AssPreviSite
Diário
Oficial publica Decreto com a nova estrutura da Previc
O
Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira,
21 de fevereiro, o Decreto nº 8.992, da Presidência da República,
que define a estrutura regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em
Comissão e das Funções de Confiança da Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc), remaneja cargos em
comissão e substitui cargos em comissão do Grupo-Direção
e Assessoramento Superiores (DAS) por Funções Comissionadas
do Poder Executivo (FCPE).
O
Diretor-Superintendente Substituto da Previc, Esdras Esnarriaga Junior,
explica que o Decreto cria a Coordenação-Geral de Inteligência
e Gestão de Risco, que será o “centro nervoso” da Supervisão
Baseada em Risco. “A unidade irá definir a presença da Previc
para cada tipo de situação de supervisão com olhar
sistêmico, fazendo proposições que vão desde
a atuação orientadora até a recomendação
de liquidação de Entidades, subordinada à Diretoria
Colegiada (Dicol)”, destaca Esdras.
A
partir da publicação do Decreto, a Previc terá 30
dias para se organizar, definir perfis e lideranças mais adequadas
para cada novo papel dentro da autarquia. Uma parte das novas funções
será exercida exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
a Função Comissionada do Poder Executivo (FCPE). A área
de fiscalização passa a ter o tipo de Função
exclusiva de servidores ocupantes de cargo efetivo, restringindo a investidura
nos cargos de confiança, que dentre outras medidas garante mais
autonomia à área.
O
Decreto também cria a Diretoria de Orientação Técnica
e Normas, que valoriza objetivo estratégico recém aprovado
pela Diretoria Colegiada da autarquia, fortalecendo os processos de orientação
e de construção das normas, focando principalmente na redução
de custos (desonerações) e na competitividade sistêmica.
A expectativa é propiciar maior atratividade para os planos de previdência
complementar fechados. (AssCom - Previc)
Amanhã:
A Previc começa a mudar de endereço
Lembre-se,
a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
está mudando de sede em Brasília. A autarquia vai sair do
seu atual endereço, no Setor Bancário Norte (SBN), para o
Setor Comercial Norte (SCN), quadra 6, conjunto A, bloco A, no Edifício
Venâncio 3000 do Shopping ID.
No
novo endereço, a Previc vai ocupar os andares 3º, 7º,
9º e 12º. A Diretoria Colegiada, o gabinete do diretor-superintendente
e toda a área de assessoramento ficarão no 12º andar.
A Procuradoria e a Diretoria de Análise Técnica (Ditec) dividirão
o nono andar.
O
sétimo andar será compartilhado pela Diretoria de Assuntos
Atuariais, Contábeis e Econômicos (Diace) e a Diretoria de
Fiscalização (Difis). A Diretoria de Administração
ficará no terceiro andar, onde também terá um auditório.
Durante
o período de mudança, entre os dias 23 de fevereiro e 10
de março, a Previc ficará sem serviços, como telefonia
fixa e suporte de informática.
Para
não impactar às entidades, a Diretoria Colegiada resolveu
suspender, nesse período, todos os prazos dos processos administrativos
em curso na sede e nos escritórios regionais da autarquia. Os prazos
voltarão a contar normalmente a partir do primeiro dia útil
subsequente ao término da suspensão.
A
Portaria n° 127, que trata da suspensão do prazo, foi publicada
no dia 16 de fevereiro, no Diário Oficial da União.
(Previc/AssPreviSite)
STJ
fixa tese sobre pagamento de previdência complementar
A
2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
definiu que o participante de plano de previdência privada, patrocinado
por entidade da administração pública, só pode
receber o benefício se houver o desligamento do vínculo empregatício
com o patrocinador. O caso foi analisado por meio de recurso repetitivo
no fim do ano passado e o entendimento deve ser aplicado nas instâncias
inferiores. LEIA MAIS Sob novo comando, Abrapp quer fomentar previdência
privada Reforma abre espaço para Estados adotarem previdência
privada Previdência privada e planejamento sucessório A maior
parte dos contratos antigos não estipulava a necessidade de desligamento
do funcionário para o recebimento do benefício. Segundo a
decisão unânime dos ministros, essa posição
vale sobretudo a partir da vigência da Lei Complementar nº 108,
de 2001, "independentemente das disposições estatutárias
e regulamentares". Pelo artigo 3º, inciso I, da Lei Complementar nº
108, deve-se aplicar as disposições regulamentares vigentes
na data em que o beneficiário se aposentou e não o que constava
no regulamento da época da adesão do funcionário.
Segundo o voto do relator, ministro Luis Felipe Salomão, que foi
seguido pelos demais ministros, até mesmo antes da lei complementar,
quando o tema era regulamentado pela Lei nº 6.435, de 1977, "sempre
foi permitida à entidade fechada de previdência privada alterar
os regulamentos dos planos de custeio e de benefícios como forma
de manter o equilíbrio atuarial das reservas e cumprir os compromissos
assumidos diante das novas realidades econômicas e de mercado que
vão surgindo ao longo do tempo". Para o ministro, a jurisprudência
do STJ também admite, nos contratos anteriores à Lei Complementar
nº 108, a alteração do regulamento de benefícios,
atingindo aqueles que ainda não eram elegíveis. Salomão
ainda ressaltou que o tema é infraconstitucional e que, por isso,
seria de competência do STJ uniformizar o tema. E que o próprio
Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu a questão em
julgado de 2013. O ministro ainda considerou que a relação
contratual mantida entre a entidade de previdência privada e o participante
não se confunde com a relação trabalhista, mantida
entre o participante e a patrocinadora. E que contratos de planos de previdência
privada não integram o contrato de trabalho. O caso julgado envolve
a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e um funcionário
da Petrobras. A Associação Brasileira das Entidades Fechadas
de Previdência Complementar (Abrapp) atuou como amicus curiae (parte
interessada). O funcionário alegou que aderiu ao plano de benefícios
oferecido pela Petros em 1975 e que foi negado o pagamento do benefício
após se aposentar pela previdência oficial em 29 de março
de 2011, com a alegação de que precisaria previamente se
desligar da empresa. Segundo a defesa do funcionário, quando ele
assinou o contrato não havia essa exigência. O trabalhador
havia ganhado em primeira e segunda instâncias. Segundo a advogada
da Petros no processo, Danielle Glielmo, do escritório Caldeira,
Lôbo e Ottoni Advogados Associados, a decisão do STJ pacifica
o tema e deve ser aplicada nos processos semelhantes. Para ela, o julgado
deu a amplitude mais correta e abrangente para o assunto ao estabelecer
que mesmo antes da Lei Complementar nº 108, com a vigência da
Lei nº 6.435, de 1977, já havia a necessidade de rescisão
do vínculo empregatício. No repetitivo, de acordo com a advogada,
foi confirmada a posição dos últimos três anos
do STJ com relação ao tema. O julgamento, segundo o presidente
da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (Abrapp), Luis Ricardo Martins, retomou o que era o regime
complementar na sua origem e o que os dispositivos legais estabelecem -
Lei Complementar nº 108 e Lei nº 6.435, de 1977. De acordo com
o presidente, a previdência complementar surgiu como forma de retenção
de talentos, para estimular o funcionário a permanecer na empresa
e ter uma aposentadoria digna com o complemento alcançado e com
a intenção de abrir seu posto de trabalho para outro talento.
"Por isso, desde o início não se pode usufruir do benefício
enquanto o empregado ocupa o cargo", diz Martins. O Valor não conseguiu
localizar o advogado do participante do plano de previdência privada
para comentar a decisão.
Pleno
do TST tem entendimento semelhante
O
Pleno do Tribunal Superior do Trabalho (TST) também definiu, em
abril do ano passado, que os contratos de previdência complementar
podem ser alterados e deve vigorar o que estava disposto na época
da aposentadoria. No julgamento, os ministros alteraram Súmula nº
288. Ela estabelecia que o regulamento do contrato de previdência
complementar não poderia ser modificado, a não ser que as
novas regras fossem mais benéficas ao trabalhador. A partir do julgamento,
porém, ficou estabelecido que valem as previsões vigentes
na data de início de recebimento do benefício. LEIA MAIS
Reforma abre oportunidade para previdência complementar Carf analisa
tributação de previdência complementar As modalidades
de plano de previdência complementar Com isso, alterações
contratuais sofridas entre a contratação e a aposentadoria,
como as que reduzem benefícios, mudam cálculos ou impedem
funcionários na ativa de receber a complementação,
passaram a valer. A questão foi levada ao Pleno do TST pela Subseção
I da Seção Especializada em Dissídios Individuais
(SBDI-1), em julgamento ocorrido em agosto de 2015. Os ministros analisavam
o processo de um aposentado, desde março de 2009 pelo INSS, que
continuou a trabalhar na Petrobras. A defesa do empregado alegava que o
artigo 23 do Regulamento Básico da Petros, vigente na época
em que foi contratado, estabelece que a suplementação da
aposentadoria por tempo de serviço será concedida ao beneficiário
quando houver a autorização da aposentadoria pelo INSS. O
Pleno do TST, porém, definiu que vale a regra vigente no momento
da aposentadoria. Contudo, segundo a advogada que defende a Petros no processo,
Danielle Glielmo, no TST esse entendimento ficou limitado à vigência
da Lei Complementar nº 108, o que faz com que as alterações
não sejam aplicadas nos contratos antigos. Como o caso concreto
ainda vai ser analisado pela SBDI-1, a advogada afirma que deverá
recorrer, caso fique limitada a interpretação somente após
a Lei Complementar nº 108. "A decisão do STJ deu um alcance
muito maior e interpretou melhor a lei do que o TST. A Justiça do
Trabalho foi mais protecionista", diz. Em 20 de fevereiro de 2013, o Pleno
do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que cabe à Justiça
comum julgar processos decorrentes de contrato de previdência complementar
privada. Na ocasião, definiu que permaneceriam na Justiça
do Trabalho todos os processos que já tiverem sentença de
mérito até esta data. Todos os demais processos que tramitavam
na esfera trabalhista foram remetidos à Justiça Comum.
(Adriana Aguiar - Valor)
Fomento
sobe mais um degrau
Nunca
antes ficou tão clara a importância do fomento da poupança
previdenciária para o mercado de capitais e, consequentemente, para
o País. Para a Abrapp nunca pairou dúvida a esse respeito,
mas dessa vez, mais exatamente na última sexta-feira (17), durante
uma reunião de trabalho entre o Presidente Luis Ricardo Marcondes
Martins, o Vice-presidente Luiz Paulo Brasizza e o diretor Lucas Ferraz
Nóbrega, acompanhados do Superintendente-geral, Devanir Silva, com
o Presidente da ANBIMA, Robert van Dijk, e seu Superintendente-Geral, José
Carlos Doherty, as conversas foram muito além e resultaram na firme
decisão de as duas entidades somarem esforços no intuito
de trabalharem para que o sistema de fundos de pensão retome o seu
crescimento.
A
ideia, inclusive, é caminhar no sentido da criação
de um fórum que abrigue as discussões a respeito desse esforço
fomentador, dele vindo a participar, além da Abrapp e Anbima, mais
entidades representativas dos diferentes segmentos do mercado de capitais
e seus agentes. Com isso se ganharia maior amplitude e representatividade,
fazendo do fomento da poupança previdenciária uma postulação
ampla de diferentes classes de instituições, todas naturalmente
interessadas em ter como clientes investidores institucionais fortes
Assim,
foi dado um primeiro passo. O próximo será uma apresentação,
para parceiros do mercado de capitais, de estudos encomendados pela Abrapp
junto ao Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV), mostrando o que é
necessário para que o sistema volte a crescer e seu potencial.
Provas
de sensibilidade - O Presidente da Abrapp, Luis Ricardo Marcondes Martins,
aponta como prova a mais da sensibilidade da direção da Anbima
o apoio que esta vem dando, sob a forma de transferência de sua experiência,
ao esforço que o nosso sistema faz no sentido da autorregulação.
“A Anbima mostra-se sensível também ao criar a Frente da
Previdência Complementar e nos convidar para dela participar”, resume
Luis Ricardo, no entender de quem a entidade representativa das instituições
dos mercados financeiro e de capitais dá assim reiteradas mostras
de que se preocupa em ajudar.
“Nessa
última reunião ficou ainda mais evidente o alinhamento entre
as nossas duas entidades”, sintetiza o Vice-presidente, Luiz Paulo Brasizza.
Preocupação
com o longo prazo - Robert van Dijk aponta uma das preocupações
hoje da Anbima: “Olhamos com atenção para a previdência.
Queremos identificar os gargalos e os entraves regulatórios que
inibem o crescimento da previdência complementar. Esse é um
importante e necessário instrumento de poupança de longo
prazo. Estamos olhando para as experiências internacionais no campo
da previdência. O objetivo é identificar possíveis
aprimoramentos regulatórios e desenvolver atividades de caráter
educacional”.
Desde
que assumiu, em maio do ano passado, a diretoria da Anbima
criou duas frentes de trabalho para tratar de temas específicos:
tributação e previdência. Esta segunda envolve dez
dos diretores e vice-presidentes. O foco são os regimes complementares
e próprios de previdência. As propostas devem abranger um
conjunto de iniciativas que vise o aprimoramento da gestão, a qualificação
dos profissionais, além de ações de convergência
regulatória, sempre reforçando o papel da previdência
complementar no mercado de capitais e buscando o alinhamento com as práticas
internacionais. Neste momento, o grupo trabalha na consolidação
dos principais direcionamentos sobre estes aspectos.
Entram
na agenda de 2017 da ANBIMA iniciativas como o mapeamento dos gargalos
e entraves regulatórios que inibem o crescimento da previdência
complementar, avaliação de propostas específicas de
outras entidades e a realização de estudos sobre o tema.
A experiência internacional também embasará a discussão
e a construção de propostas buscando o desenvolvimento dos
regimes de previdência complementar e o seu fortalecimento como instrumento
de poupança de longo prazo da população. Os esforços
para isso exigirão manter e estreitar a interlocução
com o governo, dando continuidade ao esforço para propor aprimoramentos
regulatórios e desenvolver atividades de caráter educacional.
(Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão-21.02)
Funcef:
Comissões técnicas com participantes aposentados
Entidade
contrata participantes aposentados para integrar comissão técnica
de fundos investigados
A
Funcef lançou edital para contratação de nove integrantes
que farão parte de três comissões técnicas.
As comissões vão apurar os ativos que estão sendo
investigados pela Operação Greenfield, da Polícia
Federal. A Operação Greenfield foi deflagrada em setembro
do ano passado, com o objetivo de apurar crimes de gestão temerária
e fraudulenta na Funcef, Petros, Previ e Postalis.
Poderão
participar da concorrência participantes aposentados pela Caixa e
com experiência comprovada em apuração de responsabilidade.
Os participantes podem se candidatar até o dia 3 de março
e participarão do processo de seleção os 50 primeiros
inscritos. Após a seleção dos candidatos, as comissões
terão 45 dias para concluir o processo apuratório. A Funcef
também abrirá cadastro de reserva para mais nove candidatos.
(Agência Investidor Online)
Funpresp:
Carteira de empréstimos começa a operar em julho
A
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público
do Poder Executivo (Funpresp) já tem data para implementar a carteira
de empréstimos aos participantes. A partir de julho, os servidores
com plano de previdência complementar terão direito ao crédito
consignado concedido pela Fundação. A novidade foi aprovada
na última sexta-feira (17/02) pelo Conselho Deliberativo. Mais de
10,7 mil participantes terão acesso a essa possibilidade.
Com
a aprovação, a Funpresp segue tomando as medidas administrativas
(licitação) e operacionais. Já estão definidos
os critérios de elegibilidade. Inicialmente, serão atendidos
participantes do plano ExecPrev (do Poder Executivo) com, no mínimo,
12 meses de contribuições consecutivas e que tenham, pelo
menos, R$ 10 mil na reserva acumulada. O crédito poderá variar
de R$ 10 mil a R$ 40 mil, a depender de cada caso. A contratação
poderá ser feita online pela Sala do Participante.
A
taxa de juros será de IPCA mais 6% ao ano, além da taxa de
administração. O custo estimado por mês será
de 1,4%, abaixo de outras taxas de mercado, praticados pelos bancos.
O
estudo para a oferta de crédito iniciou-se em 2016, quando foi criado
o Subcomitê de Operações com Participantes. Desde julho
daquele ano, o grupo tem se reunido semanalmente para traçar as
diretrizes do programa e colocar em prática a diversificação
de produtos e serviços prevista no Planejamento Estratégico
2016/2019.
O
regulamento e o modelo de contrato foram criados com base num aprofundado
estudo interno. Os membros do subcomitê realizaram visita a campo
para analisar a oferta por outros fundos de pensão e seguiram o
manual de boas práticas na gestão de empréstimos da
Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (Abrapp).
De
acordo com o diretor-presidente da Fundação, Ricardo Pena,
a expectativa é começar com um volume de R$ 56 milhões,
dentro do limite de 15% estipulado pela resolução CMN 3792,
de 2009. “A oferta do empréstimo já era uma demanda dos participantes
e, agora, se concretiza ampliando a solução de previdência
e também de finanças pessoais. Dessa forma, reforçamos
a confiança junto aos servidores públicos”, avalia.
(Funpresp/AssPreviSite)
Estados:
Câmara resiste a novo plano para socorrer falidos
O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou
nesta terça-feira (21) que o novo programa de recuperação
de Estados falidos proposto pelo governo federal enfrentará dificuldades
para obter aprovação no Congresso Nacional.
O
projeto de lei que cria o programa desenhado para Estados em grave situação
financeira, como o Rio de Janeiro, foi enviado pelo Ministério da
Fazenda para a Casa Civil e deve chegar ao Congresso até a sexta-feira
(24).
"Nós
temos um problema", disse o presidente da Câmara. "A gente sabe que
é difícil, não adianta a gente negar. Mas o nosso
papel é dialogar e encontrar um caminho."
O
principal entrave está nas contrapartidas que o governo quer exigir
dos Estados para que eles tenham o pagamento de suas dívidas suspenso
por até seis anos. Entre outros pontos, controle rigoroso de despesas,
privatizações e elevação da contribuição
previdenciária dos funcionários.
O
líder da bancada do DEM, Efraim Filho (PB), quer que a Câmara
estabeleça metas de ajuste fiscal para os Estados, mas permita que
cada um defina a melhor forma de cumpri-las, sem a obrigação
de cumprir todas as exigências.
"Não
tem como tratar todos os Estados com as mesmas regras", afirmou Efraim.
O
líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), disse acreditar que, apesar
das divergências do ano passado, o Congresso irá aprovar a
medida com a inclusão das contrapartidas.
Em
dezembro do ano passado, a Câmara aprovou versão anterior
do programa, mas sem as contrapartidas. O presidente Michel Temer vetou
o projeto de lei e se comprometeu a apresentar outro. Apesar das dificuldades,
Maia reafirmou crer que o projeto será aprovado até março.
As
contrapartidas propostas pelo novo projeto do governo são ainda
mais duras do que as rejeitadas pela Câmara no fim do ano passado.
O
texto atual exige, por exemplo, uma redução de 20% nos incentivos
fiscais a empresas —o projeto anterior citava a necessidade de reduzir
os benefícios, mas sem especificar um porcentual.
Além
disso, estabelece a criação de um conselho de supervisão
formado por dois membros do Ministério da Fazenda e um representante
da CGU (Controladoria-Geral da União), para auditar a implementação
do programa.
CONTROLE
Os
conselheiros teriam instalações físicas cedidas pelos
governos estaduais que entrarem no programa, além de acesso a senhas
do sistema de controle fiscal dos entes da Federação que
aderirem. A criação do conselho foi defendida pelo Tesouro
Nacional, que teria assim mais controle sobre o cumprimento do acordo.
O
novo projeto também aumenta a dificuldade para entrar no programa,
permitindo a adesão apenas de Estados que gastem com pessoal pelo
menos 70% da receita, ou seja, muito acima do limite de 60% previsto pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por
fim, o texto delimita três setores para privatização
de estatais: saneamento, financeiro e energia. As áreas de atuação
foram escolhidas a dedo pensando nos três Estados em pior situação
financeira, ou seja, Rio de Janeiro (que deve privatizar a empresa de saneamento
Cedae), Rio Grande do Sul (com o banco Banrisul) e Minas Gerais (com a
empresa de energia Cemig).
O
projeto prevê a suspensão do pagamento das dívidas
dos Estados com a União por três anos, prorrogáveis
por mais três. No caso do Rio, está previsto também
um empréstimo feito por bancos públicos e privados, além
de cortes de gastos e outras medidas para cobrir o rombo nas contas do
Estado até 2019. (Maeli Prado e Ranier Bragon - Folhapress)
Estados:
Federalismo mal resolvido
Se
os governadores entregarem os anéis, em breve irão os dedos
e depois os braços, pois não há perspectiva, dentro
da estrutura atual de receitas e despesas, de equilíbrio a longo
prazo. O recente fechamento das fundações estaduais no Rio
Grande do Sul é só um aperitivo. Muito mais será necessário
cortar. A entrega do anel de diamante Banrisul - Banco do Estado do Rio
Grande do Sul - não resolverá o problema fiscal daquele Estado.
Diferentemente da década de 90, onde a crise envolvia o endividamento
dos Estados e a falência do sistema financeiro nacional, o desarranjo
de hoje reflete a crise do federalismo brasileiro. LEIA MAIS União
decide "bloquear" R$ 14, 2 bi de despesas dos ministérios no 1 º
tri União ainda tem "margem" de R$ 16,2 bi para gastar neste ano
União terá gasto recorde no semestre Note-se que a cogitada
privatização do Banrisul levará tão somente
a mais concentração do já hiperconcentrado mercado
financeiro brasileiro. Difícil enxergar vantagem macroeconômica,
exceto por interesses ocultos: com certeza não ajudará a
baixar os elevados juros brasileiros. Estrutura de receitas e despesas
é a causa primeira do desajuste, como mostram 40 anos de déficits
recorrentes O argumento de que a concentração bancária
inibe o risco sistêmico é falsa, pois no caso brasileiro são
as instituições públicas ou privadas, "grandes demais
para falir", que representam o verdadeiro perigo. O Banrisul, nesse sentido,
é o último banco verdadeiramente regional com uma capilaridade
e domínio de mercado invejáveis, com indicadores que demonstram
operar em eficiência. Por que a União não desconcentra
o sistema financeiro e por que o Senado é omisso nesse assunto?
São perguntas sem respostas há muito tempo. Muito mais sentido
faria a divisão da Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil
em unidades regionais, desde que garantido que a propriedade não
ficasse concentrada. O mesmo vale para os gigantes Itaú e Bradesco:
será que são pontos de eficiência na estrutura produtiva
do País ou se trata de oligopólio com grande poder de impor
preços? Mas esse não é o objeto deste artigo, a questão
é que os governadores dos maiores Estados, exceto São Paulo,
estão numa armadilha construída há quase 30 anos pela
Constituição de 88. Mesmo com a irresponsabilidade fiscal
em vários períodos, essa é um epifenômeno: o
fulcro do problema é a estrutura de receitas e despesas das esferas
estaduais, causa primeira do atual desajuste. Os déficits recorrentes
ao longo de 40 anos nos vários Estados atestam isto. Pelo lado das
receitas, o ICMS - um tributo de características nacionais - foi
demolido pela guerra fiscal com o agravante da geração do
conhecido inferno tributário brasileiro em que, para o mesmo imposto,
há 27 legislações diferentes. Do mesmo modo, a União,
para resolver o seu problema fiscal, ampliou as Contribuições,
eximindo-se de transferir parcela significativa dos recursos federais,
prejudicando toda a federação com a concentração
de recursos. Somando-se a guerra fiscal, pelo menos no caso do Estado do
RS, é fato conhecido o fraco crescimento das receitas frente aos
demais Estados como resultado de seu tecido econômico peculiar: exportações
aliadas à ampla base no agronegócio redundaram em menor crescimento
das receitas de ICMS ao longo dos anos. Pelo lado das despesas, a dívida
pública, indexada ao IGP-M e juros de 6% ao ano, o excesso de encargos
funcionais e as vinculações estaduais ou federais impuseram
gastos muito acima da capacidade dos erários subnacionais. Para
além da reforma da Previdência e do controle de gastos pela
lei do teto, além de outras reformas sobre as despesas de pessoal,
é urgente uma redefinição de receitas e encargos das
esferas governamentais. Faria todo sentido a revisão do sistema
tributário nacional, incluindo-se as Contribuições
na partição federativa, uma vez que a unificação
da alíquota interestadual do ICMS será insuficiente para
equacionar as receitas dos Estados. Ou numa troca entre ICMS e IR, com
mais alguma compensação. O novo pacto federativo deveria
contemplar não apenas uma divisão mais adequada das receitas,
mas também participação da União em áreas
sob a responsabilidade dos Estados, como a segurança pública,
mais especificamente no sistema prisional. Não há como os
Estados, sozinhos, resolverem a crise atual: sem forte coordenação
da União o problema irá se agravar ainda mais. Do modo como
hoje está a situação dos presídios, o massacre
de Carandiru - de penosa lembrança para o país - já
aparece como um acidente menor. É cristalino que a função
judiciária ou, mais especificamente, o sistema de Justiça
brasileiro está hipertrofiado: o sistema que julga - aliás,
repleto de sinecuras - está infinitamente mais aparelhado que o
sistema que executa e encarcera. Ainda pelo lado das despesas, para uma
maior eficiência da função educação,
faz todo sentido a transferência do ensino médio dos Estados
para a União, bem como a transferência dos quatro primeiros
anos do ensino fundamental, de fato, para os municípios, pois muitos
Estados ainda carregam parcela importante do Fundamental. Na situação
de hoje, o gargalo da educação e, por consequência,
da produtividade do país, se concentra no péssimo desempenho
dos alunos do ensino médio. Torná-lo uma prioridade de Estado
com mais recursos e, novamente, sob coordenação da União,
com certeza traria bons resultados a curto e médio prazo. Os Estados,
perdidos em meio a dívidas e encargos previdenciários, certamente
não levarão adiante nada que melhore este importante item
da agenda do desenvolvimento nacional. Lembrando que a função
educação no país é hipertrofiada: há
um gasto desproporcional no ensino superior em detrimento do ensino fundamental
e médio. Parece-nos que é um trade-off passível de
negociação: menos ensino superior gratuito e mais ensino
médio público. Duas últimas e não menos importantes
mudanças: fim de vinculações de qualquer natureza,
seja atrelando receitas a despesas, seja relacionando salários federais
a estaduais e municipais; e regramento com limitação da autonomia
financeira dos poderes, pois provocam desordem em um sistema federativo.
De fato sem essas mudanças a Lei do Teto será inócua
pois continuarão existindo regras que forçam a expansão
do gasto autonomamente e que se converterão mais tarde em litigância
judicial e mais passivos aos já imensos passivos trabalhistas estaduais.
Embora tenhamos ainda um vasto campo para discussão das competências
entre as esferas administrativas do país: meio ambiente, saúde,
etc, é essa negociação que deve ser encaminhada pelos
governadores com a União, aliás, não com a União,
mas com o Congresso Nacional: uma revisão do pacto federativo. Sem
ela, primeiro irão os anéis, depois os dedos e em seguida
os braços. Julio Francisco Gregory Brunet é economista e
diretor do Banrisul. As opiniões expressas no artigo são
do autor e não da instituição para a qual trabalha.
(Julio Gregory Burnet - Valor)
A
criminalização dos fundos de pensão
Que
são estas instituições, vitais para investimento em
infra-estrutura. Como a “Operação Greenfield” espetaculariza
o combate a irregularidades e ameaça setor
Depois
de arrebentar com o sistema de infraestrutura no país, o Ministério
Público Federal prepara suas duas novas ofensivas: a desmoralização
do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e
a criminalização dos fundos de pensão, através
da Operação Greenfield.
Se
não começar a ter um mínimo de discernimento, se não
houver uma liderança bem informada, mostrando a importância
de preservar setores, essa multiplicação de forças
tarefas, com suas parcerias midiáticas, arrebentará com o
que resta de perspectiva econômica do país.
Peça
1 – o papel dos fundos de pensão
Em
todos os países desenvolvidos, os fundos de pensão são
os principais investidores em projetos de infraestrutura, por suas características
de longo prazo e rentabilidade estável.
Em
economias desenvolvidas, o mercado de capitais é importante fonte
de capitalização das empresas. Hoje em dia, nos Estados Unidos,
o maior fator de renovação tecnológica são
os chamados venture capital, investindo em startups (empresas recém-criadas).
No
Brasil, embora ainda longe dos padrões internacionais, os fundos
de pensão assumiram uma relevância enorme. Em abril de 2016,
as 250 entidades tinham patrimônio total de R$ 721 bilhões,
ou 12,6% do PIB nacional. Ou seja, em qualquer modelo econômico,
são peças fundamentais para o financiamento da infraestrutura.
Na
última década, os fundos de pensão públicos
foram desafiados em duas frentes.
A
primeira, a capitalização dos grandes projetos de infraestrutura.
A segunda, o estímulo ao mercado de capitais e às empresas
startups. Foi um movimento que envolveu a Finep (Financiadora de Estudos
e Pesquisas) e as Fundações de Amparo à Pesquisa e
veio amparado em mudanças legais relevantes.
Em
2004, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reformulou
a legislação sobre Fundos de Investimento em Participação
(FIP), visando estimular as chamadas empresas nascentes, através
dos private equity e venture capital.
O
segundo movimento foi através do Conselho Monetário Nacional
(CMN) normatizando o mercado de gestão de ativos, visando uma diversificação
do portfólio. Com a Resolução 3792, de setembro de
2009, o CMN ampliou o percentual para aplicação dos recursos
dos fundos de pensão em renda variável, passando do limite
de 50% para 70%. Procurou estimular os recursos para os Fundos de Investimento
em Participações (FIP’s), Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios (FIDC’s) e Fundos Imobiliários (FII’s). Na Greenfield,
os alvos principais são justamente os FIPs, FIDCs, e FIIS.
Antes
disso, a transição da renda fixa tinha sido lenta. Em parte,
pelas taxas de juros extremamente elevadas. Em abril de 2016, apenas 10,6%
das carteiras estavam fora da renda fixa. Dentre os dez maiores fundos,
76% dos ativos correspondiam à renda fixa.
Em
parte, pela imensa dificuldade com órgãos de controle. Uma
das características do venture capital são as apostas de
maior risco. Nos EUA, aceitam-se 9 apostas erradas em cada 10. Isso porque,
com a explosão de novas tecnologias rompendo com padrões
históricos, a jazida de ouro não será localizada em
empresas convencionais.
No
entanto, no Brasil, se um fundo público tiver uma margem de acerto
de 9 entre 10 empresas, o investimento que fracassou será alvo único
dos órgãos de controle.
Peça
2 – a governança nos fundos de pensão
A
partir de 2003 os fundos passaram por amplo processo de profissionalização.
As decisões de investimento precisavam passar por comitês
de investimento, com participação de representantes dos funcionários
e todas as reuniões passaram a ser gravadas.
No
caso da Funcef, o patrimônio saltou de R$ 9,7 bilhões em 2002
para R$ 44 bilhões em 2010, com uma rentabilidade de 310% contra
uma meta atuarial de 154%.
A
modernização da legislação dos fundos começou
em 2001 com as Leis Complementares 108 e 109. Em 2007 foi criada a PREVIC,
para fiscalizar os fundos, em substituição à Secretária
de Previdência Complementar do Ministério da Previdência.
Para
evitar a repetição de déficits, a maioria dos planos
conseguiu implementar o sistema de contribuição definida,
em lugar dos antigos planos de benefício definido. Foi um avanço
até hoje não conquistado nos Estados Unidos.
A
melhoria da regulação não impediu que a politização
de alguns fundos gerasse escândalos de monta, como foi o caso da
Real Grandeza, de Furnas, que ficou sob domínio da quadrilha de
Eduardo Cunha, e o Postalis, dos Correios, durante certo período
sob controle de outra quadrilha que enfiou debêntures podres na carteira
do fundo.
Mas,
no geral, a indústria dos fundos comportou-se de maneira profissional
e saudável, especialmente os fundos maiores e mais profissionalizados.
O bom desempenho no período 2003 a 2010 foi calçado da governança
implementada mas, também, no quadro de crescimento econômico.
Peça
3 – os fundos e a crise global
A
crise de 2008 desequilibrou os preços dos ativos globalmente, trazendo
desequilíbrios à indústria de fundos mundial.
Especialmente
no caso de renda variável, há uma enorme influência
da conjuntura econômica sobre o valor dos ativos. Por exemplo, os
ativos que operavam no mercado de commodities – petróleo, alumínio,
soja, níquel etc. – sofreram tremenda valorização
no período de boom. Quando o mercado veio abaixo, obviamente os
valores dos ativos despencaram. Ocorreu com a Vale, com mineradoras britânicas,
australianas, sul-africanas. E ocorreu com a Petrobras no infausto episódio
de Pasadena no qual a queda dos preços do petróleo impactou
todos os ativos do setor.
A
crise internacional impactou a maioria dos fundos de pensão internacionais
devido à queda dos mercados. Relatório do JP Morgan, por
exemplo, mostrava que em junho de 2015 o total de ativos dos fundos públicos
norte-americanos correspondiam a apenas 69% do total de suas obrigações.
No caso de fundos ligados a empresas privadas, o déficit global
chegava a 20%.
No
caso brasileiro, os fundos foram salvos pelo desequilíbrio das taxas
de juros extremamente elevadas. Em abril de 2016 o déficit global
era de R$ 55,3 bilhões, com 93 fundos com resultados negativos e
133 com superávits.
Aí
começaram as confusões intencionais ou não. Uma delas
foi a confusão entre déficit atuarial e rombo. O déficit
atuarial surge quando a capitalização do fundo não
atende à previsão de benefícios futuros. Sempre ocorre
em períodos de recessão econômica. O rombo decorre
de malversação de recursos e de volumes significativos de
maus investimentos.
Peça
4 – a criminalização dos fundos de pensão
Mesmo
com esses avanços, a Operação Greenfield parece ter
a nítida pré-posição de criminalizar a atividade
dos fundos de pensão. E é um caso a mais para comprovar os
malefícios do uso indiscriminado de vazamentos para criar situações
de fato.
Todas
as decisões da Funcef são colegiadas e todas as reuniões
gravadas. Quando a Operação foi iniciada, a Funcef disponibilizou
as gravações para os procuradores. Ali haveria material à
vontade para um bom trabalho técnico, criterioso, responsável,
separando os golpes reais das decisões de investimento que foram
superadas pela mudança de cenário.
Logo
depois de disponibilizadas as gravações, uma revista semanal
estampou parte dos diálogos gravados da Funcef, em tom de denúncia
e como fosse uma descoberta dos procuradores da Greenfield.
Há
tempos procuradores recorrem ao estratagema de vazar uma informação,
criar um escândalo e com base na publicação tomar medidas
legais. Em 2002 já denunciava isso (http://glurl.co/n54 ehttp://glurl.co/n55).
Não sei se se trata do caso da Greenfield, mas a maneira como as
conversas foram vazadas sugerem que sim.
Investimentos
“”greenfield” em geral são de difícil precificação.
E bastante suscetíveis ao momento econômico. Por isso mesmo,
booms ou crises econômicas afetam diretamente seu valor de mercado.
No
entanto, os procuradores da Greenfield estão praticando o subjetivismo
persecutório até em cima de investimentos de fácil
precificação – como os imobiliários.
Em
2015 foi aberta uma Ação Civil Pública, que motivou
a CPI dos Fundos de Pensão. O que motivou a CPI foi a compra de
um terreno em Cajamar baseado em reportagens de uma revista semanal.
Segundo
a reportagem, o terreno valeria R$ 90 milhões e o Postalis teria
pago R$ 190 milhões.
O
MPF do Distrito Federal ingressou com ação baseada em denúncia
anônima. E engrossou a denúncia com argumentos periféricos,
de que o investimento não batia com a política do Postalis.
Foi distribuída a ação com pedido de indisponibilidade
de bens dos dirigentes do fundo.
A
alegação da defesa foi a de que o Postalis não havia
comprado terreno, mas o negócio. Os Correios queriam um centro de
distribuição e queriam comprar negócio próprio.
A região foi escolhida com base na demanda e nas facilidades logísticas,
com saída fácil para a Bandeirantes e Anhanguera, próximo
a Viracopos.
Uma
empresa apresentou a proposta. Houve um laudo de avaliação
da Richard Ellis que concluiu que o negócio valeria entre R$ 170
milhões e R$ 220 milhões.
Comprou-se
o terreno, mais a construção sob medida, a terraplanagem,
a licença ambiental, a estrutura de fibras óticas e a construção
própria para caminhões de grande peso.
O
MPF avaliou o negócio em R$ 90 milhões tomando por base apenas
a denúncia anônima, sem nenhum laudo que reforçasse
a avaliação.
Mesmo
assim o MPF ingressou com a ação e a juíza determinou
preventivamente o bloqueio de bens de pessoas físicas e da empresa.
A defesa pediu produção antecipada de provas e a juíza
nomeou um perito. O MPF designou engenheiros para acompanhar a avaliação.
Deferida
a perícia, sua conclusão foi a de que não havia nenhum
embasamento na avaliação do MPF. Acusou o MPF de imperícia
e apontou um valor de negócio de R$ 227 milhões, em valores
de janeiro de 2014.
O
MPF questionou o perito, mas este manteve o laudo.
Em
dezembro a juíza considerou que a opinião do perito havia
sido clara e não havia fundamento para manter o bloqueio dos bens
dos investigados.
O
MPF rapidamente agravou da decisão para manter o bloqueio. Distribuído
no final do ano, conseguiu que o desembargador de plantão do STJ
(Superior Tribunal de Justiça) suspendesse a decisão.
A
defesa agravou para o TJ e o desembargador Nery Junior negou o efeito suspensivo
pleiteado pelo MPF.
A
decisão demonstra que muitas vezes o MPF trata denúncias
de maneira açodada, com base em suposições ou no que
sai nos jornais. E, com isso, acaba com a vida de pessoas. No caso, não
bastaram laudos de empresas de consultoria internacionais. Valeu uma denúncia
anônima que saiu impressa e que pode ter sido alimentada pela própria
força tarefa.
Agora,
surgem indícios de mudanças que estariam sendo operadas no
âmbito da Polícia Federal visando conferir seletividade nas
operações contra os fundos de pensão (http://glurl.co/n5E),
tentando afastar justamente a geração que conseguiu implementar
critérios de governança. (Luis Nassif -
GGN
Fundos de pensão:
Participações, investimentos
e desempenho em empresas
Fundos:
Uma Vale sem dono e sem Brasília
A
privatização de algumas empresas no Brasil foi feita de um
jeito que, no fim, elas permaneceram sob o jugo do governo. O pior exemplo
é a Telemar (hoje, Oi), a gigante de telefonia que, neste momento,
está em processo de recuperação judicial. O melhor
é a Vale, que, desde a privatização, em 1997, cresceu
muito, tornando-se a maior produtora de minério de ferro do mundo
e uma das maiores exportadoras. Nos dois casos, a presença de acionistas
controlados diretamente pelo governo, como o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), ou indiretamente, como os fundos de pensão
de grandes estatais, dá a Brasília o poder de interferir
na gestão das companhias. Na antiga Telemar, a situação
pós-privatização era esdrúxula: somadas as
participações dos entes ligados à União, tinha-se
a maioria do capital, mas quem mandava nos destinos da empresa eram os
sócios privados. LEIA MAIS JBS cancela reorganização
societária após recusa do BNDES Santos Brasil migra para
Novo Mercado no dia 22 Anatel aprova reorganização societária
do Grupo Telefônica após GVT Na Vale, o maior acionista individual
é a Previ, a fundação de previdência dos funcionários
do Banco do Brasil (BB) - 46,81% do capital total da Valepar, a controladora
da Vale, ou 15,50% do capital total da companhia. Seus sócios no
controle - além de mais três fundos de pensão com os
quais está associada por meio do veículo acionário
Litel - são a Bradespar, braço de participações
do Bradesco, com 17,44% da Valepar; o grupo japonês Mitsui (15%);
o BNDESPar (9,47%) e a Eletron (0,02%). Trabuco e Caffarelli coordenam
escolha do substituto de Ferreira Os governos desde Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002) não colocaram mão pesada na Vale, mas, desde
Lula (2003-2010), os ruídos se tornaram constantes. Lula e a ex-presidente
Dilma Rousseff se empenharam para desestabilizar Roger Agnelli, que presidiu
a empresa em sua fase mais luminosa - na primeira década deste século.
A pressão funcionou e Agnelli deixou o comando da Vale em 2011.
Entre outras razões, Lula e Dilma gostariam que a empresa, uma companhia
comprovadamente vocacionada para a mineração, entrasse no
ramo da siderurgia. Mas depois se viu que as pressões políticas
não se limitaram aos governos do PT. Nos últimos meses, políticos
do PMDB e do PSDB vinham pressionando o presidente Michel Temer a usar
sua influência para substituir o atual presidente, Murilo Ferreira.
Sem entrar no mérito da gestão de Ferreira, o processo de
fritura do executivo é anacrônico. A Vale, apesar das participações
diretas e indiretas do governo em seu capital, é uma empresa privada.
Seu estatuto determina que a escolha do CEO passe por um processo de seleção
conduzido por uma empresa "headhunter" internacional. Nesse contexto, a
reorganização societária da Vale é um bálsamo.
Com capital pulverizado, uma classe apenas de ação (ordinária,
que dá direito a voto) e inexistência de grupo controlador
e migração para o nível mais exigente de governança
da bolsa brasileira - o Novo Mercado -, a nova companhia veda a possibilidade
de interferência política em seus desígnios. O governo
continuará com sua "golden share", mas suas prerrogativas são
limitadas - vetar alteração do nome da empresa e mudança
da sede fiscal, por exemplo. Um investidor que detenha hoje ações
preferenciais da Vale está sujeito às decisões do
grupo controlador. Este, como foi mencionado, pode sofrer influência
de Brasília. Com o novo acordo, só haverá ações
ordinárias e a figura do controlador desaparece. Todos ganham com
as mudanças: seus atuais controladores (que vão receber prêmio
de 10% na incorporação da Valepar pela Vale); os acionistas
minoritários (que, mesmo sofrendo provavelmente diluição
de 3%, serão compensados pela valorização subsequente
do ativo); o país (uma Vale fortalecida deve atrair novos investidores
e favorecer o desenvolvimento do mercado de capitais) e até o governo
(uma Vale mais eficiente pagará mais impostos e ampliará
sua capacidade de investimento, gerando mais renda e emprego). É
preciso registrar que o atual grupo controlador da Vale foi muito importante
para modernizar a companhia e trazê-la até aqui. O novo passo
vai fazer com que a empresa ganhe uma espécie de maioridade. No
período de transição para a nova realidade, que vai
durar três anos, haverá a profissionalização
do conselho de administração e a criação de
comitês para abastecer os conselheiros de informações
qualificadas. A nova Vale certamente dará uma chacoalhada na forma
de se pensar a governança de grandes empresas no Brasil. A escolha
do novo CEO seguirá as regras do estatuto, mas o processo será
coordenado pelos presidentes do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Banco
do Brasil, Paulo Caffarelli, representantes dos dois maiores acionistas
- Bradespar e Previ, respectivamente. A reorganização societária
da Vale tem pontos similares com a migração da Klabin para
o nível 2 da BM&FBovespa e a reestruturação da
Embraer, que acabou ingressando no Novo Mercado da bolsa. Com as mudanças,
a Vale vai se tornar uma "corporation" (empresa sem controlador definido),
a exemplo do que já são suas duas principais concorrentes:
as australianas BHP e Rio Tinto. A Embraer, por exemplo, é uma "corporation"
desde 2006. Hoje, a Vale já consegue entregar à China um
minério mais barato e de melhor qualidade, mesmo estando a uma distância
do gigante asiático bem maior que a das duas rivais. Com a empresa
alcançando o mesmo status corporativo, imagine-se o ganho de eficiência
adicional que ela terá... Seu custo de capital, por exemplo, será
menor que o atual, o que faz uma enorme diferença. A Vale trabalha
em outra frente que pode lhe trazer mais uma boa notícia: a reabertura
da Samarco. A empresa negocia com a sócia BHP um contrato para que
a Samarco utilize, como depósito de seus rejeitos, uma cava que
ela possui na região de Mariana (MG). A expectativa é que
um acordo seja assinado até o meio deste ano, o que facilitaria
a obtenção das licenças ambientais para que a Samarco
volte a operar. (Cristiano Romero - Valor)
Fundos:
Controlador da Usiminas compra usina CSA
A
alemã Thyssenkrupp concluiu negociações para a venda
da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para a Ternium,
baseada em Luxemburgo, por € 1,5 bilhão.
A
transação, anunciada nesta terça-feira (21), envolve
o pagamento de € 1,26 bilhão em dinheiro e transferência
de uma dívida de € 300 milhões com o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social).
Inaugurada
em 2010 em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, a CSA tem um histórico
de turbulências e já havia sido negociada, sem sucesso, com
outros pretendentes.
Em
2013, a própria Ternium chegou a negociar a compra da CSA, mas desistiu
do negócio.
A
usina foi construída em parceria com a Vale, que decidiu em 2016
se desfazer de sua fatia por um preço simbólico.
"Ao
concluir essa transação, a Ternium está incorporando
mais uma usina siderúrgica de última geração
ao seu parque industrial", afirmou, em comunicado, o presidente-executivo
da Ternium, Daniel Novegil.
Com
operações no Brasil, onde participa do controle da Usiminas,
e em outros países da América Latina, a empresa espera ampliar
a integração de suas atividades com o novo ativo.
"Isso
vai fortalecer nosso negócio em setores industriais estratégicos
na América Latina", concluiu o executivo.
No
caso da Usiminas, a Ternium vive um longo conflito societário com
o outro sócio controlador, a japonesa Nippon Steel;
A
CSA tem capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de placas
de aço por ano. A Ternium, por sua vez, comprou de outros fornecedores,
em 2016, 3,7 milhões de toneladas por ano.
Com
a transação, amplia "substancialmente" sua capacidade de
produção para fornecer aos seus clientes, diz o texto do
comunicado. A empresa produz 6 milhões de toneladas por ano e vende
9,8 milhões de toneladas por ano.
O
projeto da CSA foi desenvolvido de forma integrada com uma laminadora no
Alabama, Estados Unidos, e batizado de Steel Americas.
Em
2015, já sob efeitos da sobreoferta de aço no mercado internacional,
a usina norte-americana foi vendida para a ArcelorMittal e o projeto de
integração da produção nas Américas
foi abandonado.
"Com
a venda da CSA, nos separamos definitivamente da Steel Americas. Isso é
um marco importante no redirecionamento da Thyssenkrupp para um grupo industrial
forte", disse, também em comunicado, o presidente-executivo da empresa
alemã, Heinrich Hiesinger.
A
empresa contabiliza perdas de mais de € 12 bilhões no projeto
Steel Americas, somando custos e prejuízos acumulados. Mesmo com
a venda das usinas, assumirá uma perda de € 8 bilhões.
PROBLEMAS
Além
da crise no mercado siderúrgico global, a companhia enfrentou uma
série de problemas no Brasil desde a sua instalação.
Primeiro,
foi acusada de importação de empregados chineses. Depois,
teve de reduzir as operações para sanar problemas operacionais
que resultaram em altos níveis de poluição que prejudicaram
a comunidade vizinha.
Por
isso, recebeu multas do Instituto Estadual do Ambiente, que totalizaram
R$ 15 milhões, e foi obrigada a investir para reduzir as emissões.
A
licença definitiva de operação da usina só
foi concedida em 2016 (Nicola Pamplona - Folhapress)
Órgãos,
Associações e Entidades do Segmento
http://www.portoseguro.com.br/solucoes-financeiras/investimentos
Ancep:
Novos treinamentos
Conheça
os novos treinamentos da ANCEP: Demonstrações contábeis:
suas funções e características; Agentes responsáveis
pelas demonstrações contábeis; Análise contextual
do parecer atuarial; Análise contextual do relatório do auditor
independente; são alguns dos temas em abordagem no Seminário
Contabilidade para Dirigentes e Conselheiros – Enfoque no Parecer do Balanço
2016, o qual terá lugar nas datas e capitais a seguir: 23.02 (Rio
de Janeiro) e 10.03 (Brasília). Ainda no mês de fevereiro
realizará, em Vitória (ES), no dia 23.02, nova edição
do Seminário Procedimentos e Controles na Elaboração
das Demonstrações Contábeis no Encerramento do Exercício
2016 das EFPCs, oportunidade na qual serão desenvolvidos assuntos
de especial importância para o sistema, ou seja: Aspectos de governança
corporativa; Demonstrações contábeis anuais; Auditoria
independente; Custeio administrativo, dentre outros. Já no mês
de março, será iniciado o ciclo de seminários Contabilidade
nas EFPC’s – Foco na Certificação (Gestão Contábil)
cujo programa abrangerá os seguintes conteúdos: Arcabouço
legal aplicado à contabilidade; Plano de gestão administrativa;
Regulamento do plano de gestão administrativa; Orçamento;
Contabilidade nas EFPCs; Auditoria independente. Inscrições,
programas completos, currículo apresentadores e demais informações
em www.ancep.org.br, por meio dos telefones (21) 2253-0464 ou 2516-5708,
ou e-mail treinamento@ancep.org.br (Abrapp/AssPreviSite)
UniAbrapp:
Gestão de risco
A
UniAbrapp inicia a Trilha de Gestão de Risco com o curso “Princípios
e Valor da Gestão de Risco”, no dia 7 de março, no Centro
Educacional da UniAbrapp, em São Paulo. O treinamento, ministrado
pelo especialista Antônio Carlos Bastos d’Almeida, é indicado
aos profissionais com ou sem experiência, que queiram adquirir visão
geral e abrangente da Gestão de Riscos nas entidades fechadas de
previdência complementar. O participante entenderá os principais
conceitos e os fundamentos da gestão de riscos, assimilando os aspectos
positivos e negativos do risco e sua inerência à gestão
previdenciária, além dos processos de identificação,
análise, medição, tratamento e monitoramento de riscos.
Serão apresentados os elementos e as categorias de riscos; as bases
e justificativas para construção de um modelo proprietário;
a apresentação de técnicas para mitigação
de riscos de crédito, mercado, de liquidez/atuarial, operacional
e legal; os riscos envolvendo processos terceirizados de gestão;
e a Supervisão Baseada em Riscos. O curso pontua 08 pontos no PEC
do ICSS. Confira o conteúdo completo e se inscreva: http://www.uniabrapp.org.br/risc_fundamentos.htm
Diário dos Fundos de Pensão-21.02)
Leitura e cultura
da previdência
www.idsamericalatina.com.br
Manual
dos Mercados Financeiro e de Capitais
Autor:
José Maria Porto
Resumo
do Livro:
Este
livro foi elaborado com o intuito de ser prático e objetivo, com
conteúdo atualizado, distribuído em 11 capítulos que
contemplam todos os aspectos imprescindíveis para um excelente entendimento
dos seguintes temas: Estrutura do Sistema Financeiro; Conceitos Utilizados
no Dia a Dia do Mercado; Indicadores Financeiros; Taxas de Juros e Índices
de Inflação; Operações e Produtos de Renda
Fixa e de Renda Variável; Fundamentos de Governança Corporativa;
Análise Fundamentalista e Gráfica; Análise de Performance
e Risco; Tributação sobre os Investimentos.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Livro:
Regulação dos Investimentos de Fundos de Pensão
-
Comentários à Resolução CMN 3.792/2009
Autor:
Emmanuel Rego Alves Vilanova - Guilherme Loureiro Perocco
Resumo
do Livro:
O
presente trabalho é uma análise dos artigos da Res. CMN 3.792/2009,
principal norma responsável pela regulação dos recursos
garantidores dos planos de benefícios das EFPC - Entidades Fechadas
de Previdência Complementar, incluindo as alterações
promovidas pela Res. CMN 4.275/2013 e com remissões às interpretações
veiculadas por meio do Ofício Circular Conjunto 001/2014/Diace/Difis/Ditec/Previc,
de 24.03.2014. A principal preocupação, ressaltada durante
toda a obra, é com as providências de ordem prática
voltadas para prevenir situações que possam ensejar responsabilidade
civil, administrativa ou penal de diretores e membros dos conselhos deliberativo
e fiscal, trazendo interpretações sobre sua aplicabilidade.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Guia
de Referência para Cálculo de Cotas de Planos de Benefícios
Autor:
Comissão Técnica Nacional de Contabilidade
Resumo
do Livro: Este Guia tem por objetivo disseminar o conhecimento aos órgãos
estatutários das EFPC, empregados e prestadores de serviços,
sobre a atividade de cálculo de cotas previdenciais, bem como demonstrar
as possíveis formas existentes de cálculo e suas principais
diferenças a fim de subsidiar as EFPC de informações
necessárias quando da escolha pelo método que melhor atenda
à sua realidade.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Relator:
Regra de transição proposta não passa no Congresso
Arthur
Maia (PPS-BA) sustenta que ponto dificilmente será aprovado sem
mudanças
Apesar
dos apelos do governo, o relator da reforma da Previdência na comissão
especial que discute o tema, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse que a
regra de transição é o ponto mais questionado pelos
parlamentares e, dificilmente, será aprovado sem mudanças.
Além disso, ele indicou que o cronograma estipulado pelo Planalto
para aprovar a proposta, em até abril, é muito apertado.
Segundo o relator, a comissão aprovará o texto em meados
de abril. Maia afirmou que pretende apresentar o relatório entre
os dias 16 e 20 de março e será necessário mais um
mês de discussão.
O
presidente Michel Temer, acompanhado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles
e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, se reúne
com parlamentares para discutirem a reforma da PrevidênciaGoverno
articula calendário para votação da reforma da Previdência
Mulher
trabalha na STEMAC SA Grupos Geradores em Itumbiara. Foto: Dado Galdieri/BloombergFeministas
divergem sobre idade mínima igual para aposentadoria de homens e
mulheres
Em
ação. Militares fazem patrulhamento no RioGoverno pode melhorar
salário de militar para mexer na Previdência
Centrais
reclamam de pressa na discussão da reforma da Previdência
—
Eu imputo que a regra de transição é o ponto mais
questionado pelos parlamentares. Deverá haver propostas de emendas
e francamente, acho muito difícil que seja aprovada da forma como
foi enviada — disse o relator, durante audiência pública na
comissão especial.
Pela
proposta do governo, será enquadrado na regras de transição
(que são um pouco mais amenas), homens com 50 anos e mulheres com
45 anos. Esses trabalhadores poderão se aposentar pelas normais
atuais, pagando pedágio de 50% sobre o tempo que falta. Para os
demais, será preciso ter idade mínima de 65 anos e contribuir
por pelo menos 25 anos.
Os
parlamentares querem ampliar as normas da transição para
incluir trabalhadores que estão abaixo dos cortes por idade definidos
pelo governo. Para o relator, a idade mínima de 65 anos é
"sólida" e compatível com as regras existentes em outros
países (Geralda Doca - G1)
Reforma
pode prejudicar trabalhador informal, diz Dieese
Segundo
Lúcio, parte da população brasileira vive em um hiato
de desproteção trabalhista e previdenciária.
BRASÍLIA
- O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, disse
hoje (21) acreditar que as mudanças na Previdência poderão
prejudicar quem trabalha na informalidade. Segundo Lúcio, parte
da população brasileira vive em um hiato de desproteção
trabalhista e previdenciária.
“Parte
da força de trabalho trabalha 12 meses, mas contribui seis meses
ao ano. Há o problema da rotatividade [no emprego], vários
motivos pelos quais eles não contribuem”, afirmou Lúcio.
De acordo com o diretor do Dieese, essa desproteção é
verificada no início e, principalmente, no fim da vida ativa.
“Deixar
a contribuição acumular-se depois dos 50 anos é condenar
à exclusão, pois, crescentemente, o processo é de
exclusão participativa da contribuição no fim da vida
ocupacional.” Lúcio ressaltou ainda que as regras de cálculo
propostas diminuem o valor dos benefícios.
A
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016,
que reforma a Previdência, prevê idade mínima de 65
anos para homens e mulheres se aposentarem. O tempo mínimo de contribuição
deve subir de 15 anos para 25 anos. Pelo novo modelo, para se aposentar
com acesso ao benefício integral, será necessário
contribuir ao longo de 49 anos.
“Caso
um trabalhador que recebe o salário mínimo contribua ininterruptamente,
em relação à última renda [enquanto ativo],
ele perde um terço [ao se aposentar pelas novas regras]. Em relação
à regra anterior, perde 18%. Portanto, há uma redução
substantiva do valor do benefício”, afirmou.
Combate
à informalidade
O
presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo de Melo
Gadelha, afirmou que o combate à informalidade é uma das
preocupações do governo. Ele citou o recurso do microempreendedor
individual, categoria jurídica que permite a pequenos trabalhadores
autônomos contribuir com a Previdência e pagar outros tributos
de forma simplificada.
Gadelha
afirmou, citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que até 2060 a população acima de 60 anos
no país saltará de 22 milhões para 73 milhões
de pessoas. Na avaliação dele, a reforma da Previdência
é necessária para garantir a sustentabilidade do sistema,
corrigir distorções e igualar a situação dos
servidores públicos à dos trabalhadores do setor privado.
“A
harmonização das regras de servidores com trabalhadores da
iniciativa privada é um processo que já se iniciou. Quem
ingressou [no serviço público] após 2012 já
tem o mesmo teto que os celetistas”, afirmou. Para ele, no entanto, ainda
é preciso fazer correções. Para Gadelha, a proposta
de reforma “alinha o Brasil àquilo que os países mais desenvolvidos
fizeram”.
Aposentadoria
precoce
Já
o coordenador de Previdência do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), Rogério Nagamine, afirmou hoje (21) que a aposentadoria
por tempo de contribuição – atualmente uma das alternativas
possíveis, no Brasil – permite “aposentadorias precoces” de pessoas
“em plena capacidade laboral”. Nagamine disse também que esse modelo
privilegia os mais bem remunerados. Para Nagamine, conceder
aposentadoria
para pessoas com plena capacidade laboral "é distorcer o sentido
da Previdência. Nas unidades mais ricas da Federação,
mais pessoas aposentam-se por tempo de contribuição e menos
por idade,”
Segundo
o representante do Ipea, metade da despesa primária da União
hoje é com a Previdência. “Não podemos fazer esse debate
como se os recursos fossem ilimitados. São escolhas difíceis”,
disse Nagamine. Ele afirmou ainda que a população está
envelhecendo em ritmo acelerado e que isso causará desequilíbrio.
“A
gente está tendo um ritmo de envelhecimento muito superior ao da
Europa. Demorou 50 anos para [a Europa] passar de 11% para 20% da população
idosa. O Brasil vai fazer esse mesmo processo em 20 anos. Vai haver uma
piora significativa da relação entre contribuintes e beneficiários.
Em 2000, tínhamos 11 pessoas para sustentar cada idoso. Em 2040,
serão duas”, disse.
Já
o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio dos Santos
Neto, afirmou que o governo, ao propor a idade mínima de 65 anos
para a aposentadoria, compara o Brasil a países desenvolvidos, mas
não o faz quando se trata da qualidade de vida dos trabalhadores.
O
representante da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Gilson Reis,
disse que, se a reforma for aprovada como está sendo proposta, aumente
a procura por planos de previdência privada.
Os
representantes das centrais sindicais e do governo discutiram a situação
da Previdência em audiência pública na comissão
especial para análise da PEC 287/2016 na Câmara dos Deputados.
Protesto
Enquanto
o debate ocorria, representantes da Central Sindical Popular (CSP) protestaram
contra a reforma no início do corredor que dá acesso aos
plenários onde se desenvolvem os trabalhos das comissões
da Câmara.
Entre
15 e 20 manifestantes empunharam cartazes, sopraram apitos e entoaram gritos
de “Não à reforma”. Um acordo entre os parlamentares prevê
que só podem entrar no plenário onde é discutida a
reforma aqueles que forem convidados pelas lideranças dos partidos.
(Agência Brasil)
Reforma
será mais divulgada devido a informações falsas
Segundo
Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), muitas informações
em circulação ‘não correspondem à realidade’.
Expectativa do governo é aprovar proposta em abril na Câmara.
O
ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse nesta terça-feira
(21) que o governo vai intensificar a divulgação da reforma
da Previdência a fim de esclarecer pontos da proposta e mostrar a
sua “essencialidade”.
De
acordo com Imbassahy, a medida será tomada porque, segundo ele,
muitas informações em circulação são
inverídicas. Ele não mencionou quais das informações
“não correspondem à realidade” nem informou como a campanha
informativa será intensificada.
“Nós
estamos percebendo que as informações que estão circulando,
muitas informações, não correspondem à realidade.
Então, o governo vai ampliar mais ainda, dar mais intensidade e
frequência à comunicação com relação
à reforma da Previdência, esclarecendo a população
quanto à sua essencialidade”, afirmou.
A
declaração foi dada após reunião no Palácio
do Planalto com o secretário da Previdência do Ministério
de Fazenda, Marcelo Caetano, e parlamentares que compõem a comissão
especial criada para tratar do tema na Câmara.
Na
tarde desta terça, durante audiência da comissão especial
da reforma da Previdência na Câmara, o deputado Ivan Valente
(PSOL-SP) afirmou que o PSOL ingressará nesta semana na Justiça
contra a propaganda do governo sobre a reforma da Previdência, que
ele classificou de "enganosa".
No
Senado, o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirmou que, se
aprovada na Câmara, a reforma da Previdência “terá uma
tramitação rápida”.
Tramitação
De
acordo com Imbassahy, o calendário do andamento da proposta na comissão
especial está sendo discutido com o presidente do colegiado, Carlos
Marun (PMDB-MS). O objetivo do governo, disse, é aprová-la
no plenário da Casa em abril.
O
ministro ainda ressaltou a necessidade da aprovação da reforma
da Previdência como uma das medidas do pacote do governo para tentar
sanar a crise econômica.
Para
ele, a reforma da Previdência serve como complemento à Proposta
de Emenda à Constituição que limita os gastos públicos
pelos próximos 20 anos, já sancionada pelo presidente Michel
Temer.
Parlamentares
de oposição contrários à reforma da Previdência
defendem uma flexibilização em pontos como idade mínima
e tempo de contribuição para a aposentadoria integral. Mas
o secretário Marcelo Caetano afirmou que o governo não pretende
ceder, mas manter o texto “o mais fiel possível ao original”.
(Luciana Amaral - G1)
Presidente
aponta reforma para garantir futuro da Previdência
Michel
Temer ressaltou que, sem mudanças no atual sistema, pagamento de
benefícios e continuidade de programas sociais ficam prejudicados
O
presidente da República, Michel Temer, reforçou, nesta terça-feira
(21), a necessidade de se reformar a Previdência Social para evitar
o colapso do sistema de pagamento de aposentadorias e benefícios
sociais. Durante reunião com deputados e integrantes do governo,
Temer ressaltou a importância do debate para evitar a divulgação
de informações imprecisas sobre o tema.
“Nós
temos a consciência, como todos devem ter, de que ou você arruma
a casa de natureza previdenciária ou você tem mais adiante
um desastre no setor previdenciário. Como de resto vem se verificando
em certos estados da federação”, afirmou Temer. Também
participaram da reunião líderes partidários, o presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, e o secretário de Previdência, Marcelo Caetano.
Temer
disse aos parlamentares que a proposta procura solucionar o déficit
da Previdência para não comprometer o pagamento do benefício
no futuro e não prejudicar os programas sociais. No ano passado,
foi registrado um déficit de R$ 149,7 bilhões no sistema.
Caso não ocorram mudanças nas atuais regras, pode haver prejuízos
para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para o Minha Casa Minha
Vida, para o Bolsa Família.
Segundo
o presidente, é preciso contestar a ideia de que o governo irá
exigir que o trabalhador contribua por 49 anos para poder se aposentar.
Um trabalhador com 65 anos de idade, por exemplo, e, no mínimo,
25 anos de contribuição poderá ter 76% da aposentadoria.
O presidente disse ser importante ressaltar dados como esse para não
“prejudicar a percepção daqueles que querem discutir a Previdência”.
(Planalto)
Planalto
puxa negociação da reforma da Previdência
Como
fez na aprovação da PEC do Teto, presidente se reúne
com parlamentares da base para afinar discurso e rebater críticas
à proposta de mudanças para a Previdência em tramitação
no Congresso. Não há acordo sobre prazo de votação
O
presidente Michel Temer tenta reeditar as bem-sucedidas articulações
para aprovação da PEC do Teto — que limitou o crescimento
de gastos do governo — na reforma da Previdência. Ontem, se reuniu
com os deputados da base aliada que integram a comissão especial
que discute o tema e com os líderes na Casa para rebater as críticas
à proposta do Executivo que tramita no Congresso Nacional.
Para
Temer, há fatores que "prejudicam a percepção" do
debate. Ao lado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o chefe do Executivo
criticou os argumentos com dados equivocados, "para não dizer não
verdadeiros". "Eu vejo, com muita frequência e quase sem contestação,
a ideia de que: imagine este governo agora está exigindo que você
trabalhe 49 anos para poder se aposentar. Não é isso", disse,
destacando que a proposta prevê que, com 25 anos de contribuição
e 65 anos de idade, é possível se aposentar com 76% do salário
de contribuição.
O
encontro no Palácio do Planalto durou duas horas, mas pelas declarações
de parlamentares não houve acordo sobre o prazo de tramitação
da medida. O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy,
destacou que o governo tem pressa e trabalha com aprovação
da reforma da Previdência no plenário da Câmara em abril.
No entanto, o líder do DEM na Casa, o deputado Pauderney Avelino
(AM), destacou que, em abril, a matéria será aprovada apenas
na comissão especial.
O
democrata ressaltou que o tema é muito complexo e ainda é
preciso alinhar o discurso dos representantes na comissão sobre
o texto da proposta, que certamente sofrerá alterações
dos parlamentares da base aliada. “Em abril, será preciso votar
na comissão especial. Aposto que, em maio, a gente traz a matéria
para o plenário, modificada com o que deputados da base ainda reclamam”,
afirmou o Avelino, que participou do encontro com Temer.
Segundo
ele, o presidente não defendeu nenhum ponto especificamente e reconheceu
a necessidade da reforma para a sustentabilidade das contas públicas.
“Precisamos da reforma. Ela precisa acontecer. Isso é inegociável”,
afirmou.
Avelino
ressaltou que até o relator da proposta, o deputado Arthur Maia
(PPS-BA), sinalizou que não deverá concluir o texto até
o fim de março e o principal problema está nas regras de
transição dos regimes. Maia, inclusive, disse ontem que o
governo já pensa em reformular essa questão. “Vamos trazer
uma regra que possa substituir esse modelo (dos 50 anos para homens e 45
para mulheres), mas ainda não há uma definição
de como será feito”, disse o relator.
Segundo
ele, é possível que seja formulada alguma regra parecida
com a 85/95, que leva em conta tempo de contribuição e idade.
“Tudo isso pode ser considerado”, garantiu. Maia disse ainda que, sobre
a idade mínima, que passaria de 65 anos para 60 anos, ele não
abre mão. “Se no fim da votação do projeto,
nós não tivermos estabelecido uma idade mínima para
aposentadoria no Brasil, teremos fracassado na construção
desse modelo.”
O
secretário de Previdência da Fazenda, Marcelo Caetano, explicou
que o governo pediu aos deputados para manterem a proposta do Executivo
“o mais fiel possível”, a fim de garantir a continuidade do regime.
“O principal intuito da reforma é poder assegurar os benefícios
previdenciários”, afirmou.
Imbassahy
lembrou que as demais medidas fiscais do governo, como a PEC do Teto, não
se sustentarão sem a mudança no sistema de aposentadorias.
“A reforma da Previdência é essencial. Sem ela, tudo aquilo
que está sendo realizado ao longo do período perde sentido”,
disse. O rombo previsto pelo governo para este ano, apenas na Previdência
Social, é de R$ 167 bilhões. Em 2016, o deficit ficou próximo
a R$ 150 bilhões. (Rosana Hessel - Correio Web)
Governo
articula calendário para votação da reforma
O
governo estuda, junto ao relator da reforma da Previdência, Arthur
Maia, se dilata o prazo para tramitação da reforma da Previdência.
Em sua primeira entrevista à frente da Secretaria-Geral de Governo,
o ministro Antônio Imbassahy afirmou que, mesmo se houver possíveis
mudanças, permanece o objetivo inicial, de votar o projeto ainda
em abril. O secretário da Previdência, Marcelo Caetano, também
participou da coletiva.
Mulher
trabalha na STEMAC SA Grupos Geradores em Itumbiara. Foto: Dado Galdieri/BloombergFeministas
divergem sobre idade mínima igual para aposentadoria de homens e
mulheres
Em
ação. Militares fazem patrulhamento no RioGoverno pode melhorar
salário de militar para mexer na Previdência
Maioria
dos brasileiros não têm o hábito de guardar dinheiro,
diz SPC Brasil e CNDL
—
Nós fizemos uma articulação com o relator Arthur Maia
e o presidente da comissão (Carlos) Marun, discutimos uma proposta
de calendário. E estamos discutindo nesse momento se dilata uma
semana, 10 dias. A ideia básica é ter a proposta em plenário
até abril — disse.
Questionado
sobre possíveis pontos que o governo estaria disposto a negociar,
o secretário de Previdência se limitou a dizer que o Congresso
tem soberania para decidir essas questões, mas que o governo vai
argumentar para manter o projeto o mais fiel possível ao original.
—
O Congresso tem soberania em relação à velocidade
da aprovação e se aprova ou não. Nós da parte
técnica, que elaboramos a proposta, temos a perfeita consciência
da necessidade de da reforma, o principal intuito é garantir benefícios
previdenciários e nós, no processo de diálogo, vamos
mostrar a necessidade da reforma.
Perguntado
se o governo discute conceder um aumento salarial aos militares em troca
da reforma da Previdência para esse grupo, o secretário de
Governo afirmou que “não há nenhum debate nesse sentido”.
Imbassahy
ainda afirmou que o governo tem se articulado para esclarecer as dúvidas
dos deputados e convencê-los da importância da reforma. A coletiva
ocorreu logo depois Segundo ele, há “informações circulando”
sobre a reforma “que não correspondem à realidade”. Ele citou
outros projetos polêmicos que foram aprovados pelo governo no Congresso.
—
Vários projetos e propostas importantes que foram aprovados no Congresso,
destacaria a PEC do teto. E a reforma da previdência é essencial,
sem ela você perde muito o sentido do que está sendo realizado
nesse período — disse.
Questionado
sobre uma possível resistência, por parte do presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, em conduzir a tramitação com
a mesma rapidez com que levou a PEC do Teto, Imbassahy se limitou a dizer
que o deputado tem sido “um parceiro” e um “colaborador efetivo”.
(Barbara Nascimento e EEduardo Barreto - G1)
Centrais
sindicais querem mais debate das reformas
Representantes
de oito centrais sindicais reivindicaram ontem (21) ao presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mais tempo para debater as reformas
trabalhista e da Previdência, em análise na Casa. Após
reunião com Maia, os sindicalistas criticaram o cronograma proposto
para apreciação das reformas. Para as centrais, o governo
quer conduzir a discussão e aprovar as reformas a “toque de caixa”.
Para
o deputado Paulinho da Força, é necessário mais
tempo de debate da reforma com a sociedadeValter
Campanato/Arquivo/Agência Brasil
Para
o presidente da Força Sindical, uma das centrais que participaram
da reunião, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), pelo fato de
as reformas mexerem com a vida de todos os brasileiros, é necessário
mais tempo de debate com a sociedade. “A preocupação de todas
as centrais sindicais, que representam 100% dos trabalhadores brasileiros,
é com o trâmite do processo das reformas trabalhista e da
Previdência. O trâmite está muito rápido e nós
queremos mais tempo para negociar.”
A
preocupação maior das centrais é com o calendário
proposto para a comissão que discute a reforma da Previdência,
em que o relator, Arthur Maia (PPS-BA), anunciou que vai apresentar seu
parecer para discussão e votação no dia 16 de março.
As centrais reivindicam o adiamento da entrega do parecer. “Dia 16 está
aí, tem o carnaval no meio e é impossível discutir
uma reforma em apenas 15 dias”, disse Paulinho. “A reforma trabalhista
tem um prazo maior, até porque o relator disse que só vai
apresentar o relatório no dia 11 de maio”.
Mudanças
De
acordo com Paulinho, as centrais ainda defendem mudanças na proposta
do governo e devem apresentá-las ao relator. “Estamos querendo discutir
a reforma. Achamos que alguma coisa precisa ser feita, mas não pode
ser a toque de caixa como vem sendo.”
O
deputado disse que, durante a reunião, os representantes das centrais
cobraram de Maia mais acesso aos colegiados em que estão sendo debatidas
as reformas. Segundo Paulinho da Força, o acesso tem sido restrito,
e a presença de sindicalistas, dificultada. “Os sindicalistas não
estão tendo condições de acesso para participar das
comissões, dos debates”, disse Paulinho, que pediu também
que as audiências das comissões sejam feitas no Auditório
Nereu Ramos, com capacidade para mais de 500 pessoas. Atualmente, as audiências
ocorrem em auditórios com capacidade para pouco mais de 100 pessoas.
Os
sindicalistas também conseguiram a liberação do acesso
de dez dirigentes sindicais de cada central nos espaços da Câmara.
De acordo com o presidente da Força, a intenção é
facilitar o debate com os parlamentares e líderes partidários
em torno das reformas. Paulinho disse que Rodrigo Maia comprometeu-se a
fazer comissões gerais no plenário da Casa logo após
os relatores das reformas apresentarem seus pareceres aos respectivos colegiados.
Calendário
Na
parte da manhã, os presidentes da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova
Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e da Confederação
Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag) se reuniram com os líderes
da oposição, na liderança da minoria.
Na
ocasião, as centrais sindicais definiram um calendário nacional
de mobilizações em torno das reformas. A primeira será
no dia 8 de março, quando as centrais devem se juntar à Marcha
das Margaridas, e depois, no dia 15 de março, véspera do
prazo previsto para a apresentação do relatório da
reforma da Previdência. Para este dia, as centrais estão organizando
o dia nacional de luta com paralisações, manifestações
pelo Brasil afora e depois um grande processo de mobilização
dos trabalhadores em torno do tema.
Além
da Força Sindical, participaram da reunião com Maia, dntre
outras, CUT, CTB, NCST, Contag, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB),
União Geral dos trabalhadores (UGT), Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
(Iolando Lourenço e Luciano Nascimento - Agência Brasil)
Pimentel:
Reforma vai prejudicar municípios
“Os
municípios têm como base principal de sua economia os benefícios
previdenciários. Para cada R$ 1,00 que os municípios recebem
do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a previdência
paga de R$ 2,00 a R$ 3,00 em benefícios naquele município”,
alertou o senador José Pimentel (PT-CE), nesta terça-feira
(21). O parlamentar citou estudo que aponta que em 70% dos municípios
brasileiros, os pagamentos da previdência superam os repasses do
FPM
O
primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, senador José
Pimentel (PT-CE), afirmou nesta terça-feira (21), em Brasília,
que a reforma da Previdência Social terá forte impacto sobre
a economia dos municípios. “Os municípios têm como
base principal de sua economia os benefícios previdenciários.
Para cada R$ 1,00 que os municípios recebem do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM), a previdência paga de R$ 2,00 a R$ 3,00
em benefícios naquele município”, afirmou.
A
manifestação de Pimentel ocorreu durante a abertura do I
Congresso Nacional de Mesas Diretoras de Câmaras Municipais. Pimentel
alertou os dirigentes das Câmaras sobre a relevância de estarem
preparados para debater a reforma da Previdência Social com a sociedade.
“Uma proposta de reforma dessa magnitude, na qual se propõe adiar
a aposentadoria por 10 anos, tem impacto muito forte. Fatalmente, a Câmara
será o primeiro espaço de recepção das demandas
da sociedade sobre esse tema, porque a relação direta dos
vereadores com a população é muito forte”, considerou.
A
Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal
(Anfip) possui um estudo intitulado “A previdência Social e a economia
dos municípios”, com base em dados de 2010. A conclusão é
que, em 70% dos municípios brasileiros, os pagamentos da previdência
superam os repasses do FPM. No estado do Ceará, esse percentual
chega a 94% (173 municípios). Leia o estudo em: https://goo.gl/YixEr2
O
primeiro secretário propôs a realização de um
evento específico para que os dirigentes das câmaras municipais
e vereadores conheçam em detalhes a proposta de reforma da previdência.
“A proposta já está em discussão na Câmara dos
Deputados. Portanto, é necessário preparar os vereadores
para o debate com a população de cada um dos 5.570 municípios
brasileiros”, considerou. (Geraldo Magela - Ceará 247)
Vencendo
o desemprego
Está
nas mãos do presidente Michel Temer uma tomada de decisão
que pode representar a abertura decisiva para que o governo exerça
firmemente o papel de indutor da alavancagem do fluxo de turistas estrangeiros
em direção ao nosso país. Estamos falando da transformação
da Embratur, atualmente uma autarquia vinculada ao ministério do
Turismo responsável pela promoção do turismo brasileiro
no exterior, em serviço social autônomo, o que traria mais
flexibilidade de ações e proporcionaria a busca de recursos
de outras fontes além do orçamento da União.
A
proposta da transformação da Embratur foi apresentada pelo
ministro Marx Beltrão (Turismo) ao governo, junto com outras medidas
que poderão levar a uma modernização acelerada do
turismo e, consequentemente, do Estado brasileiro. Ela está no texto
de uma sugestão de medida provisória que, basicamente, garante
o acesso a recursos da contribuição social da Lei 8029/90,
como já ocorre com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas) e a Apex (Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e Investimentos).
As duas entidades, por estarem abrigadas nessa modelagem, não estão
sujeitas a cortes de repasses pela União, ou contingenciamentos.
Vale lembrar que hoje tanto Sebrae quanto Apex são exemplos de sucesso
e para nós também seria importante seguir esse caminho.
Nesta
semana, as entidades privadas e sindicais que integram o CNT (Conselho
Nacional de Turismo) enviaram correspondência ao presidente Michel
Temer dando aval às mudanças apresentadas pelo ministério,
em especial a derrubada da exigência do visto de entrada para turistas
de Estados Unidos, Austrália, Japão e Canadá, bem
como a mudança do modelo de gestão da Embratur.
Lembrando
que o Brasil construiu um grande legado de imagem no mundo inteiro por
conta do êxito na organização de grandes eventos desde
2007 (Jogos Pan-americanos, Rio + 20, Jornada Mundial da Juventude, Copa
das Confederações, Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas
e Paralimpíadas Rio 2016), os integrantes do CNT lembram que o atual
momento é crucial para se colher esses resultados.
As
19 entidades mais representativas do chamado “trade” turístico nacional
pedem ao governo que apoie a mudança, considerando que só
desta forma o Brasil terá uma promoção internacional
robusta. Acreditamos que somente com um turismo e uma promoção
turística forte chegaremos a resultados que possam gerar emprego,
distribuindo melhor a renda e trazendo mais divisas para reequilibrar nossa
balança comercial.
O
turismo sustenta milhões de micro e pequenas empresas de 52 setores
da economia, gerando mais de 7,5 milhões de empregos no país.
Hoje o turismo representa cerca de 9% do nosso PIB (Produto Interno Bruto).
É também, como acontece em todo o mundo, o segmento da economia
que responde mais rapidamente quando se fala em retorno de investimentos.
Tivemos diversos casos recentes de recuperação econômica
de países bastante afetados por crises a partir de uma retomada
do crescimento do turismo. A Espanha, por exemplo, anunciou o número
recorde de visitantes em 2016. Os mais de 75 milhões de turistas
estrangeiros deixaram mais de 77 bilhões de euros nos cofres espanhóis,
espantando de vez a crise que rondava o país.
Pode
acontecer o mesmo no Brasil, mas para que essas mudanças alcancem
um efeito realmente relevante, é preciso de tenhamos as ferramentas
adequadas em mãos. Em 2016 batemos o recorde de visitantes estrangeiros,
6,6 milhões. Eles injetaram R$ 6,2 bilhões na economia. É
pouco para um país que foi considerado pelo Fórum Econômico
Mundial como o que tem maior potencial em recursos naturais. E que foi
classificado ainda como o 8º com melhor potencial turístico
na área de patrimônio histórico.
Estamos
no meio de uma verdadeira corrida no mundo do turismo internacional. Os
países estão investindo cada vez mais em promoção.
Nossos “concorrentes” mais próximos investem muito mais. O México,
por exemplo, investiu no ano passado cerca de U$ 400 milhões; a
Colômbia mais de U$ 100 milhões; a Argentina cerca de U$ 80
milhões. E nós, com cortes, contingenciamentos, não
passamos de U$ 17 milhões.
Todos
os países que estão na ponta dessa corrida contam com recursos
de outras fontes para fazer promoção internacional. São
fundos criados a partir de recursos gerados pelos cassinos (Portugal),
de taxação do bilhete aéreo (Argentina). Não
estamos propondo nenhuma nova taxa, os cassinos ainda não estão
legalizados no país (esperamos que esta situação seja
revista). Apenas queremos flexibilidade para fazer parcerias com a iniciativa
privada e garantir recursos para investir e trazer muito mais dólares
e empregos. É assim que venceremos a luta contra o desemprego; (Vinicius
Lummertz - Economia SC)
Mercado e Economia Nacional
Alguns
investimentos são simples transferências de propriedade
Nestes
tempos da "pós-verdade" e das "verdades alternativas", as palavras
assumem novos significados. Temo que um dos mais importantes seja confundir
"entrada de capital externo" com "investimento".
O
que é um investimento? É um ato físico em que se compra
um terreno, projeta-se e constrói-se um galpão que abrigará
novos bens de produção (produzidos internamente ou importados),
que levará a contratação de mão de obra que
será treinada para operá-lo com eficiência.
O
resultado será um produto final (um automóvel, por exemplo)
cujo valor adicionado (o montante dos salários e dos lucros) será
um acréscimo do PIB. O investimento é um ato físico
(com representação financeira) que, depois de algum tempo,
aumenta a quantidade de bens e serviços de que disporá a
sociedade, isto é, o seu Produto Interno Bruto.
A
matriz de uma empresa americana que tomou emprestado a 1,5% de juros ao
ano nos EUA e o transferiu à sua filial no Brasil, que rendeu na
Bovespa, nos últimos 13 meses, 4,9% ao mês, em dólares,
"investiu" no sentido próprio do termo?
A
entrada de capitais estrangeiros no Brasil em janeiro de 2017 foi surpreendente:
11,5 bilhões de dólares (contra uma previsão de 9
bilhões projetada pelo BC, que elevou a estimativa anual de 70 para
75 bilhões de dólares).
Duas
operações recentes, a privatização da Celg
(vencida pela Enel, italiana, por 2,2 bilhões de dólares)
e a aquisição do controle da CPFL (pela chinesa State Grid,
por 14,2 bilhões de dólares) são, de fato, "investimento",
isto é, operações que sem sombra de dúvida
aumentarão a produtividade do trabalho e produzirão desenvolvimento?
Talvez,
talvez... Uma boa parte é simples transferência de propriedade
(que pode, ou não, aumentar a produtividade interna das empresas).
O Estado de Goiás vai aplicar o resultado da venda para "pagar dívidas",
o que é muito bom, porque pelo menos reduzirá o desperdício
da má administração das empresas. Mas seu efeito como
"investimento" será, no curto prazo, mínimo.
No
caso da CPFL, boa parte também será destinada a pagar dívidas
dos vendedores. Talvez gerem alguns investimentos em outros setores e,
mais provavelmente, a compra de um apartamento numa Trump Tower em Nova
York! "Investimento" mesmo, que aumenta o estoque físico de capital
e a produtividade da mão de obra, talvez ocorra no futuro.
Em
compensação, esses 16,4 bilhões de dólares
terão de ser servidos, indefinidamente, com uma remessa de lucro
(nada muito diferente de 800 milhões de dólares anuais),
o que exigirá um aumento das exportações. Talvez seja
melhor tratar delas com uma taxa de câmbio competitiva, relativamente
estável, o que não temos feito desde 1985. (Antonio
Delfim Netto - Folhapress)
Fazenda
está confiante em retomada
-
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que uma "série
de medidas" que visam a melhorar o ambiente econômico já está
em implementação e destacou que a confiança cresceu
de forma "consistente" e "forte".
"O
Brasil não só começou a crescer, como entrou numa
rota de crescimento sustentável", disse, durante discurso na reunião
com a comissão da Reforma da Previdência, no Palácio
do Planalto. De acordo com o ministro, a recessão já terminou
no Brasil.
Sobre
os fatores que tem ajudado na recuperação da confiança
Meirelles destacou propostas como a aprovação do projeto
que retirou a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única
nas áreas do pré-sal, bem como deter 30% de participação
dos consórcios, e também a implementação de
normas de governanças nas estatais.
Segundo
o ministro, agora o Brasil atravessará "períodos prolongados
de crescimento", que, com o tempo, devem se acelerar. "Cada vez mais vamos
ter um crescimento que vai se acelerando", afirmou.
Em
sua fala, Meirelles fez um longo detalhamento da série "impressionante
de medidas que já foram tomadas pelo governo" e afirmou que no exterior
a confiança no Brasil pode ser descrita também como "impressionante".
O
ministro disse ainda que o governo projetou uma meta "realista" de déficit
primário, de R$ 170,5 bilhões em 2016, mas que o resultado
efetivo "foi melhor em R$ 16 bilhões". Meirelles disse ainda que
o orçamento deste ano também é "muito realista" e
citou que as medidas do governo estão andando. (Agências)
Meirelles:
O Brasil já começou a crescer
O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu ontem que o governo Michel
Temer tem tomado medidas consistentes, bem pensadas e que vieram "para
ficar". Durante reunião com deputados da Comissão Especial
da Reforma da Previdência, no Palácio do Planalto, Meirelles
considerou que é importante implementar medidas que, em primeiro
lugar, tenham foco e criem mais eficiência e produtividade para a
economia. O ministro avaliou que a recessão já acabou, mas
que o Brasil ainda vive as suas consequências. "Ela [a recessão]
foi longa, dura, gerou esse número enorme de desempregados, mas
o Brasil já começou a crescer. É uma recuperação
sólida e é impulsionada por medidas fundamentais", disse
Meirelles. "É importante tomar medidas, em primeiro lugar, que tenham
foco e criem mais eficiência e produtividade na economia e que sejam
feitas de forma consistente e durável. O país se cansou de
medidas precipitadas. São medidas consistentes bem pensadas e que
estão aqui para ficar." LEIA MAIS Concordata da Peabody expõe
declínio do carvão Sem concordata, empresas do Grupo Espirito
Santo serão liquidadas Empresa de cassinos de Donald Trump entra
com pedido de concordata Entre as medidas em fase de elaboração,
Meirelles ressaltou a reforma da lei de falências e recuperação
judicial que, segundo ele, está em estágio avançado
e visa a reduzir o prazo e o custo do processo de recuperação
judicial no país. "Cria incentivos para a recuperação
fora da Justiça, para acordo com credores. Incentiva a concessão
de novos financiamentos e melhora as avaliações para vendas
de ativos", avaliou Meirelles. O ministro citou iniciativas como a regulamentação
da Letra Imobiliária Garantida (LIG), a criação da
duplicata eletrônica, com o objetivo de reduzir o custo de crédito,
e a diferenciação no valor para compras com cartão
e à vista. O ministro destacou iniciativas tomadas para melhorar
o ambiente de negócios, como a redução do prazo para
abertura de empresas e a implementação da nota fiscal eletrônica.
"Existirá uma rede de simplificação de serviços
e legalização de empresas em geral, que vai afetar todo o
tipo de registro, seja de imóveis, seja de qualquer outra coisa",
afirmou Meirelles. Para o ministro, outro problema é o elevado nível
de imposto pago no Brasil. Hoje, disse, o tempo médio das empresas
para pagamento de impostos é de 2,6 mil horas por ano. "Por meio
dessas medidas que estão sendo tomadas no âmbito da Receita
Federal, será possível reduzir esse tempo para menos de 600
horas, para menos de um quarto do tempo, já chegando perto de padrões
internacionais", disse Meirelles. Na avaliação de Meirelles,
o Brasil terá agora "períodos prolongados" de crescimento.
O ministro afirmou que o Brasil entrou numa "rota de crescimento sustentável
de longo prazo". "Vamos sair do padrão que o Brasil viveu, de tempos
em tempos uma crise. Isso tem gerado uma certa insegurança em muitos
empresários, brasileiros ou consumidores", disse. (Cristiane Bonfanti,
Andrea Jubé e Fernando Taquari - Valor)
Juros
reduzem a inflação, e foi isso o que aconteceul em 2016
Andei
investigando crime e policiamento. Em 1.323 episódios cobrindo 119
países, descobri que não há nenhuma relação
entre esses fenômenos. O maior caso de sucesso foi a redução
do policiamento: em 62,18% dos casos o crime caiu quando isso ocorreu.
Em
contraste, em apenas 50,75% dos casos em que houve aumento do policiamento
o crime caiu, enquanto em 53,45% dos casos em que não se mexeu no
policiamento o crime caiu da mesma maneira.
Conclui-se,
assim, que gastos com policiamento representam apenas uma transferência
de renda para grupos privilegiados (segundo Daniel Cerqueira, do Ipea,
gastos com segurança pública equivaliam a 5,4% do PIB em
2014, quase 11 vezes o gasto com o Bolsa Família naquele ano).
Ok,
já posso parar a brincadeira, torcendo para que nenhum dos 18 leitores
tenha desistido ali pelo final do primeiro parágrafo: é óbvio
que policiamento tem relação estreita com criminalidade (na
verdade, duas, e esse é o problema).
Não
há dúvida de que o aumento do policiamento reduz a ação
criminosa. No entanto, em geral, mais policiamento não é
uma decisão independente da criminalidade: o poder público
reage ao aumento dos crimes botando mais polícia na rua.
O
pesquisador ingênuo que observa apenas a correlação
entre um fenômeno e outro não demora a notar que essa parece
ser zero. Há casos em que o crime aumenta quando há mais
policiais na rua (espelhando a segunda relação) e há
casos em que a elevação do policiamento reduz a criminalidade
(a primeira relação), o que leva ao tipo de confusão
que descrevi no primeiro parágrafo.
Há
momentos, porém, em que os fenômenos ocorrem (quase) como
que em laboratório e são por isso chamados de "experimentos
naturais".
Tome-se,
por exemplo, o acontecido no Espírito Santo, quando a greve dos
policiais reduziu seu efetivo nas ruas, não por uma queda de criminalidade,
mas por motivo externo (ou "exógeno").
Nesse
caso, houve um grave aumento da criminalidade em resposta à redução
"exógena" do policiamento.
Em
outras palavras, nosso "experimento natural" confirma que mais polícia
na rua diminui o crime (e vice-versa).
Na
verdade, se trocarmos "policiamento" por "taxa de juros" e "criminalidade"
por "inflação", teremos o "estudo" descrito por Clóvis
Rossi em sua coluna de domingo (19).
Como
na minha investigação fictícia, em muitos casos a
taxa de juros cai porque a inflação (esperada) também
cai, como hoje no Brasil; em outros casos, a taxa de juros sobe porque
a inflação esperada se eleva.
O
pesquisador despreparado, que ignora que as relações de causa
e efeito correm tanto da taxa de juros para a inflação como
da inflação para a taxa de juros, comete o mesmo erro acima:
conclui que não há relação entre essas variáveis
quando na verdade elas existem.
Não
há muitos "experimentos naturais" na área. Uma possível
exceção foi a redução na marra da Selic entre
2011 e 2012, que levou à aceleração da inflação
logo em seguida.
Há
também técnicas estatísticas que permitem superar
o problema e elas apontam robustamente que aumento do juro reduz a inflação,
o que, aliás, foi exatamente o que ocorreu no Brasil ao longo do
ano passado.
O
que apenas prova outra relação estatística robusta:
quem menos entende de um assunto é tipicamente o mais inclinado
a dar palpite. (Alexandre Schwartsman - Folhapress)
Problema
do BC hoje é crescimento, e não inflação
Se,
até poucos meses atrás, a principal preocupação
da diretoria do Banco Central era a aceleração da inflação,
hoje, o maior risco à frente é o baixo crescimento econômico.
Nesse
contexto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do
BC deverá anunciar novo corte da taxa básica de juros, hoje
em 13% ao ano.
A
preocupação sobre o crescimento volta à mesa dos diretores
do BC após longo período de embate contra a inflação,
repetidamente acima da meta do governo (4,5% ao ano). Em 2015, ela ficou
acima de 10%.
"O
balanço de riscos se inverteu dramaticamente. O risco principal
do BC hoje é atividade, e não inflação", disse
Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, ex-secretário do
Tesouro.
Em
debate nesta terça-feira (21), promovido pela Anbima (associação
que reúne as instituições do mercado financeiro) e
transmitido na internet pela "TV Folha", Kawall e outros três experientes
economistas demonstraram preocupação com o crescimento.
"O
risco hoje é chegarmos ao fim do ano com crescimento de 0,5%, 0,3%,
com uma inflação muito baixa", disse Kawall.
A
inflação está cadente e, segundo projeções,
caminha rapidamente para a meta. A previsão tanto do governo quanto
de economistas é que os números negativos da atividade econômica
cessem neste primeiro trimestre.
Mas
o resultado final esperado para 2017 ainda é baixo, de 0,5% segundo
o Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima.
Além
de Kawall, participaram do debate, mediado pela colunista da Folha Maria
Cristina Frias, o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa,
o ex-diretor do BC e sócio da gestora Mauá Sekular Luiz Fernando
Figueiredo e o chefe de economia e estratégia do Bank of America
Merrill Lynch no Brasil, David Beker.
Nesta
quarta-feira (22), eles preveem que BC vá cortar os juros em 0,75
ponto percentual, levando a taxa para 12,25% ao ano. Mas na próxima
reunião do Copom, em abril, Figueiredo vê pelo menos 50% de
chances de o ritmo aumentar para um ponto percentual.
Barbosa
indicou concordar. "Com a inflação baixa, dependerá
da retomada [da atividade]. Se ela estiver mais firme, não há
urgência. Se não, por que não cortar mais em abril
se a inflação permitir?"
Os
quatro economistas acreditam que, se aprovada a reforma da Previdência,
o Brasil caminhará para um cenário inédito de inflação
e juros permanentemente baixos, começando já em 2018. Boa
parte dos economistas do mercado está otimista.
As
previsões positivas encorajaram o BC a estudar a redução
da meta de inflação para 2019. A decisão será
anunciada em junho.
Para
Figueiredo, a sinalização de menor inflação
no futuro é positiva e poderia ser feita gradualmente, reduzindo
a meta inicialmente para 4,25%. Desde que não afete o o corte de
juros, o que poderia prejudicar a atividade.
"Hoje,
da maneira correta e saudável, precisamos atacar a falta de crescimento,
e não a inflação, que parece estar no chão",
disse.
David
Beker, do BofA Merrill Lynch, ressaltou que as previsões de inflação
nos anos seguintes serão determinantes para a decisão de
reduzir a meta. Mas, segundo ele, em 2018, ano de eleição,
o país estará em situação econômica mais
favorável.
"A
economia [em 2018] estará em crescimento, com inflação
baixa e juros baixos em termos históricos. É uma situação
bem diferente do último ciclo eleitoral." (Folhapress)
Economia Global
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Fed:
Economia está bem banco central deve elevar juros
A
economia dos Estados Unidos está de volta ao normal, o mercado de
trabalho está saudável novamente e a inflação
está avançando, disse nesta terça-feira o presidente
do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, repetindo que
espera o Fed eleve os juros três vezes neste ano.
"Dado
o estado da economia, mais ou menos de volta ao normal, continuo a ver
três altas modestas dos juros de 0,25 ponto percentual como apropriado
para 2017, supondo que as coisas permaneçam nos trilhos," disse
Harker em um discurso em que repetiu declarações recentes
sobre economia e política.
Harker,
membro votante neste ano, disse esperar que a inflação chegue
à meta de 2 por cento do Fed neste ano ou no próximo.
Em
parte, isso ocorre porque o mercado de trabalho está "mais ou menos
de volta à saúde plena", mesmo enquanto ele continua a se
apertar e os salários têm mais espaço para crescer,
disse ele aos alunos da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia.
O
Fed elevou os juros duas vezes nos últimos dois anos, mas espera
acelerar o ritmo de aperto agora que o desemprego, em 4,8 por cento, deve
continuar impulsionando a inflação depois de anos abaixo
da meta do banco central.
Projeções
mostram que autoridades do Fed esperam aumentar os juros três vezes
neste ano. A próxima reunião de política monetária
é em meados de março. (Reuters/G1)
Mercado Financeiro
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Bolsa
tem alta, dólar fica estável
Exterior
ajuda e Bolsa brasileira tem nova máxima em quase 6 anos
A
Bolsa brasileira acompanhou o bom humor que prevaleceu nas negociações
nos mercados internacionais nesta terça-feira (21) e subiu pelo
segundo dia, renovando o maior patamar em quase seis anos. O dólar
fechou com leve alta, cotado a R$ 3,09, com investidores à espera
da ata do comitê de política monetária do banco central
americano.
O
Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu 0,76%,
para 69.052 pontos. É o maior nível desde 7 de abril de 2011.
O volume financeiro do pregão foi de R$ 8,53 bilhões, acima
da média diária do ano, que é de R$ 7,81 bilhões.
A
alta do índice foi impulsionada pelas ações da Petrobras
e de alguns bancos. Já os papéis da mineradora Vale, que
dispararam 6% no pregão anterior, devolveram parte dos ganhos nesta
terça. Os papéis preferenciais da mineradora caíram
1,49%, para R$ 33,73. As ações ordinárias fecharam
em baixa de 2,44%, para R$ 35,54. A Bradespar, acionista da mineradora
que subiu 16% na segunda-feira, teve queda de 2,06%.
As
ações da Petrobras acompanharam a alta do petróleo
no mercado internacional e subiram. A valorização da commodity
no exterior ocorreu após a Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) manifestar otimismo com uma maior adesão
ao acordo para reduzir a produção de petróleo. Com
a sinalização, os papéis preferenciais da estatal
avançaram 1,07%, para R$ 16,09. As ações ordinárias
tiveram alta de 0,47%, para R$ 17,16.
Os
papéis de bancos fecharam sem uma direção definida
nesta terça-feira. As ações do Itaú Unibanco
caíram 0,46%, enquanto os papéis preferenciais do Bradesco
subiram 2,81% e os ordinários, 3,03%. As ações do
Banco do Brasil fecharam o dia em alta de 1,67%, a oitava seguida.
Fora
do Ibovespa, as ações da Gol devolveram a alta de segunda-feira
e caíram 10,61%.
Lá
fora, as principais Bolsas europeias fecharam em alta, assim como os índices
americanos. Em Paris, a Bolsa subiu 0,49% e em Frankfurt, o principal indicador
avançou 1,18%. A Bolsa de Madri teve alta de 0,36% e a de Milão
se valorizou 0,34%. Em Lisboa, o índice PSI-20 subiu 0,49%. A Bolsa
de Londres destoou, ao recuar 0,34%.
Nos
Estados Unidos, cujos mercados não funcionaram na segunda-feira
por causa de feriado, os índices também subiram. O Dow Jones
avançou 0,58%, o S&P 500 ganhou 0,60% e o índice da Bolsa
de tecnologia Nasdaq teve avanço de 0,47%.
DÓLAR
No
mercado cambial, o dólar encerrou o dia com leve alta, cotado a
R$ 3,09, com os investidores aguardando sinalização do banco
central americano sobre o ritmo de aumento de juros nos Estados Unidos,
após membros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) terem dado
declarações indicando que o país poderia em breve
contar com uma taxa maior.
O
dólar à vista teve alta de 0,04%, para R$ 3,092. O dólar
comercial subiu 0,06%, também a R$ 3,092.
No
exterior, o dólar se valorizou em relação às
principais divisas emergentes. Das 24 principais moedas de países
do tipo, 16 perderam força ante o dólar nesta terça.
Os
investidores acompanharam, nos últimos dias, discursos de autoridades
do Fed sugerindo que os EUA já têm condições
de suportar uma elevação da taxa de juros. A probabilidade
de uma alta na reunião de março do Fed é de 38%
Um
dia antes da reunião do Copom, os contratos de juros futuros fecharam
em baixa. O contrato com vencimento em abril de 2017 recuou de 12,172%
para 12,140%. O DI com vencimento em janeiro de 2018 caiu de 10,535% para
10,490%. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 caiu de 10,260% para
10,210%.
O
CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro
contra calote e termômetro de risco, recuou 2,59%, após cinco
altas seguidas, para 225,391 pontos (Folhapress)
Bolsa
fecha em alta
Principal
indicador da bolsa paulista subiu 0,76%, aos 69.052 pontos. Na véspera,
índice bateu patamar mais alto em quase seis anos.
O
principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa, subiu nesta terça-feira
(21) e renovou o maior patamar em quase seis anos, batido na véspera.
A alta aconteceu mesmo com o recuo nas ações da Vale, amparada
pelos ganhos do setor bancário e da Petrobras.
O
Ibovespa subiu 0,76%, a 69.052 pontos, renovando o maior patamar em quase
seis anos. Veja a cotação. Foi o maior nível desde
7 de abril de 2011, quando a bolsa terminou o dia aos 69.176 pontos.
No
mês de fevereiro, a bolsa acumula alta de 6,77%. No ano de 2017,
sobe 14,6%.
Destaques
As
ações ordinárias da Vale caíram mais de 2%
e as preferenciais, acima de 1%. Na véspera, os papeis da mineradora
fecharem nas máximas desde janeiro de 2013, após a empresa
anunciar um acordo de acionistas para pulverizar o controle e ampliar a
governança.
A
Ecorodovias ficou entre os principais destaques positivos do Ibovespa com
alta de mais de 3%. A empresa teve lucro líquido comparável
no quarto trimestre de R$ 88,7 milhões, 157,5% maior do que em igual
período de 2015, impulsionado pelo aumento na geração
de caixa operacional e pela redução das despesas financeiras.
A
Cemig liderou os ganhos do dia, com valorização de mais de
5%. O avanço das ações dos bancos Itaú e Bradesco
ajudou a sustentar os ganhos do Ibovespa, devido a seu forte peso.
A
Petrobras avançou mais de 1% nas preferenciais, em linha com os
preços do petróleo no mercado internacional, que subiam após
a Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(Opep) dizer que mantém o acordo para cortar a produção
e que espera adesão ainda maior com o acordo.
Cenário
interno
De
acordo com a Reuters, no cenário interno, as atenções
se voltaram para a sabatina na Comissão de Constituição
e Justiça do Senado de Alexandre de Moraes, para o Supremo Tribunal
Federal (STF).
Além
disso, investidores aguardaram a votação no Senado, que pode
acontecer ainda nesta terça-feira, da proposta de nova fase para
regularização de ativos no exterior, medida vista como positiva
pela possibilidade de trazer recursos que poderiam também ser direcionados
aos investimentos de renda variável como a bolsa. (G1)
Dólar
fecha estável, cotado a R$ 3,09
Alta
de 0,06% da moeda acontece em meio a vendas anulando expectativa de mais
juro nos EUA
O
dólar fechou praticamente estável nesta terça-feira
(21), com movimentos de venda depois de ter encostado em R$ 3,11 mais cedo,
quando acompanhou o movimento da moeda norte-americana no exterior com
novas apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos,
pode elevar os juros na maior economia do mundo no próximo mês.
O
dólar avançou 0,06%, a R$ 3,0905 na venda, depois de marcar
R$ 3,1093 na máxima da sessão. O dólar futuro tinha
leve alta de 0,05% no final desta tarde.
"O
dólar está com um intervalo estreito, estão faltando
argumentos para andar mais forte para qualquer lado", comentou um profissional
da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
O
dólar avançava ante uma cesta de moedas depois que autoridades
do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, destacaram o potencial
de alta dos juros no próximo mês, voltando a atenção
dos investidores para os fundamentos positivos dos Estados Unidos.
O
presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, sugeriu novamente
que poderia apoiar aumento da taxa de juros na reunião de política
monetária de março enquanto a inflação, a produção
e outros indicadores até lá continuarem mostrando que a economia
dos Estados Unidos está crescendo.
Na
véspera, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse
que ficaria confortável em aumentar os juros neste momento se a
economia mantiver seu desempenho atual.
"Agora,
o mercado vai monitorar principalmente a ata do último encontro
do banco central norte-americano", comentou um profissional de câmbio
de uma corretora local, referindo-se à divulgação
do documento pelo Fed na quarta-feira.
Juros
maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair à maior
economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.
Apesar
do comportamento nesta sessão, afirmavam operadores, a tendência
do dólar frente ao real continuava de queda diante da expectativa
de ingresso de recursos externos no país após recentes captações
de empresas.
"É
natural o dólar dar uma parada, voltar um pouco, sobretudo diante
da agenda forte nos próximos dias e a pausa longa com o Carnaval",
avaliou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos,
José Faria Júnior. "Mesmo que a moeda volte a R$ 3,15, R$
3,20, ainda terá trajetória de baixa", acrescentou.
O
Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão o lote integral de
até 6.000 swaps tradicionais — equivalente à venda futura
de dólares —, ou US$ 300 milhões. Desta forma, o BC continuou
indicando que fará apenas rolagem parcial desse vencimento, faltando
US$ 5,154 bilhões do total. (Portal R7)
Abrapp:
Fundos mais próximos dos RHs
A
Abrapp busca oportunidades de aproximação com os profissionais
de RH, por ver nela ocasião para o fomento do patrocínio
de planos por empresas. É nesse sentido que vai a apresentação
que o Presidente da UniAbrapp (e Vice-presidente da Abrapp), Luiz Paulo
Brasizza fará no próximo dia 23, no evento HR Mind Move.
O público participante envolve média e alta gerência;
líderes de RH focados em Educação Corporativa, T&D,
DHO ou generalistas. Maiores informações podem ser obtidas
em www.hrmindmove.com.br (Abrapp/AssPreviSIte)
Lei
dos Planos: Conceito irrestrito
A
Lei dos Planos de Saúde não restringe o conceito de aposentado.
Por isso, um trabalhador que se aposentou, voltou a trabalhar e foi demitido
do novo emprego sem justa causa se enquadra no artigo 31 da Lei 9.656/98,
que trata da manutenção de planos de saúde depois
da aposentadoria.
Com
esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça
rejeitou recurso de uma operadora de plano de saúde que pedia a
aplicação do artigo 30 da Lei dos Planos de Saúde,
que garante ao empregado demitido sem justa causa a permanência no
plano de saúde entre seis e 24 meses.
Para
o aposentado, sua situação se enquadra no artigo 31, que
permite a permanência no plano de saúde por tempo indeterminado
depois da aposentadoria quando o tempo de contribuição for
superior a dez anos. O dispositivo também estipula que, nos casos
de menor tempo de contribuição, a permanência é
pelo mesmo tempo de contribuição feita enquanto empregado.
Nas duas situações o ex-empregado deve assumir o pagamento
total do convênio.
Para
a relatora do caso, Nancy Andrighi, a Lei dos Planos de Saúde restringe
o conceito de aposentado. “Inviável acatar a tese da recorrente
quando o texto legal não evidencia, de forma explícita, que
a aposentadoria deve dar-se posteriormente à vigência do contrato
de trabalho, limitando-se a indicar a figura do aposentado – sem fazer
quaisquer ressalvas – que tenha contribuído para o plano de saúde,
em decorrência do vínculo empregatício.”
Ela
disse ainda que o fato de o segurado ter pedido a aposentadoria em 1980,
e depois ter trabalhado de 1991 a 2008 em outra empresa, não faz
com que ele perca o status de aposentado, para fins de aplicação
da lei.
Recurso
negado
A
análise do caso pelo STJ também foi motivada por um recurso
da autora da ação, que é viúva do beneficiário
do plano de saúde. Ela, que era dependente no convênio médico,
pedia a manutenção da cobertura hospitalar por período
indeterminado.
Caso
esse pedido fosse negado, pediu complementarmente que o prazo de permanência
no plano passasse a contar somente após o morte do aposentado. Mas
nenhuma das duas solicitações foi aceita.
A
ministra explicou que, de acordo com a Lei dos Planos de Saúde,
a manutenção do segurado no convênio médico
por tempo indeterminado só é possível caso as contribuições
tenham sido feitas por mais dez anos. Mas, no caso analisado, o aposentado
contribuiu por nove anos e oito meses.
Também
foi desconsiderado na aplicação da lei o período em
que a viúva continuou contribuindo após o falecimento do
marido. A ministra explicou ainda que não é possível
considerar a data da morte do aposentado, pois o direito de permanência
no plano nasce com o desligamento da empresa, e não com o óbito.
Dessa
forma, os ministros mantiveram o acórdão recorrido, que permitiu
a permanência da dependente no plano por nove anos, contados a partir
da demissão sem justa causa do titular do plano. Com informações
da Assessoria de Imprensa do STJ. REsp 1.371.271
(Consultor Jurídico)