta recuperação do mercado de trabalho, muito
apoiado em empregos informais e com de menores salários. “Fazer
uma boa reforma da Previdência – não necessariamente a ideal
– é imprescindível para melhorarmos as condições
financeiras, como queda dos juros, alta da Bolsa, redução
do risco Brasil.” (Márcia De Chiara - Agência Estado)
Sem
reforma, mercado aguarda corte na nota do Brasil
Atualmente,
o país tem nota BB na agência, dois degraus abaixo do chamado
grau de investimento – nota dada aos países que têm um caixa
robusto para quitar as suas dívidas
O
adiamento da votação da reforma da Previdência para
fevereiro pode ter um efeito colateral frustrante: fazer com que as agência
de classificação de risco de crédito antecipem o rebaixamento
da nota do Brasil. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, agência
Standard & Poor’s seria a primeira a tomar essa decisão. Moody’s
e Fitch acompanhariam o movimento, deixando o país ainda mais distante
do selo de bom pagador.
Na
última semana, circularam no mercado informações de
que a S&P poderia rebaixar a nota do Brasil já no início
do ano. Atualmente, o país tem nota BB na agência, dois degraus
abaixo do chamado grau de investimento –nota dada aos países que
têm um caixa robusto para quitar as suas dívidas.
Logo
após o adiamento da votação da reforma, Moody’s e
Fitch alertaram para o impacto negativo da decisão. Na Moody’s,
o Brasil tem nota Ba2 e na Fitch, BB –em ambos os casos, dois níveis
abaixo do selo de bom pagador.
Diante
do tom mais duro, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que conversaria
com as agências.
Para
especialistas, porém, a chance de aprovação é
remota –e as agências teriam avaliação parecida. “É
mais provável hoje que a reforma não passe mesmo, então
talvez elas [as agências] já tomem uma decisão com
base nisso”, afirma Iana Ferrão, economista do Credit Suisse.
No
entanto, Iana pondera que o país sofrerá menos do que antes.
“O impacto é maior quando o país perde o grau de investimento.
Agora, o impacto deve ser menor, porque as maiores restrições
para investimentos estrangeiros estavam relacionadas à perda do
grau de investimento.”
VULNERÁVEL
Para
Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco, enquanto a reforma não
sair e o governo não tiver como aliviar o deficit fiscal, o país
está mais suscetível. “Ficamos vulneráveis diante
das agências e mesmo dos investidores”, diz.
O
fato de 2018 ser ano eleitoral pode tornar as agências ainda mais
cautelosas, avalia Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências.
“Elas podem antecipar esse ajuste. Do ponto de vista técnico, o
Brasil faz perfeitamente por merecer um rebaixamento. A questão
fiscal é crítica para os próximos anos”, ressalta.
“Se
houvesse uma percepção mais firme de que o próximo
governo continuaria a agenda econômica, elas contariam com a reforma.”
Para
Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos, as agências
deveriam aguardar a votação antes de tomar uma decisão.
“Não se costuma fazer isso em ano eleitoral. Elas deveriam esperar
para ver se sai a reforma, já que deram o benefício da dúvida.
Se a reforma for aprovada, vão ter que revisar a nota novamente”,
diz.
O
Planalto deve tentar ganhar tempo. “O governo vai tentar votar as medidas.
Uma agenda pró-reforma seguraria as agências, que olham o
compromisso”, afirma Rodrigo Melo, economista-chefe da Icatu Vanguarda.
(Folhapress.)
Mercado
prevê 30 empresas indo à Bolsa em até 18 meses
Principais
apostas são em setores financeiro e de saúde, educação
e energia
As
operações de abertura de capital em Bolsa de empresas brasileiras
devem ser destravadas no país à medida que se consolidam
as previsões de crescimento econômico e saem do papel as reformas
propostas pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Analistas
trabalham com uma lista de cerca de 30 empresas que estariam prontas para
vender ações no mercado, considerando aquelas que já
fizeram o pedido de listagem na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Haveria
ainda um conjunto de companhias que começaria a se movimentar à
medida que investidores mostrassem apetite por esse tipo de papéis.
Os
primeiros IPOs (oferta pública inicial de ações, na
sigla em inglês) devem ser do banco BMG e da empresa de serviços
de tecnologia Tivit, que planejam concluir a operação ainda
neste ano.
Já
a holding de energia Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, pode
tentar uma oferta inicial no primeiro trimestre de 2019, após duas
ofertas suspensas por falta de disposição de investidores
em entregar o valor pedido pelos acionistas.
As
emissões tentam capturar a euforia do mercado com a vitória
de Bolsonaro —na quinta-feira (1º), o Ibovespa bateu recorde histórico
ao fechar em 88.419 pontos.
A
eleição do capitão reformado do Exército era
vista mesmo durante a eleição como um potencial catalisador
de um período benigno e duradouro de alta para a Bolsa. Isso porque
desde a campanha o presidente eleito passou a defender ideias econômicas
liberais, amparado em seu guru e futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
“O
último período de alta relevante foi nos anos Lula. Os grandes
movimentos da Bolsa se devem a eventos políticos”, diz André
Rosenblit, responsável pela área de Equities do Santander.
O
recorde da Bolsa brasileira foi em 2007, quando 64 operações
de abertura de capital foram registradas; um ano antes, em 2006, foram
26.
Segundo
o executivo do Santander, esse total de 30 empresas deve ir a mercado nos
próximos 18 meses, com potencial de movimentar US$ 15 bilhões
(cerca de R$ 55 bilhões).
Desse
universo, Antonio Pereira, executivo da área de banco de investimento
do Goldman Sachs no Brasil, projeta que até 30% não conseguirá
efetivamente abrir capital, por razões específicas da companhia.
Não seria, portanto, por falta de demanda de investidores, afirma.
Além
disso, outras preencheriam essa lacuna para o mercado alcançar o
número mágico de 30 operações de abertura de
capital.
O
potencial do mercado brasileiro é considerado grande pelo longo
tempo em que quase não houve espaço para novas operações,
reflexo da longa recessão e das dificuldade de empresários
e investidores vislumbrarem um cenário mais otimista para a economia
brasileira e para o resultado das empresas.
“A
gente ficou com essa janela de cinco anos quase em compasso de espera”,
diz Pereira, do Goldman Sachs.
Ainda
há liquidez no mercado externo, com os juros baixos em economias
desenvolvidas, que motiva a migração de recursos para economias
emergentes.
Analistas
não vislumbram ainda um cenário negativo para a Bolsa local
mesmo com o atual ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, que diminuiria
a liquidez do mercado.
A
demanda por novos papéis viria de fundos de investimento, pouco
alocados em renda variável atualmente, e de investidores internacionais
que são dedicados a investimentos em Brasil e também subalocados.
Na
preferência desses investidores, predominariam os setores financeiro
e de saúde, educação e energia.
Nesses
segmentos, haveria amplo potencial de crescimento para as companhias.
O
exemplo mais citado pelo mercado de operação bem sucedida
é a abertura de capital da PagSeguro —que pertence ao UOL, do Grupo
Folha— na Bolsa de Nova York.
Na
operação, realizada em janeiro, foram movimentados US$ 2,3
bilhões (R$ 8,5 bilhões), e a forte demanda abriu espaço
para a concorrente Stone realizar sua oferta, na qual levantou US$ 1,5
bilhão (R$ 5,6 bilhões).
As
duas operações mostram a demanda de investidores por empresas
disruptivas do setor financeiro —o que não significa que todas as
empresas que se posicionam como fintechs conseguirão atrair a mesma
demanda, afirmam especialistas.
O
Agibank, banco do Rio Grande do Sul que está migrando sua operação
para serviços digitais, planejava realizar o IPO no mesmo período
da PagSeguro, mas precisou engavetar o projeto por ver a demanda pelos
papéis minguar.
Procurado
para comentar o processo, o banco afirmou que acompanha as condições
de mercado pelo melhor momento para a eventual retomada do processo de
abertura de capital. Marciano Testa, fundador e presidente do Agibank,
afirmou que o cenário eleitoral seria determinante para levar adiante
os planos.
Além
das duas empresas de meios de pagamento, houve ainda neste ano o IPO da
Arco Educação no exterior.
Na
B3, outras três empresas abriram capital ao longo de 2018, número
abaixo das dez novas companhias listadas na Bolsa brasileira em 2017.
Houve
ainda a emissão da Netshoes em Nova York e a abertura de capital
simultânea da Azul na B3 e nos Estados Unidos.
“Menos
de dez IPOs por ano é muito pouco para uma economia do tamanho da
nossa”, afirma Antonio Pereira, head de investment banking do Goldman Sachs
no Brasil.
A
redução das operações apareceu nos resultados
dos bancos no terceiro trimestre. Receitas com assessoria financeira registraram
forte queda no período, com tombo de 32% da arrecadação
nessa linha no Itaú. No Bradesco, a queda foi de 19,4%. Ambos os
casos são em comparação com igual período de
2017.
Mas
a expectativa é que o cenário já se reverta nesse
semestre, corroborando a visão de especialistas ouvidos pela Folha
de que haverá maior apetite por IPOs no mercado.
Em
entrevista para detalhar os resultados do terceiro trimestre, o presidente
do Itaú, Candido Bracher, atribuiu a queda expressiva ao período
de incerteza, que deve se dissipar já nos últimos três
meses do ano que vem. (Reuters/Folhapress)
Obtenha mais informações
pelo e-mail assprevisite1@assprevisite.com.b
EUA:
Desemprego cai e atinge menor nível em 49 anos
Relatório
do Departamento de Trabalho norte-americano aponta ainda que os salários
registraram seu maior ganho anual em nove anos e meio
O
crescimento do emprego nos Estados Unidos se recuperou com força
em outubro e os salários registraram seu maior ganho anual em nove
anos e meio, apontando para um aperto no mercado de trabalho que poderia
encorajar o Banco Central local a aumentar as taxas de juros novamente
em dezembro.
O
relatório mensal do Departamento de Trabalho, monitorado de perto,
mostrou que a taxa de desemprego está estável em 3,7%, valor
mais baixo em 49 anos.
A
força sustentada do mercado de trabalho pode aliviar os temores
sobre a saúde da maior economia do mundo, após dados do setor
de habitação fracos e uma parada nos gastos empresariais.
A
geração de postos de trabalho no setor não-agrícola
somou 250 mil novas vagas no mês passado, já que o emprego
no setor de lazer e hospitaleiro se recuperou depois de ser pressionado
pelo furacão Florence, que inundou a Carolina do Norte e Carolina
do Sul em meados de setembro.
Também
houve ganhos nos setores manufatureiro, de construção e serviços
profissionais e de negócios. Os dados de setembro foram revisados
??para mostrar 118 mil empregos adicionados, em vez dos 134 mil novos cargos
gerados anteriormente.
Salários
Os
ganhos médios por hora subiram US$ 0,05, ou 0,2%, em outubro, após
avançar 0,3% em setembro. O aumento impulsionou a valorização
anual dos salários para 3,1% — o maior ganho desde abril de 2009
— ante 2,8% em setembro.
O
forte ganho salarial anual reflete outros dados publicados nesta semana,
mostrando que os salários aumentaram no terceiro trimestre com mais
força desde meados de 2008. A remuneração por hora
também aumentou em ritmo acelerado no terceiro trimestre.
Os
salários firmes apóiam as visões de que a inflação
vai pairar em torno da meta de 2% do Federal Reserve por um tempo.
Não
é esperado que o Fed aumente as taxas em sua reunião de política
na semana que vem, mas economistas acreditam que os fortes dados do mercado
de trabalho de outubro possam fazer com que o banco central dos EUA sinalize
um aumento em dezembro. O Fed elevou os juros em setembro pela terceira
vez este ano. (Reuters)
Trump
prevê que EUA e China terão um ‘bom acordo comercial’
Presidente
confirmou que vai se encontrar com líder chinês na reunião
do G20, onde devem tratar de comércio
O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 2, que
houve progresso nas negociações com a China sobre comércio
e previu que as duas maiores economias do mundo se entenderiam e alcançariam
um acordo “muito bom”.
Trump
confirmou que se encontraria com o presidente chinês, Xi Jinping,
na cúpula do G-20 no fim do mês, na Argentina.
“Nós
tivemos uma discussão muito boa com a China”, disse Trump. “Eles
querem muito fazer um acordo. E acho que nós vamos fazer um acordo
com a China que será muito justo para todos”, acrescentou.
Mais
cedo, o principal assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow,
havia dito que os EUA e a China não estão próximos
a um acordo para solucionar suas diferenças comerciais, e que ele
estava menos otimista que antes com o acordo.Trump disse que estaria disposto
a fechar um acordo justo para que a China abrisse seu mercado. Ele disse
que as tratativas sobre comércio exterior seriam um tópico
quando ele se encontrar com Xi para jantar.
Os
dois líderes haviam conversado por telefone na última quinta-feira
e expressaram otimismo a respeito da resolução da disputa
comercial entre os dois países antes da reunião na Argentina.
Mas
horas depois da avaliação positiva, o Departamento de Justiça
dos EUA denunciou outra empresa chinesa acusada de práticas injustas,
como parte de uma campanha de pressão generalizada do governo Trump
contra a China.
Mesmo
assim, os investidores saudaram a retomada do diálogo e um relato
segundo o qual Trump está adotando medidas para resolver a guerra
tarifária – as ações asiáticas atingiram sua
maior alta em três semanas nesta sexta-feira e o dólar recuou.
Trump
disse no Twitter que as discussões comerciais com Pequim estão
“avançando tranquilamente” e que planeja se encontrar com o chinês
nos bastidores da cúpula do G20.
Em
comentários à imprensa estatal, Xi disse esperar que a China
e os EUA consigam desenvolver um relacionamento constante e saudável
e que está disposto a se encontrar com Trump na Argentina.
“As
delegações comerciais dos dois países deveriam intensificar
o contato e realizar consultas sobre questões de interesse dos dois
lados, e promover um plano que ambos possam aceitar para chegar a um consenso
sobre a questão do comércio China-Estados Unidos”, disse
Xi à televisão estatal chinesa CCTV. (Reuters/Agência
Estado)
Ibovespa
tem 3ª alta seguida e atinge pico histórico
O
bom humor no mercado internacional e as perspectivas otimistas em relação
ao governo eleito do Brasil levaram o Índice Bovespa nesta quinta-feira,
1, à sua terceira alta consecutiva, com a qual atingiu novo recorde
histórico. O índice fechou com ganho de 1,14%, aos 88.419,05
pontos, superando o recorde anterior, de 87.652,65 pontos, registrado em
26 de fevereiro. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 3,15%.
As
bolsas de Nova York exerceram influência sobre o mercado brasileiro
durante praticamente todo o pregão, inclusive nos momentos de fraqueza,
pela manhã, quando o Ibovespa chegou a cair 0,38%. O impulso mais
forte veio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apontando para
uma possível aproximação da China. Pelo Twitter, Trump
disse que teve uma conversa “muito boa” com o presidente chinês,
Xi Jinping.
Internamente,
o destaque do dia foi a nomeação do juiz federal Sérgio
Moro para o futuro superministério da Justiça. Inicialmente,
a notícia teve impacto neutro sobre os negócios, com avaliações
positivas e negativas sobre o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
À tarde, ganhou força a avaliação mais otimista,
que levou em conta a possibilidade do nome de Moro elevar a popularidade
do novo governo, o que poderia favorecer o avanço da reforma da
Previdência no Congresso.
“O
cenário internacional ajudou bastante, embora as ações
da Petrobras tenham sofrido forte desvalorização”, disse
Pedro Guilherme Lima, analista da Ativa Investimentos. “No cenário
político, a notícia sobre Sérgio Moro foi bem recebida,
embora não tenha impacto algum na economia. O mercado possivelmente
veja na nomeação dele um indicativo de maior popularidade
do novo governo, o que elevaria as chances de aprovação da
reforma da Previdência”, disse.
Para
o analista, a alta não foi maior devido à proximidade do
feriado de Finados, que manterá a bolsa brasileira fechada nesta
sexta-feira (2), enquanto os mercados americanos operam normalmente. Além
de operações pontuais de realização de lucros,
a alta acabou por ser limitada pelas perdas das ações da
Petrobras (-1,81% na ON e -1,09% na PN), influenciadas pelas fortes perdas
dos preços do petróleo.
Entre
os bancos, o dia foi de ganhos expressivos, com alguns papéis repercutindo
seus resultados trimestrais. Bradesco ON e PN subiram 5,26% e 5,71%. Já
as units do Santander caíram 0,95% (Agência Estado)
Dólar
fecha em queda, com exterior e cenário político
Moeda
norte-americana recuou 0,76%, a R$ 3,6943; na semana, subiu 1,16%.
O
dólar fechou em queda nesta quinta-feira (1), abaixo de R$ 3,70,
com o mercado acompanhando os passos do presidente eleito Jair Bolsonaro
e de sua equipe e em dia de maior busca pelo risco no mercado internacional.
A
moeda norte-americana caiu 0,76%, vendida a R$ 3,6943.
Já
o dólar turismo foi negociado a R$ 3,85, sem considerar a cobrança
de IOF (tributo).
"Equipe
econômica e projetos do governo Bolsonaro continuam sendo o foco
do mercado nesse período de transição", destacou a
Elite Corretora em relatório, segundo a Reuters.
Na
quinta, o destaque foi a decisão do juiz Sérgio Moro de aceitar
o convite de Bolsonaro para ser o novo ministro da Justiça e Segurança
Pública.
O
otimismo com o cenário político doméstico encontrou
respaldo num movimento de maior busca pelo risco no exterior, levando o
dólar cair ante a cesta de moedas e ante as divisas de países
emergentes, como os pesos chileno e mexicano, ainda de acordo com a agência.
O
Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial
tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta
forma, rolou US$ 680 milhões do total de US$ 12,217 bilhões
que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la
até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Agenda
reformista
Segundo
a Reuters, a crença de que Bolsonaro seria eleito fez com que o
dólar ficasse mais barato em 20 centavos de real entre o primeiro
e segundo turno, mas a continuidade desta queda passa a depender do que
o novo governo vai implementar de fato.
O
recuo do dólar ante o real já durante a corrida pelo segundo
turno das eleições foi em decorrência da precificação
da presença do liberal Paulo Guedes na equipe de Bolsonaro como
ministro da Fazenda, responsável por implementar medidas caras ao
mercado, como ajuste fiscal, privatizações e reforma da Previdência.
Mas esse otimismo entre os investidores só vai se manter se a agenda
reformista andar.
A
projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio
no fim de 2018 recuou de R$ 3,75 para R$ 3,71 por dólar, segundo
previsão de economistas de instituições financeiras
divulgada pelo boletim de mercado, também conhecido como relatório
"Focus". Para o fechamento de 2019, permaneceu estável em R$ 3,80
por dólar (Reuters/G1)
(Este
espaço esta aberto para sua Empresa estar presente junto aos nossos
quase 6 mil leitores diários)
Obtenha
mais informações pelo e-mail assprevisite1@assprevisite.com.br
Nesta
Semana: 21º Congresso e 4ª Expo Unidas
O
21º Congresso UNIDAS – CAMINHOS PARA INOVAR será realizado
de quarta- a sexta-feira, dias 7 a 9,, na Arena Sauípe, em Costa
do Sauípe - Bahia. O objetivo do evento é proporcionar aos
participantes a possibilidade de debater temas importantes e diretamente
relacionados com o segmento de saúde do Brasil e do mundo.
O
público do Congresso é constituído por presidentes,
dirigentes e executivos de instituições públicas e
privadas, representantes de sociedades de classe, acadêmicos e outros
interessados em gestão da saúde.
Paralelamente,
realizaremos a 4ª Expo UNIDAS, ambiente de negócios e de networking
entre congressistas e empresas especializadas em soluções
tecnológicas, ferramentas de gestão e diversos negócios
relacionados com o segmento de saúde.
Progrmação
Você
já pode acessar a programação do 21º Congresso
Internacional UNIDAS – CAMINHOS PARA INOVAR e conferir os temas que serão
abordados e os palestrantes já confirmados. Para acessar utilize
o link
https://21congresso.unidas.org.br/programacao
Neste
ano, haverá uma nova edição dos workshops, que foram
uma novidade do Congresso de 2017, e agradaram bastante o público
participante, além de palestrantes nacionais e internacionais.
Informações:
https://www.unidas.org.br/21congresso/ (Unidas/AssPreviSite)
Planos
de saúde privados – é hora das soluções
No final do Quarto Fórum
de Saúde Suplementar, realizado no Rio de Janeiro, a FenaSaúde
(Federação Nacional de Saúde Suplementar) apresentou
uma lista com 11 sugestões para o setor de saúde complementar
discutir e implantar ao longo de 2019.
As sugestões são
abrangentes e vão desde novas formas de atendimento até a
revisão do modelo de custeio, passando pela remuneração
das operadoras, franquias e coparticipação dos segurados.
O que está claro
é que o modelo atual está se esgotando e não há
muito tempo para discutir as soluções necessárias
para a reformulação do setor. O desenho não suporta
mais a manutenção da operação. Todos os players
estão insatisfeitos, sobrecarregados e mal pagos, sendo que o segurado,
que é quem paga conta, de forma geral, não aguenta mais arcar
com os custos de seu plano de saúde privado.
Não bastassem os
reajustes acima da inflação oficial, a crise que levou a
um desemprego recorde de mais de 13 milhões de pessoas, expulsou
do sistema perto de 3 milhões de brasileiros que, do dia para noite,
que perderam os planos de saúde privados e passaram a utilizar o
SUS, agravando ainda mais a situação de penúria da
rede pública de atendimento à saúde.
Digam o que disserem, os
planos de saúde privados estão entre os sonhos de consumo
do brasileiro. Nem poderia ser diferente. O cidadão comum não
está interessado em filosofia, política ou a discussão
de conceitos que na prática não tem qualquer eficácia.
O que ele quer é ser atendido com dignidade e de forma eficiente,
e isto, indubitavelmente, os planos de saúde privados brasileiros
fazem com competência.
A prova é o número
de ações distribuídas envolvendo os planos de saúde
privados. Para um universo de mais de 45 milhões de pessoas, das
quais algo próximo de 40% estão em São Paulo, o Tribunal
de Justiça do Estado, este ano, julgou menos de 25 mil processos.
Para um total anual de 700
milhões de procedimentos autorizados pelas operadoras para atender
a população paulista, 25 mil resultaram em processos judiciais,
a maioria versando sobre problemas de atendimento e reajuste de preço.
Trocando em miúdos, se os números absolutos impressionam
quem não conhece o segmento, os números relativos mostram
um quadro bem diferente e que explica boa parte da vontade do brasileiro
ter um plano de saúde privado.
O problema a ser enfrentado
não é o mau atendimento prestado pelas operadoras. A questão
é o esgotamento do desenho criado para a saúde pública
pela Constituição de 1988, complementada pela Lei dos Plano
de Saúde Privados, uma das piores leis já votadas no Brasil,
o que não é pouco, se pensarmos que somos campeões
em leis fora de propósito.
Empresas e pessoas não
aguentam mais pagar o custo dos planos de saúde privados. Os aumentos
estão levando a conta para patamares capazes de comprometer o resultado
dos balanços e o orçamento familiar. Do outro lado, o preço
dos planos faz com que várias operadoras operem com prejuízo.
Em valores, o setor fatura perto de R$ 180 bilhões apenas com os
custos assistenciais e paga mais de R$ 150 bilhões. Ou seja, 83%
do faturamento é destinado ao pagamento dos procedimentos cobertos,
sendo que com os 17% restantes as operadoras custearam suas despesas administrativas
e comerciais, além de pagarem a escorchante carga tributária
nacional. Será que neste desenho há sobra para lucros impressionantes?
Num cenário onde
todos estão insatisfeitos a única coisa sensata a se fazer
é analisar detalhadamente a realidade para que a busca das soluções
saia do terreno do achismo, do corporativismo e da demagogia barata.
A FenaSaúde, ao colocar
na mesa os 11 pontos que julga importante serem debatidos, está
oferecendo sua contribuição para a busca das soluções.
Pode ser que nem todos os tópicos atendam ou resolvam todos os problemas
e divergências, mas são, no mínimo, um balizador do
caminho para a negociação necessária para modificar
a equação atual e permitir que o brasileiro continue tendo
atendimento à saúde eficiente, por um preço acessível.
(Antonio PEnteado MEndonça - O Estado de S.Paulo)
ANS:
Câmara debate relação entre prestadores e operadoras
A
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou na última
terça-feira (30), a primeira reunião da Câmara Técnica
de Contratualização e Relacionamento com Prestadores (CATEC),
com a participação de representantes do Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE), da Câmara de Regulação
do Mercado de Medicamentos (CMED), do Ministério Público
Federal (MPF) e do Ministério Público do Consumidor (MPCON),
além de órgãos de defesa do consumidor e representantes
de prestadores e operadoras de planos de saúde.
A
câmara foi instaurada para debater o relacionamento entre as operadoras
e prestadores, visando identificar quais medidas regulatórias podem
ser aplicadas para aprimorar esta relação, dentre elas a
revisão das regras sobre contratualização. Os dois
primeiros temas tratados pelo grupo foram a possibilidade de utilização
de tabelas de referência para remuneração dos prestadores
e a forma como devem ser cobrados os medicamentos adquiridos pelos estabelecimentos
de saúde que são ministrados a seus pacientes no ambiente
hospitalar.
O
diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, fez a abertura
da reunião e explicou que o papel da agência reguladora é
buscar a harmonia entre as relações. “Não cabe à
ANS impor o tipo de relação comercial adotada entre as partes,
mas, a partir do momento que problemas nessa relação impactam
na qualidade da prestação do serviço ao beneficiário,
cabe à Agência harmonizar tal relação, buscando
a melhor solução para todos. Com essa iniciativa, estamos
inaugurando na agência um espaço integralmente dedicado às
discussões sobre esse tema”, afirmou o diretor.
Na
primeira agenda, foram apresentados os problemas regulatórios já
identificados pela ANS no que concerne à relação entre
prestadores e operadoras e também foi destacado o contexto das regras
do setor que envolvem a relação comercial entre as empresas.
Também foi explicado aos presentes que a coleta de informações
da reguladora sobre a contratualização entre as partes vai
começar pelos prestadores hospitalares, que detêm informações
mais detalhadas e representativas do setor. Mas a Câmara tratará
do relacionamento com todos os tipos de prestadores.
O
gerente de Assessoramento Normativo e Contratualização da
Agência, Gustavo Macieira, elencou os problemas regulatórios
mapeados pela ANS, entre eles a falta de clareza sobre os critérios
para a composição dos chamados pacotes de preço. A
gerente de Padronização, Interoperabilidade e Análise
da Informação, Celina Oliveira, apresentou o modelo de informação
proposto pela Agência para a coleta de dados entre operadoras e prestadores,
destacando que a ANS vai formar um banco de dados.
Presente
na mesa de abertura, a diretora de Fiscalização da Agência,
Simone Freire, explicou como se dará a participação
do braço fiscalizatório na Câmara e adiantou que há
a proposta de criar um canal para recepcionar especificamente as demandas
de prestadores de serviço. Já o diretor-adjunto de Desenvolvimento
Setorial, Daniel Pereira, reforçou que a proposta do grupo é
o diálogo entre todos os atores, em um ambiente de composição
paritária, acerca dos problemas e soluções no âmbito
do relacionamento entre operadoras e prestadores, de forma a subsidiar
a adoção das melhores medidas regulatórias pela ANS.
O
evento reuniu mais de 50 representantes do setor, com participação
de todos os atores envolvidos no tema. Confira na portaria da Câmara
as instituições participantes e acesse aqui mais informações
sobre a CATEC. (ANS)