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razão do feriado desta quinta-feira (31)
NÃO
operamos na sexta-feira, dia 1° de junho
Petros
e Funcef avançam na melhoria da governança, integridade e
controle de riscos
Os
programas de aperfeiçoamento da governança e de integridade
estão avançando a passos largos no sistema de Previdência
Complementar Fechado. Os exemplos são inúmeros, começando
pela Previ, que tem demonstrado as vantagens de implantação
de um forte Programa de Integridade nos últimos anos, e que tem
se transformado em um modelo a ser seguido (clique aqui para ler matéria).
Entre as maiores entidades, Petros e Funcef também estão
investindo amplamente em iniciativas de melhoria da governança e
de controle de riscos.
“A
Petros realizou uma profunda mudança para aprimorar suas práticas
de governança corporativa, fortalecer a gestão de investimentos,
reforçar os controles internos e aumentar a transparência”,
diz Walter Mendes, Diretor Presidente da Petros, em referência ao
trabalho realizado desde que assumiu o comando da entidade em agosto de
2016. A Petros adotou um amplo Programa de Integridade, que reúne
um conjunto de políticas e medidas para proteger sua gestão
de práticas ilícitas e irregularidades que possam colocar
em risco o patrimônio dos participantes.
Nesse
contexto, foi revisto o Código de Condutas Éticas e criado
um Canal de Denúncia independente e uma Política de Conflito
de Interesses. Além disso, foi lançado o Manual de Alçadas
e Competências, que, ao classificar com clareza e transparência
os responsáveis pela tomada de decisão nos diversos níveis
hierárquicos, garante o compliance e reduz os custos de sua aplicação.
“Com o objetivo de diminuir os riscos em questões envolvendo valores,
o manual estipula os envolvidos no processo de tomada de decisão,
compartilhando responsabilidades”, diz Mendes.
Especificamente
na área de investimentos, foi realizado um amplo trabalho de revisão
de normativos e procedimentos para tornar mais robustos e transparentes
os processos de investimento e desinvestimento. Simultaneamente, foram
implementadas ferramentas para controles de risco, estabelecendo parâmetros
de acordo com o perfil de cada plano.
“Avançamos
em muitos aspectos, reformulamos os regimentos da Diretoria Executiva,
do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal, e criamos um Manual de Alçadas
e Competências que não existia”, explica Sandra Regina de
Oliveira, Gerente Executiva de Riscos, Controles Internos e Conformidade
da Petros. A profissional falou sobre o tema da governança das entidades
fechadas no 20º Fórum de Investimentos, realizado pela LUZ
Soluções Financeiras, que ocorreu na quinta-feira passada,
24 de maio, em São Paulo.
A
Gerente da Petros explica ainda que o programa de integridade envolve a
entidade como um todo, desde a Alta Direção, passando por
todas as áreas e colaboradores. “Com o total apoio da direção
da entidade, investimos fortemente na implantação do programa
de integridade a partir do ano passado”, lembra Sandra Regina.
Riscos
adequados
A
Funcef também apresenta avanços importantes no aperfeiçoamento
da governança. “Em um cenário mais desafiador como o atual,
estamos nos esforçando para fortalecer a gestão baseada no
controle de riscos dos investimentos”, diz Carlos Vieira, Diretor Presidente
da Funcef. O dirigente explica que tem adotado uma estrutura de discussão
mais verticalizada, que envolveu a criação de um grupo multidisciplinar
de análise de investimentos. Vieira diz ainda que todo o trabalho
de análise das alocações utiliza mecanismos de linhas
de defesa para reforçar a blindagem da entidade.
Um
dos pontos centrais da governança dos investimentos é a análise
de riscos alinhada com os passivos dos planos. “O mais importante na estrutura
de governança de uma entidade fechada é o alinhamento de
objetivos, para trabalhar na direção de alcançar o
objetivo principal que é o pagamento dos benefícios aos participantes”,
explica Paulo Cesar Werneck, Diretor de Investimentos da Funcef, que também
realizou apresentação no 20º Fórum de Investimentos.
O
Diretor comenta que a Funcef tem realizado a gestão dos ativos de
forma a não correr riscos que não são inerentes ao
foco principal da entidade, como por exemplo, ao realizar a gestão
de empresas. “Não tem nada a ver com nosso foco principal, não
somos uma asset management, não somos um hedge fund nem corporate
banking. Somos administradores de planos de previdência, para isso
temos de buscar alocações com um risco adequado para garantir
o cumprimento com o pagamento dos benefícios”, diz Werneck.
(Acontece-29.05)
Previ:
Tempo, contribuição e rentabilidade
Benefício
Previ depende desse tripé e participante pode atuar sobre cada elemento.
Esta
é a quinta matéria sobre temas que interferem diretamente
no valor do benefício do Previ Futuro. Falaremos agora do tripé
tempo-contribuição-rentabilidade, que reúne os três
elementos fundamentais na formação do saldo de conta. E quanto
mais de cada um, melhor.
Lembramos
que você concorre a brindes se responder corretamente a todos os
desafios. Participe!
Ver
matéria completa aatravés do link
http://www.previ.com.br/menu-auxiliar/noticias-e-publicacoes/noticias/detalhes-da-noticia/tempo-contribuicao-e-rentabilidade-1.htm
(Previ/AssPreviSite)
Economus:
Pesquisa de Satisfação
Para
ouvir as opiniões dos participantes e beneficiários quanto
aos serviços prestados pelo Economus, foi realizada, entre os meses
de março e abril, uma pesquisa de satisfação. As entrevistas
foram realizadas por telefone e envolveu a participação de
607 pessoas selecionadas aleatoriamente e que representam estatisticamente
o público do Economus: participantes na ativa, aposentados e pensionistas,
residentes na capital e interior.
Ver
matéria completa através do link
http://www.economus.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
(Economus/AssPreviSite)
Forluz:
Encontro de assistidos debate projeto de vida na aposentadoria
Informações
sobre a situação dos planos previdenciários administrados
pela Forluz e reflexões sobre a construção de um projeto
de vida na aposentadoria: estes foram os temas apresentados no Encontro
de Assistidos da Fundação, realizado na segunda-feira (28/05).
O evento aconteceu no Edifício Amadeus, em Belo Horizonte, e contou
com cerca de 70 pessoas.
O
presidente da Fundação, José Ribeiro Pena Neto, destacou
os bons resultados dos investimentos em 2017, que superaram a Rentabilidade
Mínima Atuarial – RMA. Ele ainda exibiu as estatísticas apuradas
entre 1998 e 2017, comprovando o bom desempenho da Entidade no longo prazo.
José
Ribeiro explicou ainda a proposta feita pela Forluz à Cemig para
o equacionamento do déficit do Plano A. O plano prevê o pagamento
total de R$ 701 milhões até 2031. "É uma solução
mais prática e que foi vista com bons olhos pela Diretoria da Patrocinadora.
Caso optássemos por equacionar somente o mínimo, teríamos
que, de tempos em tempos, fazer um novo levantamento e nos reunirmos com
a Cemig para aprovação", afirmou.
O
presidente ainda detalhou as mudanças de regulamento que foram aprovadas
para o Plano B no último dia 7 de março e concluiu a apresentação
com as conquistas mais recentes da Forluz. Entre elas, ele pontuou especialmente
a reversão dos resultados negativos do Hospital Lifecenter, conferência
de 100% dos saldos de contas dos participantes ativos e assistidos desde
1997, não tendo sido encontrada nenhuma diferença, e a primarização
da Central de Atendimento, que agora funciona com equipe própria,
na sede da Entidade.
Para
conferir a apresentação feita pelo presidente José
Ribeiro, clique aqui.
Projeto
de vida
Inicialmente,
a programação teria o médico geriatra Marcos Cabrera.
No entanto, em função de transtornos de deslocamento causados
pela falta de combustível no País, o palestrante não
pôde comparecer. Sendo assim, a segunda apresentação
do evento ficou por conta da terapeuta ocupacional, Cecília Xavier.
Cecília
subiu ao palco logo após o coffee break e propôs ao público
um debate sobre qualidade de vida na aposentadoria. Ela frisou que buscar
opções para preencher o próprio tempo é fundamental
para manter-se na ativa. "O trabalho é somente uma das formas de
ocupar o dia. Não é porque você parou de trabalhar
que a vida acabou. Procure, acima de tudo, fazer o que gosta, o que te
dá prazer".
Dedicar-se
a um trabalho voluntário, cuidar da própria saúde,
ter momentos de relaxamento com a família e os amigos, estudar ou
mesmo encontrar um novo caminho para a profissão foram algumas das
medidas citadas pela palestrante para a elaboração de uma
rotina saudável e proveitosa. (Forluz)AssPreviSite)
ASCPrev
cria comissão técnica atuarial
A
Associação Catarinense das Entidades de Previdência
Complementar (ASCPrev) criou uma comissão técnica atuarial
que está sendo formada por representantes das associadas. Hoje,
a ASCPrev conta com 14 fundos de pensão membros. São eles
BRF Previdência, CasaPrev, Celos, DatusPrev, Elos, Fumpresc, Fusesc,
OABPrev-SC, PrevUnisul, Previg, Previsc, Quanta Previdência, SCPrev
e Sul Previdência.
De
acordo com comunicado da associação, os representantes da
comissão técnica devem pertencer à área atuarial
de cada entidade. Além disso, a comissão terá um regimento
interno que sistematizará a composição, a competência
e o funcionamento da mesma. (Agência Investidor Online)
Funpresp-Exe:
Comissão autoriza Fundação a administrar previdência
de estados e municípios
A
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos
Deputados aprovou nesta quarta-feira (23) o Projeto de Lei 6088/16, do
Executivo, que autoriza o fundo de pensão dos servidores públicos
do governo federal (Funpresp-Exe) a administrar planos previdenciários
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
O
projeto recebeu parecer favorável do deputado Darcísio Perondi
(MDB-RS), que acolheu, com ajustes, a versão aprovada no ano passado
na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço
Público. Esta versão, entre outras mudanças, abriu
a possibilidade da Funpresp-Exe administrar planos previdenciários
de empresas estatais federais.
A
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público
Federal (Funpresp) foi criada pela Lei 12.618/12. A norma determinou a
instituição de três fundos para administrar os planos
de benefícios dos servidores federais: Funpresp-Exe (Poder Executivo),
Funpresp-Jud (Poder Judiciário e Ministério Público
da União) e Funpresp-Leg (Poder Legislativo), sendo que este último
aderiu ao fundo de pensão do governo federal. Atualmente, a Funpresp-Exe
administra planos de benefício de 58 mil servidores.
Incentivo
Com
o PL 6088/16, o governo quer incentivar a adesão dos entes federados
ao sistema de previdência complementar do serviço público.
Nesse modelo, os servidores contribuem para o Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) e podem participar de um fundo de previdência complementar
para aumentar o valor da aposentadoria. A iniciativa do governo tem uma
preocupação fiscal: o sistema previdenciário dos estados
acumula um deficit anual superior a R$ 80 bilhões, segundo a Secretaria
do Tesouro Nacional, e responde por parte da crise financeira dos entes
federados.
Darcísio
Perondi explicou que somente sete estados brasileiros – São Paulo,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul – possuem regimes complementares em funcionamento.
Os demais ou não possuem ou ainda estão em fase de implantação.
No caso dos municípios, não há nenhum fundo de pensão
já instituído.
“A
verdade é que, para alguns estados e para a maioria dos municípios
brasileiros, o diminuto número de novos servidores inviabiliza a
instituição do regime complementar. Além disso, em
muitos casos os salários pagos aos agentes públicos não
ultrapassam do teto do RGPS”, disse Perondi.
A
adesão dos entes federados à Funpresp, segundo o relator,
poderá dar a escala necessária para o surgimento de um grande
fundo de pensão brasileiro, com custos menores de administração
para todos os patrocinadores (estados e municípios). “Essa providência,
certamente, permitirá a diminuição dos custos operacionais,
a formação de escala suficiente e, portanto, a viabilização
da instituição de planos previdenciários para os servidores
dos entes subnacionais”, afirmou Perondi.
Adesão
Pelo
texto aprovado, a Funpresp poderá administrar planos previdenciários
dos três poderes estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário),
além do Ministério Público Estadual, Defensoria Pública,
Tribunal de Contas local, autarquias e fundações. No plano
municipal, poderá gerir plano da prefeitura, Câmara de Vereadores,
autarquias e fundações. A adesão será dará
por meio de lei estadual ou municipal. O texto original do governo previa
a adesão por meio de convênio.
Cada
plano de benefícios previdenciários que for instituído
após a adesão terá seu próprio cadastro de
pessoa jurídica (CNPJ), com patrimônio segregado e sem solidariedade
entre os demais planos de previdência complementar administrados
pela Funpresp. Deste modo, problemas de caixa de um plano não contaminam
os demais.
Os
órgãos dos entes federados ficarão responsáveis
pelo desconto da contribuição do servidor e repasse das contribuições
do empregador. A proposta traz regras para punir a inadimplência
de estados ou municípios, que ficarão proibidos de contratar
empréstimos e terão suspensos os repasses de dinheiro federal
de transferências voluntárias.
Viabilidade
A
criação de um plano de benefícios levará em
conta o número de participantes, o valor esperado das contribuições
e as despesas da Funpresp, responsável pela gestão. Se não
for econômica e atuarialmente viável criar um plano para um
município, por exemplo, o projeto permite a adesão a planos
multipatrocinados, que unem Poderes ou órgãos de diferentes
entes da federação em um só plano de previdência
complementar. O texto aprovado estabelece ainda que cada ente da federação
terá que fazer um aporte inicial para antecipação
de despesas futuras dos planos de previdência. O aporte será
de no mínimo R$ 3 milhões.
A
participação na Funpresp será obrigatória para
os novos servidores estaduais e municipais, após a instituição
dos planos específicos. Em relação aos servidores
que já estiverem em exercício, a adesão à Funpresp
será contada a partir da data da publicação, pelo
órgão fiscalizador, da autorização de aplicação
dos regulamentos dos planos de benefícios.O projeto tramita em caráter
conclusivo e será analisado agora pelas comissões de Finanças
e Tributação; e Constituição e Justiça
e de Cidadania. (Agência Câmara)
Funpresp-Jud:
Webinar em 19 de junho
Tema:
Como projetar os valores de aposentadoria (voluntária e por invalidez)
e pensão no RPPS e na Funpresp-Jud
O
Diretor de Seguridade da Fundação, Edmilson Enedino das Chagas,
abordará os cálculos e projeções de valores
de aposentadoria (voluntária e por invalidez) e de pensão
no RPPS e na Funpresp-Jud, bem como as variáveis que devem ser analisadas
para a migração de regime, no evento via webinar que será
realizado em 19 de junho.
O
objetivo da Fundação é informar cada vez mais todos
os interessados no tema. O webinar será uma ótima oportunidade
pois tratará diversos assuntos, tais como as regras de aposentadoria
vigentes, o prazo para a migração, a Reforma da Previdência,
o cálculo do benefício especial, os cálculos de aposentadoria
e pensão, assim como as regras do Plano de Benefícios JusMP-Prev.
A
migração de regime é uma decisão individual,
irrevogável e irretratável que deve ser avaliada por membros
e servidores do Poder Judiciário Federal e do Ministério
Público da União.
O
evento é interativo, realizado pela internet e acessado por meio
de um link, no qual pessoas de todo o Brasil podem participar, com data
e horário marcado. As perguntas e respostas ocorrem em tempo real
por um chat e serão respondidas pelo palestrante.
Edmilson
pretende esclarecer todas as dúvidas para que o participante possa
entender como calcular e projetar os seus valores para auxiliá-lo
na tomada de decisão.
Quem
pode migrar?
O
membro ou servidor que ingressou no serviço público federal
antes de 14 de outubro de 2013 ganhou novo prazo para fazer a opção
de migração do Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS), que proporciona uma aposentadoria integral ou pela média
remuneratória, para o novo RPPS que proporciona uma aposentadoria
limitada ao teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS).
A
Lei nº 13.328/2016 reabriu o prazo para a opção prevista
no inciso II do art. 3º da Lei no 12.618, de 30 de abril de 2012,
até 28/7/2018.
Os
servidores empossados antes de 14/10/2013 que migrarem de regime poderão
aderir à Funpresp-Jud como participante patrocinado, com direito
à contrapartida da União. Aquele que optar pela migração
terá direito a um benefício especial. O valor será
pago pelo RPPS da União, por ocasião da aposentadoria, com
base nos valores e quantidade de contribuições efetuadas
para os Regimes Próprios.
As
alíquotas de contribuição para a Fundação
variam de 6,5% a 8,5% sobre a remuneração de participação,
que é a diferença entre a o teto do INSS (R$ 5.645,80) e
a remuneração recebida pelo membro ou servidor.
A
mudança de regime deve ser solicitada às unidades de gestão
de pessoas do órgão no qual o membro ou servidor trabalha.
Quem
preferir se manter no regime antigo também pode aderir à
Funpresp-Jud como participante vinculado, para ter uma renda suplementar
na aposentadoria. Ou seja, sem a contrapartida da União e sem abrir
mão do regime da integralidade ou da média remuneratória.
Participe!
Tire suas dúvidas e fique seguro para tomar a melhor decisão
para você e sua família!
Serviço:
Webinar:
Como projetar os valores de aposentadoria (voluntária e por invalidez)
e pensão no RPPS e na Funpresp-Jud
Dia:
19/06/2017 (terça-feira)
Horário:
Das 16h às 18h (horário de Brasília)
Link
de acesso ao webinar: www.funprespjud.com.br/webinar<http://www.funprespjud.com.br/webinar>
Informações:
eventos@funprespjud.com.br<mailto:eventos@funprespjud.com.br>
Inscrições
gratuitas (Funpresp-Jud/AssPreviSite)
Jusprev:
Sistema próprio de gestão de dados e relacionamento com participantes
Com
o objetivo de integrar, alinhar e aprimorar a consolidação
de dados estratégicos e o relacionamento com participantes e potenciais
participantes, a Jusprev desenvolveu seu próprio sistema de consultoria
e relacionamento, customizado às necessidades da entidade. Por meio
da plataforma, a Jusprev registra cada atendimento realizado pelos consultores,
entendendo as necessidades de cada região do país. A primeira
fase de implantação teve início em maio.
Na
plataforma estão consolidados dados muito utilizados pela central
de relacionamento com o participante e diretoria da entidade, como o mapeamento
de informações por região, participantes por instituidoras,
tipos de plano, gráficos e filtros dinâmicos. “Por meio da
gestão de dados, a JUSPREV visa a estabelecer a excelência
em seu atendimento em todo o país. Estamos atentos a essas plataformas
para poder aprimorar sempre o nosso relacionamento com os participantes”,
destaca a gerente da entidade, Deborah Maggio. (Acontece-29.05)
Fundos:
BNDES irá investir até R$ 5 bilhões em fundos de infraestrutura
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou
nesta terça-feira, 29 de maio, que irá apoiar, por meio de
sua subsidiária BNDESPAR, dois tipos de fundos de crédito,
um voltado para infraestrutura e outro de crédito corporativo. “O
objetivo é ampliar as alternativas disponíveis via mercado
de capitais para o financiamento de projetos e atrair investidores para
o mercado de títulos de dívida de longo prazo”, diz o banco,
em comunicado.
Os
fundos de infraestrutura apoiáveis pela BNDESPAR deverão
ser do tipo fechado e que invistam prioritariamente em debêntures
ou em recebíveis relacionados a projetos de logística e transporte,
mobilidade urbana, energia, telecomunicações e saneamento
básico. O montante de investimento disponível para essa modalidade
é de até R$ 5 bilhões. Fundos de crédito de
infraestrutura poderão pleitear investimento da BNDESPAR de até
R$ 500 milhões, limitado a 30% do capital total do fundo.
A
BNDESPAR também irá investir até R$ 1 bilhão
em cotas de fundos de crédito corporativo fechados e com prazo determinado,
com o objetivo de ampliar a oferta de crédito de longo prazo para
as empresas. Fundos focados em pequenas e médias empresas (que faturem
até R$ 300 milhões por ano) poderão receber até
R$ 300 milhões cada, em investimento da BNDESPAR, limitado a até
50% de suas cotas subscritas (Agência Investidor Online)
Fundos
Conselho da Eletropaulo recomenda venda para Enel
Apesar
da recomendação, empresa reiterou que o prazo para divulgação
de aumento de preço pelos ofertantes termina nesta quarta-feira,
30?
O
Conselho de Administração da Eletropaulo Metropolitana Eletricidade
de São Paulo S.A. (Eletropaulo) recomendou que os acionistas da
empresa aceitem a oferta de aquisição feita pela italiana
Enel em detrimento da oferta da Neoenergia (controlada pela espanhola Iberdrola).
A recomendação foi divulgada na noite desta terça-feira,
29, na ata da reunião do conselho.
Segundo
o documento, o colegiado entende que, na perspectiva da decisão
de desinvestimento de curto prazo, "o preço da oferta de maior valor
disponível nesta data, ou seja, a proposta de aquisição
de R$ 32,20 por ação apresentada pela Enel, justifica uma
recomendação favorável à sua aceitação
(e, consequentemente, contrária à aceitação
da proposta de aquisição de valor inferior, ou seja, no momento,
a proposta de R$32,10 por ação formulada pela Neoenergia)".
Em
fato relevante divulgado na Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) também na noite da terça a empresa reiterou que o prazo
para divulgação de aumento de preço pelos ofertantes
termina nesta quarta-feira, 30. A companhia também manteve a data
do leilão para o dia 4. (Cristian Favaro - Agência
Estado)
Fundos:
Pedro Parente ‘segura’ processo de escolha do novo CEO da BRF
O
presidente da Petrobras, Pedro Parente, está cogitando trocar o
comando da estatal pela presidência da empresa de alimentos BRF.
Ele teria, inclusive, solicitado nos últimos dias para ‘segurarem’
o processo de escolha de um CEO na companhia. A possibilidade de a troca
ocorrer corre solta nas rodinhas de executivos do mercado financeiro, principalmente,
diante da crise gerada com a greve dos caminhoneiros e já mexeu
nos papéis da própria empresa de alimentos. Na última
semana, a Petrobras já perdeu mais de R$ 100 bilhões em valor
de mercado, com os investidores adotando uma postura de cautela após
a companhia ter anunciado redução no preço do diesel.
O governo, contudo, já veio a público desmentir a saída
de Parente da Petrobras, assim como a própria estatal.
Em
compasso de espera
O
processo de escolha de um novo presidente para a BRF, porém, sequer
começou. Nem mesmo uma empresa de headhunter foi contratada para
caçar executivos para o posto. Na primeira reunião do novo
Conselho de Administração da companhia, realizada na última
quinta-feira, dia 24, o assunto não foi debatido uma vez que Parente
não participou em virtude do momento que enfrenta o País.
Na pauta, apenas ações voltadas para melhoria operacional
da empresa.
Com
a palavra
Procurada,
a BRF reafirmou o comunicado já divulgado, no qual informa que antes
de escolherem um novo CEO para a companhia é necessária uma
“reavaliação prévia da estrutura organizacional e
operacional da companhia, a fim de definir o perfil adequado do profissional
que deverá ocupar tal cargo”. (Agência Estado)
UniAbrapp:
A Contabilidade na Gestão Estratégica das EFPC
Nos
dias 19 e 20 de junho, a UniAbrapp oferece o treinamento Contabilidade
na Gestão Estratégica das EFPC, ministrado pelo Especialista
Geraldo de Assis Júnior. O programa abordará os aspectos
administrativos envolvendo o Plano de Gestão Administrativa (PGA),
assim como sua origem, sua participação nos Planos Previdenciais,
conceitos de taxas administrativas cobradas e exemplos práticos
de contabilização dos Planos Previdenciais e PGA. Os participantes
também terão acesso às fontes de custeio das despesas
administrativas; às regras de consistência contábil
utilizadas pelo Órgão Fiscalizador; conhecimento dos principais
tributos e controles tributários nas EFPC; à análise
das demonstrações contábeis; ao controle e cálculo
das Cotas dos Planos CV e CD e aos aspectos orçamentários
aplicáveis às EFPC. A participação concede
16 pontos para o PEC do ICSS e para o CFC – Conselho Federal de Contabilidade.
Para
programação e inscrições utilize o link
http://www.uniabrapp.org.br/Paginas/Evento-Detalhes.aspx?cid=102.
(Acontece-29.05)
Livro:
Cálculo Atuarial Aplicado - 2ª edição
Autor:
Antônio Cordeiro Filho
Resumo
do Livro: Este livro pretende fornecer àqueles que têm ligações
com a Atuária de forma direta ou indireta os fundamentos para entendimento
de como se calculam os seguros, as rendas de previdência, a invalidez
e os seguros de saúde. Os comentários atualizados são
feitos da forma mais didática possível no ensinamento do
assunto, já que o autor, como professor e estudioso do assunto há
muitos anos, sabe onde os alunos e as pessoas, em geral, têm mais
dificuldade de entendimento. As passagens matemáticas e algébricas
discorrem de forma passo a passo com comentários ao seu desenvolvimento
e observações. Ao final de um capítulo ou no decorrer
dele há exercícios e modelos resolvidos para demonstração
de toda a teoria apresentada. O livro se inicia com a introdução
à Demografia, que precede à Atuária, as probabilidades
de sobrevivência, falecimento, rendas, saúde suplementar e
invalidez; ao final, traz os cálculos de reservas ou provisões.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Livro:
Matemática Atuarial de Seguros de Danos
Autor:
Ricardo Pacheco
Resumo
do Livro: Matemática Atuarial de Seguros de Danos explora todos
os principais aspectos de seguros de bens e responsabilidades, expondo,
inclusive, os princípios matemáticos da chamada "justiça
atuarial", em que se busca tarifar cada indivíduo que adere ao contrato
de seguros de forma compatível com a carga de risco que ele traz
consigo para dentro da mutualidade. O livro expõe antes os fundamentos
matemáticos da Teoria do Risco Coletivo, voltada à modelagem
probabilística do sinistro agregado. Com essa base teórica,
temas cruciais para o seguro de danos, como resseguro, classificação
de riscos e tarifação, são tratados em detalhe.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx
(Abrapp/AssPreviSite)
Cartilha:
10 Passos para Compreender e Aplicar Regras de Precificação
e Solvência
Autor:
Comissão Ad-Hoc de Solvência de Planos da Abrapp
Resumo
do Livro:
Há
muito o sistema brasileiro de previdência complementar carecia de
regras de precificação e solvência que levassem em
conta o horizonte de longo prazo e tratassem de maneira adequada planos
previdenciários de diferentes graus de maturidade. Preocupada com
isso, a Abrapp procurou estimular entre os profissionais do sistema o estudo
do tema, trazendo como ingrediente a experiência internacional de
grandes especialistas, criando comissões multidisciplinares e chamando
para o debate os órgãos de regulação e supervisão.
Esta cartilha coroa o trabalho. Em sua primeira parte traça breve
histórico do processo, e dos conceitos envolvidos no novo ambiente
normativo. A segunda parte traz, de forma simples e resumida, 10 passos
para que os profissionais do sistema fechado de previdência complementar
possam compreender e aplicar as novas regras de precificação
e solvência.
Esta
publicação está disponível no maior acervo
do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro
de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster
de Gusmão" da Abrapp.
Veja
essas e outras publicações através do link: http://biblioteca.abrapp.org.br/asp/download.asp?codigo=166002&tipo_midia=0&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=21233&tipo=1&iBanner=0&iIdioma=0
(Abrapp/AssPreviSite)
Pente-fino
economizará R$ 20 bi em benefícios como auxilio-doença
As
operações do tipo pente-fino feitas pelo governo federal
nos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria
por invalidez resultarão em uma economia de R$ 20 bilhões
para os cofres públicos até 2019. Desde o início do
ano, as medidas já resultaram em uma economia de R$ 4 bilhões
apenas com o auxílio-doença, valor que chegará a R$
15 bilhões até o fm do ano, disse o ministro do Desenvolvimento
Social, Alberto Beltrame.
No
caso da aposentadoria por invalidez, a redução de gastos
é mais lenta porque a pessoa continua recebendo os benefícios
por um ano e meio, contados a partir da constatação de que
já se recuperou do problema que motivou a aposentadoria.
“Com
o pente-fino que estamos implementando nas aposentadorias por invalidez,
vamos economizar R$ 5 bilhões até o final de 2018”, disse
hoje (29) o ministro.
Durante
o programa, Beltrame comentou também o pente-fino feito no Bolsa
Família e nos demais Benefícios de Prestação
Continuada (BPC). Falou também sobre as expectativas com o Criança
Feliz, programa que prevê uma série de atividades de estimulação
precoce a serem feitas nos primeiros mil dias do recém-nascido.
“Estudos
mostram que, quando isso acontece, são maiores as chances de as
crianças chegarem à idade escolar com melhor desenvolvimento.
O resultado são crianças com sistemas cognitivos melhores,
maior capacidade de aprendizado e melhores condições para
o mercado de trabalho”, disse o ministro. Segundo Beltrame, a ideia é
chegar ao fim do ano com pelo menos 700 mil crianças atendidas pelo
Criança Feliz. (Agência Brasil)
Fraudes:
Força Tarefa desarticula esquema criminoso em Curitiba
Fraude
ocorria em benefícios assistenciais (BPC/LOAS)
A
Força-Tarefa Previdenciária deflagrou nesta terça-feira
(29) a Operação Autofagia, com o objetivo de colher provas
complementares de prática criminosa em benefícios assistenciais
ao idoso (BPC/LOAS), em Curitiba (PR). Para isso, foi cumprido um mandado
de busca e apreensão na capital paranaense.
As
investigações tiveram início quando uma segurada,
beneficiária de um BPC/LOAS, requereu pensão por morte e
alegou que nunca havia se separado do cônjuge. Diante deste fato,
comunicado pelo INSS à Coordenação Geral de Inteligência
Previdenciária (COINP) da Secretaria de Previdência, detectou-se
outros 30 benefícios com indícios de falsidade ideológica
em declarações de separação de cônjuges
e em comprovações de endereço.
Durante
o levantamento de informações, foi identificado que os segurados
sequer compareciam à Agência da Previdência Social para
requerer o benefício. Uma ex-servidora, que à época
trabalhava na respectiva agência, utilizava nome falso para dificultar
a sua identificação. Contudo, a mesma foi reconhecida por
foto pelos segurados, que afirmaram tratar-se da intermediária de
nome “Izabel”.
Além
do mandado de busca e apreensão, a 12ª Vara Federal determinou
ainda o sequestro e bloqueio de valores de contas bancárias dos
investigados; proibição de ausentar-se do Município
de Curitiba; proibição de alterar o endereço residencial;
comparecimento mensal em juízo, para comprovar o domicílio
e o exercício de atividade lícita.
Também
foi determinada a revisão urgente e suspensão imediata do
pagamento dos benefícios assistenciais que tenham indícios
de irregularidade.
O
prejuízo estimado até o momento, conforme levantamento da
COINP, alcança a cifra de R$ 1,9 milhão. No entanto, a identificação
desse esquema criminoso possibilitou uma economia superior a R$ 3,7 milhões,
considerando a expectativa de vida dos supostos beneficiários conforme
tabela de mortalidade do IBGE (2016), em pagamentos futuros que seriam
realizados caso o esquema criminoso não tivesse sido desarticulado.
Os
envolvidos responderão pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica
e uso de documento falso.
A
operação recebeu o nome de Autofagia pelo fato de o alvo
ter provocado sua própria autodestruição ao produzir
a falsificação dos documentos, captar pessoas interessadas
na obtenção de benefícios para, finalmente,
implantá-los no Sistema Previdenciário, vez que se trata
de ex-servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em atividade
à época dos fatos.
Força-Tarefa
Previdenciária – A parceria é integrada pela Secretaria de
Previdência, a Polícia Federal e o Ministério Público
Federal, e atua no combate a crimes contra o sistema previdenciário.
Na Secretaria de Previdência, a COINP é a área responsável
por identificar e analisar distorções que envolvem indícios
de fraudes estruturadas contra a Previdência.
Qualquer
cidadão pode ajudar na descoberta de fraude, como na operação
Autofagia. Denúncias podem ser feitas à Ouvidoria do INSS,
por meio da central telefônica 135 ou pela página eletrônica
www.inss.gov.br. As informações são mantidas em sigilo.
(Camilla Andrade - Secretaria de Previdência)
Como
remarcar o atendimento no INSS
Os
segurados do INSS que têm datas agendadas para entrega de documentos
ou realização de perícia devem remarcar o agendamento
caso não consigam chegar até os postos de atendimento devido
à greve dos caminhoneiros. O reagendamento é necessário
para evitar a perda dos atrasados.
Quando
o trabalhador tem o benefício que pediu concedido, ele terá
direito aos atrasados desde o dia em que entrou em contato com o instituto.
No caso de não ir ao INSS e não avisar, o segurado está
sujeito a perder a DER (Data de Entrada do Requerimento), usada como base
para o pagamento.
O
reagendamento deve ser feito pela central 135. O INSS recomenda que isso
seja feito em até 24 horas antes do horário marcado. É
importante que o segurado deixe claro para o servidor que o atender que
deseja reagendar uma data e não desmarcar o pedido do benefício.
Se ele cancelar, perderá a data de entrada do requerimento e só
conseguirá remarcar o pedido após 30 dias.
Quem
já perdeu
No
caso de segurados que tinham agendamento, mas perderam o horário
devido a problemas no transporte público por conta da greve, também
é possível remarcar.
Nessa
situação, porém, o trabalhador precisará ir
até a agência do INSS onde tinha horário, informou
a assessoria de imprensa do instituto. É necessário informar
o motivo da falta. As agências do INSS no estado recebem segurados
sem agendamentos das 7h às 13h. (Folhapress)
Desemprego
sobe para 12,9% no trimestre até abril e atinge 13,4 milhões
A
queda mais expressiva, de 1,7%, foi entre os empregados com carteira assinada
A
taxa desemprego voltou a crescer no trimestre encerrado em abril deste
ano, para 12,9%, atingindo 13,4 milhões de brasileiros, informou
o IBGE nesta terça-feira (296).
No
trimestre imediatamente anterior (novembro de 2017 a janeiro de 2018),
o desemprego foi de 12,2%. Em relação aos três meses
do ano anterior, quando a taxa era de 13,6% no entanto, o indicador registrou
queda.
"Temos
que levar em consideração que 2017 é uma base fraca
de comparação. No curto prazo, a situação se
inverte e vemos uma situação precarizada do mercado de trabalho,
inclusive com diminuição nos empregos formais”, afirmou
o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A
população desocupada —pessoas com 14 anos ou mais que buscaram
emprego sem encontrar— cresceu 5,7% ante trimestre anterior (12,7 milhões).
O
resultado da Pnad-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua) de abril foi puxado pelo corte de vagas no comércio,
que perdeu 439 mil pessoas (-2,5%) na população ocupada em
relação aos três meses encerrados em janeiro.
Na
mesma comparação, a população ocupada teve
redução 1,1%, ou 969 mil pessoas a menos. A queda mais expressiva,
de 1,7%, foi entre os empregados com carteira assinada —a categoria perdeu
567 mil trabalhadores.
O
número de empregados sem carteira de trabalho assinada (10,9 milhões
de pessoas) e por conta própria ( 23 milhões de pessoas)
apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior.
Não
houve crescimento no número de ocupados em nenhuma categoria. Além
da queda no comércio, a construção e os serviços
perderam 2,7% cada.
“A
taxa de desocupação cresceu substancialmente porque aumentou
a população desocupada e continuou a queda da população
ocupada. Isso acontece pelas perdas na construção e no comércio,
além dos serviços domésticos. São três
grupamentos com queda significativa”, disse Azeredo, destacando que indústria
e agricultura também registraram tendência de queda.
O
rendimento médio real habitual em todos os trabalhos (R$ 2.182)
no trimestre de fevereiro a abril de 2018 ficou praticamente estável
tanto frente ao trimestre anterior (R$ 2.185), como em relação
ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.165).
“Essa
recuperação do ano passado está se desfazendo ao longo
desse ano. Estamos no positivo no longo prazo, mas a melhoria está
se desfazendo, inclusive com aumento da população fora da
força de trabalho em 2018”, encerrou. (Folhapress)
OIT
classifica reforma trabalhista brasileira como violadora de direitos
A
Organização Internacional do Trabalho (OIT) decidiu nesta
terça-feira (29/5) colocar o Brasil na lista dos 24 casos que entende
como as principais violações de suas convenções
trabalhistas no mundo. Segundo a entidade, a reforma trabalhista viola
convenções internacionais. O Brasil é signatário
de 80 convenções da OIT.
A
entidade já havia emitido parecer recomendando ao governo brasileiro
que examinasse a revisão dos trechos da Lei 13.467/2017 que tratam
da prevalência do negociado sobre o legislado, para que torne a legislação
compatível à Convenção 98, norma ratificada
pelo Brasil que trata do direito de sindicalização e de negociação
coletiva.
A
questão foi levada ao órgão internacional por seis
entidades sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central
dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil (CTB), Força Sindical (FS), Nova Central Sindical de Trabalhadores
(NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Em
nota, as entidades afirmam que esperam que o governo reconheça a
gravidade do erro cometido e faça a revogação imediata
da reforma trabalhista.
O
presidente da CSB, Antonio Neto, que está em Genebra, na Suíça,
participando da Conferência da OIT, afirmou que a decisão
poderá ser um divisor de águas no Brasil, porque deverá
nortear as decisões da Justiça a partir de agora. “Tudo que
foi prometido e vendido pelo governo como modernidade começa a se
desmoronar aqui na OIT”, comemorou.
De
acordo com o assessor internacional do Ministério Público
do Trabalho, Thiago Gurjão, a inclusão do Brasil na lista
reforça o que o MPT já vinha dizendo sobre a reforma. "O
MPT já vinha alertando quanto aos riscos de insegurança jurídica
e prejuízos no cenário internacional decorrentes do descumprimento
de convenções ratificadas pelo país", afirma.
Oportunismo
político
Não
é unânime o entendimento de que a reforma tem irregularidades.
A Confederação Nacional da Indústria declarou nesta
terça que a Lei 13.467/2017 “busca fomentar o diálogo entre
empresas e empregados”, cumprindo as convenções 98 e 154
da OIT.
Almir
Pazzianotto, ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho, por
exemplo, avalia que o texto não infringe nenhum artigo da Constituição
e segue o contexto do país. Em entrevista à Agência
do Rádio Mais, ele classificou a iniciativa da CUT como oportunismo
político.
“É
uma grande burocracia que tenta encontrar uma solução que
satisfaça desde os países mais pobres, para os subdesenvolvidos,
em desenvolvimento e aos desenvolvidos. Ela não conhece a realidade
brasileira. Como um membro da OIT pode saber exatamente qual a situação
de um trabalhador da indústria, comércio, sistema financeiro,
transportes? Não sabe! Levar uma denúncia à OIT é
um ato de irresponsabilidade”, defendeu.
Almir
Pazzianotto ressalta que a reforma seguiu todo os trâmites previstos
em lei, sendo aprovada tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado
Federal. O ministro aposentado lembra, também, que a CLT já
passou por outras mudanças e nenhum direito dos trabalhadores foi
retirado do texto. O que, na visão dele, moderniza as relações
trabalhistas.
“Se
houver, por qualquer parte de alguns dos dispositivos da reforma trabalhista,
violação de algum preceito constitucional, esse problema
não deve ser levado à OIT, pois não ela tem competência
para isso. O problema deve ser levado ao Supremo Tribunal Federal. O próprio
Tribunal Superior do Trabalho, que eu com muito orgulho integrei, vai examinar
se há algum conflito intertemporal, se alguma lei nova se indispõe
com alguma lei antiga, se há choque de princípios. Tudo isso
tem um caminho normal a ser percorrido. Começa na vara do trabalho,
passa pelo Tribunal Regional do Trabalho, chega ao TST e pode chegar ao
Supremo tribunal Federal. O que não vai chegar é à
OIT”, diz Pazzianotto.
Debate
em andamento
No
Brasil, a reforma divide opiniões na Justiça do Trabalho
e tem sido questionada em pelo menos 23 ações no Supremo.
A última delas foi ajuizada em 23 de maio pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Comércio, contra dispositivos sobre
o contrato intermitente (ADI 5.950). Para a entidade, a nova regra viola
o princípio da dignidade humana, a garantia de salário e
a função social do trabalho, por exemplo.
O
STF começou a julgar uma dessas ações diretas de inconstitucionalidade,
já com divergência. No caso analisado, a Procuradoria-Geral
da República quer derrubar trecho que obriga a quem perder litígios
pagar custas processuais e honorários advocatícios e periciais
de sucumbência, mesmo se a parte for beneficiária da Justiça
gratuita.
O
ministro Luís Roberto Barroso já votou e afirmou que esse
trecho da reforma é constitucional por fazer com que trabalhadores
sejam mais responsáveis antes de procurar a Justiça do Trabalho.
Já o ministro Luiz Edson Fachin considera inconstitucional qualquer
mudança legislativa que restrinja o acesso à Justiça.
O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Luiz Fux.
Ver
tabela com as ações contra a reforma trabalhista através
do link
https://www.conjur.com.br/2018-mai-29/brasil-entra-lista-suja-oit-causa-reforma-trabalhista
(Consultor Jurídico)
CNI:
Reforma trabalhista segue normas da OIT
A
Confederação Nacional da Indústria defendeu nesta
terça-feira (29/5) as mudanças da reforma trabalhista, depois
que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) incluiu
o Brasil na lista dos 24 casos com mais violações de suas
convenções trabalhistas no mundo. Segundo a CNI, a medida
foi tomada “sem qualquer fundamento”.
Enquanto
a organização internacional vê problemas na prevalência
do negociado sobre o legislado, a entidade brasileira diz que a Lei 13.467/2017
“busca fomentar o diálogo entre empresas e empregados”, cumprindo
as convenções 98 e 154, por exemplo. A convenção
98 é uma das que a OIT entende violadas pela reforma trabalhista.
O Brasil é signatário de 80 convenções da OIT.
“Ao
mesmo tempo, a nova lei estabelece um limite claro de que os direitos assegurados
na Constituição Federal permanecem protegidos, sem poderem
ser reduzidos ou suprimidos”, afirma a CNI. A confederação
diz ainda que a reforma estimula que sindicatos e empresas encontrem soluções
compatíveis com a realidade de cada atividade produtiva.
“A
CNI considera que a discussão do caso brasileiro pela Comissão
de Aplicação de Normas da OIT é oportunidade para
qualificar a análise em curso e sedimentar, no principal encontro
mundial sobre o mundo do trabalho, o alinhamento e a consonância
da reforma trabalhista com os tratados internacionais. Dessa forma, o setor
produtivo confia que a conclusão da comissão será
no sentido de reconhecer que não há violação
a convenções da OIT”, afirma.
Ainda
de acordo com a entidade, a “modernização” da CLT foi debatida
por pelo menos duas décadas, e o Supremo Tribunal Federal já
reconheceu que “a negociação coletiva é uma forma
de superação de conflito que desempenha função
política e social de grande relevância” (RE 590.415).
Trechos
destacados pela CNI:
Constituição
Federal
Art.
7º, inciso XXVI: reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho.
Art.
8º, inciso III: ao sindicato cabe a defesa dos direitos dos interesses
coletivos ou individuais da categoria;
Art.
8º, inciso VI: é obrigatória a participação
dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
Convenção
98 da OIT (ratificada pelo Brasil em 1952)
Art.
4º: Deverão ser tomadas, se necessário for, medidas
apropriadas às condições nacionais, para fomentar
e promover o pleno desenvolvimento e utilização dos meios
de negociação voluntária entre empregadores ou organizações
de empregadores e organizações de trabalhadores com o objetivo
de regular, por meio de convenções, os termos e condições
de emprego.
Convenção
154 da OIT (ratificada pelo Brasil em 1992)
Art.
5º – 1: Deverão ser adotadas medidas adequadas às condições
nacionais no estímulo à negociação coletiva;
Art.
8º: As medidas previstas com o fito de estimular a negociação
coletiva não deverão ser concebidas ou aplica- das de modo
a obstruir a liberdade de negociação coletiva.
(Consultor Jurídico)
Insalubridade:
Termo inicial deve ser fixado na data do laudo pericial
O
termo inicial para o pagamento de adicional de insalubridade ou periculosidade
deve ser fixado na data do laudo pericial técnico que confirmou
as condições especiais. A tese foi firmada pela Turma Nacional
de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU) em
sua última sessão ordinária realizada em 24 de maio,
na sede da Seção Judiciária de Santa Catarina, em
Florianópolis. A relatora da matéria foi a juíza federal
Carmen Elizangela Dias Moreira de Resende.
O
Pedido de Interpretação de Lei Federal (Pedilef) foi apresentado
pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Furg)
para questionar decisão da Quinta Turma Recursal do Rio Grande do
Sul que manteve sentença determinando o pagamento de adicional de
periculosidade de forma retroativa a um servidor de seus quadros. O funcionário
exerce o cargo de engenheiro eletricista e executa as funções
em canteiro de obras da instituição, incluindo hospital,
biotérios e laboratórios. Em junho de 2013, o profissional
obteve administrativamente o direito a receber adicional de periculosidade.
Posteriormente, solicitou na Justiça o pagamento retroativo desde
a admissão, em janeiro de 1988, uma vez que sempre executou as mesmas
tarefas.
Ao
analisar o processo, a Turma do Rio Grande do Sul levou em consideração
julgados da TNU favoráveis ao servidor. “Contudo, em que pese o
acórdão recorrido esteja em consonância com a jurisprudência
consolidada nesta TNU, no sentido de ser possível o pagamento de
adicionais de insalubridade ou periculosidade referente a período
anterior à data do laudo técnico, se comprovada a existência
das condições insalubres ou perigosas desde então,
recentemente, em 11 de abril de 2018, decidindo o PUIL (Pedido de Uniformização
de Interpretação de Lei ) 413, o Superior Tribunal de Justiça
conclui que o termo inicial do adicional deve ser fixado na data do laudo
pericial”, ponderou Carmen Resende.
A
relatora destacou que, como foi reconhecida a divergência do entendimento
da TNU com a jurisprudência atual do STJ, por meio do PUIL 413, “torna-se
imperiosa a mudança de rota dos julgamentos deste Colegiado, para
alinhar-se à jurisprudência do STJ”. A juíza votou
pelo conhecimento do Pedilef apresentado pela Furg à Turma e, no
mérito, pelo provimento.
O
voto foi seguido por unanimidade, sendo firmada a tese de que “o termo
inicial do pagamento do adicional de insalubridade/periculosidade deve
corresponder à data do laudo pericial, não sendo devido o
pagamento (PrevTotal)
Empresas
dão férias coletivas a funcionários
Férias
coletivas, folgas, home office, gabinetes de crise e até a ajuda
dos próprios funcionários. Essas têm sido algumas alternativas
encontradas por empresas para manter a atividade nos últimos dias,
marcados pelo movimento atípico nas ruas e pelos problemas de abastecimento
em decorrência da paralisação dos caminhoneiros.
"Ninguém
está reclamando, o clima entre a população é
de compreensão", diz o presidente do conselho de administração
dos laboratórios Dasa, Romeu Côrtes Domingues.
Por
lá, o principal impacto foi a redução no número
de pacientes: na última segunda-feira (28), o pior dia, a queda
foi de 50%. Como os estoques de insumos estavam em níveis razoáveis,
não houve problema no atendimento, mas Domingues espera um gargalo
para a análise e laudos de exames quando a situação
se normalizar.
"Teremos
de contar com turnos extras ou, dependendo dos exames, refazê-los."
Em
outra empresa do setor de saúde, que pediu anonimato, carros de
funcionários foram contratados para transportar amostras biológicas
--parte do esforço para não causar problemas aos pacientes.
As
29 plantas dos cinco polos industriais da Braskem operam em capacidade
mínima desde a última segunda-feira. Na Votorantim Cimentos,
o atendimento dos clientes tem sido feito de forma parcial e apresenta
queda progressiva --na segunda, já estava abaixo de 10%.
Também
por falta de insumos, o Estaleiro Atlântico Sul decidiu dar férias
coletivas para seus mais de 3.000 funcionários, e a Tramontina antecipou
as férias coletivas dos seus cerca de 8.000 funcionários.
Esse tipo de medida precisa ser comunicada aos sindicatos.
A
CSN deu folga para a maior parte da equipe administrativa de sua usina
siderúrgica em Volta Redonda (RJ) na segunda-feira, mas mantém
a produção inalterada, segundo a agência Reuters.
A
produtora de celulose Fibria reduziu o ritmo de produção
em suas fábricas em Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS).
A Suzano foi obrigada a paralisar operações na segunda, assim
como a Marcopolo, que suspendeu as atividades em suas fábricas de
28 de maio a 1º de junho.
No
setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, já são
dez fábricas com pelo menos uma linha de produção
temporariamente desativada, dentre elas a Whirlpool.
A
expectativa é que a situação das indústrias
só seja normalizada duas semanas após o fim dos protestos,
o que deve impactar a venda de TVs, por exemplo.
"Estamos
há das semanas do início da Copa do Mundo, período
mais quente para a venda de televisores e há risco de faltar o produto
no mercado", afirma Jorge Júnior, presidente da Eletros.
Nos
setor de automóveis, as indústrias pararam a produção
na última sexta-feira (25), gerando um prejuízo na arrecadação
de impostos de R$ 250 milhões por dia, segundo a Anfavea.
No
sucroenergético, 150 usinas podem parar as atividades em São
Paulo até esta terça-feira (29), segundo a Unica (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar), por não terem
peças e diesel para abastecer máquinas e equipamentos nas
indústrias. (Folhapress)
A
ressaca da ‘greve’
Dor
de cabeça será sentida pelos pré-candidatos à
Presidência, por todos os setores da economia e pela sociedade
A
ressaca do fim da greve dos caminhoneiros será longa e deixará
mareado não só o governo Michel Temer, que, um ano depois
de ser ferido de morte pelo caso JBS, veio a óbito político
neste outro maio.
A
dor de cabeça será sentida pelos pré-candidatos à
Presidência, por todos os setores da economia e pela sociedade, essa
que é sempre convidada a fazer figuração em festa
estranha com gente esquisita, acaba bebendo demais e fica sozinha para
limpar o salão quando a farra acaba.
O
governo foi liquidado por não ter conseguido se antecipar à
chantagem dos caminhoneiros e, uma vez feito refém, ter negociado
mal. Cedeu em tudo, sem garantia de que os grevistas cumpririam os sucessivos
acordos. Ameaçou endurecer para depois assoprar e só foi
tentar fazer valer sua autoridade quando o protesto já minguava.
Os
presidenciáveis, submetidos ao primeiro teste de fogo da campanha,
se perderam entre o oportunismo e a covardia. No primeiro bloco, pontificaram
Alvaro Dias (Podemos) e Jair Bolsonaro (PSL), que, afoitos em surfar num
apoio algo irracional aos grevistas, saíram pregando mão
grande na Petrobrás e na definição dos preços
dos combustíveis, como se não houvesse uma conta decorrente
disso e já não tivéssemos visto este filme.
No
grupo dos que foram tímidos em defender a independência da
petroleira estão Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Que,
aliás, não questionaram os métodos de um movimento
que parou o País – o tucano só o fez na segunda-feira.
O
saldo é que nenhum deles ganha com o episódio, nem mesmo
Bolsonaro, convertido em herói do novo caminhoneirismo de WhatsApp,
mas que depois percebeu a maré da opinião pública
virar e saiu da boleia.
O
prejuízo para a economia é evidente. Ele se traduzirá
em mais inflação, menos crescimento e mais aperto de gastos
públicos.
Resta
falar da sociedade. Essa que em parte embarcou na ilusão de que
o que estava em curso era um levante patriótico contra privilégios,
corrupção e altos impostos. Trata-se da maior perdedora.
Se ao menos a ressaca moral servir para que ela vá para a próxima
festa, a das eleições, menos disposta a pagar mico e mais
ciosa do País que quer construir, quem sabe a dor de cabeça
não terá sido didática? (Vera Magalhães
- Agência Estado)
Indústrias
de alimentos voltam à ativa, mas desabastecimento continua
Empresas
retomam atividades das fábricas e pretendem enfrentar grevistas,
se necessário, para distribuir produtos; índice de falta
de produtos subiu, e produtos mais críticos são feijão,
farinha, arroz e vegetais
As
grandes indústrias de alimentos do País chegaram a uma situação-limite
e estão empenhadas em retomar a atividade das fábricas e
a distribuição de produtos. Nesta terça-feira, 29,
a catarinense Aurora anunciou que, após quatro dias de paralisação,
os funcionários vão voltar ao trabalho na quarta-feira, 30.
A
ideia da empresa é cumprir a determinação da Justiça
de retorno às atividades. Ao Estado, a empresa afirmou que a Aurora
negociará com caminhoneiros e recorrerá à força
policial, se necessário, para garantir o escoamento da produção.
A
Aurora está enfrentando problemas tanto no campo, onde tem suínos
e aves prontos para o abate, quanto nas unidades produtivas, onde há
estoques de alimentos prontos que precisam ser escoados. A cooperativa
Aurora é formada por 70 mil famílias rurais, 12 cooperativas
agropecuárias e 16 plantas industriais, que processam 1 milhão
de aves, 20 mil suínos e 1,6 milhão de litros de leite por
dia.
A
BRF, da mesma forma, passou o dia de terça-feira empenhada em garantir
o transporte de ração para suas unidades de criação
e a entrega de animais vivos às unidades de criação.
Fonte próxima à empresa afirmou que funcionários foram
até os pontos de concentração de caminhoneiros nas
estradas para negociar a liberação de cargas. Em alguns pontos,
a companhia se deparou com manifestantes agressivos, recorrendo, nesses
casos, ao apoio das polícias militar e rodoviária.
Consultada
pela reportagem do Estadão/Broadcast, a empresa disse que os esforços
estão concentrados sobretudo na garantia de alimentação
aos animais. A BRF, que é dona das marcas Sadia e Perdigão,
disse que, após o fim das manifestações, os prejuízos
serão medidos e informados ao mercado.
Líder
no setor de carne bovina no mundo, a JBS – proprietária das marcas
Friboi e Seara – informou que retomou parcialmente as atividades de unidades
que haviam sido paralisadas totalmente.
Aos
poucos. De acordo com uma fonte do setor de alimentos, no entanto, a situação
não deve ser normalizada até o fim da semana. Em virtude
dos diferentes insumos necessários ao abastecimento de uma grande
indústria de alimentos processados – diferentes tipos de proteína
animal, embalagens e demais insumos –, só seria possível
voltar à carga total de produção entre quatro dias
e uma semana após a normalização da situação
nas estradas.
Desabastecimento.
A falta de produtos perecíveis, como frutas, verduras, legumes,
carnes, ovos e leite, continua nos supermercados dos Estado de São
Paulo e na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo (Ceagesp). Já nos supermercados de Minas Gerais o quadro se
agravou e o desabastecimento começa a atingir produtos não
perecíveis, como massas, pães em geral, cereais e enlatados,
revela um levantamento da Associação Mineira de Supermercados.
Na
terça-feira, o fluxo de caminhões na Ceagesp, o maior polo
atacadista de itens in natura, foi 10% de um dia de movimento normal. Entraram
115 veículos vindos principalmente do interior de São Paulo
e do Cinturão Verde da Grande São Paulo. Na percepção
de Flávio Godas, economista da Ceagesp, houve alguma melhora na
oferta de verduras. “Senti um pouco mais de confiança dos produtores
de regiões mais próximas, mas o problema persiste para aqueles
que têm de percorrer longas distâncias, especialmente de fora
do Estado.”
A
situação de desabastecimento se repete nos supermercados.
“Os efeitos da greve não acabaram para os supermercados paulistas”,
disse o superintendente da Associação Paulista de Supermercados
(Apas), Carlos Correa. Nas suas contas, em nove dias de greve dos caminhoneiros,
os supermercados de todo País deixaram de vender R$ 2,4 bilhões
em produtos perecíveis.
O
superintendente da Apas e representantes de cadeias de produção
de alimentos se reuniram com o governador de São Paulo, Márcio
França, para relatar a situação do abastecimento.
Caminhões com mercadorias enfrentam bloqueios em rodovias do Estado.
O governador, segundo Correa, se comprometeu a voltar a conversar com esses
manifestantes para desobstruir esses pontos. Desafio. A prova de fogo para
os supermercados será nos próximos dias, quando a população
recebe o salário e vai às compras do mês, geralmente
itens de maior volume, como arroz, feijão e óleo, por exemplo.
“Se não conseguirmos fazer a reposição dos estoques,
a ruptura (falta de um determinado produto na prateleira) será maior”,
disse o executivo.
Uma
pesquisa feita pela Neogrid, empresa especializada em cadeia de suprimentos,
em 25 mil lojas de supermercados espalhadas pelo País, mostra que
o índice de falta de produtos que estava em 7,1% no dia 21 de maio,
quando a greve começou, subiu para 8,6% no dia 26. Os produtos mais
críticos são feijão, farinha, arroz e vegetais.
(Fernando Scheller, Nayara Figueiredo e Márcia De Chiara - Agência
Estado)
“Caos
no abastecimento foi reação não refletida de estado
de coisas insuportável”
Para
Roberto Rodrigues, paralisação de caminhoneiros manifestou
sensação de “falta” de tudo – educação, saúde,
transporte, segurança, emprego e oportunidades
Roberto
Rodrigues na plantação de soja, símbolo do sucesso
do agronegócio, nossa galinha dos ovos de ouro. Foto: Acervo pessoal
O
sucesso e a força do bloqueio dos caminhoneiros autônomos,
ao que parece com apoio de transportadoras de cargas, devem-se ao cansaço
da sociedade de tudo o quanto esta vem sendo informada sobre recorrentes
problemas do Estado brasileiro. Esta é a opinião de um dos
mais respeitados especialistas no Brasil em cooperativismo e agronegócio,
o professor da USP e da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Roberto Rodrigues, que foi secretário da Agricultura do Estado de
São Paulo no governo Fleury e ministro da Agricultura no primeiro
mandato de Lula. Em sua opinião, a situação chegou
ao estágio que atingiu por erros do governo Temer, “que deveria
ter tomado providências antecipadas, eventualmente até as
mesmas que tomou depois de pressionado, o que deu a impressão a
todo mundo de falta de firmeza, falta de autoridade e falta de rumo”.
Roberto
Rodrigues é engenheiro agrônomo e agricultor, presidiu várias
entidades ligadas ao setor rural, como a Organização das
Cooperativas Brasileiras, a Sociedade Rural Brasileira, a Associação
Brasileira do Agronegócio, a Academia Brasileira da Agropecuária
da SNA, a Aliança Internacional das Cooperativas, o Conselho Consultivo
da Unica e a Trading Eximcoop, entre outras. Foi secretário
da Agricultura do Estado de São Paulo (1993-94) e ministro da Agricultura,
Pecuária a Abastecimento do Brasil entre 2003 e 2006. Foi professor
do Departamento de Economia Rural da Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias da Unesp – Jaboticabal. Autor de nove livros e coautor
de vários outros, atualmente é coordenador do Centro de Agronegócios
da Escola de Economia de São Paulo da FGV, embaixador Especial da
FAO para as Cooperativas, presidente da EsalqShow e titular da Cátedra
do Agronegócio da USP. Também participa de diversos conselhos
de instituições, academias e empresas e preside o Lide Agronegócios.
Roberto
Rodrigues acha que a crise de liderança, que atinge o Estado e o
setor privado no Brasil, engrossou os bloqueios. Foto: Acervo pessoal
A
seguir, Nêumanne entrevista Roberto Rodrigues
Por
que hoje em dia os caminhoneiros autônomos e as transportadoras de
cargas, juntos, têm um poder de barganha e de chantagem com a sociedade
e perante o governo como nenhum outro estamento social jamais teve na História?
RR–
A sociedade em geral está cansada de tudo o que tem sido veiculado
quanto aos recorrentes problemas envolvendo o Estado brasileiro. A frustração
com a retomada da economia, prevista para os primeiros meses deste ano,
a completa incerteza quanto ao resultado das eleições de
outubro, a incompetência/impotência dos Executivos, a posição
eleiçoeira do Legislativo, a postura teatral do Judiciário,
o noticiário recorrente sobre corrupção de todo lado,
o sentimento de “falta” de tudo (educação, saúde,
transporte, segurança, emprego, oportunidades), enfim, o cenário
é tão ruim que a paralisação ocorrida nos últimos
dias foi uma espécie de “desaguadouro” desse cansaço, por
mais justa que seja a reivindicação dos caminhoneiros, especialmente
os autônomos. Ninguém quer saber das consequências da
falta de transporte quanto ao abastecimento de gêneros, de quem vai
pagar o custo de qualquer acordo, dos pesados prejuízos que vários
setores da economia estão sofrendo. Foi uma reação
não refletida a um estado de coisas realmente insuportável.
Daí o poder potencializado dos agentes de transporte. É claro
que eles têm mesmo um poder natural expressivo, oriundo da estrutura
nacional de transportes baseada em rodovias. Mas a crise de liderança
alimentou isso.
N
– Se o senhor fizesse parte da equipe ministerial, como já fez antes,
teria sido surpreendido por um movimento das dimensões deste último,
que comprometeu o abastecimento de combustível e prejudicou hospitais,
farmácias, açougues e supermercados, tornando inviáveis
até as feiras livres?
RR–
Bem, conforme amplamente noticiado, o governo foi avisado mais de uma vez
sobre uma eventual manifestação dessa natureza. Portanto,
não houve surpresa. Não se sabe se o governo não acreditou
nos sinais dados, se menosprezou as lideranças em função
da dispersão e multiplicidade delas ou se simplesmente, por incompetência
pura, não conseguiu se antecipar ao processo deflagrado. Qualquer
que seja a alternativa - ou até se foi uma soma das três
– deveria ter tomado providências antecipadas, eventualmente até
as mesmas que tomou depois de pressionado, o que deu a impressão
a todo mundo de falta de firmeza, falta de autoridade e falta de rumo.
E as diferentes ações empreendidas após o acordo inicial
– que aparentemente não foi um acordo geral – mostram essa insegurança
sobre como se comportar numa crise de consequências muito sérias
para a população inteira.
N
– Como professor, executivo e ex-agente do Estado, o senhor se surpreendeu
com o desconhecimento demonstrado pela Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) na informação ao presidente da República tanto
do descontentamento generalizado da população com a política
de preços de combustíveis quanto das agruras sofridas pelos
transportadores de produtos de importância estratégica capital
para a sobrevivência e a tranquilidade da sociedade? E o que diz
do congelamento dos preços de diesel, voltando às priscas
eras dos “fiscais do Sarney”?
RR–
Penso que organismos de avaliação e informação
como a Abin devem estar sobrecarregados com os mais amplos e diversos
sinais de descontentamento que a população vem dando de forma
aleatória. O apoio total que a sociedade dá à Operação
Lava Jato e ao Juiz Sergio Moro é prova disso. Estamos todos infelizes
com o estado de coisas e não vemos horizontes mais suaves, até
porque a sociedade civil também está sem lideranças
com projetos claros e equilibrados de desenvolvimento. Nesse contexto,
o congelamento dos preços do diesel não faz muita diferença
para a opinião pública. Não pensamos na questão
maior, estrutural, da tributação sobre os combustíveis
e a energia, ou até do reajuste diário de preços,
dadas a volatilidade do câmbio e dos preços internacionais
do petróleo. Talvez fosse mais adequado reajustar os preços
semanalmente ou até quinzenalmente do que diariamente.
N
– Como o senhor, como homem dos setores produtivos cooperativista e agropecuário,
mas também com experiências relevantes no Estado, tendo chegado
a ministro da Agricultura no governo Lula, explica e encara o excesso de
representantes e a escassez de representatividade de órgãos
tidos como porta-vozes dos caminhoneiros, com os quais o governo equivocadamente
negocia? Na quinta-feira 24 de maio, por exemplo, os ministros de Temer
fizeram um acordo com 10 de 11 representantes de federações
e confederações para na madrugada seguinte a trégua
negociada afundar simplesmente pelo fato de que quem está na estrada
não os conhece nem reconhece. Que tal?
RR–
O tema da representatividade classista é também recorrente
e se repete em muitos outros setores socioeconômicos, não
apenas no caso em tela. Acredito que essa pluralidade de “representantes”
seja ainda um rescaldo do modelo de desenvolvimento que o Brasil escolheu,
muito dependente do governo. Ao longo da História, cansamos de assistir
a empresários recorrendo aos organismos federais de arbitragem de
preços em busca de suas margens e lucros, sem a menor ligação
com o mercado real. E iam sendo criadas instituições de representação
deste ou daquele setor à medida que pessoas tinham acesso a este
ao àquele organismo ou presidente de organismo, sem considerar o
interesse legítimo de todos os representados. Acresce levar em conta
o tamanho do nosso país, as diferenças regionais enormes
quanto a demandas e problemas, o que realmente dificulta a unidade de representação.
Mas isso é agravado por vaidades, disputas por poder, ambições
ou interesses menos republicanos de pessoas não qualificadas.
N
– Outro ponto nevrálgico do movimento que deflagrou um caos social
inédito na História foi a óbvia facilidade com que
punhados de militantes estrategicamente espalhados em vários pontos
do território nacional interromperam o tráfego nas rodovias.
Não há mais como escapar desse monopólio do modal
rodoviário, tornado crucial do governo Juscelino para cá,
pela dificuldade de construir ferrovias e hidrovias que aliviem a concentração
nas estradas?
RR–
Esse é outro assunto debatido há décadas e todo mundo
sabe que nosso modal é mais caro e inibidor de nossa competitividade.
No agronegócio é exponencial, uma vez que nos últimos
40 anos a atividade rural, que era costeira, foi para o Centro-Oeste e
o Norte-Nordeste, mas com ela não foram a infraestrutura e a logística.
Não foram feitos investimentos em ferrovias e hidrovias, nem mesmo
em armazenagem e portos, reduzindo nossa condição competitiva.
Hoje existem vários estudos e projetos sérios que apontam
quais obras seriam essenciais e prioritárias. Mas o Estado perdeu
capacidade de investir, de modo que tais projetos só poderão
sair do papel por meio de parcerias público-privadas. E estas, por
sua vez, só se concretizarão se houver confiança no
governo, se houver previsibilidade quanto a resultados, se houver segurança
jurídica. Em outras palavras, somente com tais condições
será possível melhorar nossa infraestrutura, mas mesmo assim
vai demorar um tempo precioso.
N
– À época em que o senhor ocupou cargos importantes no serviço
público, as chamadas redes sociais não tinham essa importância
que têm hoje na mobilização social. No entanto, como
professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), o senhor se mantém a par dessa nova realidade. Que saída
vê para surpresas provocadas por movimentos de protesto na sociedade
a cujas informações o Estado não tem acesso com o
uso de WhatsApp e outros veículos cibernéticos?
RR–
Esse problema não é brasileiro, é mundial. A Primavera
Árabe foi marcante exemplo disso, com quedas de governos totalitários,
sem lideranças específicas. Eleições recentes
em grandes países tiveram a marca das redes sociais e até
o Brexit foi por elas influenciado. Parece claro que tal influência
crescerá no mundo todo, conclamando as populações
a tomarem posição sobre questões de interesse geral,
ajudando a eleger ou derrubar governos. Mas também parece que o
que há por trás disso é a crescente demanda que os
cidadãos de qualquer país têm de participar da governança
de tudo: das empresas, das instituições, dos governos. E
as redes sociais dão uma boa sensação dessa participação.
Portanto, se os governos não se aparelharem para acompanhar o que
se passa nelas, perderão o contato com uma realidade que pode trazer
exigências e mudanças surpreendentes.
N
– De uns anos para cá, o Brasil tem sobrevivido a crises econômicas
terríveis graças ao agronegócio, que tem sido nosso
esteio produtivo, uma verdadeira galinha dos ovos de ouro. A tecnologia
do agronegócio brasileiro é respeitada no mundo desenvolvido
e, de certa forma, tem compensado os problemas naturais do setor, como,
por exemplo, a dependência da meteorologia. Como o agronegócio,
que tem vencido enchentes e secas, sobreviverá ao estado cada vez
mais deplorável da malha rodoviária nacional, principalmente
fora do Sudeste, e em grande medida das deficiências do armazenamento
e dos terminais portuários?
RR
– De fato, como já foi dito, essa situação perturba
a nossa competitividade atual e inibe maiores investimentos no agronegócio,
sobretudo na promissora fronteira agrícola. Mais ainda: hoje é
consenso que segurança alimentar global é sinônimo
de paz. Não haverá paz onde houver fome. E estudos levados
a efeito pela OCDE e pela FAO e agora aceitos até pelo Departamento
de Agricultura dos EUA dão conta de que para haver segurança
alimentar global será preciso aumentar em 20% a oferta de alimentos
em dez anos. Mas para que isso se verifique o Brasil deverá aumentar
a sua oferta internacional em 40%, o dobro do que o mundo precisa crescer.
Isso porque temos uma tecnologia tropical sustentável respeitada,
como você disse, porque temos terra para crescer e temos gente jovem
e competente em todos os elos das cadeias produtivas. Mas isso não
é suficiente: precisamos de uma estratégia articulada de
longo prazo, em que a logística é tão importante quanto
uma política de renda compatível com as que têm nossos
competidores, com crédito rural moderno e flexível, com seguro
agrícola decente, com preços de garantia realistas, com assistência
técnica adequada ao pequeno produtor, com acordos comerciais bilaterais
com grandes países consumidores de alimentos para garantir mercados,
conquistar outros e agregar valor às commodities agrícolas,
com estímulos à inovação tecnológica,
com modernização de leis obsoletas, e assim por diante. Há
um longo caminho a percorrer, sem trocadilho.
N
– Outro gargalo importante do transporte de safras para esses terminais
portuários é o combustível, principalmente o diesel,
também componente de custo no agronegócio por conta das máquinas
agrícolas. Até que ponto a política de preços
que está salvando a Petrobrás, nossa maior estatal, da bancarrota
tem prejudicado a atividade agropecuária? Ou será a absurda
carga tributária, tanto da Cide e do PIS/Pasep, federais, quanto
do ICMS, estadual, ainda mais prejudicial?
RR–
A Petrobrás está no caminho certo, sobretudo se não
se submeter a pressões governamentais, como no governo passado,
que quase destruiu a empresa e o setor sucroenergético ao tentar
controlar a inflação com a estagnação dos preços
dos combustíveis. Talvez, como já disse, os reajustes de
combustíveis devessem ser feitos com maior intervalo de tempo do
que diariamente. Mas não há dúvida de que a carga
tributária precisa ser revista. E, diga-se de passagem, não
apenas nesse setor. É por demais sabido que temos uma dos
maiores tributações do mundo e isso é insuportável
para qualquer economia que se pretenda sustentável. Aliás,
o governo de São Paulo deu um exemplo sobre como isso funciona há
alguns anos, ao reduzir o ICMS sobre o etanol de 24% para 12%: o preço
caiu para os consumidores e a arrecadação cresceu para o
Estado.
N
– O firme combate à corrupção no setor público,
revelando irregularidades cabeludas na relação entre empresas
privadas e o Estado, já atingiu a nossa pecuária, descobrindo
pontos vulneráveis na sanidade animal, que antes era considerada
acima de qualquer suspeita e, desde a Operação Carne Fraca,
passou a não o ser. Até que ponto essas interdições
de carnes brasileiras no mercado comprador têm comprometido o bom
desempenho comercial de nossa pecuária? E até que ponto essas
fragilidades podem solapar o desempenho salvador do agronegócio
em nossa balança comercial?
RR–
Eis uma questão delicada, que passa por uma revisão dos mecanismos
de defesa agropecuária. Embora tenhamos um sistema bom, é
possível melhorá-lo muito, e tanto o governo quanto o setor
privado estão mergulhados no assunto. O episódio Carne Fraca
foi ruim para a imagem do setor cárnico, com a redução
parcial e temporária de exportações, sobretudo de
carne bovina. Mas os efeitos da Operação Trapaça foram
piores, porque afetaram duramente as exportações de todas
as carnes, com ênfase para a de frangos, em que o Brasil é
o maior exportador mundial, e muitas fábricas foram proibidas de
exportar para a Europa, com reflexos negativos em outros países.
É claro que muitos países que suspenderam as importações
o fizeram para defender seus produtores, que, em condições
normais, não são competitivos conosco: temos preços
melhores e boa qualidade de carnes. Mas isso não justifica nossos
defeitos, por mínimos que sejam: numa concorrência global
acirrada como a que vivemos hoje, não podemos apresentar defeitos,
porque estes se transformam no argumento para o concorrente nos barrar.
N
– O governo Temer cedeu em praticamente tudo aos manifestantes nas estradas
e, em consequência, também ao agronegócio, às
transportadoras de cargas, às grandes empresas com frotas e até
aos proprietários de veículos urbanos, alguns importados,
movidos a diesel. Como vai conseguir resistir a outras demandas sociais
desse gênero, inclusive dos próprios caminhoneiros, com os
quais negociou apenas uma trégua, que, afinal, nem cumprida foi
pelo vencedor, que, como na fábula de Brás Cubas, levou todas
as batatas?
RR–
Não me parece que o governo tenha atendido ao agronegócio
no curto prazo: o setor está em plena safra de grãos, de
cana-de-açúcar, de laranja e de café. Claro que as
barreiras inibiram o transporte desses produtos em muitas regiões,
trazendo prejuízos elevados. Muito mais grave é o problema
enfrentado por produtores rurais e por suas cooperativas e indústrias
do setor de carnes de frangos e suínos: a ração não
chega às granjas, os frangos morrem de fome ou entram na tragédia
do canibalismo, os custos explodem, e mesmo que houvesse ração
os animais prontos para abate não podem sair das granjas, as fábricas
são obrigadas a parar e as galinhas, que não sabem nada da
greve, continuam botando ovos – os futuros frangos – que são eliminados
aos milhões. Uma situação dramática, que demorará
meses para ser retomada a pleno vapor. Claro que, no longo prazo, se o
preço do diesel cair com a redução dos tributos, haverá
ganhos para o agro, dada a influência desse combustível em
todas as atividades de máquinas e colhedeiras no campo, além
do transporte de insumos e produtos. Mas por ora os prejuízos são
bem maiores que as economias. Agora, se o governo vai resistir a outras
pressões que provavelmente virão, só o futuro dirá.
(José Nêumanne - Agência Estado)
Fraqueza
perigosa
O
governo do presidente Michel Temer mostrou-se frágil ao lidar com
o protesto e precisa retomar a autoridade que lhe compete
O
governo do presidente Michel Temer mostrou-se frágil ao lidar com
o protesto dos caminhoneiros que parou o País. Essa fragilidade
ficou particularmente evidente com a quase total inação das
Forças Armadas, malgrado o fato de que as medidas decretadas por
Temer para desobstruir as estradas e garantir o abastecimento das cidades
incluíam a autorização expressa para que os militares
agissem contra os grevistas. Está claro que ao governo faltou pulso
para administrar uma crise dessa dimensão, restando à sociedade
a sensação de que o que está sendo feito é
insuficiente e que os caminhoneiros – e todos os oportunistas que pegaram
carona no movimento – estão a ditar os rumos da crise. O País
se aproxima perigosamente da anomia – quando aqueles que deveriam exercer
a autoridade política e institucional são desmoralizados,
prevalecendo a lei do grito.
Acuado,
o governo cedeu em tudo, entregando aos caminhoneiros até mais do
que eles haviam exigido. O preço do litro do diesel na bomba será
reduzido em R$ 0,46 e o reajuste, depois de 60 dias, será apenas
mensal, e não mais diário, como é hoje. Ou seja, haverá
subsídio para baixar o preço e para adiar os reajustes futuros,
a título de dar, mais do que previsibilidade, certezas quanto ao
dispêndio – algo que não é próprio de uma economia
de mercado, mas de um regime de controle estatal, a um custo que recai
sobre o conjunto da sociedade. Neste caso, esse custo será de cerca
de R$ 13 bilhões, valor que terá de ser retirado de previsões
orçamentárias já aprovadas e não deixará
de ampliar a dívida pública. Ainda está por ser calculado
o impacto de outros benefícios, como a suspensão do pedágio
para caminhões sem carga.
Além
disso, o governo ofereceu aos caminhoneiros fixar preço mínimo
para o frete, o que fere o princípio constitucional da livre concorrência
e não leva em conta a sazonalidade da produção nem
os diferentes tipos de carga. Não bastasse isso, o aumento de custo
derivado do tabelamento do frete certamente será repassado para
os preços, com consequente impacto inflacionário – o que,
mais uma vez, atinge o conjunto da sociedade.
Mesmo
diante de tamanha generosidade, nada garante que os caminhoneiros permitirão
que o País retome seu funcionamento normal. Afinal, já foram
três os compromissos anunciados pelo presidente Temer nos sete dias
de paralisação, sem que os caminhoneiros tenham feito sua
parte. E isso aconteceu porque o governo provavelmente negociou com quem
não tinha nenhuma representatividade – o movimento grevista, como
se sabe, não tem líderes reconhecidos por todos, apenas alguns
porta-vozes de certos grupos. Ao fazer tantas concessões sem nenhuma
garantia concreta de que o movimento seria encerrado, Temer deixou patente
a debilidade do governo – razão pela qual muitos grevistas agora
querem mais. E o céu é o limite, pois nem mesmo os caminhoneiros
sabem o que fazer com a imensa capacidade de chantagem que adquiriram.
Assim,
o protesto dos caminhoneiros deixou de ser uma legítima manifestação
contra a alta dos preços do diesel para se transformar em uma feroz
disputa de poder. Na esteira do sucesso da mobilização, sevandijas
de diversos matizes se articulam para lucrar com a progressiva perda de
autoridade do governo. Enquanto o Planalto designa o tartamudeante ministro-chefe
da Secretaria de Governo, Carlos Marun, para comunicar ao público
os resultados de negociações que dão em nada, opositores
da agenda de reformas de Temer tratam de estimular a impressão de
que o governo já não controla mais coisa alguma. E essa tarefa
tem sido fácil.
Esses
incendiários apostam que Temer pode ser transformado no símbolo
de tudo o que de ruim acontece no País e que o colapso de seu governo
seria, assim, algo desejável. Bastariam mais alguns empurrões
– como, por exemplo, a anunciada greve dos petroleiros, marcada para amanhã,
para que o governo rua.
Para
evitar que esse cenário se torne realidade, o governo deve fazer
mais do que simplesmente dar confusas entrevistas coletivas que serão
desmentidas pelos fatos horas depois. É preciso retomar a autoridade
que lhe compete, fazendo com que a lei seja cumprida por meio dos instrumentos
que a Constituição lhe faculta. Um governo que não
se faz respeitar não pode se queixar do destino. (Agência
Estado)
Custos
do desgoverno
Apoio
popular a demandas dos caminhoneiros não justifica abusos da paralisação
Após
oito dias do mais intenso boicote ao abastecimento de gêneros de
primeira necessidade já registrado no Brasil, a paralisação
dos caminhoneiros deu nesta terça (29) o primeiro sinal de arrefecimento.
Combustível, embora em pouca quantidade, começou a chegar
aos postos em várias cidades do país.
É
preciso acompanhar com cautela os desdobramentos dessa crise pelos próximos
dias, mas não é improvável que o impasse se dissolva
paulatinamente.
Justifica-se
o alívio com essa expectativa de desfecho, pois a asfixia progressiva
de bens e serviços indispensáveis à manutenção
da vida e da paz nas cidades é uma perspectiva realista e em marcha.
Mas
seja para evitar que o espectro do colapso urbano volte a avultar-se, seja
para distribuir com mais justiça a conta a ser paga, não
deveriam ser esquecidos os papéis censuráveis desempenhados
pelos principais atores desse drama.
Os
caminhoneiros e os empresários de transportes têm um problema
de custos crescentes, causado pelo surto de alta internacional do petróleo
e pela desvalorização do real em relação ao
dólar. A retomada macambúzia da atividade econômica
dificulta o repasse dessa carestia ao preço final do frete.
Não
são, nem de longe, a única categoria a enfrentar a realidade
áspera do Brasil estropiado pela grande recessão. Nem por
isso estão desprovidos do direito de organizar-se para pleitear
do poder público o que julgam ser seu direito.
Ao
fazê-lo nesta hora, o movimento galvaniza um sentimento popular difuso
—alicerçado na dureza generalizada que se tornou a tarefa de ganhar
o pão e na avalanche de flagrantes de desabrida corrupção
na política— de repulsa ao poder estabelecido; de oposição
a “tudo o que está aí”.
O
Datafolha confirma essa hipótese, ao revelar apoio quase universal,
atingindo 87% dos brasileiros, à paralisação nas estradas.
É
preciso respeitar as leis, entretanto. Empresários que estimulam
o boicote cometem crime. Caminhoneiros que sufocam o abastecimento de alimentos
e combustíveis sem respeitar o atendimento às necessidades
básicas infringem a Lei de Greve e levam sofrimento desnecessário
a dezenas de milhões de brasileiros indefesos.
Esse
cerco selvagem às cidades, sem controle nem lideranças representativas,
mostra-se uma abominação a ser combatida.
As
autoridades de que o Brasil dispõe para defender o interesse público
diante da minoria rebelada e poderosa mostraram-se incompetentes e mal
informadas. Agiram tarde e pessimamente.
Os
três ministros —Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Segurança
Pública) e Carlos Marun (Secretaria de Governo)— encarregados de
gerir a crise falaram bem mais que agiram, negociaram com quem não
podia cumprir o assinado, porque não comandava a massa parada nas
rodovias, e torraram uma dinheirama dos contribuintes em acordos fracassados.
O
Brasil tem 13,4 milhões de desempregados, entre outros desafios
sociais dessa magnitude. Não parece fazer sentido gastar bilhões,
que o Tesouro terá de tomar emprestados a juros de mercado, com
centenas de milhares de caminhoneiros em dificuldade, mas empregados.
Se
o governo não consegue fazer frente a forças que chantageiam
os consumidores e impor um mínimo de racionalidade às negociações,
o governo é desnecessário.
A
mesma fatia assoberbante de brasileiros que apoia a paralisação
dos caminhoneiros, no Datafolha, rejeita pagar a conta das concessões,
que virá sob a forma de mais impostos ou com o corte de gastos.
Essa
aparente contradição na opinião pública só
se resolve com a sóbria diligência dos representantes ao decidir
como obter e gastar o dinheiro do cidadão.
Outro
aspecto deplorável é a falta de energia das autoridades,
federais e estaduais, para o emprego eficiente da força policial
em situações de flagrante ilegalidade.
Quem
bloqueia vias, impede o acesso a recursos de primeira necessidade e intimida
os que não querem participar da greve precisa ser reprimido imediatamente
e levado às barras dos tribunais.
A
docilidade com que abusadores do direito à paralisação
foram tratados abre precedente para arruaceiros de todo gênero, que
já ameaçam seguir o exemplo.
Essa
doença autoimune que atiça os sentidos de atropeladores da
ordem e parasitas das rendas nacionais está também associada
ao aviltamento da Presidência da República. Michel Temer,
que na opinião desta Folha há muito tempo deveria estar fora
do cargo se defendendo de graves acusações, tornou-se um
cadáver entronado.
Toda
a energia política de que dispunha, consumiu-a nas lutas intestinas
para a preservação de seu cada vez mais inútil mandato.
É uma pena que as eleições não possam ser antecipadas.
Apenas elas poderão revestir o núcleo do poder federal da
fortaleza necessária para enfrentar a longa travessia à frente.
(Folhapress)
Possibilidade
de novas eleições na Itália derruba mercados europeus
Indicado
a premiê sai de reunião com presidente sem fechar gabinete,
gerando preocupação
A
preocupação com a formação do governo e a possibilidade
de novas eleições na Itália, que passa por uma crise
política, levaram os mercados a despencar no país nesta terça-feira
(29).
Carlo
Cottarelli, ex-economista do FMI (Fundo Monetário Internacional),
foi escolhido pelo presidente Sergio Mattarella para formar um governo
de técnicos, temporário, depois que a tentativa dos dois
partidos mais votados nas eleições de março fracassou.
A
Liga, de direita nacionalista, e o 5 Estrelas, de verve antissistema, queriam
que o professor Paolo Savona fosse o próximo ministro da Economia.
O nome de Savona, no entanto, incomodou Mattarella, por se tratar de uma
figura extremamente crítica à moeda comum europeia, o euro.
Por essa razão, o chefe de Estado não aceitou aquele gabinete.
A decisão surpreendeu o país, no domingo.
A
expectativa era de que Cottarelli submetesse uma lista de possíveis
ministros ao presidente nesta terça, mas ele saiu da reunião
com Mattarella sem falar com a imprensa depois de cerca de uma hora. Segundo
o presidente, os dois se reuniriam novamente nesta quarta, já que
Cottarelli precisava de mais tempo para propor nomes para o gabinete.
O
fato de o gabinete não ter sido anunciado levou a preocupações
de que um governo liderado por Cottarelli não vingue. A Liga e o
5 Estrelas prometeram não apoiar o voto de confiança no governo
dele, o que obrigaria o país a fazer novas eleições
nos próximos meses.
O
principal índice do mercado italiano caiu 2,7% e chegou ao menor
nível desde julho de 2017, puxado pela queda das ações
de bancos. Já os juros de referência, que indicam a percepção
dos investidores sobre a segurança de investir no país, tiveram
a maior alta diária em 26 anos.
O
medo de aprofundamento da crise na Itália também atingiu
outros mercados da Europa. O índice acionário pan-europeu
Stoxx-600 caiu 1,4%; já as Bolsas de Madri e Lisboa recuaram 2,5%
e 2,6%, respectivamente.
A
Liga e o 5 Estrelas têm usado o fato de Mattarella ter recusado a
proposta de gabinete dos partidos para reforçar o discurso de que
Mattarella, representando a elite, impediu um governo eleito pelo povo
de ser estabelecido. Analistas preveem que as siglas populistas podem,
dessa forma, se fortalecer, e transformar as novas eleições
em uma espécie de referendo sobre se a Itália deve continuar
na zona do euro.
"A
Itália vai ficar embrulhada em um período longo de negociações
que terá tons intensos de antissistema e euroceticismo", disse Wolfgango
Piccoli, analista político. O especialista diz que não acredita
que nenhum dos dois partidos vai adotar uma plataforma clara defendendo
a saída do euro, mas que os discursos serão mais hostis a
Bruxelas.
A
agência de classificação de risco Moody's disse que
cortaria o "rating" (nota) da Itália —que hoje está em Baa2,
dois níveis acima do chamado grau especulativo (a nota do Brasil
é Ba2, três degraus abaixo da Itália)— se o próximo
governo não apresentar um orçamento que reduza a dívida
do país, hoje em 132% do Produto Interno Bruto. (Agências
Internacionais//Folhapress)
União
Europeia em alerta
A
escolha de Conte, um advogado e acadêmico sem qualquer experiência
em política partidária, foi reflexo da falta de lideranças
na chamada política tradicional italiana
A
nomeação de Giuseppe Conte como o novo premiê italiano
não bastou para pôr fim à crise política derivada
do impasse para a formação de uma coalização
de governo após o resultado das eleições para a Câmara
e o Senado, ocorridas em março. Naquela ocasião, nenhum partido
ou coligação saiu das urnas com força suficiente para
indicar o primeiro-ministro.
A
bem da verdade, a escolha de Conte, um advogado e acadêmico sem qualquer
experiência em política partidária, foi reflexo da
falta de lideranças na chamada política tradicional italiana.
Tal é o dissenso entre as legendas que foi necessário recorrer
a um neófito para que a Itália não continuasse sem
governo. Não adiantou.
Apenas
quatro dias após ter sido designado pelo presidente Sergio Mattarella
para formar um governo, Giuseppe Conte renunciou à incumbência
diante da forte resistência do presidente em aceitar a nomeação
de Paolo Savona como o novo ministro da Economia. Savona é conhecido
por suas posições contrárias ao euro, o que, não
sem razão, preocupa Sergio Mattarella e outras lideranças
da União Europeia (UE).
“Se
o professor Savona não pode ser ministro porque tem o defeito de
defender os cidadãos italianos, pondo em discussão as regras
europeias, então sou eu quem saio do governo e levo Paolo Savona”,
disse Matteo Salvini, líder da Liga Norte, partido de extrema direita
que forma com o partido “antissistema” Movimento 5 Estrelas (M5S) a coalização
responsável pela indicação de Giuseppe Conte.
Tanto
Matteo Salvini como Luigi di Maio, um dos líderes do M5S, negociam
com o presidente Sergio Mattarella uma solução para o impasse
político. A realização de novas eleições
não está descartada.
Pouco
após a renúncia de Conte, o presidente italiano convocou
o economista Carlo Cottarelli para organizar um governo de transição.
Em nota oficial, Sergio Mattarella disse que pediu para uma “pasta estratégica”
(o Ministério da Economia) um “expoente político”, não
“um defensor da saída da Itália do euro”, o que implicaria
“risco para a poupança dos italianos”.
Carlo
Cottarelli é respeitado por seu trabalho no Fundo Monetário
Internacional (FMI) e pelos ajustes que promoveu na economia italiana durante
o governo de Enrico Letta, em 2013. Sua indicação deverá
acalmar todos os que estão preocupados com os rumos da quarta maior
economia da UE.
A
coalização formada pelo M5S e pela Liga Norte, responsável
pela indicação de Giuseppe Conte, ainda constitui importante
ator político, mesmo após a renúncia. A formação
do novo governo passará por negociações com este bloco.
Nas eleições de março, o M5S foi a legenda que obteve
o melhor desempenho individual, com 36,2% dos votos. A Liga Norte obteve
17,4% dos votos, acima da Forza Itália (14%), do ex-premiê
Silvio Berlusconi.
Tanto
o M5S como a Liga Norte se caracterizam por um forte viés populista
em suas propostas e por adotarem uma posição anti-União
Europeia.
A
preocupação com a ascensão do populismo no continente
europeu não é nova, mas agora chega ao coração
da UE. A Itália é o primeiro país do grupo que assinou
a formação do bloco a ver a ascensão de uma coalização
populista.
O
assim chamado “contrato governamental” assinado entre o M5S e a Liga Norte
está repleto de propostas de cunho populista, como corte de impostos,
abandono de uma necessária reforma previdenciária na Itália
– país com a população mais idosa da Europa – e a
criação de um programa que pretende pagar ¤ 780 por
mês a aposentados e pessoas de baixa renda. O custo para a concessão
desse benefício está estimado entre ¤ 100 milhões
e ¤ 170 milhões por ano. Estas propostas deverão ser
revistas por Carlo Cottarelli.
A
Itália deve ¤ 2,3 trilhões, cerca de 132% de seu Produto
Interno Bruto. É a segunda maior dívida da Europa, atrás
da Grécia. Com razão, a União Europeia deve se preocupar
com a fonte de financiamento da agenda política do governo italiano.
Uma séria crise econômica na Itália tem potencial para
afetar todo o bloco europeu. (Agência Estado)
Bolsa
e dólar em alta
Petrobras
devolve perdas do dia anterior e puxa Bolsa; dólar avança
para R$ 3,74
Ações
da petroleira subiram com perspectiva de que paralisação
pode chegar ao fim
Após
cair mais de 4% na segunda (28), a Bolsa brasileira voltou a subir nesta
terça (29), interrompendo quatro sessões seguidas de perdas,
impulsionada pela recuperação da Petrobras.
O
Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas,
avançou 0,95%, para 76.071,98 pontos. O giro financeiro foi de R$
15,8 bilhões.
No
dia, o indicador chegou a subir mais de 2%, mas o índice foi barrado
em parte pelo mau humor no exterior —Bolsas dos Estados Unidos e da Europa
fecharam em queda forte com temores sobre o futuro político na Itália.
Apesar
da alta, o Ibovespa não conseguiu recuperar ganhos e fechar o acumulado
do ano no azul: cai 0,43% em 2018.
"Hoje
começamos o dia dando uma respirada, mas o problema na Europa arrastou
o mercado europeu e levou o americano. Com isso, o Ibovespa não
conseguiu se recuperar tanto", diz Christian Lupinacci, analista de investimentos
Terra Investimentos.
Para
Leandro Martins, da corretora Modalmais, a alta no índice foi um
movimento técnico, apoiado em parte em buscas por papéis
que caíram muito nos últimos dias. "É um movimento
com viés mais especulativo", afirmou.
As
ações da Petrobras subiram 14,13% (preferenciais) e 12,38%
(ordinárias), praticamente repondo as perdas do dia anterior, com
a paralisação dos caminhoneiros dando sinais de dispersão.
Pela
segunda vez em menos de uma semana, o presidente da estatal, Pedro Parente,
convocou analistas para tentar acalmar o mercado com relação
ao risco de ingerência do governo nos negócios da companhia.
Ele
admitiu que a fórmula de cálculo do preço do diesel
poderá mudar, mas disse confiar que a companhia manterá liberdade
para definir margens de lucro e que as mudanças se restringirão
ao óleo diesel.
O
governo prometeu aos caminhoneiros que, após congelamento de 60
dias, o preço do diesel será reajustado mensalmente, e não
mais diariamente, como prevê a política atual da Petrobras.
Na
segunda (28), dia seguinte ao anúncio, as ações da
estatal despencaram mais de 14,6%.
Os
analistas que participaram da conferência demonstraram preocupação
com o aumento da interferência do governo na gestão da empresa.
"O
governo sempre ressaltou que não estava demandando mudança
nas questões essenciais da política de preços. No
entanto, não é segredo para ninguém que essa é
uma empresa de controle e estatal e que eleições têm
enorme influência", disse Parente.
GREVE
Preocupa
também o mercado a paralisação de petroleiros, anunciada
para começar nesta quarta (30).
"O
mercado corrigiu hoje o exagero da queda de ontem. O cenário interno
não mudou tanto, ainda se fala em paralisação dos
petroleiros, em possível greve dos metroviários", aponta
Marco Tulli, da Coinvalores.
A
AGU (Advocacia-Geral da União) e a Petrobras apresentaram nesta
terça ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) uma ação
com pedido de liminar para evitar a greve.
Parente
disse confiar que os empregados da Petrobras entendam o momento e não
participem do movimento, que pede a redução dos preços
dos combustíveis e a troca no comando da empresa.
Apesar
dos sinais de que os protestos dos caminhoneiros caminham para um fim,
o mercado deve continuar volátil nos próximos dias, aponta
Martins, dada a piora na percepção do cenário político
doméstico combinada com a avaliação de um efeito negativo
da paralisação na econômica e nas contas públicas.
A
agência de classificação de risco Moody's afirmou também
nesta terça que o corte de impostos e o subsídio do governo
são fatores negativos para a avaliação de risco soberano
do Brasil e enfraquecem as perspectivas fiscais de curto e médio
prazo.
O
CDS (credit default swap, termômetro do risco-país) disparou
9,25%, para 210,808 pontos.
"A
greve em si está reduzindo bem, só que ela vai deixar um
rombo nas contas públicas, e isso o mercado enxerga com preocupação",
afirma Lupinacci.
DÓLAR
O
dólar subiu pela quarta sessão consecutiva influenciado não
só pelos impactos da crise nacional, mas também pela aversão
geral a risco no exterior.
O
dólar comercial avançou 0,29%, para R$ 3,74. O à vista
subiu 0,44%, cotado a R$ 3,737.
"O
mercado está muito arisco nos últimos dias. E o feriado nos
Estados Unidos na véspera deixa o mercado normalmente sem rumo.
O tumulto externo e interno precificam o dólar com mais força",
diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
"A
preocupação do investidor é garantir que ele não
terá prejuízo. O investidor começa a se questionar
se o governo teve a habilidade do trato necessária para lidar com
a greve por aqui, se os caminhoneiros querem só o que pediram ou
se tem algo a mais. As suspeições acabam deixando o investidor
preocupado", completa.
No
exterior, o dólar tinha forte alta ante outras moedas, e subiu para
a máxima contra o euro desde julho de 2017, com a liquidação
no mercado de títulos na Itália devido ao aumento das preocupações
políticas.
Em
meio ao nervosismo recente do mercado, o Banco Central anunciou na véspera
que pretende continuar a fazer leilões de novos contratos de swap
no fim de maio e também em junho, quando também vai rolar
os vencimentos em julho.
Nesta
manhã, o BC vendeu toda a oferta de até 15 mil novos swaps
cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares,
totalizando US$ 6,5 bilhões desde a semana retrasada, quando vendia
por dia até 5 mil contratos.
Para
Lupinacci, os swaps tem efeitos pontuais. "A história mostra pra
gente que o Banco Central não consegue influenciar na moeda por
muito tempo".
"O
patamar do dólar segue alto no exterior e não vejo sinal
de reversão por aqui", afirma.
AÇÕES
Das
67 ações do Ibovespa, 35 caíram e 32 subiram.
Além
da Petrobras, avançaram 6,04% as ações da Ultrapar,
dona da distribuidora de combustíveis Ipiranga e da Ultragaz, setores
fortemente impactos pela paralisação dos caminhoneiros.
Está
no radar também a aprovação que o Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica) deu nesta terça para cooperação
logística entre as três maiores distribuidoras de combustíveis
do país —Raízen, que opera a marca Shell, Ipiranga e BR Distribuidora—
para tentar agilizar a regularização do abastecimento no
país.
As
siderúrgicas, que haviam sido castigadas no pregão anterior,
registraram alta. A CSN subiu 4,22%, a Usiminas subiu 2,51% e a Gerdau
avançou 1,48%. A Vale foi a exceção: caiu 1,78%.
(Reuters/Folhapress)
IX
Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada
Termina
em 1º de junho o período de inscrição com desconto
Entre
os paineis que serão realizados, destaque para o sobre a experiências
da OCDE com Regimes de Previdência
Termina
em 1º de junho o período de inscrição com desconto
no IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada,
que será realizado pela FenaPrevi em 12 de junho, no Centro de Eventos
WTC, em São Paulo.
Entre
os painéis que serão realizados, destaque para o sobre a
"Experiências da OCDE com Regimes de Previdência", que abordará
as estrutura dos sistemas previdenciários nos países da OCDE,
ressaltando-se o peso das aposentadorias nas contas públicas. A
apresentação também irá abordar algumas soluções
e os principais desafios enfrentados pelos sistemas de pensão (envelhecimento
das populações, ambiente atual de baixo crescimento, baixos
retornos, entre outros), além das reformas implementadas nestes
países nos últimos 15 anos e as políticas recomendadas
pela OCDE para melhorar o desenho dos arranjos de aposentadoria.
Para
conferir a programação completa e realizar a inscrição
utilize olink
https://eventos.cnseg.org.br/eventos/evento/IX-forum-nacional-de-seguro-de-vida-e-previdencia-privada/?utm_campaign=F%C3%B3rum+Vida+2018&utm_content=
Eventos+CNseg.+Garanta+seu+ingresso+no+mundo+do+conhecimento+
%281%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=F%C3%B3rum+Vida+2018+-+Segundo+Lote
(FenaPrevi)
ANS:
Cconsulta pública sobre boas práticas em atenção
à saúde
A Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) disponibiliza em seu portal os documentos
que integram a Consulta Pública nº 66, que trata do Programa
de Certificação de Boas Práticas em Atenção
à Saúde. O objetivo é reunir informações,
subsídios, sugestões ou críticas relativas à
proposta de Resolução Normativa que institui o programa.
As contribuições poderão ser feitas entre os dias
05/06 e 04/07, através de formulário específico que
será disponibilizado na página.
“A consulta pública
é uma etapa fundamental para a instituição de um programa
justo e adequado, que efetivamente contribua com a mudança dos modelos
assistencial e de remuneração de prestadores no Brasil”,
ressalta Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial ANS.
O Programa de Certificação
de Boas Práticas em Atenção à Saúde
busca induzir melhorias no setor através da certificação
de operadoras que desenvolverem projetos relacionados à melhoria
do acesso à rede de prestadores, à qualidade da atenção
à saúde e à experiência dos beneficiários
de planos de saúde.
A primeira iniciativa do
programa é o Projeto de Atenção Primária à
Saúde (APS), que foi apresentado pela ANS em abril, durante divulgação
da Agenda para o Desenvolvimento Setorial. O Projeto APS prevê a
concessão, por intermédio de entidades acreditadoras independentes,
de um selo de qualidade às operadoras que cumprirem requisitos pré-estabelecidos
relacionados a essa temática. O objetivo de instituir o selo APS
é estimular a qualificação, o fortalecimento e a reorganização
da atenção básica, por onde os pacientes devem ingressar
no sistema de saúde.
O projeto propõe
ainda o estimulo à implementação de modelos inovadores
de remuneração de prestadores no setor e a implementação
de indicadores de atenção primária, em conformidade
com evidências científicas, para monitoramento dos cuidados
primários na saúde suplementar. Ainda, está sendo
discutida uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Setorial
(BNDES) para fomentar a implementação de projetos em APS
nas operadoras de planos de saúde.
Estarão disponíveis
para consulta a minuta de Resolução Normativa e todos os
anexos, entre eles o Manual de Certificação em Boas Práticas
em Atenção Primária em Saúde, que define o
conceito de APS e detalha os critérios que devem ser adotados pelas
operadoras de planos de saúde e entidades acreditadoras interessadas
em aderir à iniciativa.
Confira na íntegra
a Consulta Pública nº 66 através do link
http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-e-participacoes-publicas/cp-66
(ANS)
CDI
- Centro de Documentação e Informação
Oswaldo
Herbster de Gusmão - Abrapp - Sindapp - UniAbrapp
Obtenha mais informações
pelo e-mail assprevisite1@assprevisite.com.br
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