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Previdência - Clipping de Notícias -31.05.2017
Notícias dos principais jornais sobre o segmento de Previdência em seu e-mail diariamente
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Destaques do dia
Concurso de Monografia já conta com a participação de 20 inscritos
Previc:Demonstrações Contábeis e Atuariais das EFPC
Previ: Ex-presidente Ricardo Flores é investigado
Petros: Irregularidades
Petros: Maior perda do fundo veio da Eldorado
Serpros: Intervenção é prorrogada pela segunda vez
Metrus: Eleições 2017
Previ-Rio: CPI é instalada na Câmara Municipal do Rio
RJ: Governo propõe teto de gastos para os três poderes
ASCPrev: Sucesso do Programa A Escolha Certa
Ações de educação: Em busca de mais eficiência e resultados
Reforma complementar
Fundos: Sócios da Petrobras na Sete pedem R$ 4,5 bi
Adam Capital e Way Investimentos: Café da Manhã em SP e RJ
Ideas: Pós-graduação em Gestão de Previdência Complementar
Manual de Controles Internos
Livro: Previdência Complementar: Panorama Jurídico e Desafios
Livro: Boas Práticas Jurídicas
Reforma via MP: Não existe respaldo legal
Previdência pode ser fatiada e ficar para próximo governo
Base já fala em aprovar apenas idade mínima na reforma
Governo retoma aposta na reforma da Previdência
Fazenda tenta sensibilizar deputados sobre Previdência
Mudanças na Previdência ficam em compasso de espera por TSE
Especialistas apontam erros da reforma na CPI da Previdência
Nó previdenciário
Reforma trabalhista será votada na próxima terça-feira
Multimercado mais resistente a estresse político fez 'hedge'
Arbitragem com ações ajuda a preservar resultados
A estratégia da indústria é sobreviver à crise
Um olhar lúdico
Temer e o otimismo do dinheiro
Pesquisa revela desconfiança com presidente
É necessário manter o rumo no BNDES
Risco político turva cenário do Copom
Processo de queda de juros deve continuar, dizem gestores
Selic deve cair ao menor nível em mais de três anos
Mercado foca comunicado do Copom
Inflação, incerteza e Copom
BID:  'Os olhos da AL estão em cima do Brasil'
Bolsa sobe e dólar tem queda
Dólar termina com leve baixa ante real
UniAbrapp: Riscos
ISS de Planos de Saúde: Congresso derruba veto de Temer
FenaSaúde: Workshop sobre Análise de Impacto Regulatório
 


O Dia da Previdência - Nossa Leitura
A Previc ratifica que o prazo para o envio das demonstrações contábeis (DC) e atuariais (DA) se encerra hoje, quarta-feira, 31 de maio, para as EFPC enquadradas no perfil II, conforme a Instrução Previc nº 21, de 23 de março de 2015.  A Previc orienta a observação dos seguintes itens:
• as demonstrações contábeis e atuariais devem ser enviadas exclusivamente por meio do sistema de captação de dados disponível no link Portal de Sistemas da Previc, devendo as vias originais permanecerem na entidade à disposição da autarquia;
• o parecer atuarial não deve ser enviado juntamente com as Demonstrações Contábeis de 2016, pois o seu envio deve ser efetuado somente por meio do módulo atuarial;
• após o envio das demonstrações contábeis, é obrigatória a emissão do protocolo de envio, que servirá como comprovante de remessa de toda a documentação.   O botão para a emissão do protocolo está na página principal do sistema, identificado pela gravura de um tique azul.  Fonte: Previc

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Sistema de Previdência Complementar
BB Previdencia

Concurso de Monografia já conta com a participação de 20 inscritos
O 7º Concurso de Monografias da Previdência Complementar, lançado pela Previc em 6 de março, já conta com 20 inscritos. O período de inscrição vai até 14 de junho e os interessados em participar do certame devem preencher o formulário disponível na página da Fundação Anfip. A participação é aberta a candidatos de qualquer idade e nacionalidade, com formação acadêmica de nível superior. Para ser aceito pela comissão julgadora, o trabalho tem que ser inédito e aderente a um dos três temas propostos para o certame.
O concurso conta com o apoio da Fundação Anfip de Estudos da Seguridade Social e Tributário e patrocínio da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Cada um dos vencedores dos três temas descritos no edital receberá prêmio de R$ 10 mil, além de passagem e hospedagem para participar do 38º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão. A premiação ocorrerá durante o evento, marcado para o período de 04 a 06 de outubro, em São Paulo.
A revitalização da Previdência Complementar Fechada através de novos produtos é um dos temas do concurso. Os outros dois são a criação de mecanismos para o gerenciamento de expectativas e a atratividade do sistema com a nova modelagem de Planos Setoriais e Instituídos.  A descrição do que se espera de cada um deles, bem como todos os passos necessários para a inscrição, estão detalhados no edital e devem ser pesquisados pelos interessados.
O objetivo do certame é estimular a pesquisa e a elaboração de trabalhos que possam ser aplicados na previdência complementar e na administração pública. Ainda há tempo. Não deixe de participar. A Previc quer conhecer a sua ideia a respeito dos temas propostos. Elas podem representar uma evolução para o setor. (AssCom - Previc)

Previc:Demonstrações Contábeis e Atuariais das EFPC
Prazo para envio das Demonstrações Contábeis e Atuariais das EFPC com perfil II termina hoje (31)
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) reitera que o prazo para o envio das demonstrações contábeis (DC) e atuariais (DA) se encerra nesta quarta-feira, 31 de maio, para as entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) enquadradas no perfil II, conforme a Instrução Previc nº 21, de 23 de março de 2015.
A Previc orienta a observação dos seguintes itens:
• as demonstrações contábeis e atuariais devem ser enviadas exclusivamente por meio do sistema de captação de dados disponível no link Portal de Sistemas da Previc, devendo as vias originais permanecerem na entidade à disposição da autarquia;
• o parecer atuarial não deve ser enviado juntamente com as Demonstrações Contábeis de 2016, pois o seu envio deve ser efetuado somente por meio do módulo atuarial;
• após o envio das demonstrações contábeis, é obrigatória a emissão do protocolo de envio, que servirá como comprovante de remessa de toda a documentação. O botão para a emissão do protocolo está na página principal do sistema, identificado pela gravura de um tique azul.  (AssCom - Previc)

Previ: Ex-presidente Ricardo Flores é investigado
Ele será investigado por suspeita de lavagem de dinheiro na aquisição de um imóvel quando presidia o fundo de pensão dos servidores do BB.
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar Ricardo Flores, ex-presidente da Previ. Flores também foi vice-presidente de crédito do banco estatal.
Ele será investigado por suspeita de lavagem de dinheiro na aquisição de um imóvel quando presidia o fundo de pensão dos servidores do BB.
A delegada Rúbia Pinheiro assina a portaria de abertura do inquérito;
O pedido de investigação partiu do procurador Anselmo Lopes, responsável pela Greenfield e pela negociação do acordo de leniência com a JBS.  (O Antagonista)

Petros: Irregularidades
O conselho fiscal da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, aponta que as irregularidades em investimentos da fundação vão além das denúncias apontadas na delação premiada dos donos da JBS.
"Os três ex-presidentes citados na delação premiada da JBS estão envolvidos em outras investigações, tais como: Invepar, Itausa, FIP PCH, Litel, Sete Brasil, entre outras", disse, em nota.
Segundo o conselho fiscal, Wagner Pinheiro de Oliveira, Luiz Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa constam da relação de gestores da Petros que foi encaminhada como denúncia do Conselho Fiscal da Petros tanto à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) como ao Ministério Público Federal.
Essas denúncias envolvem 72 investimentos desde setembro de 2002 e totalizam cerca de R$ 2 bilhões.
A Previc informou que as irregularidades cometidas na Petros tinham sido objeto em dois autos de infração. (Juliana Schincariol - Valor Online)

Petros: Maior perda do fundo veio da Eldorado
O Fundo de Investimento (FIP) Florestal, que tem como principal acionista a J&F, do empresário Joesley Batista, foi o principal responsável pelas perdas em participações acionárias registradas pelo fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, a Petros, em 2016. O investimento desvalorizou R$ 745 milhões e contribuiu para o resultado negativo de R$ 4,18 bilhões no ano e déficit acumulado de R$ 26,78 bilhões do principal plano de previdência da fundação, o PPSP.
Os ativos do FIP Florestal – um dos sócios da Eldorado Celulose, ao lado da J&F Investimento – são investigados pela Polícia Federal na Operação Greenfield, deflagrada em setembro do ano passado. Há suspeita de supervalorização dos ativos na época da formação do fundo de investimento e também do retorno financeiro contabilizado pelos sócios em 2015.
A Petros também teve perdas com as fatias que mantém na Norte Energia, controladora da Hidrelétrica Belo Monte, instalada no Pará, de R$ 688 milhões; na Invepar, de R$ 630 milhões; e na BRF, de R$ 479 milhões.
Segundo a Petros, para reverter o mal desempenho e adequar a carteira de investimentos à meta atuarial do Plano Petros do Sistema Petrobrás (PPSP), será necessário mais tempo.
Os investimentos deveriam gerar retorno mínimo de 19% para que o déficit fosse evitado em 2016. Em vez disso, a rentabilidade ficou em 11,53%, abaixo da meta atuarial de 12,35%, ainda assim, o melhor retorno dos últimos quatro anos. “A carteira de investimentos do plano e sua baixíssima flexibilidade impossibilitaram uma performance dessa ordem (de 19%)”, afirmou a fundação.
Um plano de equacionamento do déficit do PPSP está sendo preparado e será apresentado à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) assim que aprovado pelo conselho deliberativo da Petros.
O prazo de entrega era dezembro, mas mudanças de executivos na diretoria motivaram o pedido de novo prazo.   (Fernanda Nunes - OEstado de São Paulo)

Serpros: Intervenção é prorrogada pela segunda vez
A intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) no Serpros foi prorrogada pela segunda vez. Iniciada em setembro do ano passado, a intervenção teria duração inicial de 180 dias, encerrando em março, mas a autarquia prorrogou por mais 90 dias, adiando o fim da intervenção para junho. Agora, nova portaria da Previc prorrogou por mais 90 dias, a contar de 2 de junho, o encerramento da intervenção no fundo de pensão.
Esta é a segunda vez que o fundo de pensão fica sob intervenção da Previc. Entre maio de 2015 e abril do ano passado, o Serpros passou pelo mesmo processo, cujo prazo de encerramento também foi adiado mais de uma vez. Walter Parente atua como interventor do fundo de pensão desde a primeira intervenção.    (Agência Investidor Online)

Metrus: Eleições 2017
 Candidaturas Homologadas
A Comissão Eleitoral não recebeu recursos sobre as candidaturas homologadas no dia 11/5.
Os candidatos terão o período de 26/5 a 18/6 para divulgarem suas campanhas eleitorais.
A votação terá início dia 19/6.
Serão eleitos:
Para o Conselho Deliberativo
1 (um) membro efetivo.
1 (um) membro suplente.
Para o Conselho Fiscal
1 (um) membro efetivo, na condição de participante assistido.
1 (um) membro suplente, na condição de participante assistido.
Para o Comitê de Gestão do Metrus Saúde
1 (um) membro representante dos participantes assistidos.
3 (três) membros representantes dos participantes ativos.  (Metrus/AssPreviSite)

Previ-Rio: CPI é instalada na Câmara Municipal do Rio
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que deve apurar irregularidades no regime próprio municipal, o Previ-Rio. Para presidir a CPI, foi nomeado do vereador Paulo Pinheiro (PSOL). Segundo o vereador, a expectativa é investigar o tamanho das insuficiências financeiras do regime próprio, os motivos que fizeram com que essas insuficiências se agravassem ao longo dos anos e, a partir disso, apresentar soluções para ajudar o instituto a se recuperar, cumprindo seu dever junto aos servidores públicos.
A previsão é que a CPI tenha duração de 120 dias e a primeira reunião deve ocorrer na próxima semana. O Tribunal de Contas do Município e ex-dirigentes do Previ-Rio devem ser convocados durante os trabalhos da comissão para esclarecer a atual situação do fundo previdenciário do município.  (Agência Investidor Online)

RJ: Governo propõe teto de gastos para os três poderes
O governo do Rio enviou nesta terça (30) à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) projeto de lei que estabelece teto de gastos para os três poderes no estado. A proposta é parte do pacote de medidas para aderir ao programa de recuperação fiscal dos Estados.
Dois outros projetos de lei relativos ao socorro federal foram discutidos nesta terça na Alerj, mas não chegaram a ser votados devido à apresentação de um grande número de emendas pelos deputados.
O governo do Rio conta com o programa de recuperação fiscal para regularizar salários dos servidores e compromissos com seus fornecedores.
A adesão ao programa garante a suspensão do pagamento das dívidas com a União, no valor de R$ 23 bilhões em três anos, além da possibilidade de tomar novos empréstimos.
O projeto apresentado nesta terça prevê que que a taxa de crescimento anual das despesas não pode ultrapassar a inflação medida dois anos antes pelo IPCA, o índice oficial usado pelo governo, ou superar o crescimento da receita corrente líquida.
O teto vale para os três poderes e inclui também gastos com previdência. Ainda não há data para votação.
Na sessão desta terça, foram discutidos projetos que permitem ao governo aderir ao programa de recuperação fiscal e que restringem a concessão de pensões pelo Estado.
O primeiro recebeu 73 emendas e o segundo, 255. Este último foi bastante criticado por deputados de oposição, para quem as mudanças representam mais sacrifício dos servidores estaduais.
Na semana passada, o governo conseguiu aprovar o aumento da alíquota previdenciária dos servidores de 11% para 14%. A medida, porém, só poderá entrar em vigor quando os salários forem regularizados.  (Folhapress)

ASCPrev: Sucesso do Programa A Escolha Certa
Comissão do Programa A Escolha Certa comemora sucesso de ações
Em 2017, o Programa de Educação Financeira e Previdenciária A Escolha Certa já promoveu diversas ações, como os concursos Recordar é Viver, A Voz da Experiência e Quiz Minuto da Previdência, além de um curso de Inclusão Digital. Na reunião da equipe responsável pelo Programa, realizada no dia 25 de maio, o sucesso de participação nestas campanhas foi motivo de comemoração.
No encontro, os membros da Comissão também deram continuidade ao planejamento das próximas atividades, como a campanha para o Dia das Crianças,  material para datas especiais e ação para o aniversário do Programa, entre outros projetos.  (ASCPrev/AssPReviSite)

Ações de educação: Em busca de mais eficiência e resultados
A partir do segundo semestre deste ano as ações de educação previdenciária promovidas pelo sistema de Previdência Complementar Fechada ganharão um reforço considerável. É que vai chegar o piloto de uma campanha promovida pela SRPC (Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar) junto aos alunos de escolas técnicas e faculdades em todo o País. O objetivo é falar diretamente aos estudantes que estão cursando os últimos anos, muito próximos portanto de entrar no mercado de trabalho, orientando esses jovens sobre a importância de planejar seu futuro financeiro.
Nessa mesma linha, mas alcançando estudantes do ensino médio, a Abrapp e a UniAbrapp montaram um estande na Feira do Estudante 2017, realizada entre a última sexta-feira (26) e  domingo passado (28),  no espaço da Bienal do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em uma realização do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e visitada por um público superior a 70 mil pessoas.
O programa da SRPC irá disseminar, entre outros conceitos, o que é o sistema de previdência complementar e como funcionam as EFPCs, explica o subsecretário Paulo César dos Santos: “Em cooperação com a Abrapp e com o envolvimento das entidades, pretendemos montar um grande pool que incluirá também a UniAbrapp para orientar as pessoas de modo que elas possam tomar suas decisões de acordo com sua realidade”. A iniciativa vem na esteira dos resultados obtidos durante a 4ª Semana Nacional de Educação Financeira , na segunda semana de maio, que mostrou a existência de um forte impulso educativo nas mais diversas áreas do mercado, incluindo a previdência. A Semana é uma iniciativa do Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), que visa promover a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF).
“Ficamos animados com o resultado,  pois foram ao todo 5.809 ações cadastradas ao longo de toda a semana, um crescimento expressivo diante das cerca de 1.100 ações em 2016, 505 em 2015 e apenas 170 em 2014, seu primeiro ano de realização”, diz o subsecretário. No âmbito da SRPC foram cadastradas 29 ações (incluindo atividades do INSS, das duas Funpresps e outras entidades fechadas).
“Ainda não temos um balanço final, mas sabemos que algumas entidades conseguiram otimizar e  participar desse esforço, que envolveu toda a sociedade por meio dos doze parceiros da ENEF”. A campanha da SRPC junto às escolas deverá contribuir para “contaminar” o sistema com esse entusiasmo educativo e ampliar sua presença na Semana de 2018, aposta Santos.
Redução de custos - Esforços desse tipo vem ao encontro das necessidades das EFPCs, lembra o subsecretário, contribuindo para ampliar a orientação financeira e previdenciária da sociedade sem elevar custos. “É muito importante que tenhamos essas atividades porque fazer isso isoladamente pode ser difícil para muitas entidades, até por uma questão de custos”.
Criatividade para encontrar alternativas que não sejam onerosas é, por sinal,  a palavra de ordem na atual conjuntura. Até porque as empresas patrocinadoras não estão dispostas a aumentar gastos e, em tempos de crise, os programas de educação entram na mira dos cortes.
E não é outro, por sinal, o motivo pelo qual a Abrapp, em sua missão de atuar coletivamente para facilitar a vida das associadas, oferece  o Programa de Educação Financeira e Previdenciária – Futuro Positivo, resultado de contrato de cooperação com a empresa Engrenagem Virtual. Trata-se de uma ferramenta que,   a um custo que se ajusta ao porte da associada e que reflete o fato de o seu uso ser coletivo, dispensa  as associadas de fazerem um investimento próprio que tende a encarecer qualquer projeto. Entidades interessadas em oferecer o melhor em educação repartindo custos podem saber mais acessando o endereço  http://engrenagemvirtual.com.br/produtos/futuro-positivo/
O momento é esse - Os momentos de instabilidade são justamente os que exigem maior esforço de comunicação e de educação para evitar que os participantes tomem decisões precipitadas pela volatilidade dos mercados, lembra o consultor de previdência da Willis Towers Watson, Evandro Oliveira. Entretanto, ele reconhece que pelo clima geral do País não têm sido fácil para as EFPCs alocar recursos nessas áreas. “O que é, por outro lado, compreensível uma vez que as empresas patrocinadoras tentam fazer o máximo para reduzir custos diante da conjuntura econômica difícil, mas temos recomendado aos gestores das entidades que procurem manter seus programas”, afirma Oliveira.
A consultora da Mercer, Renata Grecco,  argumenta, entretanto, que não é preciso gastar muito, é possível aproveitar os eventos das demais áreas e preparar todas as equipes para que possam falar sobre educação.
Renata defende que mesmo no ambiente atual os investimentos feitos em educação não devem ser vistos principalmente pelo seu aspecto de custo. É em períodos de crise que as pessoas tendem a entrar em ritmo de descrença e perder a percepção do futuro. “É um momento em que o plano de previdência deveria ser visto como um porto seguro diante da crise”, reforça.
A importância da educação previdenciária é basicamente o oxigênio dos planos de benefícios, considerando-se a responsabilidade dos participantes na modelagem de CD e na escolha de perfis de investimento. Ao mesmo tempo, lembra Renata, educar de maneira contínua para a previdência significa alertar as pessoas para o dinheiro que estão perdendo se não tiverem um plano de aposentadoria bem orientado.
A percepção da Willis Towers Watson é também de um ritmo modesto nos programas educativos das entidades que a consultoria acompanha. Mas, perfeitamente conscientes de suas responsabilidades, as entidades não deixam que qualquer eventual redução nas ações atinja atividades voltadas para comunicar alterações nos desenhos dos planos, conta Evandro Oliveira.
Receita caseira - Na Valia, a experiência “caseira” de educação mitigou o problema dos custos e maximizou resultados. O programa de educação foi desenvolvido por meio de trilhas de conhecimento para cada público-alvo (ativos, assistidos, conselheiros, patrocinadores, famílias e stakeholders), com o apoio da universidade corporativa da patrocinadora principal, a Vale. “Apenas duas pessoas na entidade são responsáveis por desenhar estratégias e implementar todo o programa; além disso temos investido em tecnologia para fazer o atendimento de modo que os profissionais dessa área sejam liberados de atividades transacionais e treinados para se dedicar à educação”, explica a diretora de Seguridade da Valia, Maria Elizabete Silveira Teixeira.
A Valia mantém parceria com a rede de escolas frequentadas pelos filhos dos empregados da Vale em todo o país como base para muitas de suas ações, além de montar peças de teatro e filmes didáticos que são apresentados nos trens das ferrovias da Vale. Com isso, a entidade tem conseguido prestar consultoria previdenciária a seu público de maneira customizada, de acordo com as necessidades e realidade de cada grupo, sem elevar custos.
“É tudo muito simples e caseiro, nada caro em nosso orçamento de educação”, conta a diretora. Até mesmo um estudo de economia comportamental para orientar os programas foi desenvolvido por profissionais da própria entidade. Na 4ª ENEF, a Valia promoveu palestra sobre a reforma da previdência e seus impactos na vida dos brasileiros. (Martha E. Corazza e Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão-30.05)

Reforma complementar
Instituto do patrimônio de afetação poderia ser incorporado à legislação da previdência privada
A necessária reforma da Previdência Social terá efeito sobre a demanda por previdência privada. A aceleração do crescimento do setor deverá acentuar-se em razão da própria reforma.
Na previdência privada aberta e na fechada, comumente referida como o setor de fundos de pensão, predomina o modelo institucional de contribuição definida. O risco de mercado é inerente ao modelo e só pode ser atenuado com a prática dos princípios financeiros de diluição de risco.
Para o participante individual há outra categoria de risco: falência do operador. Na previdência aberta, risco de liquidação da seguradora ou entidade responsável pelo plano. Na ocorrência, o participante torna-se credor da massa em liquidação e seu crédito não tem prioridade, secundando créditos trabalhistas e fiscais. Um processo de liquidação pode perdurar por vários anos e mesmo décadas. O objetivo de poupança previdenciária estará, então, totalmente prejudicado. Esse risco é inibidor de competição, implicando taxas de rentabilidade mais baixas para os participantes.
Essa crítica vem sendo repetida e baseada na comparação de resultados de investimentos alternativos, ou dos geridos por operadores de diferentes portes financeiros oferecendo melhores taxas líquidas.
Os grandes grupos financeiros apresentam duas vantagens comparativas: a primeira, o movimento inercial dos participantes, para muitos dos quais a aplicação em previdência privada é mais um produto em sua carteira; a segunda, o afastamento do risco de liquidação, pois, afinal, esses grandes bancos são too big to fail. Os economistas dirão que a primeira atitude é irracional. Mas nem mesmo eles poderão criticar a segunda.
Na realidade, o movimento inercial é da natureza humana, assim como a aversão ao risco. Esta pode ser atendida com aperfeiçoamento institucional.
Utiliza-se a expressão “blindar as reservas” com o sentido de destacá-las da massa patrimonial em liquidação. As reservas blindadas só podem servir à finalidade para que foram constituídas. A reserva é um valor abstrato que se materializa em seus ativos garantidores. A blindagem das reservas significa o isolamento dos ativos que as garantem. Só podem ser utilizados para atender aos direitos dos participantes do plano de previdência. O risco de liquidação fica, então, dirimido.
No repertório legal brasileiro há um instituto, o patrimônio de afetação, já utilizado no setor imobiliário, que pode ser incorporado à legislação que rege a previdência privada. De acordo com a Lei 10.931/2004, o conceito de patrimônio de afetação é o seguinte: “O patrimônio de afetação é a segregação patrimonial de bens incorporados para uma atividade específica, com o intuito de assegurar a continuidade e a entrega das unidades em construção aos futuros adquirentes, mesmo em caso de falência do incorporador”.
Acrescentado esse instituto e adaptado à legislação previdenciária, ocorreria o efeito de blindagem das reservas e, desde logo, a competição no setor seria incentivada, vindo a permitir a revisão de taxas de carregamento e administração.
O que nos leva a um segundo fator no aperfeiçoamento do sistema, no que se refere à previdência fechada. O argumento a propósito de blindagem de reservas se aplica à previdência aberta, em que os participantes escolhem os seus agentes. Na previdência fechada, composta de fundos de pensão empresariais, os gestores dos fundos são designados pela empresa patrocinadora ou, conjuntamente, por patrocinador e pela coletividade de participantes. É preciso, então, implementar formas de governança e controle que compensem a fragilidade intrínseca do modelo. É razoável supor que numa empresa privada se verifique a solidariedade de interesses de executivos e empregados no bom resultado da gestão do fundo. Mas não podemos esquecer exemplos contrários, como o caso da Enron, nos Estados Unidos, e da antiga Varig e seu fundo Aerus, no Brasil.
No caso de empresas estatais, infelizmente, há razões para esperar negligência ou mesmo má-fé dos controles internos, como se pôde observar recentemente no caso do fundo Postalis, dos Correios, mais lamentável por atingir um público de participantes tipicamente hipossuficiente. Houve outros casos recentes, como os do Petros e do Funcef, de cujo corpo de participantes seria de esperar melhor grau de vigilância sobre seus interesses.
É preciso reconhecer que, no Brasil, a presença de empresas estatais na economia é importante e assim continuará nos próximos anos, o que reforça a conclusão de que a eficiência e a equidade do sistema exigem a presença de algum controle externo efetivo.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) impõe regras de diversificação de carteira de investimentos das entidades de previdência. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), além de suas funções regulatórias, fazem o acompanhamento das aplicações, respectivamente, de entidades abertas e fechadas. A Susep é uma autarquia que conta com um corpo de funcionários de carreira com boa formação profissional e vem aperfeiçoando seus métodos de acompanhamento com bom grau de eficácia. Infelizmente, não parece ser o caso da Previc. Qualquer exame atento da carteira do Postalis levaria um analista a duvidar de seu sucesso, quando não das motivações do gestor.
No caso de uma economia com presença tão relevante de empresas estatais, é definitivamente essencial um bom sistema de controle externo. Medidas complementares para o aperfeiçoamento do sistema são simples e não implicam gastos orçamentários. São medidas de natureza institucional e resumem-se a duas iniciativas: implementação de um bom regime de blindagem das reservas de natureza previdenciária e refundação do órgão público supervisor da previdência privada fechada.  (Helio Portocarrero - Agência Estado)

Fundos de pensão:
Participações, investimentos e desempenho em empresas
attps

Fundos: Sócios da Petrobras na Sete pedem R$ 4,5 bi
Os sócios da Petrobras na empresa de sondas Sete Brasil que já deram início a processos de arbitragem internacional pedem R$ 4,475 bilhões em ressarcimento por perdas com o investimento.
O valor consta em documento entregue pela estatal às Bolsas de Valores na segunda (29), no qual a empresa detalha suas operações e informações financeiras de 2016.
No texto, a Petrobras diz que os processos de arbitragem são sigilosos e, por isso, não há informações sobre a identidade dos reclamantes.
A Folha apurou, porém, que entre eles estão alguns dos principais fundos de pensão do país, como a Previ, a Valia e a Funcef —dos empregados do BB, da Vale e da Caixa, respectivamente.
A Petros (Petrobras) aprovou o recurso à arbitragem apenas em fevereiro de 2017, o que indica que o valor da perda possível pode subir.
A Sete Brasil foi criada em 2010 para ser a principal parceira da Petrobras no pré-sal. Foi contratada pela estatal para construir 29 sondas de perfuração de poços petrolíferos.
A empresa começou a naufragar com a Operação Lava Jato, que fechou o acesso a novos financiamentos. A crise se aprofundou com a queda no preço do petróleo e os cortes no plano de investimentos de sua principal cliente.
A Sete é controlada por um fundo de investimentos chamado FIP Sondas, que tem entre os cotistas, além dos fundos citados, a própria estatal, os bancos Santander e BTG, a empresa americana EIG e os fundos Strong, Lakeshore, Luce Venture e FI-FGTS.
A Petrobras tem ainda uma participação direta de 5% no controle. Como cliente, a estatal decidiu que não precisa mais de todas as sondas e tentava negociar novo acordo.
Em abril de 2016, a Sete pediu recuperação judicial, com uma dívida de R$ 19,3 bilhões.
PRESSÃO
Nos últimos anos, os principais sócios da Sete fizeram baixas contábeis do valor do investimento, assumindo que não terão mais retorno.
Participantes dos fundos de pensão acusam ex-gestores de ter cedido a pressões políticas para colocar recursos na empresa, que fechou acordo com as construtoras investigadas pela Lava Jato para construir as sondas.
A Sete apresentou um plano de recuperação judicial em agosto de 2016, propondo a conclusão de 12 sondas com investimento adicional de até US$ 5 bilhões. O documento, porém, foi revisto e novos termos seriam apresentados ao mercado em assembleia marcada para fevereiro.
Procurada pela Folha, a empresa informou que o encontro com investidores será realizado em 26 de junho.
A Petrobras repetiu que as informações são sigilosas e não se manifestou. Valia e Previ não se manifestam sobre o assunto. Petros e Funcef não responderam.  (NICOLA PAMPLONA - Folhapress)

Órgãos, Associações e Entidades do Segmento

 http://www.portoseguro.com.br/solucoes-financeiras/investimentos

Adam Capital e Way Investimentos: Café da Manhã em SP e RJ
“A ADAM CAPITAL (gestor) e a WAY Investimentos (distribuidor) realizarão café da manhã para clientes institucionais em São Paulo nesta quinta-feira (01/06) e no Rio de Janeiro no dia 07 de junho para apresentação do ADAM MACRO STRATEGY, novo fundo da gestora de Marcio Appel.
A gestora fundada no início de 2016, é o grande destaque da indústria independente, atingindo mais de 12 bilhões under management em pouco mais de 1 ano de existência.
O regulamento do ADAM MACRO STRATEGY está preparado para receber recursos de EFPCs na categoria de Multimercados Estruturados.
O evento contará com a participação da consultoria independente i9 Advisory, que abordará o tema "Avaliação dos investimentos diante da estrutura a termo PREVIC”."  (Way Investimentos/AssPreviSite)

Ideas: Pós-graduação em Gestão de Previdência Complementar
Trata-se de um programa lato-sensu, pioneiro na área de previdência, e vem se constituindo como o mais importante e completo instrumento de desenvolvimento de Executivos, Técnicos e Consultores no segmento de Previdência Complementar, em nosso país. O IDEAS, há 17 anos prestando serviços educacionais para o fomento da Educação Previdenciária vem trazer à público a abertura das inscrições do já consagrado Programa de Pós-graduação em Previdência Complementar em parceria com a COPPE – UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Esse programa de Pós-graduação que aborda temas exclusivos de Previdência Complementar, no país, tem sido amplamente aplicado através desse período, tanto na cidade do Rio de Janeiro, como na de Belo Horizonte, tendo capacitado algumas centenas de Profissionais e de Dirigentes. Conteúdo programático: Aula Inaugural; Integração de Turma; Módulo Introdutório - Métodos Financeiros e Instrumentais, Análise de Cenários Econômicos, Metodologia da Pesquisa, Contabilidade Geral e Orçamento - Gestão Previdenciária - Previdência no Mundo e no Brasil, Legislação Previdenciária; Aspectos da Previdência Complementar; Contabilidade Previdenciária; Métodos Quantitativos Atuariais; Gestão Atuarial de Previdência Complementar e Gestão de Planos e Benefícios. Gestão de Empresas - Finanças Corporativas, Planejamento Estratégico e Tomada de Decisão, Comunicação e Marketing, Relacionamento com Patrocinadores e Participantes, Ética Empresarial, Governança Corporativa, Controles Internos, Compliance e Auditoria. Gestão de Investimentos - Instrumentos de Mercado Financeiro, Gestão de Renda Fixa e Renda Variável, Gestão de Investimentos Estruturados, Imobiliários e Empréstimos, Gestão de Riscos Financeiros, Asset Liability Management – ALM.
Programa de Pós-graduação em Previdência Complementar em parceria com a COPPE – UFRJ
Carga Horária: 376 horas -
Investimento: R$ 22.320,00 ou 24 parcelas de R$ 930,00
Início previsto para: Agosto 2017
Horário: terças e quintas-feiras das 18:30h às 22:00h.
Maiores informações: ideas@ideas.org.br e/ou pelo Tel: 21-2223-0369 – www.ideas.org.br.
Este programa contará pontos para o processo de re-certificação do ICSS (Ideas/AssPreviSite)

Leitura e cultura da previdência
DivilgaImagem

Manual de Controles Internos
Desenvolvimento e Implantação, Exemplos de Processos Organizacionais
Autor: Sergio Vidal dos Santos Dias
Resumo do Livro: Neste livro, Sergio Vidal nos guia pelo enriquecedor caminho da otimização de processos através da criação e da normatização de atividades. O autor apresenta, ilustra e convida ao raciocínio sobre questões relevantes no que diz respeito ao ganho de produtividade em estruturas que variam do menor ao mais notável e complexo empreendimento industrial. Este belíssimo trabalho traz a experiência de um grande profissional, autor de outros dois livros acerca do assunto. Aqui, ele compartilha conosco, em linguagem objetiva, direta e agradável, um conjunto de conhecimentos adquiridos em diversos anos de carreira como consultor de empresas. Convido os companheiros do mercado a conhecerem o trabalho apresentado nesta publicação e a aplicarem no seu cotidiano algumas das práticas sugeridas. O resultado final será, certamente, uma melhoria significativa no desempenho de suas unidades, sejam elas de âmbito público ou privado.
Esta publicação está disponível no maior acervo do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster de Gusmão" da Abrapp.
Veja essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx   (Abrapp/AssPreviSite)

Livro: Previdência Complementar: Panorama Jurídico e Desafios
Autor: André Luiz Marques - Camila Pellegrino Ribeiro da Silva - Zélia Luiza Pierdoná (Coordenadores)
Resumo do Livro:
Esta publicação resulta do desejo de seus autores auxiliar na melhoria de densidade temática no País. Os trabalhos que compõem o livro decorrem de discussões desenvolvidas no âmbito do Projeto de Pesquisa sobre Previdência Complementar, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mesmo assim, além da vinculação acadêmica imprescindível, em razão da forte vinculação com o tema de expressiva maioria dos autores, o caráter profissional do livro é também bastante acentuado.
Esta publicação está disponível no maior acervo do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster de Gusmão" da Abrapp.
Veja essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx  (Abrapp/AssPreviSite)

Livro: Boas Práticas Jurídicas
- Um Guia Referencial para não Advogados
Autor: Comissão Técnica Regional Nordeste de Assuntos Jurídicos
Esta publicação está disponível no maior acervo do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster de Gusmão" da Abrapp. Veja essas e outras publicações através do link: http://biblioteca.abrapp.org.br/asp/download.asp?codigo=167370&tipo_midia=0&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=21303&tipo=1&iBanner=0&iIdioma=0  (Abrapp/AssPreviSite)

Notícias de Interesse do Segmento Previdenciário

Reforma via MP: Não existe respaldo legal
Leandro Madureira Silva: "Não existe respaldo legal para implementar reforma da Previdência via Medida Provisória”
O cenário de incertezas políticas e o desespero do Governo Federal em acelerar a aprovação das reformas trabalhistas e da Previdência está levando a equipe econômica de Michel Temer a pensar em novas táticas para fazer vigorar, principalmente, as mudanças no sistema previdenciário brasileiro. Uma das ideias é a edição de uma Medida Provisório (MP), com mudanças como, por exemplo, o limite mínimo de idade de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres para dar entrada na aposentadoria.
O advogado Leandro Madureira Silva sócio e subcoordenador de Direito Previdenciário do escritório Roberto Caldas, Mauro Menezes & Advogados observa que a edição de Medida Provisória pressupõe a existência de urgência e relevância do assunto tratado. “A manobra noticiada como possível de realização pelo governo Temer não encontra respaldo jurídico-constitucional, que fosse hábil a garantir o preenchimento desses requisitos. Pode-se afirmar que não há urgência em se dificultar o acesso aos benefícios previdenciários ou em modificar a fórmula de cálculo dos mesmos. Também não há relevância (financeira, atuarial ou social) para que as modificações sejam implementadas via Medida Provisória”, afirma.
Leandro Madureira ressalta que é necessário, diante da relevância para o futuro do país, que o debate sobre a reforma da Previdência aconteça “na mais ampla dilação legislativa, garantindo o acesso de vários setores da sociedade e com participação ativa de especialistas no assunto. A obstrução de direitos não implicará na diminuição das contingências sociais que precisam ser tuteladas pelo Estado”.
O especialista defende  que pelos últimos recuos e ações “o governo parece ceder à pressão dos defensores da Reforma, numa clara demonstração de que a sociedade não está sendo ouvida”.
Na visão do advogado, a MP deve ser rechaçada. “Se o texto da PEC 287 já contém uma série de restrições extremamente prejudiciais, a edição de Medida Provisória para tratar de assunto tão importante como o é a Previdência, deve ser rechaçada veementemente” .  (PrevTotal)

Previdência pode ser fatiada e ficar para próximo governo
- O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Efraim Filho (PB), reconheceu ontem que a reforma da Previdência só avançará com o arrefecimento da crise política e poderá ser aprovada apenas parcialmente, ficando o restante a cargo de um novo governo eleito. "Não se tem expectativa de que se tenha votos para aprovar a reforma. Você só tem condições de apontar um norte para essa discussão após a consolidação da situação do país, com a decisão do TSE , sobre a chapa Dilma-Temer, se dá ao governo condições de continuar, se haverá novo cenário", afirmou.  (Panorama Brasil)

Base já fala em aprovar apenas idade mínima na reforma
Com o agravamento da crise política no País, líderes de partidos da base aliada na Câmara dos Deputados começaram a defender uma reforma da Previdência mais “enxuta”. Nas conversas, os parlamentares já discutem aprovar apenas o aumento da idade mínima para a aposentadoria, considerado um dos pilares da proposta. As outras mudanças seriam encaminhadas só a partir de 2019, quando o País terá um novo presidente eleito pelo voto direto.
Outra opção cogitada por lideranças no Congresso é uma “minirreforma” da Previdência.  Alguns estudos já foram encomendados para verificar a viabilidade de aprovar medidas por outros caminhos que não uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) – que precisaria de 308 votos na Câmara e 49 no Senado. Uma saída seria fazer algumas mudanças por medida provisória (MP) ou projeto de lei, que precisam de menos votos (ver quadro).
“É hora de transparência, de reconhecer que o momento é delicado e que isso impacta na votação das reformas. É preciso, sim, fazer uma avaliação do cenário, para entender o que tem condição de ser aprovado agora, deixando o desafio maior para o próximo governo eleito”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). A legenda é uma das principais bases de sustentação do governo Temer no Congresso.
Para Efraim, esses pontos só poderão ser definidos após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico. A Corte marcou o início do julgamento para 6 de junho.
“Se o clima estiver muito pesado, podemos pensar em aprovar uma reforma deixando só a idade mínima. Para dar algum sinal ao mercado”, defendeu o deputado Marcos Montes (MG), líder do PSD, quinto maior partido da Câmara. A opinião é compartilhada pela líder do PSB na Casa, Tereza Cristina (MS), que é da ala do partido ligada a Temer. “Temos de aprovar minimamente a idade mínima”, disse. Já o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA), diz que nem mesmo este ponto está pacificado.
No Congresso, há também uma avaliação de que a opção da minirreforma “não é tão ruim”, porque os efeitos da PEC já eram muito graduais, e o pente-fino que vem sendo feito nos pagamentos do auxílio-doença já dá, no curto prazo, uma contribuição maior para o caixa. Para os defensores dessa estratégia, não há tanto problema em esperar para fazer uma grande reforma em 2019, embora ela tenha de ser mais drástica.  (Agência Estado)

Governo retoma aposta na reforma da Previdência
Duas semanas após estourar a pior crise da administração Michel Temer, o governo retomou a contagem de votos para tentar aprovar a reforma da Previdência.
A ideia dos governistas é colocar em votação no plenário da Câmara a mesma proposta que foi aprovada por comissão especial da Casa no início deste mês.
No momento, aliados descartam alterações que poderiam facilitar sua aprovação. Reportagem da Folha de segunda-feira (29) mostrou que, se a crise política inviabilizar a proposta, o governo ainda terá como alternativa fazer mudanças por meio de medidas provisórias, que necessitam de menos votos para serem aprovadas.
A base governista cogita a possibilidade de deixar a votação para o segundo semestre, mas o Palácio do Planalto quer que o texto seja levado ao plenário da Câmara ainda no primeiro semestre, antes do fim do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O julgamento está marcado para começar na próxima terça-feira (6).
NOVA FORÇA
Logo após a divulgação da gravação da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, a avaliação de parlamentares e de integrantes do governo era a de que as reformas tinham ido por água abaixo.
Nos últimos dias, contudo, ganhou força a ideia de que a nova Previdência terá a tramitação retomada, principalmente diante da cobrança de representantes do mercado financeiro.
O número de votos favoráveis computados antes da crise gerada pela delação da JBS variava de acordo com o interlocutor —entre 225 e 300—, mas está sempre abaixo dos 308, mínimo necessário para aprovar uma a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), caso da reforma.
Aliados do presidente no Congresso defendem que a matéria só seja levada à plenário com a segurança de aprovação, o que, para o governo, significa conquistar entre 320 e 330 votos.
"Neste momento, acho que ainda não temos os votos necessários para aprovar essa matéria, mas acredito que podemos [chegar a isso] até 14 de junho. Caso não possamos ter segurança dos votos, o mundo não vai acabar se a matéria for votada na primeira semana de julho, antes do recesso", disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).
ELEIÇÃO 2018
Uma preocupação dos principais apoiadores da reforma é o calendário eleitoral de 2018. A proximidade das eleições pode dificultar que parlamentares que pretendem se candidatar apoiem um texto tão impopular quanto a reforma da Previdência.
O próprio relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou na semana passada que a cada dia é mais difícil conquistar apoio dos deputado.
Aliados dizem acreditar que ainda é possível atrair votos favoráveis à reforma com a liberação de emendas parlamentares, recursos utilizados pelos congressistas para atender a demandas de suas bases eleitorais.
Em relação ao julgamento no TSE, a aposta de assessores presidenciais é de que a análise do processo seja interrompida por um pedido de vista com um placar ainda indefinido. Como a previsão é que o julgamento retorne ainda em junho, a ideia é colocar a reforma em votação antes de ele ser reiniciado  (DANIEL CARVALHO, GUSTAVO URIBE eLAÍS ALEGRETTI - Folhapress)

Fazenda tenta sensibilizar deputados sobre Previdência
Pressionada pela tentativa de lideranças do governo de desidratar a reforma da Previdência, a equipe econômica tenta, com números, sensibilizar os parlamentares para o impacto negativo para a economia caso a proposta não prospere no Congresso Nacional. Projeções feitas pela equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e apresentadas aos deputados e senadores apontam que a cotação do dólar poderá chegar a R$ 3,60, sem aprovação da reforma. O desemprego atingiria 14%. Com a aprovação da reforma, o desemprego ficaria em 12,5% e o dólar, em torno de R$ 3,20. Num cenário sem a aprovação da reforma, a equipe econômica prevê que o crescimento da economia de 2018 ficará em torno de 1%, bem abaixo dos 2,5% projetados pelo governo. A ausência de reforma também interromperia o processo de crescimento da economia neste ano. A alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% estimada para 2017 seria revertida em crescimento zero. Na avaliação da equipe do Ministério da Fazenda, a inflação também seria afetada. A projeção atual de 3,9% deste ano subiria para 4,5%, uma alta de 0,6 ponto percentual. Em consequência, a taxa de juros cairia menos até o final do ano. Em vez de 8,5%, ficaria em 9,5%. Hoje, a taxa está em 11,25%. O governo busca barrar a tentativa de fatiamento da proposta pelo Congresso. O presidente Michel Temer, Meirelles e outros integrantes do governo reafirmaram ontem que não existe plano B para a reforma. Mas as mudanças já são discutidas mais abertamente entre os parlamentares da base. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai colocar em "poucas semanas" o texto da reforma da Previdência para votação no plenário da Casa e que isso vai ocorrer, "com certeza, antes do fim do primeiro semestre". Maia disse que vai conversar com os líderes partidários para colocar a reforma de volta à pauta da Casa em breve. "Não podemos esticar muito este assunto, não", afirmou.  (JC Online)

Mudanças na Previdência ficam em compasso de espera por TSE
A crise política fez ganharem força movimentos para desidratar a reforma da Previdência, mas, por enquanto, há grande convergência de análises no Congresso e no governo de que antes do dia 10 a reforma não deve andar. O julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na próxima semana pode decidir sobre a cassação do presidente Michel Temer, deve ser o referencial para a evolução do assunto na Câmara dos Deputados. As negociações, que avançavam a passos largos até a delação premiada dos donos e lobistas da JBS contra o presidente e aliados, estão praticamente paralisadas desde então. Fonte com trânsito na equipe econômica reconheceu hoje não dá para negociar, pois o governo está enfraquecido. "Não é o momento. Não faz sentido fazer isso", afirmou. Nos bastidores da Esplanada, circula a estratégia de que, se o julgamento do TSE for adiado por pedido de vista, o governo deve tentar votar em primeiro turno a reforma ainda em junho, para mostrar força política e garantir a permanência de Temer. A avaliação é de que algumas negociações paralelas, a liberação de recursos para a safra agrícola e um Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) menos defensivo, podem dar uma chance de vitória. Os movimentos no Congresso, contudo, são em direção contrária. A percepção no plenário da Câmara é que, se antes o governo tinha força para passar propostas mais polêmicas, como mudanças em aposentadorias especiais e em benefícios assistenciais para idosos e pessoas com deficiência, agora será preciso fazer a reforma "possível", com a aprovação de uma idade mínima para aposentadoria ou regras para acabar com "privilégios" do funcionalismo público, o que teria mais apoio popular. Para o deputado Sergio Souza (PMDB-PR), se a Câmara "melhorar" a proposta em alguns pontos, dá para avançar. "Não vai conseguir levar em frente tudo que está no parecer, mas se fixar algumas coisas mais básicas, como a idade mínima, teria condições de ganhar o apoio da maioria e o governo sair como vitorioso", disse. Esses movimentos para "desidratar" a PEC tem pouco de novo e já ocorriam com a falta de votos do governo, que reconhecia não possuir apoio suficiente na Câmara para aprovar o texto, que exige o voto favorável de 308 dos 512 deputados que votam. Os principais articuladores do governo, contudo, têm rejeitado essa proposta por enquanto e esperam o quadro ficar um pouco mais claro para decidirem o que fazer. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que logo depois das delações defendeu que a PEC fosse votada no dia 12, agora já afirma que será pautada ainda no primeiro semestre e que é preciso ver a "melhor data". O presidente da comissão que analisou a reforma, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), reforça que a meta, agora, é concluir a análise pela Câmara até julho. "O problema que tínhamos antes continuamos tendo: faltam votos. Mas não acho que houve aumento na rejeição, perdemos os votos que não tínhamos [de indecisos]", disse Marun. "As posições de colegas que defendem reforma mais enxuta são respeitáveis, mas não ouvi de ninguém do governo trabalhar com essa hipótese", afirmou. Na área econômica, há consciência de que a crise política que engolfou o governo Temer vai fazer a reforma custar mais caro, em especial em medidas fora do escopo da Previdência, como já tem acontecido nas negociações paralelas de Refis e outras benesses a bancadas, como a ruralista. De qualquer forma, a equipe econômica segue rejeitando as hipóteses de planos alternativos à PEC aprovada na comissão especial da reforma da Previdência, como a edição de medidas provisórias (MP) para reduzir custos pontuais e deixar o grosso do projeto para 2019. A avaliação é que ainda há chance de vitória se o governo superar o elevado nível de turbulência política.  (Raphael Di Cunto, Fabio Graner e Marcelo Ribeiro - Valor Online)

Especialistas apontam erros da reforma na CPI da Previdência
Advogados do ramo do Direito Previdenciário foram unânimes em afirmar, em audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, que a reforma proposta pelo governo para o setor parte de diagnósticos equivocados e premissas seletivas. Para eles, a reforma é “aberrativa” e leva o país “para o abismo”. A audiência, realizada segunda-feira (29), foi a sexta promovida pela CPI para tratar do assunto.
Thais Maria Zuba explicou que as análises que justificam a reforma ignoram que o modelo escolhido para a Previdência brasileira já computa soluções para os seus próprios problemas. Segundo ela, os cálculos que apontam déficit no setor deliberadamente excluem receitas que, enquanto não têm caráter diretamente previdenciário, existem para minimizar riscos do sistema como um todo. "Quando se desconsidera o conjunto das contribuições, estamos desconfigurando o que foi pensado [pela Constituição] em termos de custeio. O regime de repartição consegue pagar uma maior quantidade de riscos porque, no grupo, eles se diluem", afirmou.
Ela disse que o problema do envelhecimento populacional, que reduz a proporção entre população ativa e inativa ao longo do tempo, já foi considerado na elaboração do sistema. Por isso a Previdência é abastecida com cobranças sobre lucros das empresas, importações e loterias, por exemplo – porque essas bases de cálculo, segundo a advogada, estão mais imunes a mudanças na pirâmide etária do país.
Zuba também defendeu o regime previdenciário atual, em que a Previdência é integrada a áreas como saúde e assistência social. Para ela, esse sistema é o mais eficiente para proteger a população de forma sustentável, pois usa as contribuições para garantir a qualidade de vida que vai garantir que a população economicamente ativa continue produtiva e contribuindo.
Irresponsabilidade
Diego Monteiro Cherulli também observou que o cálculo que aponta déficit previdenciário mistura os servidores públicos federais e os militares ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), o que é incorreto porque eles têm regimes próprios, com custeio à parte, e não integram a seguridade social.
Cherulli também apontou que o Executivo federal tem usado mal o chamado “fundo poupador” da Previdência, criado pela Emenda Constitucional 20, de 1998. O fundo tinha por objetivo guardar e investir eventuais superávits previdenciários para o futuro. Porém, segundo o advogado, ele tem sido usado pelos sucessivos governos como caixa para despesas correntes.
"Quando o legislador diversificou a base de financiamento, ele sabia que ia sobrar e que precisaria poupar para garantir o pagamento dos benefícios no futuro. Os técnicos não se adaptaram às novas disposições e à vontade da emenda. Eles mantiveram a aplicabilidade da regra antiga: só folha de pagamento custeia a Previdência, e não é assim", explicou.
Para o advogado, essa prática pode ser enquadrada como uma violação à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Gestão
Adriane Ladenthin apresentou à CPI alguns dados que estão disponíveis publicamente nos portais governamentais da Previdência Social e que, para ela, indicam erros na elaboração e no direcionamento da reforma. Conforme explicou, mais de 80% dos benefícios do RGPS são de até dois salários mínimos.
Ela também afirmou que o grande problema da Previdência, hoje, não é de estrutura, mas de gestão da seguridade social. Há ineficiência administrativa que leva a judicialização, fiscalização ineficiente que não consegue prevenir acidentes de trabalho e problemas no sistema de saúde que sobrecarregam os benefícios assistenciais. Além disso, o próprio RGPS contém distorções, como desequilíbrios para a concessão de alguns benefícios.
Ainda de acordo com Adriane Ladenthin, a Previdência faz um trabalho ruim em estimular os cidadãos a contribuírem. Ela afirmou que a população tem um entendimento equivocado do funcionamento e do objetivo da Previdência Social, e, por isso, tende a se afastar do sistema. Segundo ela, há cerca de 10 milhões de pessoas na “informalidade previdenciária”.
"As pessoas não querem contribuir para a Previdência porque ela presta um desserviço. Apesar de termos uma Previdência que tem a função de distribuição de renda, a propaganda é invertida. Falta educação previdenciária", afirmou.
Servidores e setor rural
Theodoro Agostinho também opinou que falta uma boa gestão, e também ressaltou que há desconhecimento, entre os proponentes da reforma, de aspectos como a previdência do setor público. Ele disse que o regime próprio do funcionalismo passou por alterações recentes que corrigiram desigualdades e permitirão a equalização do sistema nos próximos anos. Além disso, observou que, diferente dos trabalhadores do setor privado, os servidores públicos precisam contribuir para a Previdência mesmo quando aposentados.
Jane Lúcia Berwanger falou sobre o setor rural, e alertou sobre o risco social de se alterar o regime especial do qual se beneficiam os trabalhadores rurais. Ela afirmou que, caso passe a vigorar um sistema de contribuições individuais voluntárias, a tendência é que as mulheres fiquem desprotegidas, pois não terão como efetuar as suas próprias contribuições, e que o país vivencie um forte êxodo rural.
Além disso, segundo ela, essa mudança subverteria um dos principais objetivos da aposentadoria rural, que é a redução de desigualdades regionais. Atualmente, o sistema é desenhado para que regiões menos produtivas não fiquem descobertas.
A audiência também teve a participação de Maria Lúcia Fatorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, associação que milita pela investigação das origens e da composição da dívida pública brasileira. Ela pediu à CPI que vá além da análise da Previdência e que trabalhe para identificar as causas do rombo nas contas públicas do país.Para isso, sugeriu o estudo das conclusões de outra comissão de inquérito, a da Dívida Pública, realizada pela Câmara dos Deputados entre 2009 e 2010.    (Agência Senado)

Nó previdenciário
Na esteira do enfraquecimento do governo Michel Temer (PMDB), o meio político especula em torno de objetivos menos ambiciosos para as reformas, em especial a da Previdência. Por realista que possa parecer, a mera abertura do debate envolve riscos consideráveis.
Pela dispersão de hipóteses lançadas no noticiário, está-se longe de uma estratégia para fazer avançar a proposta previdenciária, mesmo em versão desidratada, na Câmara dos Deputados.
Há mesmo quem fale em limitar o texto da emenda constitucional à fixação da idade mínima para a aposentadoria, de 65 anos para homens e 62 para mulheres; calcula-se que projetos de lei e medidas provisórias, de aprovação mais simples, poderiam minorar a sangria dos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Momentos assim são propícios a todo tipo de lobby de categorias ou setores interessados em manter suas regalias; os próprios parlamentares, ademais, dispõem de um pretexto para esquivar-se de votações controversas.
Será precipitação imprudente, nesse cenário turvo, abrir negociações em torno da reforma.
É fato que o governo não dispõe dos 308 votos necessários, dentre os 513 deputados, para aprová-la; tampouco os tinha antes da divulgação da conversa mais que suspeita entre o presidente e um empresário sob investigação.
Há, no entanto, um texto aprovado em comissão especial menos de um mês atrás, a partir de entendimento firmado entre os principais partidos da base governista.
Tal concertação implicou concessões de monta, mas preservou alterações relevantes, como um cálculo mais racional dos benefícios e a redução de privilégios do funcionalismo público civil.
Alterações por MP ou projeto de lei são possíveis, mas tornariam a reforma mais injusta –seriam atingidos basicamente os segurados do setor privado, dado que as regras das aposentadorias dos servidores do Estado estão fixadas na Constituição.
Perdida a oportunidade de promover já um ajuste relevante da Previdência, haverá enorme pressão sobre o governo a ser iniciado em 2019. Este terá de evitar, nesse caso, que só os gastos do INSS passem a consumir, até o final do próximo mandato presidencial, mais da metade dos desembolsos não financeiros do Tesouro Nacional.  (Folhapress)

Mercado de trabalho e benefícios
Mirador

Reforma trabalhista será votada na próxima terça-feira
A intenção do presidente da comissão, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), era colocar o projeto da reforma trabalhista em votação, uma vez que o parecer elaborado pelo relator, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), foi dado como lido há uma semana.
Em contraposição, os senadores da oposição argumentaram que o relatório não foi lido e que, por isso, a votação não poderia acontecer nesta terça.
Em um acordo feito entre senadores governistas e de oposição, porém, a votação do texto ficará para a próxima terça-feira (6).
Tumulto
A reunião da última terça-feira (23) foi tumultuada e marcada por empurrões e agressões verbais entre senadores.
Após a confusão, o presidente da comissão deu como lido o relatório de Ricardo Ferraço e concedeu vista coletiva do projeto, o que abre caminho para a votação na reunião desta terça-feira.
Tasso relatou ter sido alvo de “dedos em riste”, e disse que o microfone da presidência foi arrancado da mesa. Ele afirmou que os senadores que se opunham à leitura do relatório agiram de “maneira agressiva”, inclusive incitando manifestantes que acompanhavam a sessão dentro do plenário. Tasso disse ainda que “temeu pela sua segurança física” e precisou se abrigar na sala da secretaria da comissão.
Oposição
Senadores contrários à proposta acusam os governistas de tentar "tratorar" a oposição. As senadoras Gleisi Hoffman (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentaram na última quinta-feira (25) questões de ordem contra o andamento do projeto da reforma trabalhista.
Leia também: Comissão especial aprova relatório final sobre a reforma da Previdência
Segundo Gleisi, não houve pedido de vista antes do encerramento da reunião. Ela alega também que o presidente da CAE descumpriu o regimento ao dar como lido um relatório que não havia sido previamente distribuído para os senadores e avaliou que houve fraude na ata da reunião. A senadora pediu a apuração dos fatos narrados, a suspensão da tramitação do projeto e a anulação da reunião.
Já Vanessa Grazziotin pediu que a Mesa do Senado determine à CAE o envio do projeto para analisar a anexação de outras propostas que tratam de mudanças na CLT. Segundo Vanessa, o presidente da CAE não aceitou requerimento de sua autoria que solicitava encaminhamento para a Mesa e também estaria violando o regimento.
Leia também: Comissão no Senado chama ministro para explicar cortes no Ciência Sem Fronteiras
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, informou que decidirá sobre as questões de ordem referentes à reforma trabalhista posteriormente.  (Agência Senado)

Mercado e Economia Nacional

CM Corp

Multimercado mais resistente a estresse político fez 'hedge'
Alguns multimercados conseguiram atravessar bem o revés que varreu os ativos brasileiros após a divulgação de conteúdo da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, no dia 17. São fundos que, apesar das escoriações sofridas no dia seguinte ao episódio, ainda conseguem exibir ganhos acima do CDI no ano. Gestores que tinham gordura a ponto de não entregar todo o resultado do ano ou que já tinham realizado lucro no chamado "kit Brasil", com apostas no corte de juros, alta da bolsa ou na queda do dólar, estão entre os exemplos que conseguiram se defender de alguma forma. Quem costuma montar proteções para a carteira também foi premiado por tal disciplina. Levantamento feito pelo consultor Marcelo D'Agosto, na base de dados da Morningstar, mostra que até 17 de maio, 82% dos multimercados apresentavam desempenho superior ao CDI. Após o baque do dia 18, só metade deles passou a ter retorno acima do referencial. O filtro levou em conta os portfólios com patrimônio a partir de R$ 50 milhões e mais de 50 cotistas. Na média, os fundos mistos que vinham se destacando apresentavam um ganho médio equivalente a 178% do CDI no ano até 17 de maio e passaram a ter retorno de 129% do CDI depois, até o dia 25. Os que ficaram na ponta de baixo exibiam até então rentabilidade de 147% do CDI, caindo para 73% do referencial após o episódio. "Aparentemente, quem aumentou o risco mais tarde e foi obrigado a zerar [no dia 18], não pegou a recuperação", diz D'Agosto, referindo-se à reação dos principais indicadores de renda fixa e variável que se seguiu nos dias subsequentes, e que no acumulado do ano ainda mostram desempenho positivo. "No geral, o desempenho é meio decepcionante." Conforme quantifica, na média, os fundos que continuam acima do CDI perderam 2,63% em 18 de maio e recuperaram 40% disso até o dia 25. Já os portfólios que ficaram abaixo do CDI perderam em média 4% no dia 18 e só recuperaram 30% disso depois. A cabeça dos gestores mudou após o episódio do grampo e o consenso de que as reformas no Brasil iam avançar e o Banco Central acelerar o corte da Selic para até 7,5% ou 8% ao ano murchou, segundo o gestor da Guide Investimentos, Erick Scott Hood, um dos responsáveis pela seleção de fundos da plataforma. A percepção é que a incerteza continua e que um eventual afastamento do presidente Temer pode se alongar por dois ou três meses, até o presidente da Câmara chamar uma eleição indireta para substituí-lo. "Hoje os gestores estão com posições bem menores do que o dia 18; em bolsa foram diminuídas ou zeradas. Mesmo em juros, em que ainda há consenso para redução da Selic apesar de em outro ritmo, a exposição é menor." O multimercado da Polo Capital perdeu só 0,28% no dia 18, com ganho acumulado de 145% do CDI no ano, pela política de explorar não só operações direcionais macro, como também estratégias de valor relativo, além de se valer sempre de algum tipo de hedge, conta o sócio Diogo Duarte. "A gente já vinha com um viés um pouco menos otimista, ao enxergar uma agenda mais complexa para aprovação de reformas, e achava que caso a Previdência não andasse poderia haver um 'sell off" [venda generalizada]", afirma. A posição técnica do mercado, muito otimista em Brasil e com baixa volatilidade, também levou a gestora a comprar proteção em dólar e ficar vendida (apostando na baixa) da bolsa. No dia 18, os prejuízos com notas indexadas à inflação e em juros futuros foram compensados nas posições contra o real e ações. "A grande premissa era que juros era o ativo que tinha espaço para andar, e que bolsa e câmbio já estavam bem precificados à melhora que ocorreu", completa o sócio Cláudio Andrade. A Mirae também teve apenas uma pequena desvalorização na cota do dia 18, de 0,31%, no seu multimercado porque vinha privilegiando posições em juro real e em NTN-B, em detrimento dos juros nominais. Segundo o gestor André Pimentel, a gestora tinha feito travas com inflação implícita ficando "vendido" (apostando na desvalorização de preços e alta das taxas) em prefixados. "Nosso 'call' era se preparar para o que não conseguia enxergar", diz. Posições em moedas que não tinham nenhuma relação com o real também serviram para amortecer a queda. Concretamente, conta o gestor, não havia nada no radar, mas a situação geopolítica, a baixa volatilidade dos ativos mundiais e a precificação de risco relativamente otimista localmente o levaram a ter uma postura mais diligente. "Estava barato ficar hedgeado." No caso da ARX Investimentos, cujo ARX Extra perdeu 1,17% no dia 18, mas ainda exibe ganhos de quase 200% do CDI no ano, as posições também refletiam uma postura mais cautelosa, dada a magnitude do movimento de redução das taxas futuras ocorrida nas semanas anteriores. "Apesar de ainda acreditarmos numa queda expressiva das taxas de juros, decidimos manter o fundo com pouca exposição dado o baixo prêmio nos mercados e a grande assimetria envolvendo os riscos de alteração ou postergação na votação da reforma da Previdência", descreveu Roberto Benisti, gestor das estratégias macro dos multimercados da casa. O fundo amanheceu no dia 18 com uma pequena posição aplicada em juros com vencimento em 2018 e em opções que previam uma aceleração de corte da Selic no Copom desta semana. Tinha contrabalançado esse tipo de risco comprando inflação implícita longa via derivativos, "que foi efetiva no objetivo de amortecer o fundo contra possíveis perdas". A Claritas passou os cinco dias antes do fatídico 18 de maio reduzindo as posições como um todo por acreditar que os ativos já estavam próximos do valor justo no curto prazo, conta o gestor Damont Carvalho. Havia convicção de que a Selic terminaria o ano entre 8,5% e 9%, mas o mercado já embutia isso nos preços ao mesmo tempo em que o avanço fiscal ainda era uma dúvida. A escolha foi aplicar em juros nos vencimentos mais curtos, apostando na continuidade do ciclo de alívio monetário, mas ao mesmo tempo fazer hedge nas posições mais longas. "Houve uma piora consistente nos dados fiscais de arrecadação e a expectativa de passar a reforma [da Previdência] já estava relativamente bem precificada." O cenário externo pior na véspera do dia 18, com os mercados globais aumentando as fichas num eventual impeachment do presidente Donald Trump, nos EUA, também levou o gestor a realizar lucro nas posições em bolsa. "A gente acabou sofrendo, mas menos que todo mundo quando o mercado explodiu porque estava mais leve." O resultado foi que o fundo, que rodava com retorno superior a 1% do CDI no mês, passou a ficar negativo quando apurou cota negativa de 1,68% naquela data. No ano, a carteira ainda rende 164% do referencial. Entre as gestoras ligadas a bancos também há quem venha exibindo boa performance, apesar do tropeço recente. Foi o caso do Bram Prime FIC FIC que compra cotas de um multimercado de volatilidade moderada que vinha reduzindo, ao longo de abril e maio, as posições mais ganhandoras em renda fixa, conta o executivo-chefe de investimentos da Bradesco Asset Management (Bram) Ricardo Almeida. O portfólio chegou ao dia do caos com metade do risco que tinha na fase mais otimista do mercado, entre janeiro e março, e fez algumas posições de hedge que ajudaram no período mais problemático. "No dia 18, o fundo teve queda maior do que estávamos acostumados, a volatilidade não permitiu que os preços se assentassem, mas não precisei agir ali no calor da situação."   (Adriana Cotias - Valor Online)

Arbitragem com ações ajuda a preservar resultados
Os multimercados que distribuem o risco em posições nem sempre direcionais em ações - que podem ganhar com a alta e também com a baixa de papéis - provaram que esse tipo de estratégia consegue se preservar quando há um estresse generalizado. O Claritas Long & Short perdeu apenas 0,02% no dia seguinte ao vazamento de conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, do grupo JBS. Segundo o gestor Eduardo Moreira, enquanto o mercado parecia muito animado com as reformas e o cenário político como um todo, ele mantinha um pé atrás. "Enquanto o mercado achava que haveria aprovação da reforma [da Previdência] com um placar apertado, eu via um risco razoável de prevalecer um cenário alternativo." Com tal mentalidade, o profissional optou por um portfólio mais balanceado e tirar um pouco do risco. Colocou, por exemplo, ações mais relacionadas ao desempenho do dólar porque têm receita em moeda estrangeira, caso de Braskem, Klabin e Minerva. O gestor também fez hedge com opções de ações, prática que costuma adotar quando a volatilidade está baixa. O Pacífico Long Biased, por sua vez, perdeu 5,9% no "day after" Temer/JBS, num pregão em que o Ibovespa recuou 8,8%. No ano, acumula ainda ganho de 9,21%. O fundo toma a maior parte do risco em ações, busca retorno absoluto no longo prazo e tem como "benchmark" IPCA mais 6%. Mas o que protegeu a carteira de um estrago maior foram posições contrárias em juros futuros, conta o gestor Paulo Abreu. "O mercado estava muito carregado na queda dos juros, a gente achava que podia acontecer, mas que o maior retorno viria pelo mercado de ações", afirma. "Não imaginava um evento tão drástico, só tinha feito um terço da posição que pretendia, mas é uma forma de proteger de quedas abruptas e que dá conforto para carregar os papéis que gosta." A gestora também aproveitou o dia de estresse para aumentar a fatia em ações que já tinha em carteira e incluiu outras que estavam fora por causa do preço considerado elevado. O Fides Absoluto tem, em média, 50% do seu risco alocado em ações e pela disciplina do hedge teve um prejuízo de 4,84% no dia 18, menor que o tombo do índice. "A gente compra muitas proteções, que num cenário extremo ajudam a performar bem. Costumamos fazer quando enxergamos eventos que possam gerar mudança de cenário grande", diz o gestor Gustavo Constantino. Ninguém antevia, porém, o que houve no episódio Temer/JBS, que ele compara ao choque de um avião no World Trade Center, referindo-se aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos EUA. Por conta das incertezas à frente, agora a exposição em bolsa é menor, na casa dos 30%, com mais caixa para quando identificar ações com preços atraentes. No fundo BRAM Prime Multigestores, que pode pinçar fundos de estratégias diversas para compor o portfólio, a postura foi ficar mais conservador, conta o superintendente de fundos de fundos da Bradesco Asset Managment, Adilson Ferrarez. Normalmente a exposição é maior em fundos macro, mas, ao ver o ambiente menos amigável, foram os portfólios de valor relativo que vinham sendo privilegiados. No dia do estresse, a carteira perdeu 0,51% e no ano acumula ganhos de quase 140% do CDI.  (Adriana Cotias - Valor Online)

A estratégia da indústria é sobreviver à crise
Em meio à disputa entre sócios pelo comando da siderúrgica Sergio Leite, presidente da Usiminas, crê na retomada da economia.
Após o vazamento da delação dos irmãos Batista, a crise política se aprofundou. Ainda há perspectiva de retomada de crescimento econômico nesse novo cenário?
Já se passaram dez dias (desde o vazamento), que é o período mais crítico. Não houve paralisia na economia, não houve ruptura, nossos negócios continuam evoluindo normalmente. Também não houve desvalorização significativa do real. Houve um primeiro impacto cambial, mas o dólar já está num patamar entre R$ 3,20 e R$ 3,30, relativamente estável. Transcorre normalmente a vida econômica no Brasil.
Pode-se esperar ritmo menor de queda na taxa de juros, que será anunciada hoje pelo Banco Central?
A redução na taxa de juros vai continuar a ocorrer. Estamos confiantes que ela venha, ao fim do ano, para o patamar de 8,5% (hoje a Selic está em 11,25%). Nossa expectativa é de queda em torno de um ponto percentual (hoje).
Há clima para fazer as reformas?
As reformas são essenciais para o Brasil. Falo de reforma da Previdência, trabalhista e até política. Temos que criar clima para fazer essas reformas. O Brasil não pode parar, por mais delicado que seja o momento.
Se feita pela metade, com foco apenas no funcionalismo, como já se cogita, adianta alguma coisa?
Qualquer passo, por menor que seja, é melhor que a imobilidade. Mas se o passo não for adequado, na dimensão que se precisa, vamos ter de voltar ao tema talvez no próximo governo, já em 2018.
O presidente Michel Temer chegará ao final do mandato?
O que desejo é que se encontre uma solução que seja melhor para o Brasil. O momento político é delicado. Mas temos de trabalhar para a estabilidade econômica e para se construir um cenário de estabilidade política nos próximos anos.
Houve troca de comando recente no BNDES. Que papel o banco deve ter na retomada?
Subsídio, nós não somos a favor. Temos de partir para uma realidade que seja adequada e que torne a indústria competitiva. Com a redução da Selic, o BNDES vai ter também que fazer uma análise das suas taxas, taxas que tornem possíveis a indústria brasileira investir, crescer e se tornar competitiva.
Ano passado o consumo de aço caiu 13% no Brasil. E este ano?
Esperamos crescimento pequeno, de 3%. Muito pouco para compensar a perda dos últimos três anos. Nenhum segmento específico vai puxar essa demanda. As montadoras, por exemplo, não estão vendendo muito no mercado interno, mas estão aumentando a exportação e, com isso, aumentam o consumo de aço. Hoje, a saída, não apenas para nós como para nossos clientes, é a exportação.
Poucos dias antes da delação da família Batista, a Usiminas anunciou que reativaria o alto-forno de Ipatinga (MG). Pode mudar de ideia?
Não muda nada. A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração em 11 de maio, e o alto-forno volta a operar em abril de 2018. Vamos fazer um investimento de R$ 80 milhões. Esperamos que nossas vendas em 2017 sejam muito similares às de 2016, em torno de 3,8 milhões de toneladas de produtos laminados.
É muito abaixo da capacidade, que chega a 10 milhões de toneladas...
De 2008 a 2014, investimos R$ 14 bilhões para aumentar nossa capacidade. Quando terminamos o investimento, em 2014, o Brasil começou a desacelerar.
O crescimento do consumo de produtos siderúrgicos vai ser disseminado por vários setores da economia?
Temos 400 clientes ativos na Usiminas. Nos últimos três anos, a crise atingiu praticamente todos. Tenho contato permanente com eles. Nenhum fala que vai investir, que vai aumentar vendas, que vai contratar pessoal. A crise atingiu de forma muito intensa todos os setores da economia. São montadoras, fábricas de produtos de linha branca, empresas de óleo e gás, entre outros.
Estão em compasso de espera?
A estratégia da indústria, de maneira geral, é sobreviver, sobreviver à crise e se preparar para um futuro de crescimento. Toda a indústria brasileira tem capacidade ociosa tão grande, que ela poderia ser imediatamente ativada, sem necessidade de investimento.
Quantos altos-fornos estão em atividade hoje na Usiminas?
Temos dois em funcionamento em Ipatinga. Vamos reativar o terceiro e voltar a operar a usina em plena carga a partir de abril de 2018. Em Cubatão (na Baixada Santista), os dois altos-fornos, assim como as outras unidades de produção primária (que produzem placas de aço), foram paralisadas em janeiro de 2016.
Há perspectiva de reativar os altos-fornos de Cubatão?
Eles devem se manter assim por três a cinco anos. Só vão voltar no dia que houver uma recuperação mais robusta da economia. Um estudo do Instituto Aço Brasil mostra que o ano de pico nas vendas internas de aço foi em 2013. Foram 24 milhões de toneladas. Em 2016 isso caiu para 16,5 milhões de toneladas. Quando vamos voltar ao pico? Só em 2025.
Houve demissões na Usiminas nos últimos dias. Funcionários relatam clima de caça às bruxas, pois eram pessoas ligadas à Nippon Steel (um dos acionistas da empresa).
O clima interno na Usiminas é cada vez melhor. As demissões fazem parte da rotina.
Há uma ação da Nippon na Justiça que questiona a sua eleição para a presidência da Usiminas. Você se sente ameaçado no cargo?
Tenho 40 anos de Usiminas. Existe, e é público, um conflito entre os acionistas. Meu papel tem sido, por meio da minha relação pessoal com ambos, buscar encontrar uma solução. Mas ainda não encontramos.  ( Danielle Nogueira - G1)

Um olhar lúdico
Sejamos realistas, não se trata mais de estar à beira, mas sim no próprio abismo. Existe, em qualquer sistema político do mundo, um projeto de governo que dê exclusividade ao combate à corrupção? Essa não pode ser a única meta, o único programa, sequer a primeira preocupação. É uma ação importante, fundamental, imprescindível, própria a ser exercida por órgãos adequados e competentes, mas há o resto da vida: o combate ao desemprego, a promoção da saúde, a guerra à violência, a educação, tudo isso a exigir, para atingir resultados, um equilíbrio da economia que seja, em si, o instrumento propulsor do projeto. Transformar a caça aos corruptos na única atividade que interessa à sociedade é mistificação, ainda mais quando os corruptores vão sempre bem, os pelotões de combatentes nunca os vencem. Ainda, reduzir os princípios da Constituição brasileira a um único Poder, o Judiciário, e submeter todos e todas ao discernimento de poucos iluminados, não é razoável. Quem não roubou tem o direito de tocar a sua vida O Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Federal, governam o Brasil neste momento, não há novidade nisso. Têm conseguido paralisar os outros dois Poderes, onde estão boa parte dos envolvidos nos crimes de que policiais, procuradores e juízes tratam em tempo integral ao longo do seu dia de trabalho. Com uma poderosa arma de guerra: acusar qualquer crítica, demonstração de medo ou perplexidade, e mesmo desejo de impor controle, a uma tentativa de parar a Operação Lava-Jato e obstruir a Justiça. O que tem maior poder de afetar ou atingir essa ação, já se repetiu aqui, é o comportamento dos seus próprios agentes. Portanto, a escolha não é difícil quanto ao que tem maior poder de destruição da bem estruturada Lava-Jato: uma declaração captada em grampo de que "é preciso parar essa sangria", ou a misteriosa mistura, sem quarentena, da atividade de procurador do Ministério Público Federal com atividade de advogado de escritório que negociou o acordo vantajoso de delação da JBS? O que é pior para a Lava-Jato: uma proposta de fixar regras, tendo prerrogativa para isso, sobre o que vem a ser "abuso de autoridade", ou o indecoroso acordo de delação construído e homologado que permitiu a Joesley Batista se salvar, praticamente a leite de pato? Há quase um ano, quando os procuradores começaram a exigir que fossem eles os senhores de todas as decisões sobre todas as coisas e que só a sua autonomia poderia ter validade e prevalência, sobre todas as outras - Polícia Federal não poderia aceitar delação, governo federal não poderia exigir acordo de leniência para voltar a entregar dinheiro público a infratores - ficou claro que só o Ministério Público poderia atrapalhar o trabalho do Ministério Público. Esse estado de exacerbada autoestima só tem se agravado de lá para cá. A coação já não cola mais como antes. A Lava-Jato só pode ser destruída pelos que executam a operação, não pelos seus cambaleantes investigados por prática de crime vigiados por grampos e arapucas. Devem seus dirigentes permitir, portanto, que o país caminhe ao mesmo tempo que a Lava-Jato, e que as pessoas tenham governo, acesso a outros serviços públicos além do combate à corrupção. A opressão de um Poder, que então se torna absoluto, sobre os outros dois, tirou qualquer condição de funcionalidade do governo. O problema não é depor, por algum mecanismo, o governo Michel Temer, nomear outro em eleição indireta, antecipar eleições diretas ou fazer eleições gerais. Não há candidatos para as diretas já, para as indiretas já, para a sucessão Constitucional de 2018. Não há político, partido ou instituição naturais em torno de quem iniciar um novo percurso dessa história. Não há mediador que possa assumir o papel assumido por Temer há um ano, quando vice-presidente, que sucedeu a presidente afastada para um mandato de transição, elegendo um programa e as condições de executá-lo. Nem ele, se ficar, tem condições de tocar as reformas do mesmo jeito, bem como o presidente que vier a ser eleito para seu lugar não terá força para isso. Já se deu passos atrás, há reversão de expectativas e a falta de perspectiva de solução deve aumentar a depressão. Empurrar o impasse até 2018 é possível, mas quem garante que lá haverá desfecho favorável? Com quais candidatos? As corporações, algozes da reforma da Previdência Social, pilar dessa reconstrução, receberam uma ajuda inestimável do Ministério Público, da polícia e do Judiciário. Os exageros têm sido, de tão desarrazoados, arrolados entre os instrumentos políticos mais eficazes de interrupção das reformas estruturais. É bem possível, basta ater-se à virulência da reação, por exemplo, da polícia e dos procuradores do trabalho contra essas medidas, bem como dos sindicatos. Se sobreviver, o governo Temer terá chance bem menor do que tinha até a semana passada de aprovar as reformas no modelo que gostaria. Um governo eleito em escolha indireta do Congresso, terá menos força ainda para impor reformas começando do zero a negociação. A eleição direta já é um devaneio que o PT incluiu no seu discurso de oposição, mas as reformas não estão no horizonte sequer das diretas constitucionais de 2018: o eleito, para chegar lá, não poderá prometer reformas no seu palanque de campanha. Quem o fizer, provavelmente não chegará lá. Transferirá às urnas as dificuldades que enfrenta hoje nas ruas. Os partidos, os políticos, o empresariado, ou mesmo as instituições que ainda não foram enfraquecidas estão sem capacidade de recuperar os sinais vitais e a capacidade de iniciativa. A revigorada atitude de luta do presidente Michel Temer, demonstrada em duas oportunidades esta semana -, na performance de ontem no Hotel Hyatt e no enfrentamento das trocas de ministros de áreas delicadas nesta hora aguda - sem dúvida, pode não se sustentar até a próxima tarefa da força tarefa. Ontem mesmo o ministro Edson Fachin autorizou o seu interrogatório pela Polícia Federal, e vêm aí novas delações da algibeira de Rodrigo Janot. Mas está vivo. Deve ter alguma saída, mas ninguém a vê ou a aponta. É fato, porém, que quem não roubou precisa tocar a vida, e não pode haver impedimento nesse caso.    (Rosângela Bittar - Valor Online)

Temer e o otimismo do dinheiro
O clima era estranho em uma grande reunião do poder político com donos do dinheiro. Ouvia-se tanto otimismo como preocupação contida nas análises do efeito econômico do choque político causado por todos os grampos do presidente.
Michel Temer parece ter chance de reter apoio, tanto na política como nas bases empresariais.
Muita gente reunida no Fórum de Investimentos Brasil 2017, nesta terça (30), em São Paulo, parecia acreditar no discurso do presidente da Câmara, também presidenciável da República, Rodrigo Maia (DEM), para certa surpresa deste jornalista.
"A agenda da Câmara, em sintonia com a do presidente, tem como foco o mercado, o setor privado"; "a Câmara mantem a defesa da agenda do mercado", disse Maia, no Forum, promovido pela Apex, agência oficial de marketing econômico.
Não que os participantes do evento estivessem flutuando na estratosfera. As perspectivas são agora piores do que antes do grampo e do inquérito contra Temer, mas a impressão geral é de que o "jogo não está perdido".
Isto é, ainda seria possível aprovar a reforma da Previdência, outras reformas importantes ainda passarão e ainda está difícil de avaliar qual o impacto do choque sobre a confiança de consumidores e deles mesmos, empresários e banqueiros.
O rumo geral do governo não mudaria tão cedo, de resto. Gente da política deve estar ouvindo essa conversa.
Como se fosse necessário, Maia deu outra demonstração de sua estratégia: manter-se no mesmo lugar. Assim, fica bem com Temer, com o núcleo do governismo, com o "mercado" e vai negociando com sua base eleitoral, o baixo clero, a maioria do Congresso. Ou seja, toca "reformas" dourando a pílula e mantém aberta a discussão de como aliviar as ameaças de cadeia ou ficha suja que vêm da Lava Jato.
Temer, por sua vez acredita que não ficará só, se o tempo for o senhor da razão. Quer dizer, se conseguir ganhar semanas de sobrevida com um julgamento arrastado no TSE.
O governo então poderia talvez demonstrar alguma força no Congresso, aprovando "reformas e reforminhas". Mostraria assim que é um bom regente da coalizão reformista liberal. Essa é a estratégia do governo, que voltou a barganhar votos para mudar a Previdência.
Para a sorte de Temer, o PSDB ora está meio isolado. Um relato de segunda mão diz que a conversa de Temer com FHC e Tasso Jereissati foi "diplomática", "cortês", mas "não foi boa".
Temer chiou e acuou o PSDB. Tucanos dizem que estão indo, mas não foram, até porque o partido está, para variar, sobre um muro rachado.
Está aí um problema para a estratégia de Temer.
Depois do grampo, a coalizão do governo perdeu oficialmente três ou quatro dúzias de parlamentares, isso sem contar as defecções oficiosas dentro do PSDB.
Ainda pior, a crise deu a oportunidade para muito deputado federal dizer que a crise criou problemas de "legitimidade" ou outra conversa qualquer para se livrar de um problema que era eleitoral.
Um terço da "base" do governo não queria votar a reforma da Previdência apenas por medo de não se reeleger.
Mas o governo espera fazer mais barulho otimista com PIBinho maior, com a mudança no BNDES e a queda de juros. Respira por aparelho e aparelhamento.  (Folhapress)

Pesquisa revela desconfiança com presidente
A rejeição à capacidade de o presidente Michel Temer conduzir as reformas da Previdência e trabalhista atingiu 92%, segundo pesquisa feita pela Ideia Inteligência com pouco mais de 5 mil pessoas em 69 cidades diferentes do país. Apenas 8% dos entrevistados entre 22 e 26 de maio acham que o presidente teria condições de continuar a agenda de reformas. A pesquisa verificou ainda que a maioria (58%) se opõe à reforma da Previdência, enquanto 42% entendem que ela deveria continuar mesmo sob outro presidente. O principal problema na reforma estaria no fato de os entrevistados não identificarem uma proposta que combata privilégios no sistema de seguridade social. Ao todo, 86% dos ouvidos apoiam um sistema de previdência igualitário sem diferenças ou benefícios entre grupos de trabalhadores e categorias - um cenário que não foi o obtido pela reforma dadas as concessões que foram feitas a diversos grupos de trabalhadores e servidores públicos durante a tramitação do texto no Congresso. Já com relação à reforma trabalhista 63% acham que ela deveria continuar contra 37% que entendem que deveria ser paralisada. Questionados se acreditam que dar a maior flexibilidade às relações de trabalho ajudaria à criação de empregos, 57% dos entrevistados concordaram. Outros 28% discordaram, enquanto 15% não souberam responder. A margem de erro da pesquisa é de 1,75 ponto para mais ou para menos. Ela será apresentada amanhã, em Washington, durante debate no Wilson Center. Na avaliação de Mauricio Moura, diretor da Ideia Inteligência, a pesquisa identificou tanto uma rejeição em relação a Temer, que é muito alta, quanto às reformas. "Não são todas as pessoas que apoiam as duas reformas", constatou. No caso da reforma da Previdência, haveria uma rejeição maior pelo fato de muitas pessoas entenderem que teriam que trabalhar mais para obter a aposentadoria. Outro aspecto negativo dessa reforma estaria no fato de ela ter sido apresentada mais como uma solução para um problema econômico do país - a crise fiscal - do que para resolver questões de concessão de privilégios. "Os defensores da reforma sustentam que ela tem que ser aprovada, senão o país irá quebrar. Mas, para uma grande parte da população, o discurso foi o de que as pessoas teriam que se sacrificar porque a classe política quebrou o país. Muitas pessoas até admitem o problema econômico, mas não se solidarizam", avaliou o diretor da Ideia. No caso da reforma trabalhista, Moura identificou uma divisão entre os entrevistados. Os trabalhadores que estão em situação de informalidade enxergam a reforma como algo positivo, pois daria a chance de eles serem regularizados e garantir direitos e benefícios. Mas quem está na formalidade acha que pode perder benefícios e se posiciona de maneira crítica à reforma. A pesquisa identificou ainda uma dessintonia entre as reformas propostas pelo governo e as que estariam na preferência da população. Ao todo, 35% entendem que a reforma política seria a mais urgente, enquanto 25% acham que a tributária seria a prioritária. No entanto, essas duas reformas não foram propostas pela Administração Temer. A reforma trabalhista foi vista como prioritária por 22%, enquanto apenas 18% consideram que a previdenciária seria a mais urgente. "A reforma política é a mais popular, mas é também a mais controversa e a mais improvável de acontecer", afirmou Moura. Por fim, 66% dos pesquisados entendem que resolver o problema de corrupção no país é mais importante do que melhorar as condições da economia. Apenas 12% discordaram dessa afirmação, enquanto 22% não responderam. Nesse ponto, a pesquisa mostrou que a corrupção é o principal fator a ser combatido no imaginário da população. A maioria das pessoas entende que os rombos nas contas dos governos são fruto da corrupção e pouco identificam outros fatores, como má gestão. Para elas, é essencial dar continuidade à Operação Lava-Jato, que a cada semana traz novas revelações sobre o envolvimento de dirigentes políticos com desvios e, com isso, acaba tornando ainda mais difícil a aprovação de reformas no Congresso.   (Juliano Basile - Valor Online)

É necessário manter o rumo no BNDES
Assumir a presidência do BNDES, única fonte de financiamento de longo prazo no país, não é tarefa fácil. E fica pior a depender da conjuntura política e econômica. Maria Silvia Bastos Marques, um dos nomes que respaldavam o governo Temer na área econômica, chegou ao cargo para herdar mais de década de experimentalismo heterodoxo dos governos Lula e Dilma.
O banco cumpriu diversos papéis, inclusive o de protagonista de operações de contabilidade criativa — devolvendo recursos de dívida pública recebidos do Tesouro como se fossem dividendos, para maquiar as contas primárias. Uma alquimia contábil. Além de ter sido o propulsor do projeto de inspiração geiselista de criação de “campeões nacionais” — grupos privados sustentados pelo BNDES/Tesouro, forjados à custa do contribuinte, para serem líderes na economia mundial. Foi um fracasso, como na era Geisel, com a diferença de que, desta vez, entraram no circuito o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça.
Diante do estado de ruínas em que foi deixado o banco pelo lulopetismo, parecia que o apoio à gestão de Maria Silvia seria consensual. Não foi, muito devido a pressões de empresários que, viciados no dinheiro subsidiado do banco, ficaram impacientes enquanto a presidente trabalhava na implementação de novas políticas.
Uma das mudanças, para desgosto da Fiesp, é a redução do subsídio no crédito, trabalho de que participa o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Com a elevação dos preços em velocidade reduzida, há rara oportunidade de se rever a TJLP (juros de longo prazo), para que caia a pressão fiscal sobre o Tesouro.
Bilhões do contribuinte são canalizados, por esta via, para empresas que têm condições de obter crédito a baixo custo no exterior. O subsídio ao crédito sem critérios equilibrados é, ao lado da Previdência do funcionalismo, outro mecanismo de concentração de renda no país. Mais ainda: prejudica o controle fiscal e também força o BC a pesar a mão na elevação dos juros básicos, porque a Selic não afeta metade do volume do total do crédito na economia, cujas taxas são irreais devido aos subsídios do Tesouro.
O sucessor de Maria Sílvia, Paulo Rabello de Castro, que sai do IBGE, propõe que se pratique o exercício do “desapego ao subsídio”, um sinal correto de que manterá esta preocupação da administração anterior. Outra boa sinalização é o próprio perfil do economista, sem qualquer ligação com as heterodoxias dos tempos do lulopetismo.
Ele também precisará resistir a lobbies de grupos empresariais viciados em viver sob a sombra do Tesouro. Um desses é o JBS, joia da coroa da equivocada política dos “campeões nacionais”. Cabe recordar que consta da gravação feita de Temer por Joesley Batista, do JBS, uma carga contra Maria Sílvia. Paulo Rabello também será testado por este lobby.
Ele herda, ainda, possíveis rebordosas decorrentes do avanço das investigações sobre como “campeões nacionais” pagaram propinas, eleitorais ou não, na forma de pedágio para ter acesso ao BNDES. Nesta hora, terá de valer menos o corporativismo dos servidores do banco do que o que estabelece a legislação anticorrupção.  (G1)

Risco político turva cenário do Copom
Cerca de 80% dos analistas econômicos preveem que, para evitar adicionar volatilidade num mercado já bastante instável, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá seguir o roteiro sinalizado e fazer um corte de um ponto percentual na taxa básica de juros, de 11,25% ao ano para 10,25% ao ano, em reunião que termina hoje. A aposta corrente é que o comunicado a ser divulgado logo após o encontro será bem neutro, também para evitar ruídos. Mas, dado o alto grau de incerteza política, será inevitável, em algum momento, o BC se pronunciar sobre a crise. Na verdade, o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, já começou a comunicar como a turbulência política poderá afetar as decisões de política monetária. Logo nos primeiros dias após a divulgação da delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, quando a cotação do dólar superou R$ 3,40, Ilan disse que o BC pretende continuar operando o arroz com feijão do sistema de metas de inflação, o que inclui usar a flexibilidade inerente a esse regime para acomodar o choque cambial provocado pelo escândalo. A crise política assusta pelo risco de faltar acordo para fazer o ajuste fiscal, tornando a dívida pública impagável e inviabilizando o regime de metas de inflação. O Brasil esteve bem perto disso na virada de 2015 para 2016, quando a inflação chegou a 10,7% e ganhou força entre os especialistas a tese de que a economia estaria vivendo sob dominância fiscal. BC indica que vai acomodar impacto primário do câmbio O diagnóstico do Banco Central, hoje, é que a credibilidade do regime de metas foi restabelecido, depois de o Copom ter mantido os juros mais altos em fins do ano passado para reancorar as expectativas de inflação. Nessas circunstâncias, a política monetária pode ser mais flexível para lidar com choques de oferta e para cuidar da fraca atividade econômica. Já às vésperas do Natal de 2016 o BC comunicou que estava confortável com o grau de ancoragem das expectativas de inflação e que estava pronto a acomodar os efeitos primários de um eventual choque de oferta negativo. Naquela época, o grande receio era uma alta do dólar ligada à política econômica de Trump. O que ocorreu, porém, foi a queda dos preços dos alimentos. A estratégia do BC foi tratar com simetria esse choque positivo. Ou seja, acomodar os seus efeitos primários, permitindo que a inflação caísse abaixo da meta, beneficiando-se apenas dos ganhos mais permanentes sobre as expectativas. Graças a esse comportamento, hoje são menores os riscos de o Copom ser considerado oportunista por acomodar os feitos primários do choque cambial provocado pela crise política. Com a taxa de câmbio oscilando entre R$ 3,25 e R$ 3,30, como ocorreu nos últimos dias, é bem provável que as projeções de inflação a serem apresentadas ao colegiado vão indicar o cumprimento das metas de 2017 e 2018. Como as expectativas seguem bem ancoradas e a atividade econômica se mostrou mais fraca ultimamente, haveria espaço até para cortes mais fortes do que o um ponto percentual esperado. Mas a aparente tranquilidade dessas projeções esconde os riscos que estão diante dos membros do Copom na reunião de hoje. Se o colegiado cortar os juros menos do que um ponto percentual, como creem menos de 20% dos analistas econômicos, será por causa dessas incertezas. Nos últimos dias, circularam rumores de que o Banco Central teria avisado que colocaria o pé no freio devido a perspectiva de o BNDES emprestar mais depois que a ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques foi substituída pelo economista Paulo Rabello de Castro. Mas o BC está em período de silêncio, e os boatos são atribuídos ao fogo amigo de setores do próprio governo. Nas suas reuniões, o comitê sempre outras projeções de inflação, com cenários econômicos alternativos. Hoje, essas projeções devem atribuir um risco bem maior de não aprovar a Reforma da Previdência do que o examinado na última reunião do Copom, de abril. Esses riscos podem até pesar menos nessa reunião, quando os juros estão bem altos, mas podem ser cruciais nos próximos encontros. Nos seus documentos oficiais, o BC já citou os possíveis desdobramentos de uma eventual frustração das reformas fiscais: a queda da inflação não se mostraria sustentável ao longo do tempo, a política monetária perderia eficácia e a taxa de juros estrutural da economia provavelmente não cairia dos altos níveis atuais. São fatores que, em tese, podem levar a um ritmo menor de queda dos juros ou um ciclo de distensão monetária menos ambicioso. O BC também já havia apontado o risco na tramitação da Reforma da Previdência como argumento para não cortar mais os juros em abril, quando já estavam presentes as condições para uma baixa de 1,25 ponto percentual. Naquele momento, porém, o Copom parecia tratar a não aprovação como um risco de cauda, ou seja, um evento difícil de ocorrer, mas com impactos potenciais grandes. A discussão entre os especialistas era sobre o grau de diluição do projeto enviado pelo governo. O bom cenário era aprovar mais de 70% da proposta original; se ficasse um pouco abaixo de 70%, daria para seguir tocando o barco; abaixo de 50% poderia ter impactos negativos no risco Brasil e inclusive na avaliação das agências de rating. Naquele período, o mercado ficou bastante volátil tentando ler como Copom iria avaliar cada passo na tramitação das reformas. Agora, com chances reais de a proposta do governo não passar, os impactos desse risco sobre os preços dos ativos tendem a ser maiores. Diante de tamanha incerteza, parece natural que o Banco Central venha a dizer de forma mais direta como o risco político afetará decisões futuras - se não no comunicado do Copom, que é mais sucinto, talvez na ata da reunião ou no Relatório de Inflação de junho. Desde que a equipe de Ilan assumiu, em meados do ano passado, é grande a expectativa de que o Copom passe a divulgar mais projeções de inflação, inclusive com cenários alternativos. Seria uma forma de o Banco Central ilustrar, com informações quantitativas, como diferentes cenários de encaminhamento das reformas afetariam as projeções de inflação e a possível trajetória da taxa básica de juros.    (Alex Ribeiro - Valor)

Processo de queda de juros deve continuar, dizem gestores
A continuidade do processo de queda de juros é o caminho mais provável, na avaliação do estrategista e diretor de renda fixa da J.P. Morgan Asset Management, Julio Callegari. Segundo o estrategista do J.P. Morgan, os elementos puramente econômicos para essa tendência estão todos dados - ociosidade, inflação baixa e compromisso do governo de não fazer "nenhuma atrocidade fiscal" no curto prazo. "Isso é avenida aberta para queda de juros. A única questão é o câmbio e temos o risco-país influenciando. O mercado está acompanhando as reformas e a qualquer momento pode ter nova desconfiança de que o prêmio de risco não ficará ancorado", disse Callegari ontem, no 19º Fórum de Investimentos, em São Paulo. Para Callegari, não é preciso um avanço muito grande nas reformas para seguir em uma tendência positiva. Segundo ele, se o Congresso tiver coordenação para aprovar a reforma trabalhista e pontos mais consensuais da reforma da Previdência - como idade mínima - e depois ajustar o resto por medidas provisórias, o Banco Central já avançará na queda dos juros. O estrategista afirmou ainda que o Brasil está preso na esperança de um ajuste reformista. "Essa é a história do Brasil. Aprovamos a PEC dos gastos e desde o início foi enfatizado pelo [ministro da Fazenda, Henrique] Meirelles que, sozinho, isso não resolve os problemas das contas públicas, já que a trajetória de crescimento dos gastos é tão alta que já iria estourar em 2019." Para Carlos José da Costa André, diretor-executivo de gestão de ativos da BB DTVM, a intensidade e a velocidade do corte dos juros ainda serão verificados, mas o ambiente continua caminhando para a queda das taxas. A tendência, segundo ele, se dá independentemente do aumento da incerteza no front político. O gestor traçou dois cenários - um mais positivo, com o avanço das reformas, e outro mais negativo. No positivo, a estratégia seria mais voltada para o mercado local, com alguma reação das "small caps" (companhias de menor porte), empresas do setor financeiro e de infraestrutura. Em renda fixa, as oportunidades estariam nas pontas mais longas tanto das NTN-Bs quanto dos pré-fixados. No crédito privado, considerando o cenário positivo visto até meados de maio, a recuperação do volume de emissões ainda não acompanhava os fluxos de entradas de recursos nos fundos voltados para crédito. No cenário mais desafiador, André disse que ainda vê alocações interessantes em ações, mas sobretudo posições mais defensivas, como empresas pagadoras de dividendos e exportadoras. Na renda fixa, o cenário levaria à alocação na parte mais curta da curva e o crédito privado precisaria ser reavaliado. Walter Maciel, executivo-chefe da AZ Quest, afirmou manter uma visão otimista de que a agenda de reforma vai ser seguida com manutenção ou não do governo Temer. "Continuamos vendo o cenário de longo prazo da mesma maneira, com necessidade do governo atrair investimentos. Isso implica reformas e um programa baseado em medidas econômicas mais liberais."  (Daniela Meibak - Valor Online)

Selic deve cair ao menor nível em mais de três anos
Duas semanas após o mercado brasileiro viver seu pior dia desde a crise global de 2008, o Banco Central deve anunciar no encontro do Copom que termina nesta quarta-feira o corte da taxa de juros para o menor nível desde janeiro de 2014.
Caso se confirme esta expectativa, compartilhada por nove entre 10 analistas pesquisados pela Bloomberg, o saldo ainda será positivo para o BC, que terá conseguido manter o ritmo de corte de 1 ponto percentual da Selic apesar da crise política gerada pela gravação das conversas entre o presidente Michel Temer e o empresário da JBS Joesley Batista.
A manutenção do corte de juros, permitida pelos índices baixos de inflação e atividade, não pode ser confundida com a ideia de que a crise política não afeta, ou afeta muito pouco, a economia.
O mercado chegou a prever que a Selic cairia a até 10% já neste Copom, mas passou a ver um corte menor, para 10,25%, com o receio de que a inesperada turbulência da última semana prejudique a aprovação das reformas.
Os investidores também consideraram que o BC passou a contar com um espaço menor para o corte total dos juros, diz a economista Solange Srour, da ARX Investimentos.
Ela reviu de 7,5% para 8,5% sua previsão para a Selic no final do ciclo de alívio monetário, diante da ameaça de o governo perder força para aprovar as mudanças constitucionais, sobretudo em relação à Previdência.
O próprio BC já afirmou que a taxa de equilíbrio da economia depende das reformas, o que significa que, sem mudanças que melhorem as contas públicas e aumentem a eficiência da economia, os juros não serão tão baixos quanto se pensava.
E a possibilidade de o Congresso aprovar uma reforma menos ambiciosa pode não ser a solução. “Uma reforma muito enfraquecida não terá o mesmo efeito para a taxa de juros”, diz a economista.
Diante do aumento da incerteza política, os economistas de instituições do mercado acreditam que o BC fará alterações no comunicado da decisão desta quarta, deixando claro que o espaço para o corte dos juros depende da perseverança do Congresso e do governo na trilha das reformas.
Os membros do Copom devem sinalizar no comunicado que os riscos aumentaram, diz Rodrigo Melo, economista-chefe da Icatu Vanguarda. “Eles precisarão reconhecer isso.”
“A chance de aprovação da Previdência na Câmara no primeiro semestre é pequena”, diz Leonardo França Costa, economista da consultoria Rosenberg. “O presidente parece ter 170 votos para sobreviver, mas não os 308 para passar a reforma.”
No curto prazo, a inflação sob controle e a atividade, que ganha viés adicional de queda com a crise política, mantêm o espaço para corte de juros. “BC deve manter projeções bastante favoráveis para a continuidade do ciclo”, diz Melo, da Icatu. (Agência Estado)

Mercado foca comunicado do Copom
O mercado financeiro chega à quarta-feira de decisão de política monetária do Copom com aposta majoritária em manutenção do ritmo de corte da taxa básica Selic em um ponto percentual. Confirmada essa velocidade, a Selic cairia a 10,25% ao ano, menor patamar desde janeiro de 2014. Mais até do que a magnitude do corte, porém, investidores vão se debruçar sobre o comunicado da decisão, em busca de indicações mais explícitas sobre como o Banco Central avalia o recrudescimento da crise política e seus impactos sobre a agenda econômica. Uma ideia do ajuste fino que o BC poderia fazer no comunicado de hoje pode ser extraída a partir de comunicações recentes de membros do Copom. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, por exemplo, rechaçou ideias que estabeleciam relação direta e mecânica dos eventos recentes com a política monetária - que, segundo Ilan, continuará focada em seus objetivos tradicionais. A citação pode ser interpretada como uma referência à inflação corrente e projeções para os preços no horizonte relevante, que atualmente inclui 2017 e, com importância crescente, 2018. Essas avaliações reforçam a expectativa de que o Copom justifique um provável corte de um ponto da Selic com base em leituras benignas de inflação, em parte sustentadas pela atividade ainda longe de alguma robustez. A baixa temperatura da economia sinaliza que o desemprego continuará elevado, cenário que pressiona a renda e vai de encontro a pressões inflacionárias. A crise política pode arreferecer a velocidade dos cortes, mas dificilmente impedi-los. Para o Itaú Unibanco, o Copom indicará que a extensão do ciclo de flexibilização monetária e "ajustes" no ritmo de alívio dependerão das projeções e expectativas de inflação e de fatores de riscos associados ao cenário, inclusive não econômicos. "Com isso, o Comitê deve deixar em aberto as perspectivas quanto aos próximos passos da política monetária neste momento de alta incerteza", afirma Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú e ex-diretor do Banco Central. Embora acredite em corte de um ponto percentual hoje, Mesquita ressalva que o risco de desaceleração do ciclo de queda dos juros supera o de nova aceleração. Mais recentemente, dois importantes indicadores acalmaram os ânimos de quem temia repercussões negativas da crise política aos preços. O IPCA-15 desacelerou a alta em 12 meses para 3,77%, menor taxa em dez anos. E o IGP-M - índice bastante sensível às variações da taxa cambial - caiu 0,93% em maio sobre abril, queda mais forte que a esperada e a menor taxa de toda a série histórica do indicador. Mesmo do lado das expectativas, o ajuste foi bastante moderado. Com cada vez mais importância nos debates sobre política monetária, a expectativa para a inflação de 2018 segue ancorada. O mercado prevê que o IPCA feche o próximo ano com alta de 4,40%, apenas 5 pontos-base acima da estimativa do começo deste mês e ainda abaixo do centro da meta, de 4,50%. O Nomura diz que monitorará no comunicado do Copom referências sobretudo a uma "potencial" piora da atividade e ao debate em torno do juro estrutural. Para o banco japonês, uma aceleração da queda do juro para além de um ponto exigiria que o BC trabalhasse com uma estimativa de Selic terminal "significativamente mais baixa". "Mas esse cenário só parece possível com uma rápida melhora da situação política e da perspectiva para a reforma da Previdência", afirma João Pedro Ribeiro, estrategista do Nomura. Na avaliação de Matheus Gallina, da gestora Quantitas, o comunicado do Copom não vai ignorar a crise política, mas evitará peso substancial ao tema. "Se for muito agressivo na comunicação, fica uma mensagem 'hawk' [inclinada a aperto monetário] demais", afirma Gallina. Na curva de juros da B3, o mercado chega ao começo dos negócios desta quarta-feira com 77% de probabilidade de corte de 1 ponto percentual da meta Selic. O contrato de DI de julho de 2017 - que reflete apostas para a reunião do Copom desta quarta - caiu ontem a 10,26%, ante 10,292% no ajuste anterior. Já o dólar teve mais um dia de pequenas oscilações e, no fechamento, recuava 0,22%, a R$ 3,2616.  (Lucas Hirata e José de Castro - Valor Online)

Inflação, incerteza e Copom
Recuo da inflação e aumento da incerteza, segundo indicadores da FGV, compõem cenário de luz e sombra para o CopomO Estado de S.Paulo
Recuo da inflação e aumento da incerteza compõem o cenário de luz e sombra desenhado por dois indicadores divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ontem, poucas horas antes de começar mais uma reunião do grupo responsável pela fixação dos juros básicos. A decisão sobre a taxa básica deve ser anunciada hoje no começo da noite, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central terminar o ritual celebrado a cada mês e meio. O trabalho é realizado em dois dias. O primeiro se destina ao exame dos indicadores atualizados e das perspectivas da economia. No segundo ocorre a deliberação sobre os juros e, se for o caso, sobre outras condições do crédito. O objetivo principal é o controle da inflação, atribuição mais importante da autoridade monetária, mas outras preocupações, como a geração de empregos, também podem pesar na condução da política.
Os dois levantamentos publicados ontem de manhã pela FGV são partes do conjunto de referências do Copom. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGPM) confirma o recuo da inflação observado a partir do segundo semestre do ano passado. Esse índice, medido entre os dias 21 de um mês e 20 do mês seguinte, diminuiu 0,93% em maio e aumentou apenas 1,57% em 12 meses.
Essa evolução benigna vem sendo garantida principalmente por seu componente mais importante, o conjunto dos preços por atacado, com peso de 60% na formação do número global. Esse indicador baixou 1,56% no mês, 2,89% no ano e 0,15% em 12 meses, graças, essencialmente, à moderação dos preços agropecuários.
Os preços ao consumidor, com peso de 30% no conjunto, subiram 0,29% em maio, 2,05% no ano e 3,91% em 12 meses. No prazo mais longo, foi uma evolução pouco mais favorável que a do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência da política monetária. Nos 12 meses terminados em abril, o IPCA aumentou 4,08% e ficou abaixo da meta anual de 4,5%.
Os números da inflação seriam mais um estímulo para um avanço no programa de redução dos juros, se os membros do Copom só considerassem esse grupo de informações. Poderiam arriscar-se a um pouco mais de ousadia, podando 1,25 ponto porcentual, em vez de 1 ponto. Mas a evolução recente e as perspectivas dos preços no curto prazo são apenas parte das informações levadas em conta.
Outros dados, como a conjuntura internacional, as condições do financiamento externo e do câmbio, o cenário do mercado de empregos e o ritmo da demanda interna também são insumos para a deliberação. Os fatores de insegurança podem ser especialmente importantes em alguns momentos, e esta é certamente uma dessas ocasiões.
O Indicador de Incerteza da Economia Brasil (IIE-Br), produzido pela FGV, retrata com números o cenário de insegurança, agravado a partir da semana passada. Um salto de 9,3 pontos em maio, para 128,1 pontos, interrompeu a tendência de queda observada nos últimos meses. De janeiro a abril o índice havia baixado de 136,4 pontos para 118,8, com apenas um repique para 122,7 pontos em março. Pode-se creditar o novo aumento “quase totalmente à crise política deflagrada pela divulgação da gravação de conversa do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista”, disse o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
A expressão “quase totalmente” é uma demonstração de cautela, mas outros fatores, como as dificuldades de negociação das reformas, ficaram mais complicados a partir das novas pressões contra o presidente da República. Falou-se nos últimos dias, por exemplo, sobre a dificuldade de aprovação, a curto prazo, de algo mais que o limite de idade, no caso da reforma da Previdência.
Pode haver um componente especulativo nesse comentário, mas o surgimento de condições favoráveis a esse tipo de especulação já é um importante dado negativo. Perspectivas de ajuste fiscal e de reformas, hoje mais incertas, têm sido itens essenciais para as deliberações do Copom.  (O Estado de S.Paulo)

Economia Global
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BID:  'Os olhos da AL estão em cima do Brasil'
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luís Alberto Moreno, fez um discurso realista sobre a situação política do Brasil nesta terça-feira no Fórum Investidores Brasil 2017, em São Paulo. O pronunciamento destoou de todos os demais na abertura do encontro. Aos investidores estrangeiros, Moreno disse, sem rodeios, que o Brasil passa por uma das maiores crises políticas de sua história, que são muitas as "más notícias" levadas ao mundo e que há um "bombardeio diário de pessimismo". Ao final, ele deixou uma palavra de esperança de superação da crise. “Essa crise não fará bem apenas ao Brasil, mas a toda América Latina. Como todos sabemos o combate à corrupção nos governos são processos lentos e dolorosos. Os cidadãos brasileiros compartilham dessa mesma preocupação e, apesar dos custos, querem que as investigações cheguem até as últimas consequências, e, como nunca na nossa região, os responsáveis estão pagando. Por isso que posso assegurar que os olhos da América Latina estão em cima do Brasil. Ele sempre foi um exemplo para a nossa região e hoje está perto de criar um novo paradigma de probidade e respeito pela lei”, afirmou o dirigente do BID. Moreno usou a crise vivida por seu país, a Colômbia, ao enfrentar as Farc e restabelecer a confiança nas instituições para transmitir uma mensagem de otimismo de que o Brasil encontrará um caminho. “Li em uma coluna que no Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa. Esse pessimismo é compreensível porque todos sabemos que o Brasil atravessa um momento muito difícil. Mas hoje venho aqui oferecer uma perspectiva diferente. Meu país passou por algo terrível, ataques guerrilheiros e pouco a pouco o governo foi perdendo o controle de parte de seu território. Nos restavam duas opções: iniciávamos uma batalha contra a guerrilha ou nos resignávamos a ser um estado falido. Optamos por recuperar nosso país. Nos custou muito sangue, mas vencemos. Ainda há muitos problemas, mas vamos adiante graças ao compromisso de milhões de cidadãos. É por isso que eu me pergunto: se conseguimos êxito na Colômbia como não vamos conseguir no Brasil? O Brasil é um país que tem tudo”, disse. O presidente do BID defendeu a realização das reformas que o governo Michel Temer vem tentando aprovar no Congresso, como a trabalhista e previdenciária. Se conseguir êxito, disse ele, o Brasil terá feito mudanças "que muitos países ricos ainda não encararam". “Não sei quando vai concluir, mas tenho certeza de que o Brasil sairá fortalecido e os brasileiros vão recuperar a confiança em suas instituições. Um país que sai da crise econômica sendo a nona maior economia do mundo, com um PIB maior do que o da Austrália, com inflação de apenas um dígito e a maior classe média da America Latina é um país que tem tudo para triunfar.” Moreno foi o único estrangeiro a discursar na cerimônia de abertura do fórum na manhã desta terça-feira. Depois dele falaram o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), os presidentes da Câmara e Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), respectivamente, e o presidente Michel Temer (PMDB). Todos eles evitaram abordar o impasse político que vive o Brasil em seus discursos aos investidores, em sua maioria estrangeiros. O foco desses pronunciamentos foi o esforço do governo para recuperar a economia e realizar reformas estruturais como a trabalhista e da Previdência.   (G1)

Mercado Financeiro
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Bolsa sobe e dólar tem queda
Bolsa sobe 0,3% e dólar recua para R$ 3,26 com cenário político no radar
Um dia após o feriado que deixou fechados os mercados acionários americanos, a Bolsa brasileira e o dólar tiveram pouca variação nesta terça-feira (30), enquanto a indefinição que marca o cenário político continua dando pouca margem de segurança para os investidores.
O Ibovespa, índice que reúne as principais ações negociadas na Bolsa brasileira, fechou em alta de 0,32%, para 63.962 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 5,32 bilhões, abaixo da média diária do ano, que é de R$ 8,38 bilhões.
O dólar também teve pouca oscilação neste pregão. O dólar comercial recuou 0,18%, para R$ 3,264. O dólar à vista teve leve alta de 0,02%, para R$ 3,268.
Para analistas do mercado, as incertezas envolvendo o governo dificultam que o investidor tome alguma decisão com clareza.
"A notícia mais relevante para definir o que vai acontecer daqui para a frente é o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Isso vai determinar se o presidente Michel Temer tem governabilidade ou não", afirma Samuel Torres, analista de investimentos da corretora Spinelli.
Enquanto isso não ocorre, o mercado observa a votação de reformas importantes, como a trabalhista. Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), levantou a possibilidade de a Casa acelerar a votação da reforma trabalhista, sem que o texto seja analisado por ao menos três comissões, como inicialmente planejando por ele.
Um acordo entre entre governistas e oposição, porém, adiou para a próxima terça-feira (6) a primeira das quatro votações previstas para a reforma trabalhista no Senado. É o mesmo dia para o qual está marcado o início do julgamento da chapa Dilma-Temer. Há indicações de que o presidente pedirá vistas do processo no Tribunal, alongando uma solução para o impasse político.
AÇÕES
A alta do Ibovespa foi sustentada pelas ações do setor financeiro e pelos papéis da Vale, que têm maior peso no índice. As ações da Petrobras, por outro lado, encerraram a sessão em baixa.
As ações do Itaú Unibanco fecharam em leve alta de 0,31%. Os papéis preferenciais do Bradesco subiram 1,59% e os ordinários avançaram 1,69%. As ações do Banco do Brasil se valorizaram 1,19%, e as units —conjunto de ações— do Santander Brasil subiram 0,82%.
As ações mais negociadas da mineradora Vale subiram 1,54%, para R$ 27,04. Os papéis que dão direito a voto tiveram valorização de 1,92%, para R$ 28,60.
No caso da Petrobras, a queda das ações acompanhou a desvalorização dos preços do petróleo no exterior. As ações mais negociadas da estatal caíram 1,55%, para R$ 13,36. As ações com direito a voto perderam 1,32%, para R$ 14,17.
As ações da JBS, no centro de um acordo de delação premiada que afetou o governo Temer, lideraram a queda do Ibovespa, com recuo de 3,90%.
JUROS
Um dia antes do fim da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), os principais contratos de juros futuros fecharam sem um sinal definido. Os contratos mais negociados, de julho deste ano, recuaram de 10,292% para 10,265%.
Os contratos com vencimento em janeiro de 2018 subiram de 9,265% para 9,315%.
De acordo com economistas e analistas consultados pela agência internacional Bloomberg, a taxa básica Selic deve ser reduzida de 11,25% ao ano para 10,25% ao ano.
O CDS (credit default swap), indicador de risco de um país, recuou 0,41%, para 237,2 pontos.
No mercado cambial, o Banco Central fez o último leilão de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolar os contratos que vencem em junho. Foram vendidos 8.700 contratos, somando US$ 4,435 bilhões.
Em julho, vencem o equivalente a US$ 6,939 bilhões em swap cambial tradicional. O BC tem um estoque total de swaps de quase US$ 28 bilhões  (Folhapress)

Dólar termina com leve baixa ante real
O dólar encerrou a terça-feira com leve baixa ante o real, marcando o oitavo dia seguido "preso" no intervalo de 3,25 e 3,30 reais com os investidores atentos à cena política após a crise que atingiu o governo do presidente Michel Temer.
O dólar recuou 0,23 por cento, a 3,2621 reais na venda, depois de chegar a 3,2726 reais na máxima do dia e a 3,2554 reais na mínima. O dólar futuro tinha leve alta de 0,10 por cento.
"O pior cenário é o presidente ficar sangrando no cargo", destacou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.
Temer é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes, entre outros, de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F. Muitos no mercado acreditam que ele não vai continuar na Presidência, mas acreditam ao mesmo tempo que quem o substituir vai continuar com a agenda de reformas.
Por isso, o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer para as eleições de 2014, marcado para iniciar no próximo dia 6, está no centro das atenções dos investidores.
Enquanto isso, o governo se esforça para tentar dar continuidade às reformas. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Casa vai retomar em poucas semanas discussão da reforma da Previdência.
Por outro lado, a expectativa de que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado votaria o parecer da reforma trabalhista ainda nesta sessão foi frustrada. A votação deve ficar para a próxima semana.
Já a votação em plenário deve acontecer em meados de junho, informou o relator da reforma trabalhista no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES).
"A votação (da reforma trabalhista) com um resultado substancial para o governo poderia melhorar o sentimento em relação à (reforma) da Previdência", avaliou um operador de uma corretora local.
O Banco Central fez nesta sessão o último leilão de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--, para rolar os contratos que vencem em junho. Vendeu a totalidade dos 8,7 mil contratos ofertados, somando os 4,435 bilhões do vencimento.
Em julho, vencem o equivalente a 6,939 bilhões de dólares em swap cambial tradicional. O estoque total de swaps hoje está em quase 28 bilhões de dólares.  (Agência Estado)

Gestão, Produtos e Serviços
Mestra

UniAbrapp: Riscos
Estão abertas as inscrições para o terceiro nível da Trilha de Gestão de Riscos, “Análises, Processos Decisórios e a Continuidade do Negócio” o qual será ministrado nos dias 08 e 09 de Junho, em São Paulo, pelo Especialista da UniAbrapp Antônio Carlos Bastos d’Almeida. Os participantes terão acesso ao uso de técnicas avançadas de análise e mitigação de risco de crédito, mercado, liquidez, atuarial, operacional e legal; a preservação da continuidade dos negócios; o estado de solvência dos planos de benefícios; a mudança do foco da gestão de risco em função da adoção de gestão terceirizada das carteiras de investimentos; a montagem de modelos de análise de performance de gestores para processos de seleção e/ou manutenção de fundos de investimentos; e as reflexões acerca dos efeitos do apreçamento de ativos e passivos – seus riscos e seus resultados a curto e longo prazos. O curso pontua 16 horas no Programa de Educação Continuada do ICSS (PEC).
Confira a programação completa em:
http://www.uniabrapp.org.br/risc_estrategia.htm  (Diário dos Fundos de PEnsão-30.05)

Destaque do Segmento de Saúde
Scam

ISS de Planos de Saúde: Congresso derruba veto de Temer
Congresso derruba veto sobre distribuição de recursos do ISS para todos os municípios.
Num momento de desgaste político, o governo e o Congresso fizeram um acordo e derrubaram nesta terça-feira o veto presidencial à proposta que transfere a cobrança do ISS para os municípios de domicílio dos clientes de cartões de créditos e débito, leasing e de planos de saúde. Até agora, os recursos ficavam no município do estabelecimento do prestador do serviço, ou seja, concentrava as verba em apenas algumas cidades. O acordo foi fechado pelo presidente Michel Temer e os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). A redistribuição do ISS para todos os municípios deve gerar uma arrecadação de R$ 6 bilhões às prefeituras.
Essa é mais uma tentativa de Temer de aprovar medidas da área econômica e para tentar mostrar que a economia não está parada por causa da crise política.
Na prática, Temer teve que recuar, porque ele mesmo vetou a proposta ao sancionar a chamada Lei da Reforma do Imposto Sobre Qualquer Natureza (ISS), que é cobrados pelas prefeituras. Na época, o governo vetou a mudança de local da cobrança alegando problemas técnicos. Nos bastidores, havia uma reação de São Paulo, que terá perda de receita de várias cidades onde funcionam as grandes prestadoras de serviços. Mas agora, fragilizado, Temer acena com bondades para os prefeitos e governadores.
Pelo acordo, o veto foi derrubado no Senado por 49 votos a um. Na Câmara, o veto foi rejeitado por 371 votos a seis. O senador José Maranhão (PMDB-PB ) ressaltou que votou errado, porque queria votar pela derrubada e votou de forma oposta. Pelas regras, um veto precisa ser votado separadamente pela Câmara e pelo Senado.
No início da noite, o Palácio do Planalto divulgou nota confirmando o acordo: "O Governo Federal, em face de reivindicação dos municípios brasileiros, concorda com a derrubada pelo Congresso Nacional do veto de nº 52 de 2016, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), alteração na Lei Complementar nº 116. Ao mesmo tempo, o Poder Executivo pretende estabelecer a seguir, em sendo confirmada a derrubada do veto, medida normativa que permita a operacionalização de que dispõe o referido projeto, afim de não causar nenhum problema ao bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional".
No início da sessão, o senador Eunício de Oliveira confirmou que conversou com o próprio Temer para fechar o acordo.
— O presidente Temer conversou com os presidentes do Senado e da Câmara e arguiu (concordou) com a revisão do veto — disse Eunício.
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) defendeu a derrubada do veto.
— Vamos derrubar o veto, porque os municípios estão sendo lesados com a concentração (da cobrança) em alguns municípios — disse Rubens Bueno. (G1)

FenaSaúde: Workshop sobre Análise de Impacto Regulatório
Inscrições podem ser feitas até hoje, 31 de maio
A teoria econômica mostra que existem falhas de mercado que reduzem a eficiência e o bem estar no setor da Saúde Suplementar. Falhas, essas, associadas a problemas de assimetria de informação.
A principal ferramenta a disposição das sociedades para tentar corrigir e atenuar tais falhas é a regulação. No entanto, a própria regulação implica em custos e benefícios que precisam ser medidos e ponderados.
No países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a principal ferramenta para a tomada de decisão a respeito dos normativos regulatórios é a “Análise de Impacto Regulatório” (AIR).
Esta é uma discussão que está avançando no Brasil, inclusive no âmbito da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), uma vez que a ferramenta está prevista no Guia Técnico de Boas Práticas Regulatórias da Agência.
Com o objetivo de colocar esse tema em debate, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), realiza, o Workshop “Análise de Impacto Regulatório” no dia 1º de junho, no Rio de Janeiro, onde estarão presentes Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde; Marcio Serôa de Araujo Coriolano; presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg); e Leandro Fonseca da Silva, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Entre os temas que estarão em debate estão: Custos de Regulação e Desafios Regulatórios no Brasil e a nova lei das Agências, entre outros. Na oportunidade será lançada a publicação “Por Dentro da Regulação”, elaborada pela equipe de especialistas da FenaSaúde, se propõe a trazer as principais mudanças regulatórias do setor e fazer uma avaliação objetiva é ágil das novas normas.
Inscrições através do link
http://pvista.proevento.com.br/cnseg/shop/?cod_evento=116  (FenaSaúde)


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